Thallyson Vyctor Pires Souto, de 21 anos, também perdeu o poder familiar sobre o filho que teve com Ana Clara. Crime aconteceu em setembro de 2024 e foi registrado por uma câmera de segurança

À esquerda, a atendente Ana clara, de 20 anos. À direita, o ex-namorado dela no momento da prisão, Thallyson Vyctor, de 21 anos. (Reprodução/Redes Sociais)
O autônomo Thallyson Vyctor Pires Souto foi condenado a 29 anos e dois meses de prisão pelo assassinato da ex-namorada, Ana Clara Alves Gonzaga, e pela tentativa de homicídio do motoboy Peterson Henrique Martins da Silva. Com a decisão da Justiça, Thallyson também perdeu o poder familiar sobre o filho que teve com Ana Clara, um bebê de 1 ano e 8 meses.
A sentença foi proferida na última sexta-feira (21) pelo Tribunal do Júri de Goiânia. A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a defesa de Thallyson para pedir um posicionamento. Porém, o veículo não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.
Thallyson, de 21 anos, foi condenado por dois crimes: homicídio qualificado contra Ana Clara, com pena de 18 anos e 9 meses; e tentativa de homicídio contra Peterson, com pena de 10 anos e 5 meses. Conforme a decisão, a pena deve ser cumprida em regime fechado na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia. Além disso, o juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva também determinou a suspensão dos direitos políticos do condenado.
Relembre o caso
O crime ocorreu na madrugada de 1º de setembro de 2024, em uma via no Setor Noroeste, em Goiânia. Uma câmera de segurança registrou o momento em que Ana Clara, de 20 anos, foi atingida por tiros enquanto voltava do trabalho. A jovem era atendente em uma sanduicheria e estava na garupa de uma moto por aplicativo (assista abaixo).
O vídeo mostra que outra moto passa ao lado da que Ana Clara estava como garupa. Em seguida, ela cai baleada e Peterson, que estava conduzindo a moto, sai correndo. O suspeito ainda retorna e caminha até a vítima, que está no chão. Ana Clara não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Peterson ficou ferido e chegou a ser hospitalizado, mas já recebeu alta. Segundo um familiar de Ana Clara, a jovem estava a apenas 2 minutos de casa.
Thallyson foi preso no mesmo dia como o principal suspeito do crime. Ele estava em um hotel no Setor Central, em Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), Thallyson confessou que atirou na vítima e disse que estava arrependido. A arma utilizada no crime foi encontrada na casa de um amigo dele.
Após concluir a investigação do caso, a Polícia Civil (PC) indiciou Thallyson por dois crimes. O primeiro foi homicídio qualificado pela morte de Ana Clara. O segundo foi tentativa de homicídio com uma qualificadora por ferir a tiros o motoboy Peterson, que fazia o transporte da atendente.
Histórico agressivo
À reportagem, um familiar de Ana Clara que preferiu não se identificar revelou que ela e Thallyson tiveram um relacionamento de aproximadamente dois anos. Eles até chegaram a morar juntos, mas haviam terminado cerca de dois meses antes do crime.
Ele [Thallyson] perseguia ela [Ana Clara] sempre. Ele sempre foi uma pessoa ruim. Sempre muito agressivo e ameaçador. Ameaçava muito ela, que se visse ela com outro homem ou na moto de alguém iria atropelar eles na rua", afirmou.
Ainda segundo este familiar, o sonho de Ana Clara era comprar a casa própria para morar com o filho. "Era tudo que ela sempre quis", revelou.

Segundo a polícia, Ana Clara foi morta a tiros pelo ex-namorado quando voltava do trabalho, em Goiânia. (Reprodução/Redes Sociais)