Amanda Mendonça Montel Peixoto, de 23 anos, foi indiciada pelo crime de estelionato por não pagar procedimentos estéticos em Goiás, segundo o delegado Daniel José de Oliveira. As investigações apontam que os golpes também foram aplicados em Tocantins e Mato Grosso e que, somados, os prejuízos chegam a mais de R$ 200 mil. Em nota, a defesa da indiciada, o advogado Rayfran Vieira, informou que irá se posicionar assim que tiver uma avaliação completa do caso e acrescentou que todo suspeito tem a presunção de inocência (veja a nota completa no final da matéria). A jovem está presa desde o dia 10 de setembro, no Tocantins. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela Justiça de Goiás, após representação da 4ª Delegacia de Polícia de Goiânia. Logo depois, a jovem foi transferida de Gurupi para o presídio feminino em Talismã, no mesmo estado. De acordo com a Polícia Civil (PC), os métodos de Amanda consistiam em falsificar comprovantes bancários de pagamento para enviar a clínicas de estética, os locais onde fazia os procedimentos. Acontece que o dinheiro não chegava nas contas dos proprietários e depois a mulher "desaparecia". Golpes em Goiás Segundo a polícia, um dos golpes ocorreu em junho de 2024, quando Amanda comprou próteses mamárias em uma empresa no Setor Oeste, em Goiânia, e enviou um comprovante de pagamento falso no valor de quase R$ 5 mil. No mesmo mês, um médico, que atende em uma clínica no Setor Marista, relatou à polícia ter sido vítima de um golpe após realizar uma cirurgia na mulher. Segundo o profissional, ele a consultou por vídeo, pois estava interessada em realizar uma série de procedimentos, incluindo mastopexia com prótese de mama, lipoaspiração com enxerto de gordura nos glúteos e correção de cicatrizes. O pagamento da consulta, no valor de R$ 300,00, teria sido efetuado via PIX. A cirurgia foi realizada dois dias depois em um hospital no setor Vila Nova, após o envio de um comprovante de transferência TED (método de transferência bancária) no valor de R$ 45 mil, referente ao pagamento dos procedimentos. Após o procedimento, a paciente fugiu do hospital durante a madrugada, antes de cumprir o período mínimo de 24 horas, segundo a PC. No dia seguinte, o cirurgião percebeu que todos os pagamentos feitos por ela eram falsos. Crimes anteriores De acordo com a polícia, em julho de 2022, Amanda cometeu o mesmo tipo de crime contra outro cirurgião plástico de Goiânia. O valor do prejuízo não foi divulgado. No mesmo mês, a suspeita teria aplicado um falso pagamento via pix em um supermercado, no setor Universitário, na capital. Por esse crime, ela foi presa em flagrante em São Miguel do Araguaia, no noroeste goiano. Golpes em outros estados Além de Goiás, Amanda Montel é investigada por aplicar golpes em procedimentos estéticos em mais dois estados brasileiros, sendo Tocantins e Mato Grosso do Sul. Em Tocantins, estado em que ela mora, há pelo menos 15 ocorrências criminais, entre elas porte ilegal de arma de fogo, conforme a polícia.O mais recente ocorreu no dia 13 de junho deste ano, quando ela deu entrada em um hospital por ter sido submetida a uma cirurgia plástica e apresentar abertura de pontos de sutura recente. O valor do atendimento teria sido pago de forma fraudulenta com comprovante falso de PIX. No dia 24 de julho ela chegou a ser presa pelo crime de estelionato, cujo prejuízo estimado era de cerca de R$ 100 mil. Em pesquisas ao Projudi-TJGO, verifica-se, em nosso estado, o envolvimento de Amanda em outras situações, como, por exemplo, o crime de estelionato em face de um cirurgião plástico em 2022, onde ela realizou uma cirurgia plástica e forjou o comprovante de pagamento de transferência bancária via TED", informou o delegado Daniel José à TV Anhanguera. Em maio de 2022, a investigada havia sido detida pela suspeita de aplicar um golpe no valor de R$ 45 mil após realizar cirurgias plásticas em uma clínica em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Veja nota completa da defesa de indiciada Em respeito ao direito à informação e em atenção às recentes notícias envolvendo minha cliente, acusada de suposto crime de estelionato, venho a público esclarecer que, até o presente momento, a defesa não teve acesso completo aos autos da investigação. É importante destacar que, conforme os princípios constitucionais, especialmente a presunção de inocência e o devido processo legal, qualquer conclusão precipitada, sem o exame aprofundado das provas e dos fatos, pode gerar interpretações equivocadas. Reiteramos que toda e qualquer manifestação da defesa ocorrerá nos autos do processo, no momento processual oportuno, onde apresentaremos nossa versão dos fatos e as provas necessárias para a justa elucidação do caso. A defesa está confiante de que, ao final, a verdade prevalecerá e que não haverá condenação sem que haja prova robusta e incontestável, conforme assegura a legislação penal brasileira. Atenciosamente, Rayfran Vieira Lima