Sobre para 16 o número de municípios goianos com surtos da doença diarreica aguda (DDA), incluindo Goiânia - que não apareceu na primeira lista, em que 12 municípios estavam sendo investigados - de acordo com a última atualização da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). No total, 3.041 casos foram notificados. Segundo a SES, os casos continuam sendo monitorados e os municípios estão recebendo apoio nas ações de controle da doença.Os municípios são: Campos Belos, Cavalcante e Monte Alegre, São Miguel do Araguaia, Nova Crixás, Aruanã, Britânia, Cachoeira Alta, Goiatuba, Caturaí, Caldas Novas, Porangatu, Goiânia, Inhumas, Trindade e Firminópolis. Desses, o município com maior número de casos na última semana foi Campos Belos, mas a SES informou que os dados apresentaram queda de 30,4%. Foram registradas 110 notificações na semana passada e 48 nesta semana.O jornal tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde, por e-mail e telefone, para solicitar os dados especificamente de Goiânia, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.Ainda de acordo com a SES, as possíveis causas ainda estão sendo investigadas, com testes em andamento. No entanto, as principais hipóteses são a contaminação da água de poços particulares com presença da bactéria Escherichia coli, e ainda rotavírus.DDAA DDA é um quadro de diarreia que acontece subitamente, de acordo com o médico infectologista Marcelo Daher. Os primeiros critérios a serem observados são febre, sangue nas fezes e duração desse quadro de sintomas. O médico pontuou que a diarreia aguda é diferente da crônica. A primeira dura alguns dias - até 14, segundo o Ministério da Saúde -, enquanto a segunda pode durar meses, segundo ele. Essa questão é importante porque o tempo de duração dos sintomas auxilia a identificar se o quadro é bacteriano ou viral, segundo o médico. TratamentoDe forma geral, Marcelo explica que medicamentos são evitados em casos de diarreia. O recomendado é fazer uma hidratação vigorosa, com soro e água. "No geral, a gente evita medicamentos que cortam a diarreia, porque a gente tem que deixar limpar o intestino", explicou ele.Marcelo também fala sobre alguns alimentos que devem ser evitados pelos pacientes com DDA, como feijão e fibras, pois podem agravar o quadro. Ele recomenda "uma dieta mais leve, com alimentos de fácil absorção e que tenham pouca fibra", como purê de batata, frango grelhado e canja.O médico informou que o tratamento, quando se trata de medicamento, depende do causador da doença. Ele ressalta que é importante consultar um médico para entender o quadro e o tratamento de cada paciente, além de não se medicar sozinho. Ainda explicou que, em casos de doença bacteriana, talvez seja necessário o uso de antibióticos. Já em casos de vírus, ele explica que é mais raro ser necessário medicar, mas em situações excepcionais, seria utilizado um antiparasitário, mas, claro, com supervisão médica.ContaminaçãoO médico explicou que as causas para esse quadro são variadas: alimentos contaminados, transmissão hídrica, intoxicação e até surtos localizados. Ele também afirmou que as causas mais comuns para quadros de DDA são intoxicações alimentares. "Normalmente está relacionado com festas, restaurantes e bufês". No entanto, quando a causa está relacionada à qualidade da água, a abrangência da doença é maior e mais alarmante, segundo ele. Sobre o assunto, o médico apontou que "se existe uma contaminação do lençol freático com a Escherichia coli, ou com água de esgoto, vai ter um surto em uma cidade ou em um bairro, então a área de abrangência é muito maior".PrevençãoA Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a doença diarreica aguda pode ser prevenida e controlada com medidas de higiene e saneamento básico. Por isso, a pasta listou medidas simples que podem auxiliar na prevenção da DDA: Lavar as mãos com frequência, principalmente antes das refeições e após usar o banheiro; Consumir água tratada e alimentos bem cozidos; Manter os alimentos em locais adequados e protegidos de insetos; Buscar atendimento médico em caso de sintomas como diarreia, vômitos, febre e dor abdominal.