Goiás tem a primeira morte por dengue em 2025, diz SES
Outras seis mortes, sendo quatro em Goiânia, uma em Mozarlândia e uma em São Simão, são investigadas, aponta o painel da SES
Samantha Souza
26 de janeiro de 2025 às 13:40
Modificado em 26/01/2025, 13:42

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya (Raul Santana/Fiocruz)
Goiás registrou a primeira morte por dengue no estado em 2025. A informação consta no Painel de Monitoramento das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). O caso foi na cidade de Heitorai, no centro goiano. Outras seis mortes, sendo quatro em Goiânia, uma em Mozarlândia e uma em São Simão, são investigadas, aponta o painel.
A reportagem tentou contato com a SES-GO e Secretaria Municipal de Saúde de Heitoraí para mais detalhes do caso, mas até a última atualização deste texto não obteve resposta.
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Até a última atualização do painel, ocorrida nas primeiras horas deste domingo (26), Goiás já tinha notificado mais de sete mil casos de dengue. Além disso, 14 municípios estão em estado de alerta em função da alta incidência da doença. A classificação é feita considerando o número de habitantes por casos registrados.
As cidades em situação de emergências são:
Outros 151 municípios estão em estado de alerta devido ao número de casos da doença e 81 estão em fase de preparação para o enfrentamento de uma possível fase crítica da doença, já que também contam com números elevados de casos da dengue.
Risco de epidemia
No último dia 18, durante reunião do governo estadual com prefeitos, o secretário estadual de Saúde, Rasível dos Reis Santos, alertou para o risco elevado de contaminação pelo sorotipo 3 da dengue, que voltou a circular e já foi detectado nas cidades de Rio Verde, Anápolis e Goiatuba.
A gente está pegando uma população absolutamente suscetível ao sorotipo 3 e esse é o grande risco. A gente não pode relaxar", pontuou o titular da pasta.
Na mesma ocasião, em entrevista ao POPULAR , a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Cristina Laval, explicou que de 2023 a 2024, o sorotipo 1 era o mais comum. A partir de 2024, houve uma inversão, passando a ser mais frequente o sorotipo 2, que representou 75% das amostras.
Como houve essa inversão, a gente espera realmente uma explosão de casos, porque você tem um número grande da população que ficou um bom tempo sem ter contato com esse sorotipo 2", explicou.
Para 2025, o cenário permanece e o sorotipo mais prevalente tem sido 2, segundo a superintendente. Contudo, é preciso se atentar à transmissão do sorotipo 3 que já circula no estado.
Isso é preocupante, porque o sorotipo 3, desde 2008, nós não temos uma circulação expressiva dele. Então estamos com uma população toda exposta, o que pode levar ao aumento do número de casos", alertou à época.
Em 2024, o estado registrou 414 mortes por dengue, com outras 53 ainda sob investigação. No ano anterior, foram 58 óbitos confirmados. No Brasil, a doença matou 6.041 pessoas no ano passado.
Combate ao Aedes Aegypti
Agentes de saúde orientam que a melhor maneira de evitar dengue, zika e chicungunha é a eliminação de criadouros do Aedes aegypti.
Atualmente, o trabalho para controlar a proliferação do mosquito tem sido feito principalmente por meio do manejo ambiental, como a retirada de lixos. Além disso, o combate ao mosquito deve ser visto com atenção pela população, já que, segundo a SES, 75% dos criadouros estão dentro das casas.
Os agentes de combate a endemias têm visitado as residências para combater criadouros e as bombas costais têm sido usadas de forma estratégica. O fumacê, amplamente usado há alguns anos, tem servido para situações específicas como, por exemplo, quando não é possível usar as bombas costais. Segundo a SES-GO, a estratégia tem baixa eficácia porque a maioria das casas possuem muro alto e árvores nas portas.