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Lula indica chance de aliança com Alckmin e elogia ex-governador de SP

O ex-presidente disse que teve "extraordinária relação" com Alckmin quando era presidente, Lula indicou que a possibilidade de aliança é real, mas depende também de acerto partidário

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 00:20

Lula indica chance de aliança com Alckmin e elogia ex-governador de SP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista para a Rádio Gaúcha, que espera Geraldo Alckmin (PSDB) definir seu partido para decidir sobre a possibilidade de o ex-governador de São Paulo integrar sua chapa para as eleições de 2022 como candidato a vice.

Dizendo que teve "extraordinária relação" com Alckmin quando era presidente, Lula indicou que a possibilidade de aliança é real, mas depende também de acerto partidário. O ex-governador está de saída do PSDB e tem o PSD e o PSB como principais opções de filiação.

"Quando fui presidente, tive uma extraordinária relação com Alckmin, [José] Serra, Yeda Crusius, [Germano] Rigotto. Eu não fazia diferença na minha relação com entes federados. Não queria saber de que partido era a pessoa", disse, citando ex-governadores de São Paulo e Rio Grande do Sul.

"Tive extraordinária relação com Alckmin, foi um governador responsável aqui em São Paulo. Ele está numa definição de partido, estamos em processo de conversar, vamos ver, se a hora que eu definir se sou candidato ou não, é possível construir uma aliança política. Primeiro preciso ver qual partido ele vai entrar, ele ainda não decidiu", disse.

De acordo com a colunista do jornal Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, Lula e Alckmin têm novo encontro nesta semana para discutir uma possível aliança. Recentemente, em entrevista durante viagem à Europa, o ex-presidente já havia feito um aceno, dizendo que não havia nada na relação entre eles "que não podia ser reconciliado".

PRÉ-CANDIDATURA

Lula ainda não anunciou oficialmente a própria candidatura. Ele diz que tomará uma decisão em fevereiro ou março de 2022. No entanto, nos bastidores, seu nome na disputa ao Planalto no ano que vem é dado como certo por aliados e adversários.

Na entrevista à Rádio Gaúcha, ele brincou com a situação: "Já tenho 23 vices e 8 ministros da Fazenda, e nem sou candidato ainda".

Atualmente, o petista aparece na liderança em todos os cenários de disputa traçados pelos institutos de pesquisa para as eleições de 2022.

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Lula critica pedidos de anistia e desafia Bolsonaro

Bolsonaro foi declarado inelegível por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e pelo uso político do 7 de Setembro

Modificado em 05/02/2025, 16:53

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente Lula (PT) criticou nesta quarta-feira (5) os pedidos de anistia aos condenados do 8 de janeiro e afirmou que venceria Jair Bolsonaro (PL) de novo caso a inelegibilidade do ex-presidente fosse revertida.

Nem terminou o processo e as pessoas já querem anistia, ou seja, eles não acreditam que sejam inocentes? Eles deveriam acreditar [na inocência] e não ficar pedindo anistia antes de o juiz determinar qual é a punição ou se vai ter", disse em entrevista a rádios de Minas Gerais.

"Quando pessoas nem foram condenadas e estão pedindo anistia é porque estão se condenando."

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e pelo uso político do 7 de Setembro.

Ele também foi indiciado pela Polícia Federal em três inquéritos: o que trata das joias presenteadas pela Arábia Saudita; o que investigou a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19; e, mais recentemente, o da trama golpista de 2022.

Segundo a Polícia Federal, Bolsonaro planejou a tentativa de ruptura institucional, que só não teria sido concretizada por "circunstâncias alheias à sua vontade".

Os inquéritos foram enviados à Procuradoria-Geral da República, que deve decidir por fazer ou não a denúncia.

"Vocês terão direito de defesa que nunca houve para mim. Para ele [Bolsonaro] vai haver", disse Lula na entrevista desta quarta-feira, concedida às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNews de Belo Horizonte.

"E, se a Justiça entender que ele pode concorrer às eleições, ele pode concorrer e, se for comigo, vai perder outra vez. Não há possibilidade de a mentira ganhar a eleição nesse país."

Lula também lembrou a ida de Bolsonaro à Flórida após ter perdido as eleições de 2022. Com a partida para os Estados Unidos, o ex-presidente se esquivou de participar da cerimônia de posse do rival e encerrou seu mandato sem passar a faixa presidencial.

"Se ele fosse um homem que não tivesse preparado toda aquela podridão de comportamento, ele teria ficado e dado posse como qualquer ser humano civilizado faria, mas ele não. Vamos aguardar o julgamento com muita tranquilidade", disse Lula.

O projeto de lei que concede anistia aos condenados do 8 de janeiro tramita na Câmara dos Deputados e é alvo de disputa política entre a ala governista e a oposição.

O avanço da proposta pode beneficiar Bolsonaro, pois tramita em conjunto com outras mais abrangentes, que poderiam englobar as condenações da Justiça Eleitoral.

Em 2024, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) criou uma comissão para debater o tema. Agora no cardo, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) já afirmou que o assunto será discutido nos próximos dias.

Segundo ele, o tema deverá ser tratado com "imparcialidade".

Lula finaliza procedimento na cabeça, e médicos veem risco desprezível de novo sangramento

O presidente está internado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo após realizar cirurgia de emergência na terça-feira (10)

Modificado em 12/12/2024, 13:43

Lula, presidente do Brasil

Lula, presidente do Brasil (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O presidente Lula (PT) foi submetido na manhã desta quinta-feira (12) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a uma embolização, procedimento para reduzir o risco de novo sangramento intracraniano.

"Procedimento foi com sucesso, acabou. Presidente está acordado, falando", disse o cardiologista Roberto Kalil, médico do petista. Segundo ele, "não muda absolutamente nada" na sequência de recuperação do presidente, que tem alta prevista para o início da próxima semana.

O presidente está internado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo após realizar cirurgia de emergência na terça-feira (10) em razão da constatação de um hematoma de três centímetros entre o cérebro e uma das membranas (meninge) que envolvem o órgão.

O hematoma se formou após quase dois meses de uma queda no Palácio da Alvorada, em 19 de outubro.

Na ocasião, Lula caiu de um banco ao cortar as unhas, segundo seu relato, e teve que receber pontos na nuca. Desde então, tem feito exames periódicos de acompanhamento.

Em entrevista, o neurorradiologista José Guilherme Caldas disse que o procedimento desta quinta-feira, similar a um cateterismo, visou interromper o fluxo de sangue que abastece a cápsula formada pelo hematoma.

Foram injetadas na artéria femoral, por meio de uma sonda, partículas de um componente químico similar a uma gelatina no vaso sanguíneo que leva ao local, com o objetivo de entupi-lo.

Com isso, o risco de novo sangramento passa a ser "desprezível", segundo os médicos.

A partir da alta, prevista para segunda ou terça-feira, o presidente retornará a Brasília e poderá retomar a agenda de trabalho aos poucos, com com repouso e sem atividades físicas por algumas semanas, de acordo com os médicos. As visitas seguem vetadas até o final da internação, com exceção dos familiares do presidente.

Segundo Kalil, o presidente estará de "alta hospitalar", mas não "alta médica" e terá que fazer "repouso relativo".

Ele falou que, neste momento, Lula não está trabalhando, mas ressaltou que "quem trabalha com a mente nunca para".

"Orientação é o repouso relativo, evitar qualquer tipo de estresse, que é impossível na posição dele inclusive, mas acredito que, nos próximos dias, mesmo no hospital, ele vai conversar com as pessoas, com os assessores. Isso é natural, visto que, veja, ele está sentado, conversando, comendo, andando para lá e para cá", afirmou.

Também presente na coletiva, o neurologista Rogério Tuma reforçou o objetivo de evitar visitas que possam levar algum estresse ao presidente.

"Ele está muito bem e apto a praticar qualquer ato de vida civil, ele está cognitivamente íntegro. A única recomendação medica é que ele não se esforce nem física e nem mentalmente, então a solicitação [de que] não trabalhe enquanto está no hospital e não passe nenhum estresse ou que receba visita que leve a ele alguma dúvida ou ansiedade", disse.

A equipe médica voltou ainda que Lula não tem nenhuma lesão cerebral em decorrência do acidente e da hemorragia.

O procedimento desta quinta-feira e a cirurgia de emergência de terça foram realizada após o petista reclamar de dores na cabeça e sonolência ao longo da segunda-feira (9).

Ele também teve sintomas similares aos de uma gripe e chegou a ter febre, em um quadro viral, segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, que é coordenadora-geral da equipe de Saúde da Presidência.

O PROCEDIMENTO

A embolização das artérias meníngeas ---que irrigam as meninges, membranas que revestem o sistema nervoso central--- tem objetivo de interromper o fluxo de sangue em uma região do cérebro.

Estudo publicado no mês passado na revista científica New England of Medicine mostra que a recorrência de sangramento em pacientes submetidos a uma cirurgia como a de Lula foi de 9%, enquanto entre aqueles operados e, depois, embolizados, foi 3%. Pesquisas anteriores mostraram diferenças ainda maiores ---de 11% para 3%.

Ana Gandolfi, coordenadora do setor de emergências neurocirúrgicas da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explica que o procedimento não aumenta o tempo de recuperação de Lula.

"Ele lembra um pouco um cateterismo. Só que, em vez de chegar até o coração, a gente faz um cateterismo para chegar nas artérias da meninge. É um procedimento endovascular, você coloca um cateter dentro da artéria. É menos invasivo, não tem corte."

Em situações normais, explica a médica, recomenda-se 24 horas de repouso. "Como o presidente já está internado, e a programação é ficar uma semana, então não vai mudar muito nesse sentido."

A neurocirurgiã também reforça que a embolização não tem relação com a cirurgia feita por Lula para a drenagem do sangramento.

"Às vezes, o pessoal fala: 'será que a cirurgia deu errado?' Não é isso. A cirurgia pode ter sido ótima, mas você faz a embolização para tentar diminuir a chance de recidiva, que a gente sabe que é relativamente alta."

No SUS, o procedimento tem sido oferecido em protocolos de pesquisa. Ele também não é ofertado pelos planos de saúde por não estar incluído no rol de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

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Veja o que se sabe sobre operação contra golpe de Estado e plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Polícia Federal descreve em relatório como grupo planejou assassinatos. Mais de 36 pessoas foram indiciadas e cinco foram presas

Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal

Grupo pretendia matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal (Agência Brasil)

Cinco pessoas foram presas suspeitas de planejarem matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos suspeitos, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, que é militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás. O inquérito narra uma tentativa de golpe de Estado que seria executada em dezembro 2022, com o intuito de impedir a posse de Lula após a eleição.

As prisões foram realizadas pela Polícia Federal durante a 'Operação Contragolpe" na última terça-feira (19). No entanto, nesta quinta-feira (21), foi divulgada uma lista com 37 pessoas indiciadas, dentre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa (veja lista ao final da matéria).

Entre os indiciados, 25 são militares das Forças Armadas. A lista inclui sete oficiais-generais - um da Marinha e seis do Exército. A investigação reuniu troca de mensagens, áudios, registro de entradas nos prédios dos Poderes em Brasília, geolocalização de aparelhos celulares e outras provas foram inseridas no inquérito. O relatório final com cerca de 800 páginas foi enviado para o ministro Alexandre de Moraes.

Quem são os presos

Mario Fernandes - ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro
Wladimir Matos Soares - policial federal que fazia a segurança no hotel de Lula durante a transição de governo.
Rafael Martins de Oliveira - major do Exército
Hélio Ferreira Lima - major de Exército
Rodrigo Bezerra de Azevedo - major do Exército

Qual era o plano

A investigação aponta que Fernandes elaborou um plano para impedir a posse de Lula, que incluía os assassinatos. Os suspeitos teriam discutido a investida golpista na casa do general da reserva Braga Netto. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou uma delação premiada sobre o caso, teria participado da reunião.

Bolsonaro indiciado

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de militares e de aliados deve ocorrer no primeiro semestre de 2025 para evitar que os casos se arrastem até as eleições presidenciais de 2026.

O relatório final da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro participou de uma trama para impedir a posse de Lula (PT). Os indícios já são conhecidos desde o início do ano, quando a PF revelou - com base em provas e na delação do tenente-coronel Mauro Cid - que o ex-presidente teria apresentado aos chefes das Forças Armadas uma proposta de golpe de Estado.

Veja a cronologia do plano:

9 de novembro de 2022 - O general Mário Fernandes cria o planejamento "Punhal Verde e Amarelo" em um arquivo Word, inicialmente denominado "Fox_2017.docx". O documento detalha um plano para sequestrar ou assassinar Moraes, Lula e Alckmin;

12 de novembro de 2022 - Acontece uma reunião na casa do general e vice de chapa à Presidência com Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto. Segundo a Polícia Federal, nessa data foi apresentado e aprovado o planejamento chamado "kids pretos";

21 a 24 de novembro de 2022 - Entre esses quatro dias, a Polícia Federal identificou registros de geolocalização de dois suspeitos em locais onde estaria o ministro Alexandre de Moraes. Também é citado o aluguel de carros usados por eles com registros de pedágio que mostram que eles se deslocaram entre Goiânia e Brasília neste período.

6 e 7 de dezembro de 2022 - Mensagens trocadas entre Oliveira e Cid indicam que os dois estavam juntos no Palácio do Planalto no dia 6. Nas datas também foi registrada conversas entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Marcelo Câmara, então assessor do mandatário. Neste mesmo dia e horário, Fernandes, então Secretário-executivo da Presidência, estava no Palácio do Planalto e imprimiu o planejamento operacional denominado "Punhal Verde e Amarelo".

8 e 9 de dezembro de 2022 - Nessas datas, as linhas telefônicas utilizadas no evento "Copa 2022″ foram ativadas. O codinome, que também originou um grupo no aplicativo de troca de mensagens "Signal", foi usado para se referir ao crime. Os suspeitos receberam codinomes associados a países -- Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana -- para não revelarem suas verdadeiras identidades.

10 de dezembro de 2022 - Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, encaminhou quatro mensagens para Cid, com informações detalhadas sobre a cerimônia de diplomação do presidente eleito, a ser realizada dia 12, incluindo a rota que seria usada por Moraes. Durante a cerimônia, os dois também trocam mensagens.

13 de dezembro de 2022 - O prefixo telefônico associado ao codinome "Gana" se desloca de Goiânia para Brasília. Os registros de geolocalização mostram que ele esteve em locais relevantes para a ação que seria realizada no dia 15 de dezembro, como a residência funcional de Moraes.

15 de dezembro de 2022 - Segundo o relatório, neste dia é "Áustria" quem se desloca para Brasília, também partindo de Goiânia. "Neste dia, também são observados registros de deslocamento do veículo particular de Oliveira e pelo menos um veículo oficial vinculado ao Batalhão de Ações de Comandos", diz o relatório.

Quem é o militar preso em Goiás

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso em operação da Polícia Federal (Reprodução/Lattes e Divulgação/Polícia Federal)

O major Rodrigo Bezerra Azevedo, militar do Exército Brasileiro, foi preso em Goiás suspeito de participar da tentativa de golpe de Estado e de planejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , Alexandre de Moraes.

Rodrigo Bezerra de Azevedo informou em seu currículo Lattes que tem experiência e interesse em "Defesa, Operações Especiais, Relações Internacionais, Organizações Internacionais e Terrorismo Internacional". O documento foi atualizado no dia 4 deste mês. O histórico de cargos inclui as funções de major, tenente-coronel e capitão, todas no comando do Exército.

Na plataforma, o militar informou as seguintes formações acadêmicas:

Doutorado em Ciências Militares na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (Eceme)
Mestrado em Ciências Militares na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao)
Especialização em Ciências Militares com ênfase em Defesa - Eceme
Especialização em Bases Geo-Históricas para a Formulação Estratégica - Eceme
Graduação em Ciências Militares na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)

Militar usou dado de motorista para tramar contra Moraes

A Polícia Federal afirma que um dos militares envolvidos no plano usou dados de outra pessoa para habilitar um celular usado na comunicação do grupo. De acordo com relatório policial que respaldou a Operação Contragolpe, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, então major, cadastrou o aparelho em nome do dono de um carro com quem se envolveu em acidente de trânsito na rodovia que liga Brasília a Goiânia.

Os investidores afirmam que a conduta "converge com o processo de 'anonimização', técnica prevista na doutrina de Forças Especiais do Exército que possui como finalidade não permitir a identificação do verdadeiro usuário do prefixo telefônico".

O uso dos dados, segundo afirmou a PF, foi identificado após a apreensão de celular em poder de Oliveira em fevereiro passado, quando foi realizada a Operação Tempus Veritatis, fase anterior da investigação que tem o objetivo de identificar os responsáveis pela trama golpista.Os peritos identificaram no telefone duas imagens, fotos da carteira de habilitação de Lafaiete Teixeira Caitano e de um certificado de licenciamento de veículo.

Lista dos indiciados

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem
  4. Almir Garnier Santos
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima de Moura
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  10. Bernardo Romao Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabrício Moreira de Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto
  37. Wladimir Matos Soares

Geral

Lula sanciona novo salário mínimo com ganho real e mudança da isenção no IR

O objetivo é trazer aumento real do valor -ou seja, acima da inflação.

Modificado em 19/09/2024, 01:08

Novo salário mínimo será de R$ 1.320,00

Novo salário mínimo será de R$ 1.320,00 (Canva/Reprodução)

O presidente Lula (PT) sancionou a lei que aumenta o mínimo para R$ 1.320 e implementou a nova política de valorização do salário. O objetivo é trazer aumento real do valor -ou seja, acima da inflação. Esta é uma das promessas de campanha de Lula, em contraponto ao governo Jair Bolsonaro (PL), que ficou quatro anos sem a valorização.

Lula também sancionou a alteração na correção da tabela do Imposto de Renda, outra promessa de campanha. Com a mudança, pessoas físicas com renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.640) ficam isentas. A isenção estava congelada em R$ 1.903,98 desde 2015.

Lula esteve ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em meio às negociações de uma reforma ministerial. Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) representou o Senado, já que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estava em viagem a São Paulo.

Além disso, o presidente Lula enviou ao Congresso a medida provisória para cobrar, duas vezes ao ano, entre 15% e 20% dos rendimentos dos fundos de "super-ricos". Assim, o governo prevê arrecadar R$ 24 bilhões deste ano até 2026.

Lula assinou e remeteu ao Congresso também o projeto de lei para tributar as aplicações de brasileiros no exterior em paraísos fiscais, conhecidos como offshores e trusts. Atualmente, essa tributação ocorre apenas quando o dinheiro é resgatado e enviado ao Brasil.

"O que estamos levando à consideração do Congresso, com consideração e respeito, é aproximar nosso sistema tributário ao que tem de mais avançado no mundo, estamos olhando para países da OCDE, nossos vizinhos mais desenvolvidos, mais bem arrumados, para as boas práticas do mundo inteiro, procurando estabelecer e nos aproximar do que faz sentido do ponto de vista da justiça social", afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Aumento do salário mínimo
A sanção reinstaura a política de valorização anual do salário mínimo, vigente até 2015. O cálculo fica assim:

O valor é corrigido pela inflação do ano anterior, com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), somado à variação positiva do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos atrás

O salário já é reajustado para R$ 1.320, um aumento de 8,9% em relação aos R$ 1.212 de 2022, desde janeiro por meio de medida provisória. No fim da gestão, Bolsonaro havia proposto aumento para R$ 1.294.

O reajuste traz um ganho real de 2,7%, se levar em consideração a inflação de 2022. Se a política de implementação do mínimo estivesse vigente, a base estimada pelo governo federal estaria em R$ 1.342.

Progressão do IR
Lula sanciona ainda a política que aumenta a faixa de isenção do imposto de renda. O objetivo do governo é chegar a pessoas físicas com ganho mensal de até R$ 5.000 até 2026, último ano deste terceiro mandato de Lula.

Para 2024, já passam a valer os seguintes descontos:

Renda mensal de até R$ 2.112: isento
Renda mensal de R$ 2.112,01 a R$ 2.826,65: 7,5%
Renda mensal de R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05: 15%
Renda mensal de R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68: 22,5%
Renda mensal acima de R$ 4.664,68: 27,5%