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Leitos de UTI neonatal para a rede municipal estão lotados

De 74 contratados pela Prefeitura, nesta quarta (2) apenas dois lugares estavam vagos, mas inviabilizados por se encontrar em unidades com atendimento suspenso

Modificado em 04/11/2024, 08:55

UTI neonatal do Hospital Jacob Facuri: débitos fizeram unidade cortar leitos para a Prefeitura de Goiânia

UTI neonatal do Hospital Jacob Facuri: débitos fizeram unidade cortar leitos para a Prefeitura de Goiânia
 (Fábio Lima)

Os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal que atendem os pacientes da rede municipal de saúde de Goiânia estão lotados. Nesta quarta-feira (2), dos 74 leitos contratados pela Prefeitura, apenas dois estavam vagos. Entretanto, a regulação de pacientes para esses dois leitos está inviabilizada, já que eles estão localizados em dois hospitais que atualmente estão com os atendimentos a pacientes da rede municipal de saúde suspensos ou parcialmente comprometidos sob a alegação de débitos por parte da Prefeitura.

Um dos leitos que estava disponível nesta quarta fica no Hospital Jacob Facuri, no Centro. A Prefeitura possui 30 leitos de UTI neonatal contratados junto à unidade de saúde. O valor representa 40% do total de leitos desse tipo contratados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Na última sexta-feira (27), o Jacob Facuri emitiu um comunicado anunciando a suspensão de novos atendimentos, internações e procedimentos em suas unidades, incluindo as UTIs neonatal e adulto, hemodinâmica e cardiologia, tudo realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão entrou em vigor no início desta semana.

O motivo da suspensão dos atendimentos seria uma dívida de R$ 19 milhões por parte da Prefeitura. O diretor-geral do Jacob Facuri, Ibrahim Facuri, explica que os problemas de repasse começaram em 2020, com atrasos eventuais. Depois, eles ficaram mais frequentes. "Piorou nos últimos dois anos. Para ter ideia, tenho contas de fevereiro de 2022 para receber", frisa.

Segundo Facuri, a unidade de saúde recebe verbas do governo federal e um complemento advindo da Prefeitura. "Nunca tinha tido atraso no repasse da verba federal por parte da Prefeitura. O complemento atrasava alguns meses, mas depois isso se resolvia. Começaram a existir longos atrasos no repasse dos dois recursos", esclarece.

O diretor-geral do hospital conta que a unidade de saúde procurou a Prefeitura na última semana para tentar resolver o problema, mas foi informada de que a administração municipal não dispunha de recursos para serem repassados para a unidade de saúde. A notícia de que o hospital não receberia recursos e *o consequente temor pela* sustentabilidade financeira da unidade fizeram com que o Jacob Facuri decidisse interromper os atendimentos aos pacientes da rede municipal. "Esses 30 leitos de UTI neonatal têm um custo mensal superior a R$ 900 mil. Minha dívida iria aumentar e não tenho de onde tirar", alega Facuri.

No momento, os pacientes que já estavam internados nas UTIs neonatal e adulto da unidade continuam recebendo tratamento. "Mas não aceitamos novos", destaca Facuri. O mesmo vale para os pacientes que farão cateterismos na hemodinâmica do hospital. "Não suspendemos os que já estavam agendados, mas depois que encerrarmos esses atendimentos não faremos novos", frisa o diretor-geral da unidade de saúde.

Em nota, a SMS informou que já está em interlocução com a diretoria do Jacob Facuri com o objetivo de buscar soluções para as demandas apresentadas e que os débitos em questão não se referem aos repasses mensais, "mas ao complemento à tabela SUS que o município paga para a unidade, devido à defasagem dos valores de remuneração".

A pasta destacou que, somente este ano, repassou ao hospital R$ 17,5 milhões. Facuri não nega o repasse de R$ 17,5 milhões por parte da Prefeitura, mas alega que o dinheiro serviu para amortizar parte de uma dívida de R$ 24 milhões que a administração municipal tinha com o hospital no início de 2024. "Ao longo deste ano, foram se acumulando novos valores", pondera.

A SMS também comunicou que para as UTIs pediátricas, a exemplo do Hospital Jacob Facuri, o município faz um complemento que totaliza R$ 2,2 mil a diária e que, conforme legislação vigente, o município teria de investir na saúde 15% do que arrecada, sendo que atualmente o percentual está em 28%, o que inviabiliza o atendimento de mais reivindicações dos hospitais privados no que diz respeito aos complementos à tabela SUS.

Fundahc

Além do Jacob Facuri, o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HHMCC) é a outra unidade de saúde que dispunha de uma vaga em UTI neonatal pela rede municipal de saúde nesta quarta. Entretanto, em 29 de agosto, os serviços ambulatoriais das três maternidades de Goiânia foram paralisados. Na ocasião, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que administra as unidades, alegou em nota encaminhada à imprensa que a suspensão ocorreria até que fosse alcançada a "regularidade financeira dos convênios com a Prefeitura de Goiânia".

Os atendimentos de urgência e emergência continuam sendo realizados, mas com limitação. As UTIs neonatais, por exemplo, estão disponíveis apenas para os bebês que nascem na unidade, mas não recebem pacientes regulados.

Em reportagem do jornal publicada em 18 de setembro, a SMS previu novos repasses à Fundahc para a semana iniciada no dia 23 de setembro. Questionada sobre o assunto, a fundação informou que ainda aguarda um repasse, que seria feito no dia 25 de setembro, "referente a acordo de quitação de uma pequena parte de valores a receber para regularizar os serviços nas maternidades públicas de Goiânia".

Já a SMS comunicou que o repasse a Fundahc será realizado até a próxima sexta-feira (4). A pasta ainda destacou que trabalha para realizar os repasses necessários para que o HMMCC atue com toda a capacidade de leitos de UTI pediátrica.

O jornal entrou em contato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pelo Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), para comentar o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A Prefeitura possui oito leitos de UTI neonatal contratados na unidade. A reportagem não conseguiu contato com a Maternidade e Hospital São Judas Tadeu, onde a Prefeitura possui outros 16 leitos de UTI neonatal contratados.

Geral

Funcionária é morta pelo ex dentro de supermercado de Goiânia, diz PM

Delegado relatou que vítima estava separada do homem há quatro meses. Eles morreram no local

Modificado em 24/04/2025, 16:26

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Um homem de 62 anos matou a ex-mulher, de 60, a tiros e se matou em seguida dentro de um hipermercado, por volta das 9h desta quinta-feira (24), na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia. A vítima, identificada como Sílvia Barros, era funcionária do estabelecimento.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, disse em entrevista a TV Anhanguera que a vítima estava recém-separada do ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira. Segundo ele, a suspeita é de um feminicídio.

O que nós apuramos através das diligências de investigações iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há quatro meses. Ela saiu de casa em dezembro do ano passado, mas ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes", disse o delegado.

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No entanto, Alfama pontua que não há relatos na polícia sobre ameaças do homem à vítima. "Não há nenhum registro de violência física da parte dele antes desse fato de hoje. Os próprios familiares e amigos dela, que estiveram aqui no local, relataram que ela mesmo dizia que nunca tinha sido vítima de violência", completou.

O supermercado Atacadão disse que está oferecendo toda assistência necessária aos familiares, "e que também está colaborando com as autoridades competentes para a investigação do caso".

O delegado relatou que o homem chegou, sabia que ela estava no hipermercado, a procurou e quando encontrou a mulher efetuou ao menos dois disparos. A polícia relatou que a vítima morreu no local.

Alfama antecipou que a arma de fogo usada no crime pertence a um terceiro, que será investigado. Ele disse não saber ainda como o atirador teve acesso a essa arma.

O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado, mas que a vítima e o autor dos disparos já estavam mortos no local.

Nota da PM na íntegra:

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informa que foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro de um estabelecimento comercial, na Avenida Perimetral, em Goiânia. Informamos também que a ocorrência está em andamento e que os demais órgãos responsáveis pela investigação do caso já foram acionados.

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

IcMagazine

Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".