A Justiça autorizou que o servente de pedreiro Reidimar Silva Santos, de 31 anos, faça exame de insanidade mental. O pedido foi feito pela defesa dele dentro do processo que responde pela morte da estudante Luana Marcelo Alves, de 12 anos, em novembro de 2022. Reidimar confessou esse crime e também a morte da também estudante Thaís Lara da Silva, aos 13 anos, em agosto de 2019. Ele está preso desde 29 de novembro.A morte de Luana causou forte comoção social pela forma brutal como ocorreu. Ela tinha saído de casa para comprar um lanche no Setor Madre Germana II, em Goiânia, e foi abordada por Reidimar no caminho de volta. O corpo foi encontrado dias depois carbonizado e enterrado no quintal de uma casa onde o servente morava. Em janeiro, ele confessou ter matado de forma semelhante três anos antes Thaís Lara, no mesmo bairro. A Polícia Civil suspeita que ambas tenham sido estupradas antes de mortas, mas ele nega.Reidimar diz que é usuário de crack, que na época dos crimes estava sob forte dependência da droga e agora a sua defesa usa isso como argumento para justificar o exame de insanidade. O pedido foi feito após audiência de instrução e julgamento no caso de Luana. Este processo encontra-se sob sigilo. Já o de Thaís encontra-se na fase de aguardar a audiência, marcada para 18 de setembro.O Ministério Pùblico do Estado de Goiás (MP-GO) se posicionou contra o exame e pediu, caso a defesa fosse atendida, que pelo menos o processo não fosse suspenso até a entrega do resultado. Entretanto, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia, suspendeu até a conclusão do laudo.“Em que pese a argumentação ministerial, compreendo que em atenção ao contraditório e à ampla defesa, além da necessidade de apuração da higidez mental do acusado, que pode sobremaneira vir a interferir em futuros atos processuais, acompanho parecer defensivo e defiro a instauração do incidente de insanidade mental de Reidimar Silva Santos”, escreveu o magistrado.Entenda o casoO servente de pedreiro responde dois processos por feminicídio quadruplamente qualificado, com agravante por as vítimas serem crianças. Luana e Thaís moravam no mesmo bairro que Reidimar, sendo que o caso de 2019 só foi descoberto depois que a Polícia Civil suspeitou das semelhanças no perfil das jovens e a proximidade geográfica do desaparecimento desta com a casa de Reidimar.No dia 28 de agosto de 2019, ela se separou da tia em um ponto de ônibus no bairro e foi até uma feira livre. Ao passar em frente à casa do acusado, entrou pelo portão e perguntou pela criança. Foi neste momento que foi rendida. Por mais de três anos, a polícia e a família acreditaram que ela havia fugido de casa.Reidimar também chegou a responder pelo estupro de uma adolescente de 15 anos, fato ocorrido em 2015, mas conforme mostrou O POPULAR o processo foi arquivado porque no dia do julgamento nem a polícia nem o Ministério Público conseguiram localizar a vítima e a Justiça ficou com a versão do acusado. Para o jornal, a mãe da jovem disse que eles se mudaram com medo do servente, que respondeu ao processo parte em liberdade e que o MP-GO tinha, sim, seu contato.Nas duas mortes confessadas, o servente conta que estava sob efeito de drogas ou de bebida alcoólica.