O pai de uma adolescente de 17 anos, acusado pela própria filha de agressão e abuso é procurado pela polícia desde a última sexta-feira (9), quando sequestrou a mãe de sua filha e desapareceu.O caso ganhou repercussão a partir da fuga da adolescente na semana passada em Santos, no litoral sul de São Paulo. A jovem sumiu na segunda-feira (5) após ser deixada pela mãe na porta do Colégio Ramos Lopes, no bairro do Gonzaga, e foi encontrada na sexta-feira em Mongaguá, também no litoral paulista, na casa da irmã, de 23 anos. GuardaEm 2001, o casal perdeu a guarda da irmã da adolescente após denúncias de que ele agredia a menina, sua enteada. A garota de 6 anos foi colocada para adoção. As irmãs, que nunca haviam se falado, encontraram-se recentemente por meio das redes sociais. A jovem passou a relatar os abusos que sofria e decidiu fugir.No período em que permaneceu escondida, a adolescente manteve contato com alguns colegas da escola, que contaram os detalhes para a diretora da instituição."Eu consegui falar com ela e passar a segurança de que poderíamos ajudá-la. Após a fuga, muitos alunos vieram contar que ela relatava as agressões há algum tempo", disse a diretoraAs irmãs foram juntas ao Conselho Tutelar de Mongaguá, que devolveu a adolescente aos pais. Questionada pela reportagem sobre a atitude, uma representante do conselho, que se identificou como Adriana, disse que nada foi encontrado no histórico para impedir a entrega da menina aos pais.Casa dos paisDe volta a Santos, a adolescente afirmou ter sido coagida pelo pai a gravar um vídeo no qual afirmou que "tudo estava bem" e também a prestar queixa contra todos que a ajudaram.Na sexta-feira (9) ela foi à delegacia denunciar o pai, acompanhada pela irmã, a diretora da escola, pelo conselheiro tutelar de Santos, Mauricio Bezouro Carvalho, e por amigos.Ao tomar ciência da nova acusação, o acusado sequestrou a mulher e desapareceu.O caso foi registrado como ameaça, por causa das acusações contra o pai, denunciação caluniosa e constrangimento ilegal, por ela ter sido coagida a fazer um boletim com informações falsas.O conselheiro tutelar solicitou medida protetiva para que a jovem não volte para casa. Ela está sob responsabilidade do conselho até que a Vara da Infância e Juventude determine seu destino.