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Empresa começa a retirar agrotóxicos que caíram no Rio Tocantins após queda de ponte na divisa com o Maranhão

A retirada de 200 litros dos 20 mil defensivos agrícolas que ainda estão no rio foi realizada por mergulhadores contratados pela empresa Sumitomo, responsável pela carga

Modificado em 08/01/2025, 20:07

Empresa retira 20 litros dos 20 mil de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins após queda de ponte (Ibama/Divulgação)

Empresa retira 20 litros dos 20 mil de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins após queda de ponte (Ibama/Divulgação)

Nessa terça-feira (7), foram retiradas 10 bombonas de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins, após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. A quantidade corresponde a 200 litros de defensivo agrícola. No total, no caminhão que transportava a carga, havia 20 mil litros do produto.

A retirada das 10 bombonas foi realizada por mergulhadores contratados pela empresa Sumitomo, responsável pela carga. A operação de retirada dos produtos continua nesta quarta-feira (8). O trabalho é acompanhado pela equipe de Emergência Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O tempo de retirada da carga depende, principalmente, da situação climática. De acordo com o Ibama, a operação para retirar os agrotóxicos do rio teve início na manhã dessa terça, quando os mergulhadores fizeram um mergulho de reconhecimento de área. No período da tarde, eles conseguiram retirar as 10 bombonas de agrotóxicos.

Segundo o Ibama, as bombonas continham três tipos de agrotóxicos caíram no rio. São eles:

  • Carnadine (agrotóxico - ingrediente ativo: acetamiprido) : usado no controle de diversos tipos pragas nas plantações;
  • PIQUE 240SL (agrotóxico - ingrediente ativo: picloram) : recomendado para o controle de plantas infestantes;
  • Tractor (agrotóxico - ingrediente ativo: picloram + 2,4-D trietanolamina) : usado no controle de plantas daninhas em áreas de pastagens.
  • Ibama acompanhou retirada de agrotóxicos que caíram no Rio Tocantins (Ibama/Divulgação)

    Ibama acompanhou retirada de agrotóxicos que caíram no Rio Tocantins (Ibama/Divulgação)

    Na segunda-feira (6), o Ibama informou que os tanques com ácido sulfúrico no leito do rio Tocantins apresentaram um pequeno vazamento. Não há a confirmação exata do quanto vazou, porém o volume derramado ainda não gera grandes preocupações.

    Ao todo, 76 toneladas de ácido sulfúrico que caíram no rio. Deste volume, teriam vazado cerca de 23 mil litros. O ácido é substância não inflamável, mas tem alto poder corrosivo, além de ser oxidante.

    Três pessoas ainda estão desaparecidas

    A Marinha do Brasil informou que das 17 vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins, 14 já foram localizadas e identificadas. Até a tarde desta quarta-feira (8), três pessoas seguiam desaparecidas.

    Os desaparecidos são Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos que são, respectivamente, avô e neto. Além deles, o maranhense Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos também está entre os desaparecidos.

    A ponte, na BR-226 que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou na tarde do dia 22 de dezembro de 2024. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento aconteceu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão.

    Buscas pelos desaparecidos

    Na terça-feira (7), a Marinha do Brasil havia informado que a Força-Tarefa de busca e resgate às vítimas poderiam ser encerradas caso não houvessem novos indícios que levem à localização dos últimos desaparecidos. Entretanto, informações obtidas pelo g1 na tarde desta quarta-feira (8), informaram que as buscas aos desaparecidos estariam sendo feitas somente via barco e com auxílio de drones.

    De acordo com o órgão, caso as buscas fossem encerradas, os trabalhos poderiam ser retomados "caso surjam novas informações concretas que contribuam para a localização das vítimas". A nota diz ainda que seria realizada uma nova varredura com mergulhadores para concluir um "ciclo técnico que elimina quaisquer lacunas nas áreas já exploradas".

    Desde o início das operações, a Força-Tarefa concentrou esforços nas áreas com maior probabilidade de localização das vítimas, especialmente nas proximidades dos veículos e escombros.

    A Marinha informou também que nesta quarta-feira (8) aconteceu a abertura das comportas da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito, devido ao aumento do nível do reservatório e do regime de chuvas na região.

    Correnteza atrapalha as operações

    A correnteza do Rio Tocantins também gera dificuldade para o resgate dos corpos das vítimas que ainda não foram encontradas. Tanques com defensivos agrícolas, que também caíram no rio, também devem ter sido arrastados, segundo os mergulhadores.

    A suspeita é que abertura das comporta da hidrelétrica de Estreito deve ter contribuído para arrastar os corpos e materiais para mais longe do local da queda da ponte. A abertura das comportas foi necessária porque chove na região e a água represada tinha chegado no limite.

    Vítimas localizadas e resgatadas

  • Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos , era natural de Estreito (MA) mas morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo dela foi localizado no domingo (22);
  • Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos . O corpo dela foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e que caiu no rio Tocantins;
  • Kécio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. O corpo dele foi localizado na terça-feira (24). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;
  • Andreia Maria de Souza, de 45 anos. O corpo foi encontrado na terça-feira (24). Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;
  • Anisio Padilha Soares, de 43 anos. O corpo dele foi localizado na quarta-feira (25);
  • Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. O corpo dela foi localizado na quarta-feira (25);
  • Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado por mergulhadores na manhã da quinta-feira (26). Ela estava em uma caminhonete, junto com o marido, o vereador Alison Gomes Carneiro (PSD);
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. O corpo dela foi localizado também na quinta (26);
  • Alison Gomes Carneiro, de 57 anos. O vereador do PSD teve o corpo localizado na manhã de domingo (29). Ele estava na caminhonete com a esposa, Elisangela Santos, que também morreu na tragédia.
  • Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos . O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31) e estava dentro de um veículo. Ela viajava com a filha, Cecília de três anos e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas ele sobreviveu a tragédia.
  • Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31). A menina viajava com a mãe, Cássia e com o pai, Jairo Silva Rodrigues.
  • Beroaldo dos Santos, de 56 anos. Ele foi retirado da água no fim da manhã de quarta-feira (1º), segundo a Marinha. O corpo dele havia sido localizado no domingo (29), dentro da água, na cabine da carreta que transportava as 76 toneladas de ácido sulfúrico.
  • Na manhã de sexta-feira (3), um corpo foi encontrado no rio Tocantins. Era o mototaxista Marçonglei Ferreira, de 43 anos, que trabalhava na região.
  • Alessandra do Socorro Ribeiro, de 40 anos , natural de Palmas, no Tocantins. A identificação foi realizada em São Luís por meio de exame de DNA, realizado pelo Instituto de Análise Forense (IGF).
  • Equipes de resgate localizam corpo de vítima da queda de ponte entre Maranhão e Tocantins (Reprodução/Jornal Nacional)

    Equipes de resgate localizam corpo de vítima da queda de ponte entre Maranhão e Tocantins (Reprodução/Jornal Nacional)

    O desabamento

    Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.

    O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista ao g1, ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.

    Parte de ponte entre TO e MA que não desabou deve ser implodida antes de obra, diz DNIT

    Uma força-tarefa foi criada identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos são realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.

    Um consórcio foi contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para reconstruir a ponte da BR-226, entre Tocantins e Maranhão. A dispensa de licitação de quase R$ 172 milhões prevê que a obra seja finalizada até o dia 22 de dezembro de 2025.

    Situação de emergência

    A Prefeitura de Estreito decretou situação de emergência no município. Um decreto, assinado pelo prefeito Léo Cunha (PL), cita a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual, já que o município estaria com falta de recursos para atender várias demandas urgentes decorrentes da queda da ponte.

    Além da localização e resgate dos corpos dos desaparecidos, o prefeito cita prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio Tocantins devido aos tanques de ácido sulfúrico e de pesticidas que caíram na água, com a queda da ponte.

    No dia 31 de dezembro, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência na cidade de Estreito. Com essa medida, a cidade pode solicitar recursos federais para ações de Defesa Civil, dentre outras.

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    Desabamento de teto de igreja em Salvador deixa 1 morto e ao menos 5 feridos

    Vítima é a turista Giulia Panchoni Righetto, 26, natural de Ribeirão Preto (SP)

    Modificado em 06/02/2025, 13:14

    Templo, conhecido como 'igreja de ouro', é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e classificado como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo

    Templo, conhecido como 'igreja de ouro', é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e classificado como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo (Reprodução/Agência Brasil)

    Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas após o forro do teto da Igreja e Convento de São Francisco desabar na tarde desta quarta-feira (5), no Pelourinho, em Salvador (BA). O templo histórico, que tem o interior coberto em ouro, é considerado um dos mais importantes do país.

    A vítima é a turista Giulia Panchoni Righetto, 26, natural de Ribeirão Preto (SP). Ela estava acompanhada de três amigos, sendo dois homens e uma mulher. Ela e a amiga estavam no centro da igreja quando houve o colapso, enquanto os homens estavam em uma sala separada.

    De acordo com as autoridades, os cinco atingidos, entre eles outro turista, tiveram ferimentos leves e não correm risco de morte.

    O desabamento ocorreu por volta das 14h30. Segundo a Defesa Civil, não era momento de missa, mas havia um fluxo de visitantes.

    O órgão interditou o local. "É um episódio onde teve o desabamento de quase a integralidade da parte central da igreja. Claro que tem ainda as partes laterais, e essas são merecedoras de atenção. A igreja vai ficar, obviamente, isolada, porque no cenário que encontramos hoje, infelizmente, perdemos uma vida", declarou Sósthenes Macedo, diretor da Defesa Civil de Salvador.

    Comerciante há 20 anos na região, Antônio Pereira, 65, contou ter ouvido um estrondo muito forte vindo do interior da igreja. "Depois desse barulho, eu e algumas pessoas fomos até a porta, mas só dava pra ver muita poeira e um monte de madeira por cima da outra", disse.

    O frei Pedro Júnior Freitas da Silva, guardião e diretor da igreja, havia alertado o Iphan (órgão nacional de patrimônio), na segunda-feira (3) sobre uma dilatação no forro do teto.

    Pedimos, ainda, orientações sobre as possíveis soluções para o problema, garantindo que qualquer intervenção siga os critérios técnicos e de conservação exigidos para bens tombados. Ficamos à disposição para fornecer mais detalhes e agendar a melhor data para a visita", afirmou.

    Há quatro meses, o Iphan e o frade assinaram ordem de serviço para uma reforma de R$ 1,2 milhão para a restauração do edifício. O recurso seria aplicado na contratação de serviços técnicos de elaboração dos projetos para a restauração e preservação do templo.

    "A preservação desse patrimônio, que integra a arte barroca, contribui para manter viva a memória do passado colonial e fortalecer o conjunto arquitetônico como atrativo turístico", disse o Iphan na ocasião.

    A preservação de bens culturais como a Igreja e Convento de São Francisco é uma responsabilidade compartilhada. É um esforço coletivo que envolve o compromisso de todos os setores da sociedade", destacou na época o superintendente do Iphan-BA, Hermano Guanaes e Queiroz.

    Em ação, o MPF (Ministério Público Federal) tenta desde 2016 que a Comunidade Franciscana da Bahia e o Iphan realizem reformas estruturantes no local.

    Em 2018, a Justiça Federal pediu uma perícia judicial que identificou "riscos estruturais que comprometem a segurança e a estabilidade do patrimônio histórico". O projeto da obra só viria a ser concluído no ano passado, com a assinatura da ordem de serviço.

    A igreja e o convento são tombados pelo Iphan e classificados como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. O centro histórico de Salvador, onde estão localizados, é Patrimônio Mundial reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

    A médica e pesquisadora da cultura e religiosidade populares Helenita Monte de Hollanda, que escreveu o livro "Basílicas e Capelinhas - Um Estudo sobre a História, Arquitetura e Arte das Igrejas de Salvador" ao lado do jornalista Biaggio Talento, classificou a igreja de São Francisco como a "Notre Dame brasileira".

    Esse forro que caiu é composto por vários quadros com motivos bem alegóricos e é denominado, dentro da estrutura do barroco, de forro em caixotões. Então, ele é composto por estrelas e octágonos que servem como molduras para pinturas magníficas de Frei Jerônimo da Graça, do século 18. A riqueza dela de esculturas é fora de série. Quer dizer, tem um São Pedro de Alcântara belíssimo, de 1790, e fica o lamento, porque não podemos perder essas peças", disse.

    A Arquidiocese de São Salvador divulgou nota. "Rogamos a Deus, de modo especial, consolo para a família enlutada e a plena recuperação dos feridos", disse.

    O comunicado afirma ainda que o patrimônio histórico "é de valor inestimável para a humanidade".

    Testemunho da fé de um povo e, dos Frades Franciscanos Menores, em particular, que por mais de três séculos se empenham na preservação desta obra nascida da fé", completou a arquidiocese.

    Repercussão

    O presidente Lula (PT) usou as redes sociais para lamentar o acidente e colocou o governo federal à disposição das autoridades locais.

    Com tristeza e pesar, soube do desabamento do teto da Igreja e Convento de São Francisco de Assis, em Salvador, que resultou em uma vítima fatal e deixou outras seis pessoas feridas. O governo federal está à disposição das autoridades locais para auxiliar neste momento tão difícil, bem como na reconstrução desse lugar sagrado para milhares de brasileiros. Expresso minha solidariedade aos familiares e amigos de Giulia Panchoni Righetto, jovem que perdeu a vida na tragédia, e a todas as vítimas que ficaram feridas", postou o presidente.

    O prefeito Bruno Reis (União) manifestou solidariedade nas redes sociais e também falou da importância da igreja para a cidade. "É com profunda tristeza que recebemos a notícia do desabamento de parte teto da Igreja de São Francisco, um dos maiores patrimônios históricos e culturais de Salvador. Infelizmente, essa tragédia resultou na perda de uma vida e deixou outras pessoas feridas. Quero expressar minha total solidariedade às vítimas, aos seus familiares e a toda comunidade que frequenta e cuida desse importante templo religioso", publicou.

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    Retirada de destroços da ponte entre Tocantins e Maranhão começa após implosão da estrutura que havia sobrado

    A implosão da ponte aconteceu após mais de um mês do acidente que deixou 14 mortos e três desaparecidos. Os destroços serão retirados para a construção de uma nova estrutura

    Modificado em 04/02/2025, 13:59

    Máquinas começam a retirar entulhos destroços da ponte JK

    Máquinas começam a retirar entulhos destroços da ponte JK (Reprodução/TV Anhanguera)

    Máquinas trabalham para tirar os destroços da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que foi implodida no último fim de semana . Serão quebradas e retiradas 7,5 mil toneladas de concreto, asfalto e estrutura metálica. A ação é necessária para que a nova estrutura seja construída no mesmo local. A previsão é que ela seja entregue ainda neste ano, segundo o DNIT.

    A próxima etapa após a implosão é a limpeza do local. Por meio de uma técnica chamada de fragmentação mecanizada, os escombros e o pilar que permaneceu em pé serão removidos. Segundo o diretor de infraestrutura rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Fábio Pessoa da Silva, quando boa parte do concreto for retirado as obras darão início.

    O serviço de limpeza será priorizado exatamente nos pontos onde vão ser executados as novas fundações, da nova estrutura. Ela já começa de imediato, assim que conseguirmos fazer boa parte da limpeza do trecho implodido. Lógico que existem problemas que podem acontecer durante a execução de qualquer contrato, ainda mais em uma ponte desse tamanho, mas o planejamento e execução da obra são plenamente factíveis para gente executar esse ano", explicou.

    A ponte foi derrubada na tarde de domingo (2). As estruturas receberam cerca de 250 kg de explosivos. Eles foram disparados por etapas, com uma diferença de milésimos de segundos. A implosão durou menos de 15 segundos ( veja no vídeo abaixo ).

    O engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias foi o responsável pela implosão da ponte. Ele considera que a ação foi um sucesso e gerou baixas vibrações na barragem, ferrovia e casas próximas ao rio Tocantins.

    "A avaliação é muito positiva no sentido de classificar a operação como bem sucedida em todos os aspectos. Destacando sempre a figura da segurança. Tivemos duas detonações em sequência. Importante isso para que não ocorresse uma sobreposição e pudesse causar uma vibração maior. A previsão sempre foi de valores muito baixos para todas as estruturas, barragem ferrovia e casas", contou.

    Nova ponte

    Segundo o DNIT, a nova ponte deverá ser construída com 100 metros a mais de extensão que a anterior. O comprimento total da estrutura será de 630 metros, com um vão livre de 150 metros. As obras devem ser entregues até o dia 22 de dezembro deste ano.

    Além disso, a ponte deverá ter uma largura de 19 metros, ou seja, sete metros mais larga que anterior, a serem distribuídos em duas faixas de rolamento de 3,60 metros cada. A estrutura terá dois acostamentos de 3 metros cada, duas barreiras de proteção tipo New Jersey de 40 centímetros cada, dois passeios de 2,3 metros cada, e guarda-corpo em cada extremidade do tabuleiro.

    Um consórcio foi contratado pelo Departamento para reconstrução da ponte, que ficará sobe a responsabilidade das empresas: Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitadas. O valor total do contrato é de R$ 171.969.000.

    Desabamento da ponte JK

    O vão da ponte caiu no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50. A estrutura fica liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Um vereador de Aguiarnópolis que denunciava a situação precária da estrutura flagrou o acidente.

    No momento em que a ponte caiu, duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões passavam pelo local. Três desses caminhões carregavam ácido sulfúrico e agrotóxicos. Conforme a Marinha, 14 pessoas morreram e três ainda estão desaparecidas. Um homem de 36 anos foi o único sobrevivente na tragédia.

    Veja quem são as vítimas:

    Desaparecidos

  • Salmon Alves Santos, 65 anos;
  • Felipe Giuvannucci Ribeiro, 10 anos;
  • Gessimar Ferreira, 38 anos.
  • Mortos

  • Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos
  • Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos
  • Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos
  • Ansio Padilha Soares, de 43 anos
  • Silvana dos Santos Rocha, de 53 anos
  • Andreia Maria de Sousa, de 45 anos
  • Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos
  • Alison Gomes Carneiro, de 57 anos
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos
  • Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos
  • Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos
  • Beroaldo dos Santos, de 56 anos
  • Alessandra do Socorro Ribeiro, 50 anos;
  • Marçon Gley Ferreira, de 42 anos.
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    Mais de 200 kg de explosivos em 15 segundos: saiba detalhes sobre a implosão da ponte entre TO e MA

    Explosivos serão colocados até a manhã deste domingo (2). Engenheiro responsável pela implosão é o mesmo que atuou na demolição do presídio do Carandiru e outras grandes obras

    Modificado em 02/02/2025, 11:01

    Vão central da ponte entre Aguiarnópolis e Estreito desabou em dezembro (Reprodução/TV Globo)

    Vão central da ponte entre Aguiarnópolis e Estreito desabou em dezembro (Reprodução/TV Globo)

    A implosão das partes remanescentes da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira será realizada na tarde deste domingo (2). Pelo menos 200 casas entre o Tocantins e Maranhão devem ser evacuadas e cerca de 250 kg de explosivos devem ser utilizados. A ação é necessária para que uma nova estrutura seja construída até a dezembro deste ano, segundo a previsão do DNIT.

    O desabamento da ponte aconteceu no dia 22 de dezembro de 2024, quando o vão central caiu e deixou 14 mortos e três desaparecidos. Entres os veículos que passavam no local na hora do acidente estavam duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões, sendo que dois carregavam ácido sulfúrico e um agrotóxicos.

    Depois de mais de um mês, a ponte será implodida.

    Como será a implosão?

    A ponte já foi perfurada para receber os 250 kg de explosivos. Esses materiais chegaram na região no sábado e devem ser instalados até a manhã de domingo. A demolição está marcada para as 14h.

    Conforme os engenheiros responsáveis, a implosão será realizada em etapas, já que as partes da ponte não podem ser demolidas ao mesmo tempo. Por isso, os explosivos serão acionados com um intervalo de três segundos e de forma remota.

    Para facilitar o acesso das máquinas que vão remover os escombros, o solo abaixo da estrutura passou por terraplanagem. Nada pode cair na água para não atrapalhar as buscas pelas três vítimas que estão desaparecidas. Para garantir que os escombros não sejam arremessados para as casas, telas foram colocadas nas bases dos pilares.

    Aqui no caso, em função do colapso e da condição precária da estrutura nós estamos intervindo apenas nos pilares e no limite da segurança, principalmente aqui do lado do Tocantins. A estrutura foi bastante afetada. Nós tivemos que trabalhar sobre o crivo de um monitoramento muito intenso e de tal forma que não ultrapassássemos o limite da segurança", explicou o engenheiro responsável Manoel Jorge Diniz.

    Que metódo será utilizado?

    Para demolir a estrutura que sobrou da ponte será utilizada uma técnica de calor intenso e explosivos que irão fragmentar as formações rochosas. Segundo o DNIT, esse tipo de trabalho é feito quando não é possível utilizar maquinário pesado sobre a estrutura.

    A previsão que é que a implosão produza cerca de seis mil metros cúbicos ou 14 mil toneladas de concreto e ferragem, que devem ser retirados do local. A intenção das equipes é que nada caia no rio já que ainda há três pessoas desaparecidas, além dos tanques de ácido sulfúrico e bombonas de agrotóxicos dentro da água.

    Em entrevista ao g1, o doutor em Estruturas Moacyr Salles Neto explicou que nesses casos os explosivo são colocados em lugares determinados para que se faça uma 'linha de fratura' e provoque a queda do objeto.

    "Isso é a técnica de fogo. O fogo é a explosão. A gente determina o correto posicionamento dos explosivos de forma que, quando eles forem detonados, a linha de fratura provocada faça com que aquela estrutura seja desmontada e venha abaixo, na direção que a gente tenha intenção e que provoque uma quantidade de danos menor", detalhou.

    Acima a estrutura da ponte recebe buracos para explosivos e abaixo a ponte após a queda do vão central (TV Mirante/Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera)

    Acima a estrutura da ponte recebe buracos para explosivos e abaixo a ponte após a queda do vão central (TV Mirante/Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera)

    Quanto tempo vai durar a ação?

    Segundo o DNIT, a implosão deve demorar 15 segundos. Isso porque os detonadores não serão acionados ao mesmo tempo. As explosões devem ser feitas por etapa e intervalos de milésimos de segundo, conforme o engenheiro responsável Manoel Jorge Diniz.

    Como ficam os moradores da região?

    Pelo menos 50 casas serão desocupadas em Aguiarnópolis (TO) e 150 em Estreito (MA), uma hora antes da implosão. Na cidade tocantinense, a prefeitura e Defesa Civil orientaram os moradores da rua JK e João Aguiar sobre o processo de evacuação.

    A população contará com um a ônibus para ajudar no deslocamento até a área de segurança, em um ginásio coberto de Aguiranópolis. Os moradores podem voltar para casa trinta minutos depois demolição da ponte.

    Em mapas, as áreas que serão desocupadas foram marcadas de vermelho pela empresa responsável pela implosão. O perímetro de segurança será 2.136 metros em Aguiarnópolis e de 2.148 metros em Estreito.

    Mapa mostra área s que serão desocupadas durante demolição da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (Reprodução/TV Anhanguera)

    Mapa mostra área s que serão desocupadas durante demolição da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (Reprodução/TV Anhanguera)

    Quem é o engenheiro responsável pela implosão?

    O engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, conhecido como Manezinho da Implosão, será o responsável pelo processo que irá derrubar a estrutura que restou da ponte. Ele passou a trabalhar na área em 1982, com o pioneiro da implosão no Brasil, Hugo Takahashi.
    Ao longo dos anos, o engenheiro já participou de mais de 200 implosões. Algumas das principais atuações foram em obras históricas brasileiras como:

  • Presídio do Carandiru, em São Paulo, em 2002
  • Presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, em 1994
  • Edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 1998
  • Edifício Berrini, em São Paulo, em 2008
  • Estádio Fonte Nova, na Bahia, em 2010
  • Manoel Jorge Diniz Dias é o responsável pela implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (Reprodução/TV Anhanguera)

    Manoel Jorge Diniz Dias é o responsável pela implosão da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira (Reprodução/TV Anhanguera)

    Porque a implosão é necessária?

    Para que as obras da nova ponte comecem é necessário que toda a estrutura antiga, que está comprometida, seja demolida. Segundo a publicação do Diário Oficial da União do dia 31 de dezembro, a execução ocorre em caráter emergencial.

    A previsão é que a nova ponte entre Aguiarnópolis e Estreito seja entregue no dia 22 de dezembro deste ano, quando o acidente completará um ano.

    Como foi a queda da ponte?

    A ponte caiu no dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 14h50. A estrutura fica na BR-226 e liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Pessoas que estavam nas proximidades conseguiram filmar o momento exato em que a ponte caiu. Um vereador de Aguiarnópolis denunciava a situação precária da estrutura e flagrou a tragédia.

    Em uma das imagens, o vão central da ponte de Estreito, como é popularmente conhecida, desabou de uma vez, causando muita fumaça com o impacto da poeira dos escombros com a água. Na água, depois do desabamento, é possível ver parte das cargas boiando.

    Imagens aéreas feitas após a queda da ponte mostraram a situação do que restou. Carros e caminhões ficaram presos sem poder seguir viagem por causa da estrutura comprometida. Um dos veículos, ficou preso em uma fenda que se abriu no asfalto. Eles foram retirados cerca de um mês depois do desastre.

    Quem são as vítimas?

    De acordo com a Marinha do Brasil, 14 pessoas morreram e três seguem desaparecidas. Veja a lista de Mortos:

    1. Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos
    2. Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos
    3. Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos
    4. Ansio Padilha Soares, de 43 anos
    5. Silvana dos Santos Rocha, de 53 anos
    6. Andreia Maria de Sousa, de 45 anos
    7. Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos
    8. Alison Gomes Carneiro, de 57 anos
    9. Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos
    10. Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos
    11. Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos
    12. Beroaldo dos Santos, de 56 anos
    13. Alessandra do Socorro Ribeiro, 50 anos;
    14. Marçon Gley Ferreira, de 42 anos.

    Desaparecidos:

    1. Salmon Alves Santos, 65 anos;
    2. Felipe Giuvannucci Ribeiro, 10 anos;
    3. Gessimar Ferreira, 38 anos.

    O único sobrevivente é Jairo Silva Rodrigues, de 36 anos. Ele foi resgatado e encontrado com vida após o desabamento da ponte, ainda no domingo (22). Após o resgate, ele foi levado para o hospital.

    Os Bombeiros afirmam que as buscas pelos desaparecidos continuam, mas sem mergulhos, por causa das chuvas que provocaram um aumento do nível do rio nas últimas semanas.

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    Implosão do que restou da ponte entre Tocantins e Maranhão vai usar cerca de 250 kg de explosivos

    Procedimento está marcado para as 14h de domingo (2). Técnica usada será a de calor intenso e explosivos estrategicamente posicionados na estrutura.

    Modificado em 01/02/2025, 13:04

    Ponte sobre o Rio Tocantins, entre Tocantins e o Maranhão, desabou em dezembro de 2024 (Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

    Ponte sobre o Rio Tocantins, entre Tocantins e o Maranhão, desabou em dezembro de 2024 (Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

    Todos os preparativos para a implosão da estrutura remanescente da ponte sobre o Rio Tocantins, na BR-226/TO/MA, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), estão ficando prontos. Serão usados cerca de 250 kg de explosivos e a previsão é que o procedimento dure 15 segundos, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

    Os materiais chegaram na região na manhã deste sábado (1º). A instalação dos explosivos deve terminar apenas na manhã de domingo (2), dia marcado para a implosão. O procedimento está marcado para 14h.

    A estrutura vai precisar ser derrubada por causa da queda do vão da ponte, que aconteceu no dia 22 de dezembro de 2024. O desabamento deixou 18 vítimas. Desse número, o único sobrevivente foi Jairo Silva Rodrigues. Ele foi encontrado ferido no rio logo após o colapso da estrutura. Além dele, os corpos de outras 14 pessoas foram localizados e três pessoas estão desaparecidas.

    O DNIT informou que a implosão será de fogo controlado - técnica que utiliza o calor intenso e explosivos estrategicamente posicionados na estrutura.

    Engenheiros responsáveis pelo planejamento da implosão informaram que as partes da ponte que ficaram em pé, não serão implodidas ao mesmo tempo. Os explosivos serão acionados de forma remota nas colunas, com um intervalo de três segundos em cada uma.

    Como uma área de segurança foi mapeada para que seja evacuada, os moradores de Aguiarnópolis foram informados pela Defesa Civil sobre a operação. A casas precisam estar vazias até as 13h de domingo.

    Nesta sexta-feira (31) a movimentação ao redor da ponte foi intensa. Técnicos seguiram com as perfurações na estrutura dos locais onde vão ficar os explosivos. Telas foram colocadas nas bases dos pilares para evitar que os escombros fossem arremessados para as casas próximas.

    Mesmo com os esforços, é possível que parte dos destroços possam cair no Rio Tocantins, conforme explicou o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias.

    "O balanço do lado de Estreito avança 20 metros sobre o rio. É quase impossível garantir que não venha a cair nada no rio. Ao contrário, tudo conspira a favor que parte dessa estrutura caia sobre o leito do canal. O que nós estamos fazendo é um planejamento, uma série de simulações no sentido de mitigar esse fenômeno e a sequência de tempos da implosão nos pilares é que vai contemplar essa solução", afirmou.

    A previsão que é que a implosão produza cerca de seis mil metros cúbicos ou 14 mil toneladas de concreto e ferragem, que devem ser retirados do local

    No domingo, moradores só poderão voltar para suas casas meia hora depois que a ponte já tiver sido implodida, segundo as equipes.

    Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio (Francisco Sirianno/Grupo Mirante)

    Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio (Francisco Sirianno/Grupo Mirante)

    O perímetro de segurança será de 2.148 metros em Estreito e de 2.136 metros em Aguiarnópolis, informou o DNIT. Além da evacuação, o tráfego de veículos também será interditado, inclusive com relação às travessias no rio.

    A etapa de implosão da ponte está dentro do cronograma para a construção da nova estrutura, que deve ser concluída em um ano. O Consórcio Penedo -- Neópolis, constituído pela Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada é responsável pela obra.

    Desabamento

    O desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu, conforme informou o DNIT na época. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.

    A ponte foi completamente interditada e os motoristas devem usar rotas alternativas. Pela estrutura passavam cerca de 2,1 mil veículos por dia. De acordo com o Governo do Estado, nessa época do ano o fluxo do posto fiscal em Aguiarnópolis. Sem poder contar com a ponte, os motoristas agora precisam desviar por rotas alternativas que aumentam o percurso em quase 200 quilômetros.

    O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista, ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.