Foram sepultadas, no final da manhã desta sexta-feira (26), as irmãs Mirielly Gomes Souza, de 8 anos, e Cecília Gomes Souza, de 4, mortas a facadas em Santo Antônio de Goiás, no início desta semana. Os corpos foram enterrados no Cemitério Municipal Jardim da Saudade, no Parque Buritis, em Goiânia. O pai delas, o motorista de aplicativo Ramon de Souza Pereira, de 30 anos, confessou o crime.Mirielly e Cecília foram veladas na sala de velórios da Funerária Fênix, no setor Gentil Meireles. De lá, o cortejo com os corpos seguiu para o cemitério. Um funcionário informou que o sepultamento ocorreu no horário previsto, de 11h30.O crimeO motorista de aplicativo Ramon de Souza, de 30 anos, é suspeito de ter matado suas duas filhas, Mirielly e Cecília, a facadas e depois ateado fogo no carro com elas dentro, em Santo Antônio de Goiás. O crime ocorreu na segunda-feira (22).Conforme o delegado Marcus Cardoso, o homem teria agido por vingança por conta de um suposto caso extraconjugal de sua mulher, mãe das meninas. No dia em questão, Ramon teria pegado o carro e ido buscar as filhas na escola, o que não era um hábito. As crianças teriam, inclusive, implorado para não serem mortas pelo pai.A Polícia Civil informou que depois do crime, Ramon fugiu para uma região de mata. Ele foi encontrado um dia depois do crime, na terça-feira (23), pela Guarda Civil.DepoimentoLogo após ser preso, Ramon foi conduzido para a delegacia, mas como apresentava um ferimento na região da garganta, foi levado para a unidade de pronto atendimento (UPA) do Jardim América. “Os médicos verificaram que o estado de saúde dele era grave e encaminharam para o Hugo”, disse o delegado.No hospital, o homem foi internado na UTI e passou por uma cirurgia na traqueia. Porém, a unidade confirmou sua transferência para a enfermaria carcerária na manhã desta sexta-feira (26). Com isso, há possibilidade de ele prestar depoimento à polícia ainda hoje."Vou entrar em contato com o advogado da defesa e tentar marcar para ele ser ouvido ainda hoje. Caso ele não tenha condições, porque acabou de sair [da UTI], segunda-feira, sem falta, a gente vai tentar fazer a oitiva dele", declarou Cardoso.Ao Daqui, o advogado de defesa de Ramon, Djalma Alves, confirmou ter sido informado de uma melhora no estado de saúde de seu cliente e que, quando for procurado pelo delegado, vai colaborar para que o depoimento do suspeito aconteça.No entanto, Alves adiantou a estratégia da defesa. "Ele não terá nada que falar. A defesa vai orientá-lo para que se mantenha no direito constitucional de ficar em silêncio", informou o defensor, que acrescentou ter apontado uma "ilegalidade no momento em que efetuaram a prisão" de Ramon.