Geral

Ensine seu filho a lidar com as diferenças na sociedade; Veja dicas

Modificado em 19/09/2024, 00:37

Ensine seu filho a lidar com as diferenças na sociedade; Veja dicas

(Divulgação)

A escola é um espaço de aprendizagem fundamental para o convívio com a diversidade de gêneros, raças, etnias, classes e outros marcadores sociais. Nesse sentido, instituições de ensino que se preocupam em proporcionar entendimento dessas temáticas aos seus estudantes contribuem para uma formação cidadã, que acolhe as diferenças e constrói uma relação empática com o mundo.

Porém, o estímulo à reflexão sobre a temática da diversidade não precisa se reter ao espaço escolar, nem ao calendário letivo: é importante que as escolas estimulem essas discussões entre os estudantes e suas famílias, inclusive no período de férias, seja por meio do cinema, da literatura ou de brincadeiras ao ar livre.

Para ajudar as famílias nessa tarefa, veja três ideias de atividades criativas que podem gerar reflexões construtivas sobre a importância de respeitar as diferenças.

Confira!

SESSÃO PIPOCA SOBRE UM FILME COM PROTAGONISTA NEGRO

Para além de entretenimento, o cinema é uma ferramenta educativa capaz de oferecer aos telespectadores uma visão geral da sociedade em determinada época e promover questionamentos para fomentar mudanças significativas. No Brasil, apesar de as pessoas negras corresponderem a 56% da população brasileira, atualmente são a minoria no audiovisual. Por isso, que tal preparar uma pipoca e reunir a família na sala para aproveitarem juntos filmes com protagonismo negro? Abordando ou não a temática racial, filmes com protagonistas pretos e pardos estimulam no imaginário das crianças a percepção de que papéis principais são para todas as pessoas. Em crianças negras, o contato com essas obras pode contribuir para que elas se sintam parte do mundo e se vejam representadas em espaços de relevância.

TARDE DE LEITURA DE UM LIVRO DE AUTOR INDÍGENA

A literatura é outro meio de sensibilizar as pessoas sobre questões sociais. Selecionar um livro infantil de autoria indígena para ler em conjunto, em uma tarde, é uma maneira interessante de envolver as crianças menores no universo literário plural. No caso de estudantes maiores, um clube do livro pode ser uma alternativa divertida: a família escolhe junto um livro escrito por autor indígena e estipula uma data semanal para conversar sobre os capítulos lidos no decorrer dos dias.

VISITA A UM MUSEU SOBRE UM ASSUNTO VOLTADO AOS DIREITOS HUMANOS

Passeios também são muito bem-vindos nas férias, especialmente como forma de incentivar a redução do uso de telas entre a criançada. Que tal marcar uma visita a um museu que promova reflexões? Segundo ranking do TripAdvisor, estes são os 10 melhores museus ou locais culturais de Goiânia: Memorial do Cerrado; Centro Cultural Oscar Niemeyer; Museu Pedro Ludovico Teixeira, Museu Goiano Zoroastro Artiaga; Museu de Zoologia; Planetário da UFG; Beco da Codorna; Museu de Arte Contemporânea; Museu Antropológico e Museu da Imagem e Som de Goiás.

Fonte: Camino Education

Geral

Em Goiás, só 5 municípios batem meta na educação infantil

Objetivo de plano nacional é ampliar oferta para atender 50% das crianças de até 3 anos até o fim de 2025. Em Goiás, média de frequência da faixa etária é de apenas 24%

Fachada do Cmei Bairro Feliz, em Goiânia: Estado se encontra longe de meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação

Fachada do Cmei Bairro Feliz, em Goiânia: Estado se encontra longe de meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação ( Diomício Gomes / O Popular)

Apenas 5 dos 246 municípios goianos contam com mais de 50% das crianças de até 3 anos matriculadas em creches, ou seja, apenas esses teriam atingido a meta estipulada no Plano Nacional de Educação (PNE) vigente até este ano. Dados do módulo de educação do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram ainda que outras 37 cidades do Estado possuem taxas inferiores a 10%. Já a média de Goiás chega a apenas 24%, a 7ª pior em todo o Brasil - em 2000, a taxa chegava a 4,9%.

Os dados preliminares foram divulgados na última semana e mostram um avanço na educação em todo o Brasil em duas décadas - considerando a comparação dos censos realizados em 2000, 2010 e 2022. Contudo, as dificuldades persistem, e especialmente na educação infantil. Em Goiás, as taxas brutas de frequência escolar, que são o percentual das pessoas de um determinado grupo etário que frequenta a creche ou escola (da pré-escola ao doutorado) em relação ao total da pessoas do mesmo grupo, são menores do que as registradas em todo o País em todas as faixas etárias.

Para as crianças de até 3 anos, a diferença é de quase dez pontos percentuais, já que em todo o Brasil o índice é de 33,9%. De 4 a 5 anos - idade da pré-escola -, a taxa de frequência escolar é de 86,7% no Brasil, e de 77,5% em Goiás. Já quando se inicia o ensino fundamental, que vai dos 6 aos 14 anos, o acesso está praticamente universalizado, com abrangência de 98,3% e 98,1%, respectivamente. O ensino médio, dos 15 aos 17 anos, também representa uma dificuldade e atinge 85,3% e 84,1% do público, sendo o ensino superior - dos 18 aos 24 anos - 27,7% e 27,4%.

Superintendente do IBGE em Goiás, Edson Vieira aponta que as taxas de frequência bruta escolar são importantes "especialmente em relação ao PNE". "Temos metas estabelecidas, que inclusive foram prorrogadas até o fim de 2025, que para as crianças de zero a 3 anos o objetivo traçado é de pelo menos 50% deste grupo matriculado. Não tivemos esse percentual atingido nem em nível nacional nem estadual. As unidades federativas que chegaram mais perto (de 50%) foram São Paulo e Santa Catarina, mas Goiás, com 24%, fica abaixo da média nacional", comenta.

Estabelecido por lei em 2014, o PNE estipulou 20 metas para melhorar os indicadores educacionais até 2024, tendo sido prorrogado até dezembro deste ano, com avanços tímidos. Entre elas, está a ampliação da oferta de vagas em creches e pré-escolas para ao menos 50% das crianças de até 3 anos. Contudo, nenhum Estado conseguiu tal feito. Como dito por Vieira, São Paulo e Santa Catarina tiveram as maiores taxas, abrangendo 49,2% e 47,8%, respectivamente. E o terceiro melhor foi o Rio Grande do Sul, com 39,4%.

Os cinco municípios goianos que conseguiram alcançar a meta estipulada no PNE foram Anhanguera (68%), Água Limpa (67,1%), Nova América (61%), Perolândia (57,7%) e Alto Horizonte (56,4%) - este último o mais populoso, com 6.072 habitantes pelo Censo de 2022, e os outros quatro variando de 924 residentes, em Anhanguera, a 2.964, em Perolândia. Por outro lado, os piores indicadores também são registrados em cidades de pequeno porte, como Portelândia (1,3%), Novo Planalto (1,6%) e Santa Isabel (1,9%) - todas com menos de 4 mil habitantes.

Somando os cinco municípios goianos, apenas 646 dos 5.570 municípios brasileiros - o equivalente a 11,6% - atingiram a meta do PNE para a ampliação de oferta para crianças de até 3 anos. Entre os que obtiveram índice superior a 50%, há 4 das 27 capitais: São Paulo, Vitória, Florianópolis e Belo Horizonte. Na lista, Goiânia aparece como a 10ª pior, com 30,2%, à frente apenas de capitais de Estados nordestinos e nortistas. E o indicador é menor do que a média nacional, de 33,9%.

Pré-escola

Para as crianças de 4 e 5 anos, a meta do PNE é a universalização da oferta, ou seja, atingir 100% do público-alvo - vale lembrar que a educação básica é obrigatória a partir dos 4 anos de idade. Contudo, em Goiás, o Censo Demográfico 2022 aponta que apenas 77,5% da faixa etária tem frequentado unidades educacionais. No grupo etário, o Estado tem a 6ª pior taxa em todo o Brasil e também mantém um indicador abaixo da média nacional, de 86,7%. Os três melhores são Piauí (94,6%), Ceará (92,6%) e Maranhão (92%).

É fundamental, por exemplo, na creche pré-escolar ter disponibilidade de vaga para liberar as mães a ingressarem ou voltarem ao mercado de trabalho, aumentando a renda per capita e melhorando as condições de vida da família", pontua o superintendente do IBGE. Em Goiás, seis municípios atingiram a meta e, em todo o Brasil, 372.

Além da falta de vagas nas redes municipais de ensino - que detêm a responsabilidade pela educação infantil - o IBGE mostrou, ao divulgar em dezembro passado o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, que a opção dos responsáveis era o principal motivo para crianças de até 5 anos não irem à escola, seja por acharem o filho muito novo para ir à unidade educacional ou por preferir cuidar em casa.

No caso das crianças de até 3 anos, 60,7% das que não frequentavam instituição de ensino em 2023 tinham como esse o motivo, sendo que entre as crianças de 4 a 5 o percentual era de 47,4%. Outros motivos - como falta de vagas e de escolas, a unidade não aceitar a criança por conta da idade e distância excessiva da escola - são listados em seguida como as principais motivações.

Em novembro de 2023, a reportagem havia mostrado que 40 mil crianças de zero a 3 anos estavam na fila de espera por uma vaga em creche e outras 6,7 mil com idade entre 4 e 5 anos aguardavam para ingressar na pré-escola. O levantamento foi realizado em 201 dos 246 municípios pela seccional goiana da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e apresentado em reunião do Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política da Educação no Estado de Goiás (Gaepe-GO).

Geral

Conclusão de CMEIs abriria 1,7 mil vagas em Goiânia

Construção de 12 creches se arrastam há anos e 9 obras estão paralisadas. Com unidades prontas, município poderia reduzir demanda de 10,6 mil novas vagas em 16,2%

Conclusão de CMEIs abriria 1,7 mil vagas em Goiânia

A conclusão de 12 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) inacabados poderia gerar 1,7 mil vagas para as crianças que aguardam por creches e pré-escolas em Goiânia. Entretanto, apenas três dessas obras estão em andamento. A situação das obras paralisadas tem sido levantada pela nova gestão municipal, mas, enquanto não é possível disponibilizar o total de vagas -- equivalente a apenas 16,2% do déficit estimado de 10,6 mil -- a proposta é zerar a fila de espera com outras medidas. Dentre elas, a ampliação de convênios com instituições sem fins lucrativos, aumento de matrículas nas unidades públicas já existentes, e compra de vagas na rede privada. Esta última, ainda não iniciada.

Ao anunciar a abertura de 2,7 mil vagas para este início de ano letivo durante coletiva de imprensa no último dia 7, o prefeito Sandro Mabel (UB) citou que o Paço conta com 30 obras de Cmeis em diferentes estágios, considerando ainda aquelas que têm a licitação homologada, mas ainda não há ordem de serviço assinada, ou seja, a empresa vencedora não pode iniciar a construção. Dentre o quantitativo elencado pelo chefe do Executivo de Goiânia, quase a metade é construção inacabada e que perdura há anos, sendo que parte delas tem mais de uma década de duração. A proposta da nova gestão municipal, contudo, é priorizar a ampliação de vagas por meio de ações com resposta rápida.

"O que é importante para mim? Não é obra, é criança na escola. Obra é necessário sim, mas consigo viabilizar rapidamente as vagas sem ter que ficar pensando nisso. Se uma criança está nascendo agora, daqui seis meses ela precisa de vaga. Vou ficar esperando dois anos para construir (o Cmei) e a criança vai perder nesses anos oportunidade de formar todo o cognitivo dela. Hoje, nós estamos preocupados com vaga. Colocando mais, construção é coisa que tenho tempo para fazer", enfatizou Mabel, ao acrescentar que, diante da dificuldade financeira, todos os contratos estão sendo revistos. "Vamos terminar isso e deixar pronto para, assim que tiver o dinheiro, terminar esses Cmeis."

Enquanto não são concluídas as obras dos prédios públicos, as estruturas se deterioram com o tempo. Desde 2014, quando foi firmado convênio junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a Prefeitura tenta finalizar sete obras de Cmeis nos setores Parque Atheneu II e Grande Retiro, situados na região Leste da capital, Residencial Barravento e Floresta, na região Noroeste, e Jardim Real, Residencial Mendanha e Solar Ville, localizados na região Oeste de Goiânia. Anunciadas durante a gestão do então prefeito Paulo Garcia (PT), foram prometidas para serem inauguradas nos mandatos de Iris Rezende (MDB) e Rogério Cruz (SD). Entretanto, dentre estas, estão em andamento apenas as do Residencial Mendanha (79% executado) e do Parque Atheneu II (67%).

Regime diferenciado

As intervenções com recursos do governo federal e contrapartida do município foram retomadas após maio e julho de 2024, respectivamente, quando foram assinadas as ordens de serviços das novas licitações feitas no ano anterior, do tipo Regime Diferenciado de Contratações (RDC), com custo total de R$ 755,6 mil e R$ 1,2 milhão. Na unidade do Parque Atheneu II, o contrato com a empresa Antech Solução e Gestão Ltda firmado em outubro de 2023 e prazo de 240 dias, foi prorrogado por três vezes e segue vigente até maio deste ano. A reportagem esteve no local nesta quinta-feira (16) e encontrou profissionais da empresa no espaço, mas não havia movimentação na obra. Contudo, chovia no momento.

Dentre as etapas da construção, a parte estrutural de quatro prédios já está finalizada, mas falta o acabamento. No bloco de entrada, entretanto, a estrutura já conta com infiltração. Diante das chuvas ocorridas na capital, havia uma poça de água e o piso apresentava lodo. Os tetos das salas do bloco também contam com mofo, além de determinadas rachaduras. Parte das portas e janelas de vidro estavam quebradas, e há pichações no lado externo e interno de alguns prédios. Na parte da frente, onde ainda não foi instalado o portão de entrada, sendo esta totalmente fechada com tijolo, o mato alto toma conta da calçada e o espaço inutilizado tem sido ponto de descarte de lixo e restos de poda de árvores.

A conclusão do Cmei Parque Atheneu II incrementaria 160 vagas na rede municipal de ensino. Há outras cinco unidades em um raio de até dois quilômetros de distância, sendo que um deles, o Cmei Jardim Mariliza, está localizado a menos de 500 metros. Este também é um daqueles cuja obra está paralisada. O local deveria passar por uma intervenção para ampliação do espaço para atendimento de mais 40 crianças, mas a obra tem se arrastado. Em setembro de 2023 foi firmado contrato junto à empresa Senior Engenharia de Automação e Serviços Especializado, no total de R$ 645,7 mil, com recursos do tesouro municipal, para retomada do serviço. Conforme dados da Secretaria Municipal de Educação (SME), 15% foi executado e o contrato foi vencido em maio de 2024. Há um projeto de ampliação na unidade desde 2012, sendo que em 2019 a unidade ganhou duas salas modulares, quando passou a atender 125 crianças.

Recursos federais

Assim como o projeto do Parque Atheneu II, com capacidade de atendimento de 160 vagas para a região Leste, o Cmei Residencial Mendanha incluiria mais 160 crianças nas creches da parte Oeste da capital. No setor, as famílias que precisam de matrícula para os filhos precisam andar a uma distância de ao menos dois quilômetros de distância, até a unidade do Conjunto Vera Cruz. A região Oeste é justamente a segunda maior demanda por creches da rede municipal de educação: 1.862 vagas. Os dados sobre o déficit foram levantados pela equipe de transição, no fim de 2024, e divulgados na ocasião pelo POPULAR. Já a maior espera ocorre na região Sudoeste da capital, onde foram mapeadas 2.322 crianças. A lista segue com as regiões Noroeste (1.669), Norte (1.527), Central (1.345), Sul (1.191) e Leste (779), totalizando uma fila total de 10.695.

Outras cinco obras feitas com recursos do governo federal que se encontram paralisadas abririam 800 vagas. A região Oeste, a exemplo, tem mais duas e com apenas um terço concluído, nos setores Jardim Real e Solar Ville. A primeira, tem apenas 33% feito e segue sem andamento desde 2015. Em 2020, foi feito contrato junto à JL2 Engenharia Comércio e Distribuição Ltda no total de R$ 1,5 milhão para ser finalizado naquele ano. O acordo foi prorrogado até 2021, mas sem conclusão. No ano seguinte, um processo por descumprimento de contrato tramitou na SME. Conforme a pasta, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) está com o processo para "atualização de projetos e orçamentos com finalidade de realização de nova licitação". A situação é a mesma para o Cmei Solar Ville, que está 35% concluído e parado desde 2015. A JL2 Engenharia também venceu a licitação em 2020 para a entrega da unidade, por R$ 1,5 milhão, o contrato foi prorrogado até 2021, mas a obra seguiu sem avanços.

Na região Noroeste, os Cmeis Floresta e Residencial Barravento têm respectivamente 42% e 77% da obra executada. A primeira unidade teve licitação fracassada em 2023 e, segundo a SME, o processo está na Seinfra para "prosseguimento de atualização de preço e projetos". O valor licitado, conforme a SME, foi de R$ 2,8 milhões. Em 2019, a JL2 Engenharia foi novamente a vencedora da licitação para conclusão no Bairro Floresta, no total de R$ 1,8 milhão, mas não foi entregue mesmo após a prorrogação do contrato até 2021. Já o Cmei Residencial Barravento teve ordem de serviço assinada em 2023, com previsão para aquele ano, e o contrato com a Jaspe Construtora e Incorporadora Ltda, no valor de R$ 1,1 milhão, foi encerrado em setembro de 2024, sem entrega. A pasta diz que há um processo para "apuração de responsabilidade e aplicação de penalidade à empresa."

O Cmei Grande Retiro tem 54% executado. A unidade paralisada em 2015, com 35% concluído, também foi retomada no fim de 2019 com a licitação vencida pela Red Construtora e Serviços Ltda, por R$ 1,3 milhão. Após um ano de contrato, houve avanços, mas a conclusão ainda segue com prazo incerto. O processo está na Seinfra para atualização de projetos e orçamentos e a realização de um novo processo licitatório.

Empréstimo bancaria oito obras

Ao divulgar a lista para obras que seriam contempladas com empréstimo feito pela Prefeitura, em março de 2024, oito Cmeis que aguardavam conclusão foram citados no documento. Dentre eles, construídos com recurso do tesouro municipal, o recém intitulado Cmei Martha Maria de Souza Carmo, na Vila Pompéia, região Norte da capital, e os Cmeis Jardins do Cerrado VII e Jardim São José, na região Oeste. Além deles, os já citados Cmeis Parque Atheneu II, Residencial Barravento, Residencial Mendanha e Jardim Mariliza, e o Cmei Santa Helena, o único concluído até então e inaugurado em julho passado.

Na Vila Pompéia, o antigo prédio da Escola Municipal Professor Aristoclides Teixeira deu lugar a um Cmei com o mesmo nome, que foi nomeado por lei de 2024 como Martha Maria de Souza Carmo. Moradores dos arredores da unidade educacional contam que a construção já se arrasta há 15 anos. Por isso, relatam, o local era utilizado para uso de drogas ou por criminosos. Desta forma, a retomada das obras, em setembro passado, foi um alívio para a vizinhança. A empresa Senior Engenharia foi a vencedora da licitação em 2023, por R$ 1,5 milhão e, conforme a SME, já executou 8%. No local, profissionais mencionaram que falta a instalação das redes hidráulica e elétrica, além do "contrapiso e reboco". O prazo de execução do contrato, previsto para encerrar no dia 8 de fevereiro, foi prorrogado por mais 150 dias.

Além das obras para conclusão dos Cmeis que se arrastam há anos, a promessa do mandato de Rogério Cruz era construir 20 Cmeis dentro do programa Goiânia Adiante, anunciado em 2022. Das unidades previstas, entretanto, apenas a situada no Jardim Colorado foi iniciada. O contrato firmado no fim de 2023, com vigência até março deste ano, tem valor total de R$ 3,6 milhões e proposta de abrir 192 vagas na região Noroeste. A ordem de serviço foi dada em setembro de 2024 e, até o momento, 2% foi feito.

No local, a reportagem observou apenas poucos materiais deixados na área, como brita e tijolo de concreto.

Promessa é zerar fila antes de entrega de obras

Logo no início deste ano letivo, a nova gestão municipal garante ter feito a abertura de 2,7 mil vagas para creches. Dentre elas, 1,5 mil foram abertas em Centros Municipais de Ensino Infantil (Cmeis) desde o dia 7 de janeiro, quando se iniciou a pré-matrícula, e outras 1,2 mil serão ofertadas até o fim do mês em unidades geridas por instituições filantrópicas e religiosas por meio de convênio com a Prefeitura, denominadas de Centros de Educação Infantil (CEIs). Nos primeiros cem dias do mandato de Sandro Mabel (UB), a promessa é que 5 mil vagas já tenham sido ampliadas para o atendimento de crianças. Mas, para zerar a fila, a expectativa é que as 10 mil vagas estejam abertas até junho.

Além da abertura de vagas nos Cmeis existentes por meio da reorganização de turmas, da ampliação de convênios com entidades sem fins lucrativos, o Paço tem planejado fazer a compra de vagas em unidades privadas de ensino. A oferta na rede privada já estava sendo discutida pela equipe de transição, por meio do envio de um projeto de lei à Câmara Municipal.

Entretanto, agora, a ideia é regulamentar uma lei de 2021 que autoriza convênios com escolas particulares por meio de "bolsa creche". Conforme a coluna Giro mostrou no último dia 14, a estimativa é que cada vaga custe entre R$ 400 e R$ 700. O decreto segue na Procuradoria Geral do Município (PGM) para emissão de parecer jurídico.

A proposta para compra de vagas na rede privada tem sido questionada pelo vereador Fabrício Rosa (PT), que encaminhou ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) um pedido de medida cautelar para suspender contratos ou convênios relacionados à aquisição, além de cobrar a apresesentação de "estudos detalhados de impacto financeiro e critérios objetivos para execução da política pública, contendo a quantidade de unidades inauguradas, relação das entidades privadas que se pretende contratar, relação de editais de financiamento público". Para Rosa, há irregularidades no processo de compra de vagas. O processo foi recebido no último dia 14 e está em análise técnica na Secretaria de Controle Externo de Políticas Públicas da Corte.

Fila persiste

Enquanto a promessa de zerar o déficit não se concretiza, parte das famílias se mantém com a mesma angústia. Moradora do Parque Industrial João Braz, na região Oeste da capital, a secretária Jéssica Muniz Menezes, de 28 anos, é mãe de dois meninos, de 2 e 3 anos, e tem tentado concretizar a matrícula para os filhos. Mas, até agora, segue na fila de espera. "Estou aflita, olhando toda hora para ver se foi liberada. No momento estou pagando R$ 900 para cuidarem deles, só para não perder o trabalho. Literalmente estou trabalhando só para pagar alguém para cuidar, porque não posso perder a vaga", lamenta ela, que deve seguir arcando com o custo mesmo após a retomada das aulas, nesta segunda-feira (20), pela falta de vagas.

Nos últimos anos, a alta procura na Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) por familiares de crianças que aguardam vagas em creches tem motivado a instituição a realizar mutirões de atendimento. Em fevereiro de 2024, a exemplo, a ação foi realizada por três dias e finalizou com mais de 1,5 mil atendimentos. Em dezembro passado, a reportagem mostrou que 502 processos foram ajuizados, e outros 167 resolvidos extrajudicialmente. À época, o coordenador do Núcleo Especializado em Atuação Extrajudicial (NAE) da DPE-GO, Bruno Malta, explicou que dentre as ações que foram à Justiça, cerca de 90% tiveram parecer favorável e a vaga foi disponibilizada.
Para o início deste ano letivo, o defensor público pondera que a procura pela instituição tem sido em uma média de 30 atendimentos por dia. Ainda não foi definido se haverá mutirão neste ano, já que "vai depender da quantidade de atendimentos das próximas semanas".

Geral

4 passos importantes para quem vai comprar um imóvel pronto

Pesquisa aponta que a cada 10 imóveis comercializados no País, 6 estão prontos. É preciso tomar alguns cuidados na hora de fazer este tipo de aquisição, especialista explica qual é o passo-a-passo

Modificado em 17/09/2024, 16:15

4 passos importantes para quem vai comprar um imóvel pronto

(Shutterstock)

Dados da pesquisa Raio-X do Instituto FipeZap mostram que, em 2023, em média 60% das pessoas que adquiriram imóveis no país optaram pelos prontos (ou usados). Em Goiás, as operações de revenda intermediadas pelo Grupo URBS, maior imobiliária do Centro-Oeste entre janeiro e outubro deste ano, tiveram um aumento de 6%, no comparativo com o ano de 2022, correspondendo a praticamente 50% de todas as vendas de 2023.

De acordo com Pedro Teixeira, especialista em mercado imobiliário e sócio-diretor da URBS Alphamall e Imobi, unidade da URBS especializada na revenda de imóveis de alto padrão, a aquisição de usados vem sendo uma opção especialmente quando a família tem urgência para se mudar. "Neste caso, o comprador precisa ter um valor de entrada maior porque os bancos não financiam 100% do bem", lembra

Lembrando que a 'pressa é inimiga da perfeição', depois que encontrar o lugar ideal, quem está a procura de um imóvel pronto não pode deixar de ter a calma necessária para analisar detalhes relacionados à documentação e à manutenção antes de assinar a proposta. O especialista deixa quatro passos importantes para serem checados.

1 - Verifique se há dívidas vinculadas o imóvel - Pedro explica que o comprador deve verificar se não faz parte de algum inventário de herança, se o imóvel não é alvo de alguma penhora, se tem dívidas relacionadas a IPTU ou taxa de condomínio, se está com financiamento totalmente quitado", orienta o especialista. Estas informações podem ser encontradas no cartório de registro de imóveis, em órgãos da prefeitura e por meio de certidões emitidas pelo fórum. No caso de a negociação ser conduzida por uma imobiliária, a empresa providencia estes documentos com o vendedor do imóvel.

2 - Verifique se o proprietário pode vender o imóvel - A situação do proprietário que está vendendo o imóvel também deve ser averiguada. Isso porque, segundo explica Pedro Teixeira, o imóvel pode até estar com sua documentação toda correta, mas se o proprietário for réu em alguns tipos de ações judiciais, o imóvel pode ser penhorado para saldar a dívida. "A minha dica para o comprador é procurar um profissional da área, um corretor de imóveis, para que ele ajude nessa análise", alerta o especialista.

3 - Cheque o estado de conservação do imóvel - Esse é um aspecto que parece óbvio na hora em que se está comprando um imóvel usado mas, muitas vezes, o entusiasmo do comprador pode levá-lo a negligenciar a verificação de detalhes que irão dar muita dor de cabeça no futuro. "É de suma importância que o cliente visite o imóvel e observe seu estado de conservação, pois é natural que imóveis usados apresentem problemas estruturais como um vazamento, uma infiltração na parede e outros", recomenda Pedro.

4 - Pesquise a vizinhança - Antes de fazer a proposta, pesquise a região para saber se ela é um vetor de crescimento, o que vai atrair benfeitorias e valorização para o imóvel, e se a vizinhança atende suas necessidades, o que vai lhe proporcionar bem-estar. "Avalie o comércio, serviços, distância do trabalho, se tem muitas indústrias, bares, segurança...", enumera. Outra dica é visitar o endereço em vários horários diferentes do dia e também dirigir para o local em horário de rush.

IcEsporte

Esporte

Corrida de rua reúne vários benefícios. Veja dicas para começar hoje

Modificado em 17/09/2024, 15:40

Corrida de rua reúne vários benefícios. Veja dicas para começar hoje

(Divulgação)

Praticar exercícios físicos, conhecer pessoas novas, ter uma rotina mais saudável... Sabe aquelas metas que todo mundo faz para o ano novo? Então, que tal adicionar um desafio que une todos esses objetivos? A corrida de rua é uma ótima oportunidade para quem deseja se desafiar.

Um dos benefícios mais conhecidos da corrida tem relação direta com o emagrecimento. Isso porque a modalidade demanda muito esforço dos músculos, gerando um gasto calórico alto. Além disso, por ser essencialmente um exercício aeróbico, ela também desencadeia uma série de reações no organismo que favorecem a queima de calorias.

A recordista mundial Fernanda Maciel, uma das maiores ultramaratonistas do mundo, compartilhou cinco dicas para quem planeja estabelecer a meta de iniciar na corrida de rua em 2024.

1) COMECE AOS POUCOS
Para iniciar um novo hábito é preciso foco e dedicação. Na corrida, isso não é diferente. No entanto, evite encarar como uma obrigação de alcançar a excelência imediatamente ou adquirir os melhores equipamentos -- isso pode gerar uma pressão excessiva, levando a preocupações e frustrações, perdendo assim a essência de ter um hobby. Comece introduzindo a corrida aos poucos na sua rotina, separe um momento da sua semana para fazer caminhadas e ir ganhando confiança para acelerar o ritmo.

2) FOCO NA ROTINA
Sempre começo meus dias fazendo uma saudação ao sol e, em seguida, passo para exercícios de equilíbrio e força, que são as raízes para meus treinos de corrida. Encontrar um "ritual" para incorporar no seu dia a dia fará com os hábitos saudáveis fluam mais naturalmente. A prancha, por exemplo, é uma atividade superpoderosa para o corpo e mente - se você conseguir segurá-la por um minuto e se manter focado na posição, irá trabalhar no ponto-chave para conquistar maiores resistências física e mental.

3) TENHA UM BOM PLANO DE REFEIÇÕES E PREZE PELO DESCANSO

Junto com os treinos, o planejamento alimentar bem estruturado e uma boa rotina de sono podem aprimorar significativamente a experiência ao adotar esse novo hábito. Em relação à alimentação, é sempre importante buscar a orientação de um nutricionista para desenvolver um cardápio que atenda às exigências do seu corpo ao iniciar uma prática regular de exercícios físicos.

4) O AQUECIMENTO ANTES DA PROVA É ESSENCIAL!
Chegou o grande dia de participar de uma corrida. E agora? Não se esqueça dos alongamentos pré-prova, pois eles são extremamente importantes! Para provas realizadas no período da manhã, faça sempre um bom alongamento quando acordar, principalmente nas pernas e quadril, para evitar qualquer tipo de lesão ou estiramento da panturrilha e dos quadríceps.

5) MANTENHA A CALMA DURANTE A PROVA
Respeite seus limites e pense positivo. Não fique afobado com outro corredor ao lado e foque sua energia na sua própria passada, controlando seu ritmo e sua hidratação. Se a prova for mais longa, vale levar uma mochila leve e pequena, com garrafinha de água e gel de carboidratos e sais minerais. Se a corrida estiver muito puxada ou você se sentir ansioso, lembre-se que está tudo bem caminhar! Dê algumas passadas andando e volte a correr. Você tem o controle de tudo, então controle a sua respiração e vá mesclando: faça o descanso da caminhada para diminuir o ritmo da respiração, volte a trotar e vá aumentando o ritmo da corrida novamente