A maquiadora e influenciadora digital, Larissa Rosa, foi indiciada pela Polícia Civil pelos crimes de incitação à discriminação de pessoas portadoras de deficiência e às pessoas pertencentes à comunidade LGBTQIA+. A investigação começou depois que ela gravou um vídeo zombando das vagas de estacionamento em um shopping de Goiânia que são exclusivas para autistas. Caso segue agora para análise do Ministério Público.Na ocasião, a influenciadora compartilhou os vídeos no grupo de melhores amigos do Instagram. “Agora tem vaga exclusiva para autista. O mundo está muito difícil. Quero saber quando que vai ter vaga para gordo estressado. Olha isso, gente”. As imagens viralizaram depois que um de seus amigos filmou a tela e compartilhou de forma pública.Além disso, nas imagens, Larissa ainda diz: “A vaga é tão colorida que eu achei que era pra viado”. A mãe dela, que também aparece nas gravações, não foi indiciada por não ter ficado comprovado que ela participou dos comentários.Em seu depoimento, a maquiadora alegou que não teve a intenção de ofender ninguém com seus comentários. Ela chegou a fazer um pedido público de desculpas logo após a circulação dos vídeos. “Me desculpem de todo o coração. Foi uma brincadeira péssima. Não representa o que eu penso. Não sei se isso muda alguma coisa, mas só tinham 18 pessoas nos meus melhores amigos. Então, eu pensei muito pouco na hora de falar”.O delegado que investigou o caso, Joaquim Adorno, informou que não dará detalhes sobre a conclusão do inquérito. A defesa técnica da senhora Larissa Rosa, através do advogado Dr. Regis Davidson, informou que a mesma colaborou com todas as informações e esclarecimentos a autoridade policial. "Sobre o indiciamento pela autoridade policial em momento oportuno irá se manifestar processualmente", disseram em nota.Leia também:- Pelo menos cinco pessoas já denunciaram influenciadora que zombou de vagas para autistas- Comissão da OAB pede indiciamento de influencer de Anápolis por homofobia- Maquiadora de Anápolis revolta a web ao criticar vagas para autistasDenúnciasA Polícia Civil recebeu várias denúncias contra a influenciadora durante a investigação. As queixas partiram de familiares e associações que lutam pelos direitos de pessoas que possuem transtorno do espectro (TEA). Com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei número 13.146/2015), praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência tem pena prevista de dois a cinco anos de prisão e multa.A Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Anápolis, também entregou à polícia uma notícia-crime pedindo o indiciamento da jovem por racismo contra a população LGBTQIA+. O presidente, Alex Firmino da Costa, explicou que a comunidade foi ofendida quando a influenciadora disse que a vaga era tão colorida que pensou que era para "viado", usando um termo pejorativo como se fosse engraçado.Ao POPULAR, Costa informou que várias pessoas procuraram a Comissão da OAB relatando terem se ofendido com a fala, pela forma como Larissa se referiu à comunidade. “Ela se desculpou com os autistas, mas nada quanto aos LGBTQIA+”, pontuou.