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Irmãos gêmeos de Goiás são anunciados no BBB 25

Goianos de Goiatuba, inteior do estado, João Pedro e João Gabriel são a sexta dupla anunciada no reality show e integram o grupo Pipoca

Modificado em 10/01/2025, 10:12

João Pedro e João Gabriel são a sexta dupla do BBB 25

João Pedro e João Gabriel são a sexta dupla do BBB 25 (Reprodução/Redes sociais)

Goianos de Goiatuba, interior de Goiás, os gêmeos João Pedro e João Gabriel, de 21 anos, foram anunciados como a sexta dupla da casa mais vigiada do Brasil. A dupla integra o grupo Pipoca.

Além da aparência física, os irmãos, que atualmente moram em Bela Vista de Goiás, compartilham os mesmos gostos e profissão: os dois são salva-vidas de rodeios e influenciadores digitais.

Em entrevista à TV Globo, a dupla contou que pretende fazer dessa aliança um dos trunfos para conquistar o prêmio milionário para ajudar a família e romper barreiras: "O povo acha que a galera do agro têm muito preconceito com algumas coisas, então nós queremos mostrar o outro lado do agro", resume João Pedro.

Aos 21 anos, os gêmeos são salva-vidas de rodeios e influenciadores digitais (Reprodução/Redes sociais)

Aos 21 anos, os gêmeos são salva-vidas de rodeios e influenciadores digitais (Reprodução/Redes sociais)

Sobre a dupla

Em 2021, João Gabriel se inscreveu em um reality show virtual promovido pelo influenciador sertanejo Jacques Vanier.

Na época, mesmo sem muita prática com o celular, ele gravou vídeos de humor, venceu o concurso e e ganhou uma viagem à Festa do Peão de Barretos, quando sua carreira como influenciador - universo ao qual também levou o irmão - deslanchou.

João Pedro, por sua vez, compartilha que tem como lema de vida a música "Ainda existem cowboys", de Fernando & Sorocaba, que faz jus a paixão da dupla pelos rodeios.

(Com informações da TV Globo)

João Pedro e João Gabriel (Reprodução/TV Globo)

João Pedro e João Gabriel (Reprodução/TV Globo)

Geral

Casal goiano estava em barco que afundou nas Maldivas

Caio Gomes e a esposa Fernanda Diniz estavam em viagem de lua de mel

Modificado em 11/03/2025, 07:34

Um casal de goianos estava em um barco que naufragou na costa das Maldivas, no Oceano Índico. A embarcação que realizava a rota entre o atol Alifu Dhaalu Dhigurah e Malé levava 48 pessoas, dentre crianças e idosos (assista ao vídeo acima).

Em entrevista ao POPULAR , Caio Gomes, que estava acompanhado da esposa Fernanda Diniz em viagem de lua de mel, contou que o incidente aconteceu na manhã do dia 02 de março quando o barco foi atingido por fortes ondas.

A gente estava fazendo um translado de uma ilha chamada Dhigurah, onde estávamos fazendo a primeira parte da nossa viagem de lua de mel, indo de volta para a capital das Maldivas (Malé). O dia não estava chuvoso, porém estava nublado e o barco estava balançando consideravelmente. Com 40 minutos de viagem, o barco bateu forte contra uma onda e quebrou a porta onde estavam os passageiros, molhando a todos nós. A princípio continuamos a viagem, porém aos poucos o barco foi pendendo para o lado direito", contou.

Segundo Caio, a tripulação não estava conseguindo contato com a guarda costeira e estranharam o fato de os tripulantes não comunicarem os passageiros do que estava acontecendo com a embarcação.

"O barco não tinha rádio e os tripulantes estavam tentando fazer contato com a guarda costeira pelo celular deles e não estavam conseguindo. Eu e minha esposa estranhamos isso. Então, minha esposa disse para eu tentar contato com a guarda costeira pelo meu telefone, consegui falar com eles e passei para o comandante que conseguiu passar as coordenadas devidas para o resgate. A tripulação em nenhum momento falou para nós o que estava acontecendo, só disseram para pôr o colete e pular do barco", relata.

De acordo com Caio, a saída do barco foi tranquila, ninguém se apavorou ou machucou até a chegada do resgate que demorou cerca de 40 minutos. No entanto, o colete dele e da esposa não inflaram e tiveram de boiar segurando um colete que estava solto no mar.

Eu e minha esposa somos praticantes de mergulho, tanto de cilindro como de snorkel. E estávamos ali há uma semana praticamente, fazendo só isso. Então, acredito que isso nos ajudou a manter a calma diante da situação", afirmou.

Caio Gomes e a esposa Fernanda Diniz estavam em viagem de lua de mel nas Maldivas (Montagem O Popular/Acervo Caio Gomes)

Caio Gomes e a esposa Fernanda Diniz estavam em viagem de lua de mel nas Maldivas (Montagem O Popular/Acervo Caio Gomes)

As malas do casal foram encontradas dois dias após o naufrágio da embarcação. A única coisa que o casal não conseguiu recuperar foram os passaportes que estavam em uma mochila que estava sob os cuidados de Caio no momento do incidente. Porém, isso não atrapalhou a viagem de Lua de Mel de Caio Gomes e Fernanda Diniz nas Maldiva, pois registraram um boletim de ocorrência.

Para retornar ao Brasil, o casal precisou solicitar uma Autorização de Retorno ao Brasil (ARB) junto a embaixada por terem perdido o passaporte no exterior.

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Gil do Vigor e Ceci Ribeiro são os novos apresentados do Bate Papo no 'BBB-25'

Economista e a jornalista comemoram a notícia nas redes sociais

Gil do Vigor e Ceci Ribeiro são os novos apresentados do Bate Papo no 'BBB-25'

(Divulgação TV Globo)

O ex-BBB Gil do Vigor volta ao reality show em 2025 como apresentador de um quadro fixo da Globo. Ele e a jornalista Ceci Ribeiro vão comandar o Bate Papo BBB.

O quadro do reality show é uma conversa ao vivo com o eliminado da semana no globoplay, serviço de streaming da emissora.

"Eu vou dar tudo de mim. Estou estudando bastante e me preparando para que eu consiga suprir essa expectativa do público", afirmou o economista em comunicado enviado ao F5. "Mas precisa ter uma empatia. Nós que vivemos essa experiência entendemos que aquele momento é de muito choque, de descompressão."

Ceci começou carreira no rádio e comandou por 15 anos programas de entretenimento na TV Integração, afiliada da Globo em Minas Gerais.

"Estou me dedicando muito a aprender e trabalhar para entregarmos um programa à altura do que o público espera. E fã de BBB é exigente, eu sei porque sou dessa turma."

A também ex-BBB e o jornalista Thiago Oliveira são os responsáveis por fazer entradas ao vivo ao longo da programação da emissora para atualizar movimentações da casa ao público.

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Boninho começa seletivas para o 'BBB-25' por Curitiba

Modificado em 17/09/2024, 15:58

Boninho começa seletivas para o 'BBB-25' por Curitiba

(Divulgação TV Globo)

Um pouco mais de dois meses após o final do BBB 24, o diretor Boninho, 62, iniciou as seletivas para a próxima edição. Nesta segunda-feira (24), ele compartilhou um vídeo no Instagram em que aparece ao lado dos colegas Rodrigo Dourado e Angélica Campos no aeroporto do Rio com destino para a primeira cidade das eliminatórias: Curitiba.

Boninho, que já havia anunciado as inscrições em dupla, deu a entender que na nova temporada possa ter a dinâmica 'Freeze', que tem viralizado nas versões gringas. Nela, os confinados precisam ficar "congelados" ao comando da produção por tempo indeterminado, e ser submetidos a um apelo emocional. Quem não resistir ao teste de fogo é automaticamente eliminado.

Em março, o Big Brother Colômbia surpreendeu os telespectadores com a entrada de Alejandro Estrada, conhecido ator colombiano. Ele entrou para falar com a mulher Nataly Umaña que se envolveu com outro participante durante o reality, Miguel Melfi.

"Estou surpreso que você tenha feito isso diante das câmeras. Por que não conversou comigo antes ou depois do programa? A honestidade é fundamental em qualquer relação, e saber dizer as coisas a tempo é essencial", desabafou Alejandro que deixou a aliança na mesa de jantar da casa. As lágrimas escorreram pelo rosto de Nataly, mas ela permaneceu imóvel.

Um mês antes, a dinâmica aconteceu no Big Brother Holanda. Uma das participantes do reality recebeu a visita de seu cão e não pôde tocá-lo. O animal vai ao encontro da tutora, que congela para não ser eliminada. O cachorro tenta interagir, mas não obtém retorno e vai embora. Após a saída dele, a participante vai às lágrimas e os colegas de confinamento a confortam.

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Relatos goianos sobre um Rio Grande de lágrimas

Reportagem colheu depoimentos de quem saiu de Goiás para fazer a vida em terras gaúchas e agora passa por privações e incertezas diante da tragédia das águas

Modificado em 17/09/2024, 15:56

Alessandra Galvão, empresária goiana e moradora de Santa Cruz do Sul, voluntária para arrecadação e trabalho de recebimento de donativos e Rubem Quintana, um dos coordenadores do Pavilhão Central, local onde armazenam e distribuem as doações

Alessandra Galvão, empresária goiana e moradora de Santa Cruz do Sul, voluntária para arrecadação e trabalho de recebimento de donativos e Rubem Quintana, um dos coordenadores do Pavilhão Central, local onde armazenam e distribuem as doações (Divulgação)

++ELDER DIAS++

O Rio Grande do Sul é terra de um povo desbravador. Em todo o Brasil, a presença gaú-cha é sentida de forma marcante. Nesse sentido, notadamente no Centro-Oeste, principalmente com atuação forte na agricultura e na pecuária. Cidades inteiras foram praticamente erguidas -- ou revividas -- por gente que veio dos Pampas para o Cerrado.

Mas também há o inverso: muitos goianos foram instigados a deixar seu Estado para estudar ou trabalhar no Sul do País, um lugar de qualidade de vida acima da média nacional. Nos últimos tempos, no entanto, a região, que é bastante suscetível às mudanças climáticas, está marcada por tragédias ambientais, de seca ou chuva intensa.

As águas incessantes que caem sobre os gaúchos também afetam, essa gente que saiu do centro do País e que agora vive uma espécie de "Mad Max reverso". O jornal colheu alguns desses depoimentos para dar ideia de como quem saiu de Goiás vê a atual situação de sua nova "casa".

"Pensa em algo que virou de cabeça pra baixo"

Breno Alves Ribeiro

"Você consegue imaginar a Praça Cívica toda inundada?". Essa é a figura visual mais didática que o músico e professor Breno Alves Ribeiro evoca para fazer um repórter de sua cidade natal entender a dimensão do que viu nos últimos dias em Porto Alegre. Dois registros, um feito por ele mesmo, atestam o que vivenciou. No sábado (4), ele fotografou o Mercado Público da cidade já alagado; depois, viu a mesma paisagem mostrada por um drone. "Foi como ir de 'copo d'água' para 'oceano' em 24 horas. Surreal."

Goianiense, Breno foi para o Rio Grande do Sul fazer faculdade na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Na cidade, da região da Lagoa dos Patos, onde morou por oito anos, amigos e ex-colegas experimentam a sensação de se tornarem o novo alvo das águas que flagelam o Estado desde o fim de abril. "Alguns deles já saíram de lá."

As sensações com o que se passa são estranhas, até com as próprias respostas. "As pessoas que conheço em Goiás, quando me perguntam se estou bem, aproveitam para saber se quem mora por onde a enchente passou já está voltando para casa. Eu respondo: 'Que casa?!' Tem cidade com bairros inteiros em que não sobrou casa nenhuma e onde nada vai ser reconstruído, porque não vão construir de novo onde pode alagar de novo."

O professor interrompe a história para informar que, enquanto conversamos, passa mais um helicóptero sobre a cidade serrana. "Essa é uma das coisas mais agoniantes, quando estava em Porto Alegre era só helicóptero o dia todo. Olhava para a rua, tinha caminhonete dos Bombeiros atravessando com um bote na caçamba. Um desespero", lembra.

A escola de música onde Breno leciona fica no bairro Menino Deus, na capital, um dos que foram tomados pela cheia absurda do Rio Guaíba. Apesar de morar em uma região que não chegou a ser alcançada pelas águas, próxima ao Parque Redenção, Breno tomou uma atitude de boa parte dos porto-alegrenses e gaúchos em geral: se abrigou provisoriamente em outra cidade. No caso, Carlos Barbosa, na Serra Gaú-cha, onde os proprietários de sua escola têm residência e a infraestrutura está íntegra, prejudicada apenas em alguns acessos. "De certo modo, a gente revive as cenas da pandemia, tendo de pausar o trabalho e se adaptar. Uma solução para as próximas semanas será a mesma do período de isolamento: retomar as aulas no formato online."

As imagens, porém, são mais impactantes desta vez. "Em locais de Porto Alegre que eram formigueiros de gente, da noite pro dia só se viam barcos e pessoas com água até o peito", conta o músico. De semelhante com os tempos da Covid-19, também o sentimento conjunto de incerteza, com mais chuva à vista. "Todos com medo do que pode acontecer, até porque já caiu bastante a temperatura e vem o frio por aí."

"10 reais matam a sede de uma família por 1 dia"

Alessandra Celline Ferreira Galvão

Em tese, estava tudo certo para Alessandra sair de Santa Cruz do Sul, pegar o voo para Porto Alegre rumo a Goiânia e passar o Dia das Mães com sua família, que veria pela primeira vez a caçula de 10 meses da empresária. Mas, no meio do caminho, tinha um bloqueio. "Avisaram que estava tudo fechando, até o aeroporto, e que o combustível na estrada estava acabando. Não arriscamos. Foi a sorte. O voo tinha sido cancelado. Graças a Deus não chegamos lá, ficaríamos sem ter como voltar." Era de sexta para sábado (4) e as horas sem comunicação deixaram seus parentes apreensivos.

Alessandra Celline Ferreira Galvão e o marido, Sávio Batista de Urzêdo, voltaram para Santa Cruz, mas não apenas para esperar bom tempo. Arregaçaram mangas para ajudar como pudessem pessoas que perderam tudo com a enchente. O casal trabalha no ponto de arrecadação de donativos, perto de casa. Com uma conta aberta e a ajuda de amigos de Goiânia, Mato Grosso e São Paulo, conseguiram R$ 8 mil. "Recebemos transferências de todos os valores. É importante pensar que mesmo 'só' 10 reais doados são importantes: isso mata a sede de uma família inteira num dia."

Pelo Instagram, "apesar de não ser nenhuma influencer", em seu perfil (@alessandra.galvao), Alessandra consegue mostrar como está a campanha. "A ideia da rede social é tornar mais fácil ajudar. É nossa missão ajudar o próximo. E, para mim, faz mais sentido ajudar o próximo que está mais próximo." Ela se considera uma pessoa de fé, "cristã, espiritualizada". "Creio que Deus quis que ficássemos aqui, para essa missão. Meu bairro não foi alagado, mas não tinha como ignorar esse cenário que vimos", diz.

Os primeiros dias de enchente foram preocupantes. Com emprego remoto, o marido de Alessandra não podia trabalhar, por conta da instabilidade da rede. Tudo isso era muito pouco perto do estrago que viram em outras partes de Santa Cruz: "Dois bairros muito atingidos, muita casa de madeira, à beira do rio, que ficaram condenadas."

Na pandemia, Sávio perdeu o emprego presencial que tinha e ela, que também é educadora física formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), teve de fechar e vender uma academia. Ela já havia visitado uma prima na cidade que viraria seu novo lar e se mudaram para lá em 2021, com a então única filha, hoje com 5 anos. Apaixonou-se por Santa Cruz e suas pessoas. "A qualidade de vida é muito boa. Tanto que, depois de tudo o que vem acontecendo, não passa por nossa cabeça voltar (para Goiânia). Aqui nos deram carinho, fizemos amizades logo. Agora é hora de contribuir".

"Nascida e criada" no Residencial Sonho Verde, no Conjunto Riviera, sul de Goiânia, para as próximas semanas Alessandra tem esperança de festejar na capital goiana o aniversário de 1 ano da filhinha. "Não sei se vamos conseguir. Mas isso agora não é o mais importante."

"As pessoas estão desistindo de ficar aqui na região"

Roney Pereira de Souza

"Pode ser meio-dia? É que está muito forte a chuva aqui, muito barulho e meio-dia já vou estar em casa e acho que lá vai estar mais tranquilo...". A conversa com Roney, na manhã desta sexta-feira (10), começou pelo WhatsApp e precisava ser mais dinâmica, daí o pedido da reportagem. Mas a resposta trouxe certo incômodo por algo que ele já havia adiantado em um áudio anterior. "Pessoal fala que aqui é 'o' problema. Se chove aqui no Vale do (Rio) Taquari, e está chovendo sem parar desde ontem, toda essa água vai para a região de Porto Alegre."

Roney Pereira de Souza sabia que 2024 seria um ano de mudanças em sua vida. Só não esperava que fosse tanto e com tamanha intensidade. No ano passado, a empresa em que o bacharel e especialista em logística trabalha decidiu encaminhá-lo para coordenar seu novo centro de distribuição, na pequena Flores da Cunha, distrito emancipado de Caxias do Sul e com pouco mais de 30 mil habitantes.

Aos 33 anos, tinha seu maior desafio: era a primeira vez que Roney Pereira de Souza saía para morar fora de Goiânia, deixando casa no Parque Amazônia e a mãe no Setor Garavelo. Chegou à cidade gaúcha em fevereiro e passou a cuidar da unidade, que recebe, armazena e distribui móveis para concessionárias de veículos.

De sábado para domingo (28) da semana anterior, Roney começou a chover na região. Uma chuva forte e que não parava. Quando deu três dias seguidos assim, eu achei muito estranho, mas ninguém aqui se dava o que estava por vir. "Imagina aquela pancada de chuva de verão que cai aí em Goiânia e deixa estragos com uma hora. Agora pensa nisso, mas durando dias e dias", relata. E a chuva seguiu nessa mesma intensidade até quinta-feira (2).

O rio já tinha transbordado e o centro de distribuição fica às margens. "Aqui na cidade, ficou alagado até a estação de abastecimento, o que fez com que ficássemos sem água durante vários dias." O trabalho no momento é tirar a mercadoria do depósito e usar as carretas para o armazenamento do estoque. "Eu precisava ter agora mais uns dez Roneys para me ajudar", brinca.

Os clientes já estão sabendo que as entregas, obviamente, vão atrasar. "Só tem um acesso para sair de Flores da Cunha, que vai por Vacaria, na divisa com Santa Catarina. Se precisar de desvio, sai caro demais pagar o frete, não compensa", justifica Roney. Mas o drama não é só de quem compra. Por conta dos bloqueios parciais e totais nas rodovias, os caminhoneiros estão resistentes em voltar a pegar cargas no Rio Grande do Sul. O relato em várias transportadoras é de que os motoristas autônomos que moram na região e saíram de viagem não pensam em voltar tão cedo, mesmo ficando longe da família. "Então, eles buscam novos frete entre as demais regiões, do Sudeste para o Norte, do Norte para o Centro-Oeste, Nordeste, para não parar. O medo de voltar e ficar com o caminhão preso em um bloqueio é maior", explica.

No geral, a situação na região é de desalento com a sequência de enchentes. "Muita gente das cidades por perto que teve perda material não quer passar mais por isso, preferem deixar para trás e ir para o litoral ou um lugar mais seguro e recomeçar. As pessoas estão desistindo porque entendem que é um problema da região, que não vai ser resolvido."

E sobre como as pessoas que deixou em Goiânia estão lidando com a situação? "Minha família está muito preocupada, minha mãe me liga todo dia, às vezes até chorando, meus amigos também, já que eu costumo ir uma vez por mês a Goiânia", diz. "Na TV mostram cidades submersas, cenas chocantes. Só que não é todo lugar que está assim, mas as pessoas ficam com isso na cabeça", diz.

Alessandra Galvão, empresária goiana e moradora de Santa Cruz do Sul, voluntária para arrecadação e trabalho de recebimento de donativos e Rubem Quintana, um dos coordenadores do Pavilhão Central, local onde armazenam e distribuem as doações

Alessandra Galvão, empresária goiana e moradora de Santa Cruz do Sul, voluntária para arrecadação e trabalho de recebimento de donativos e Rubem Quintana, um dos coordenadores do Pavilhão Central, local onde armazenam e distribuem as doações (Divulgação)

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