Segundo polícia, quatro mulheres e um homem irão responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa
Um grupo de cinco pessoas foi preso em um hotel de luxo, no Setor Oeste, em Goiânia, no domingo (2). Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), eles são suspeitos de aplicarem um golpe utilizando uma agência de modelos com sede em São Paulo. O delegado Humberto Teófilo contou que o grupo atraía as vítimas, por meio de anúncio patrocinado nas redes sociais, com a promessa de participação em um comercial para uma famosa marca de cosméticos.
O POPULAR entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Os presos são quatro mulheres, de 41, de 29, de 26 e de 25 anos; e um homem de 26 anos. Todos com documentos de São Paulo. Uma das mulheres, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de acordo com o delegado, foi identificada como proprietária da agência.
À polícia, os suspeitos alegaram que contrataram uma pessoa para gerir as redes sociais e que não "sabiam do teor e que não tinham ciência de tudo isso." O delegado ressaltou que as vítimas eram mulheres com idades entre 40 e 60 anos, além de adolescentes.
As pessoas iam até eles, e eram oferecidos os serviços, faziam os contratos, mas com destaque de que nada seria garantido de que elas seriam modelos e fazer propagandas", acrescentou Teófilo.
O delegado indica que os golpes eram praticados em Goiânia, Anápolis, Brasília e São Paulo. Uma das vítimas, uma cuidadora de idosos de 55 anos, que estava no local quando a polícia efetuou as prisões, narrou que viu o anúncio da agência quando navegava pela internet e clicou na propaganda. Automaticamente, ela foi direcionada para um "chat" e de lá convidada a enviar uma mensagem para um número de WhatsApp.
A conversa entre a cuidadora de idosos e um suposto contato com a agência, que se apresentou como a "produtora de elenco", seguiu normalmente, sendo informado os valores de cachês de R$ 500 a R$ 3.900 mil. Na sequência, foi feito o agendamento de um ensaio fotográfico no hotel onde os suspeitos foram presos.
Ao chegar ao local, a vítima revelou que foi atendida por uma das suspeitas, que confirmou ser o local de seleção de participantes para o comercial, lhe entregou uma ficha para que preenchesse e pediu para aguardar para realizar o ensaio fotográfico.
No hotel, Humberto Teófilo ressaltou que três vítimas foram identificadas, duas mulheres e um adolescente de 13 anos, que estavam aguardando para ensaios de fotos. Além disso, segundo o delegado, outros três contratos foram encontrados assinados por duas idosas, uma de 63 anos e outra de 60, no dia da diligência.
Chegando ao local, as vítimas tiravam fotos, se maquiavam, mas eram surpreendidas com a venda de produtos que jamais seriam entregues, tal como um 'book'. Mais de 100 mulheres caíram no golpe e gastaram aproximadamente mil a R$ 3 mil", estima Teófilo.

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)
As duas idosas teriam pago R$ 3 mil e R$ 1,2 mil, respectivamente, pelos kits da agência. A terceira era uma mulher que não teve a idade revelada, mas que teria pago R$ 1,2 mil para o grupo. Durante as investigações, Teófilo destaca que outros contratos de mais de 90 pessoas foram apreendidos com o grupo.
O POPULAR entrou em contato com a agência de modelos e com a marca de cosméticos para se manifestarem sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
O delegado pontua que os suspeitos devem responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa.
A PC-GO informou que a imagem de Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva está de acordo com os termos da lei nº 13.869/2019 e com a portaria nº 547/2021, "visto que a referida publicação poderá auxiliar no surgimento de novas vítimas".