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Mais de um terço dos moradores da cidade de SP já teve contato com o coronavírus

Maior prevalência do vírus foi registrada na população entre 18 e 34 anos, segundo o estudo: 35,1%

Folhapress

Modificado em 21/09/2024, 01:02

Mais de um terço dos moradores da cidade de SP já teve contato com o coronavírus

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A presença da variante de Manaus, a P1, que é mais transmissível, fez com que mais de um terço dos moradores da cidade de São Paulo tivessem contato com o novo coronavírus, segundo o Inquérito Sorológico da prefeitura. O resultado do estudo foi divulgado no início da tarde desta quinta (13) em coletiva de imprensa.

O estudo, feito com testagem de 1.521 pessoas, mostrou que 33,5% já haviam tido contato com o vírus. Considerado o máximo do intervalo de confiança da pesquisa, esse resultado pode chegar a 37,1%. "Isso mostra o impacto da P1 [variante de Manaus] na cidade de São Paulo", afirma o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.

O resultado representa um crescimento em relação à fase anterior do inquérito, realizado em fevereiro, que mostrou que naquele momento, 25% (um quarto) da população havia tido contato com a doença.

Aparecido destacou o índice de assintomáticos no estudo, que foi de de 56,1% dos que já tiveram contato com o vírus. No último inquérito, essa parcela foi de 45,1% dos testados.

"[O aumento se deu] muito em função da P1. Houve um aumento elevado em jovens adultos que apresentam menos sintomas. Portanto, contraem o vírus, têm menos sintomas e têm um perigo maior de contaminação das demais pessoas."

A maior prevalência do vírus foi registrada na população entre 18 e 34 anos, segundo o estudo: 35,1%. Nas pessoas entre 35 e 49 anos, o índice foi de 28,7%, enquanto na faixa de 50 a 64 anos foi de 28%. A prevalência em pessoas acima de 65 anos não foi divulgada porque a parcela participante do estudo foi baixa -foram excluídas da amostra aqueles que já receberam a vacina.

Quando segmentado por região, o inquérito mostra uma prevalência maior do vírus nas populações da zona sul (39,1%) e zona norte (34,4%).

O aumento foi registrado em todas as faixas de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município. O maior crescimento, de 9,8 pontos percentuais, foi na população e IDH alto, que passou de 20,1% no estudo anterior para 29,9% no mais recente. Ainda assim, esta é a faixa com menor prevalência -o indicador é de 33,7% nas áreas de IDH médio e de 36,2% nas de IDH baixo.

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Trabalho de descontaminação busca diminuir danos no Rio Vermelho

Manancial recebe raspagem do solo afetado por agrotóxicos, além da lavagem das pedras que compõem suas margens na cidade de Goiás

Equipes fazem a descontaminação das margens do Rio Vermelho

Equipes fazem a descontaminação das margens do Rio Vermelho (Divulgação/Semad)

Autoridades municipais da cidade de Goiás percorreram o Rio Vermelho nesta segunda-feira (23), até o distrito de Buenolândia, para avaliações sobre a contaminação por agrotóxicos. A carga de pesticidas entrou em contato com o manancial após um acidente na GO-164, na manhã de terça-feira (17), que matou um casal e deixou dois homens feridos. Desde a última semana, moradores vêm registrando a morte de centenas de peixes ao longo das águas que cortam a antiga capital.

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A contaminação é monitorada pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Municipal do Meio Ambiente da cidade de Goiás. Nesta segunda-feira (23), equipes realizaram a remoção dos resíduos com a raspagem do solo contaminado e a lavagem das pedras que compõem as margens do rio.

A preocupação, tanto de pesquisadores da cidade como da administração pública com a qualidade das águas, que podem sofrer prolongadamente os efeitos da contaminação, gerou recomendações quanto à utilização do recurso hídrico. De acordo com a Semad, a população que necessitar de água para a hidratação de animais pode recorrer à secretaria pelo WhatsApp 62 92798321.

"Eu não tive coragem de descer mais em outros poços, só no que eu fui já fiquei bem triste", diz um agricultor familiar da região sobre a contaminação do Rio Vermelho. Em áudio ao qual a reportagem teve acesso, o homem pede a um agente público para solicitar à prefeitura uma fiscalização urgente junto do rio: "A situação não está normal, estamos muito tristes", complementa.

O homem diz ter encontrado ao longo do rio diversas espécies de peixes mortos, devido à grande quantidade de "veneno" nas águas. Após a ida ao local, ele diz não conseguir mais voltar pelo cheiro e situação em que o rio se encontra. "Tem uma espuma, está grossa, um cheiro muito estranho", complementou. Os peixes vêm sendo vistos mortos na antiga capital desde o museu Casa de Cora Coralina e se estendido também ao Balneário Cachoeira Grande, na junção do Rio Vermelho com o Bagagem.

Acidente

O acidente ocorreu na terça-feira passada, depois que um caminhão carregado de agrotóxicos teve uma falha nos freios próximo ao primeiro trevo de acesso à cidade. O caminhão atingiu a traseira de um veículo, o que causou a morte de um casal. Com o acidente, o Corpo de Bombeiros chegou a comunicar a Semad sobre os agrotóxicos espalhados na área. A carga foi identificada como roubada de um local no município de Marcelândia (MT).

Apesar de a Gerência de Gestão e Prevenção de Incêndios e Acidentes Ambientais (Gegia) da Semad tomar iniciativas para evitar o contato com o rio, como barreiras de contenção, as chuvas torrenciais na região acabaram levando produtos tóxicos para o manancial. Após a morte dos peixes, a secretaria entrou em contato com os fabricantes dos produtos, Bayer e Basf, para atender à emergência ambiental. Como prevê a Lei Federal 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, as duas empresas contrataram a Ambipar, que enviou profissionais para atuar na descontaminação da área.

Os ocupantes do caminhão onde a carga estava foram encaminhados ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). De acordo com nota da unidade, enviada na segunda (22), os dois homens estão internados na enfermaria do hospital, com o estado de saúde estável, conscientes e respirando espontaneamente.
(João Gabriel Palhares é estagiário do GJC em convênio com a UFG)

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Pesquisadores temem efeito prolongado da contaminação por agrotóxicos no Rio Vermelho

Principal manancial que corta a cidade de Goiás foi contaminado por defensivos agrícolas; carga roubada estava em caminhão envolvido em acidente que matou um casal

Contaminação por agrotóxicos mata centenas de peixes no Rio Vermelho, na Cidade de Goiás

Contaminação por agrotóxicos mata centenas de peixes no Rio Vermelho, na Cidade de Goiás (Murilo de Souza/PPGEO-UEG)

A carga de agrotóxicos que contaminou o Rio Vermelho, na cidade de Goiás, após um acidente ocorrido na manhã de terça-feira (17) na GO-164, provocando a morte de um casal, foi roubada no sábado (14) numa serraria no município de Marcelândia (MT). Neste domingo (22), centenas de peixes mortos foram encontrados no manancial que corta a antiga capital. A contaminação, que é monitorada pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Municipal do Meio Ambiente da cidade de Goiás, preocupa também o Grupo de Agroecologia e Educação do Campo - Gwatá, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que teme um efeito prolongado da contaminação .

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O acidente ocorreu depois que o caminhão carregado de defensivos agrícolas que trafegava na GO-164 em direção a Goiânia teve uma falha nos freios. Numa curva, em uma descida pouco antes de chegar ao primeiro trevo de acesso à cidade de Goiás, o motorista perdeu o controle do veículo. Antes de cair no barranco, a 15 metros do Rio Vermelho, o caminhão atingiu a traseira do veículo de passeio onde viajava um casal, que morreu na hora com o impacto. O Corpo de Bombeiros da cidade de Goiás conseguiu retirar o corpo do homem, mas preso às ferragens, o corpo da mulher só foi retirado no dia seguinte. Os ocupantes do caminhão foram encaminhados para atendimento hospitalar.

Logo após o atendimento às vítimas, o Corpo de Bombeiros comunicou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) que a carga de agrotóxicos ficou espalhada na área e realizou as primeiras ações para remover as embalagens. O ponto onde ocorreu o acidente está dentro da Área de Preservação Ambiental (Apa) Dr. Sulivan Silvestre, criada em 1998 para ajudar a proteger o Parque Estadual da Serra Dourada. A Gerência de Gestão e Prevenção de Incêndios e Acidentes Ambientais (Gegia), da Semad, tomou as providências para mitigar o desastre ambiental, mas chuvas torrenciais na região acabaram levando os produtos tóxicos para o leito do Rio Vermelho.

Peixes mortos foram vistos sobre a ponte que dá acesso ao Museu Casa de Cora Coralina, mas o maior volume neste domingo foi visto no Balneário Cachoeira Grande, que fica na junção do Rio Vermelho com o Rio Bagagem. Em razão da contaminação, no sábado (21), a prefeitura da cidade de Goiás emitiu duas notas, uma da Vigilância Sanitária e outra da Secretaria do Meio Ambiente, orientando a população a não consumir água do Rio Vermelho e não utilizá-la em atividades agrícolas. A administração municipal explicou que, no período chuvoso, a Saneago faz captação de água para oferecer à população nos ribeirões Bacalhau e Pedro Ludovico, que não oferecem risco à saúde humana.

Outra providência tomada pela administração vilaboense foi a interdição do acesso ao Rio Vermelho dentro do Parque Municipal da Carioca, um dos atrativos turísticos da cidade de Goiás. Titular da pasta de Meio Ambiente, Carlos Augusto Ignacio Campos explicou que o parque está aberto para outras atividades, mas não para banho. O acidente ocorreu em um dos poços dentro da área do parque, pouco acima da entrada principal. Os alertas da prefeitura valem até que haja segurança em relação à contaminação do manancial.

No sábado (21), quando peixes mortos começaram a aparecer, a Semad divulgou uma nota explicando que, como a carga era roubada, sem licença ambiental, os fabricantes dos produtos - Bayer e Basf - foram contatados para atender à emergência ambiental. Como prevê a Lei Federal 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, as duas empresas contrataram a Ambipar que enviou profissionais para atuar na descontaminação da área. Segundo a Semad, mais de 95% dos resíduos sólidos foram removidos e barreiras construídas junto ao corpo hídrico, mas as fortes chuvas não impediram a contaminação do Rio Vermelho.

Efeito prolongado da contaminação

Logo após a constatação da mortandade de peixes no Rio Vermelho, o Grupo de Agroecologia e Educação do Campo - Gwatá, da Universidade Estadual de Goiás, divulgou uma nota manifestando preocupação com os efeitos ambientais provocados pela carga de defensivos agrícolas que atingiu o manancial. "Entre os agrotóxicos dispersados pelo acidente estão o Mitrion, o Envoke e o Sphere Max, classificados como altamente tóxicos para organismos aquáticos", diz o comunicado. Pesquisador do Gwatá, Murilo Mendonça Oliveira de Souza explicou que é necessário ir além do monitoramento. "Estamos cobrando a formação de um grupo institucional para pensar nos processos de recuperação ambiental. Agrotóxico não é igual ao óleo que a gente consegue conter."

O Gwatá, que existe desde 2011, integra uma rede de instituições e pesquisadores nacionais e internacionais que discute o impacto dos agrotóxicos para a vida humana e para o meio ambiente. O coletivo envolve desde a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) até médicos e pesquisadores universitários. "Talvez seja o maior grupo que discute esse tema no Brasil", lembra Murilo de Souza. Como se trata de carga irregular, sem documentação, a Semad não sabe o volume transportado e o que ficou na área do acidente. "Esse tipo de agrotóxico penetra no solo e atinge o lençol freático de forma rápida. Os efeitos podem se prolongar porque os princípios ativos que compõem os produtos são persistentes e móveis no meio ambiente", enfatiza o pesquisador.

"Estamos monitorando a situação e em parceria com a Semad fazendo a coleta e análise da água do Rio Vermelho, além de comunicar a população sobre os riscos", afirma Carlos Augusto, titular da pasta municipal do Meio Ambiente. Segundo ele, já no momento da coleta dá para saber se houve contaminação, por isso as providências tomadas. Já a análise química está sob a responsabilidade do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad, mas ainda não está concluída. Após verificar a ilegalidade da carga, a Semad acionou a Polícia Civil que investiga o caso.

A reportagem teve acesso à ocorrência policial feita na segunda-feira 16) na Delegacia de Polícia de Marcelândia (MT). A carga de defensivo agrícola foi retirada do almoxarifado de uma serraria que pertence a Adilson Francisco Fistarol. Como a ocorrência do acidente e a situação da carga irregular foi comunicada nos sistemas integrados de segurança, o proprietário foi informado e veio para Goiás para se inteirar dos fatos. Os dois envolvidos, ocupantes do caminhão, que se feriram no acidente e inicialmente foram atendidos no Hospital São Pedro D'Alcântara, na antiga capital, foram encaminhados para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage, em Goiânia. Eles estão internados sob a custódia da Polícia Militar.

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Semad tenta conter contaminação no Rio Vermelho após acidente

Peixes foram encontrados mortos, e barreiras foram construídas às margens do rio

undefined / Reprodução

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) atua, neste sábado (21), para conter a contaminação do Rio Vermelho e reduzir os danos ambientais causados pelo vazamento de defensivos agrícolas após o acidente que matou duas pessoas e deixou outras duas feridas na GO-164, na cidade de Goiás. Segundo a Semad, quase todos resíduos químicos já foram retirados do local e barreiras foram construídas às margens do rio. Parte do solo contaminado será removido.

É uma área de difícil acesso [...] Já foi retirado 95% dos resíduos químicos, restando apenas resíduos que foram espalhados no solo. A empresa vai fazer a retirada desse material de solo contaminado e encaminhamento para incineração", explicou Maurício Veiga, agente da Semad, que trabalha no monitoramento da área.

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A Semad informou que foi constatada a morte de peixes no Rio Vermelho na manhã deste sábado, mas situação teria ocorrido por conta da chuva que levou os defensivos para dentro da água. "Ocorreu a morte de pequenos peixes, mas com o volume de água do rio, logo o produto químico diminuirá", afirmou Maurício.

Como mostrou O POPULAR , o acidente aconteceu na terça-feira (17) e envolveu um carro e um caminhão. O motorista e o passageiro morreram e os dois ocupantes do caminhão estão hospitalizados. A Semad informou que a carga do caminhão era roubada e não tem licença ambiental, com as devidas condicionantes, para o transporte do produto, como determina a lei.

Por não terem os nomes divulgados, O POPULAR não conseguiu atualizar o estado de saúde dos ocupantes do caminhão até a última atualização desta reportagem.

Qualidade da água

Conforme a Semad, equipes do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad e a Companhia Saneamento de Goiás S/A (Saneago) trabalham no monitoramento de parâmetros de qualidade da água. Por precaução, a Semad recomenda que os moradores não banhem ou utilizem água do Rio Vermelho.

Em nota enviada ao POPULAR , a Saneago disse que a população pode ficar tranquila, pois a captação de água no Rio Vermelho é feita, "exclusivamente, como reforço hídrico no período de estiagem, ou seja, não está sendo utilizada neste mês de dezembro, visto que já estamos no período chuvoso".

Também informou que atualmente, no município, a Saneago realiza a captação de água apenas nos córregos Bacalhau e Pedro Ludovico, "que estão com todos os parâmetros adequados, sem qualquer tipo de contaminação, permitindo o devido tratamento" (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

Protocolo

A Semad informou que foi comunicada sobre o acidente duas horas depois de ele ocorrer. Então, acionou o protocolo de emergências ambientais, que prevê a comunicação imediata da Saneago, Defesa Civil e do Batalhão Especializado em Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros.

A secretaria afirma que também enviou uma equipe da gerência que cuida de emergências ambientais e outra do seu próprio Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) para o local.

Enquanto bombeiros trabalhavam na contenção e recolhimento de embalagens e frascos de defensivos, que foram acomodados em sacos "big bag", e na remoção das ferragens para retirar o corpo de uma das vítimas fatais, a Semad usou a placa para chegar no responsável pelo caminhão, a quem cabe a obrigação legal de contratar uma empresa para atender a emergência ambiental.

Responsabilidade

Valendo-se do que diz a lei federal 6938, que atribui responsabilidade indireta aos fabricantes dos produtos vazados, a Semad acionou a BASF e a Bayer. Ambas contrataram a Ambipar, que desde então trabalha no local.

A Semad destacou que continua a monitorar a região e a trabalha no monitoramento da qualidade da água do Rio Vermelho. Segundo a secretaria, as sanções administrativas cabíveis ao caso serão aplicadas.

Nota da Saneago na íntegra:

A Saneago tranquiliza a população da Cidade de Goiás em relação à qualidade da água distribuída pela rede de abastecimento público. Como amplamente noticiado pela imprensa, na manhã da última terça-feira (17), um acidente automobilístico na GO-164 provocou o derramamento de agrotóxicos nas margens do Rio Vermelho. Entretanto, a captação de água da Companhia no Rio Vermelho é acionada, exclusivamente, como reforço hídrico no período de estiagem, ou seja, não está sendo utilizada neste mês de dezembro, visto que já estamos no período chuvoso.

Atualmente, no município, a Saneago realiza a captação de água apenas nos córregos Bacalhau e Pedro Ludovico, que estão com todos os parâmetros adequados, sem qualquer tipo de contaminação, permitindo o devido tratamento. Vale ressaltar ainda que, antes de ser distribuída à população, a água é tratada e obedece, rigorosamente, todos os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

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5 dicas para quem quer cursar uma universidade nos Estados Unidos

Modificado em 17/09/2024, 17:29

5 dicas para quem quer cursar uma universidade nos Estados Unidos

(Freepik)

Recentemente, o Open Doors, relatório divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano e pelo Instituto Internacional de Educação (IIE), mostrou crescimento de 7,6% no número de estudantes brasileiros matriculados em cursos de graduação e de pós-graduação nos EUA, que já passa de 16 mil pessoas.

De acordo com a análise, os estudantes brasileiros buscam diversas áreas de estudo, com destaque para negócios, administração, ciências sociais, finanças e artes. No entanto, com essa nova experiência à vista, muitos dos alunos têm dúvidas sobre como devem se preparar para a jornada de estudos em outro país, pensando nos desafios de vivenciar outra cultura e todo o processo de mudança envolvido, como moradia, transporte, trabalho, entre outros aspectos.

Para ajudar nesta organização, Lara Crivelaro, especialista em internacionalização e CEO da Efígie, edtech especializada em educação internacional, traz algumas dicas para facilitar a adaptação dos estudantes brasileiros que vão cursar universidades nos Estados Unidos. Confira abaixo!

1 -- A preparação começa muito antes
É fundamental entender e se preparar para o processo de admissão, que inclui testes padronizados como SAT (Scholastic Assessment Test) ou ACT (American College Testing), redações e atividades extracurriculares, mas, para além disso, o cuidado é anterior. De acordo com Lara, "preparar-se ainda na Educação Básica no Brasil pode ser importante para uma transição mais suave de um país para o outro. Faz-se necessário investir em um aprendizado aprofundado do inglês e participar de cursos avançados. É importante também estar atento a diferentes culturas por meio de leituras ou interações com estrangeiros, o que ajuda a desenvolver uma mente aberta. Foque também no desenvolvimento de habilidades como autonomia, resolução de problemas e pensamento crítico, que te prepararão tanto para as provas, quanto para a vivência", afirma a especialista.

2 -- Pesquise sobre a cultura do seu local de destino
Adaptar-se a um novo país pode ser um grande desafio para estudantes brasileiros que decidem cursar universidades nos Estados Unidos. Para tornar essa transição mais suave, a CEO destaca que é fundamental compreender e respeitar as diferenças culturais e, portanto, conhecê-las com certa propriedade. "A comunicação dos estadunidenses, por exemplo, é direta e objetiva, e pode ser uma mudança notável para os brasileiros. A pontualidade também é uma questão: ela é altamente valorizada e chegar atrasado a compromissos pode ser visto como falta de respeito. Além disso, a cultura americana incentiva a independência e a autonomia, esperando que os estudantes sejam proativos e autossuficientes. Estar aberto à diversidade cultural, religiosa e de modos de vida também é muito importante para uma integração harmoniosa a este novo momento de vida" completa.

3 -- Esteja pronto para uma nova rotina
Se uma mudança nacional já é trabalhosa, as internacionais exigem mais. A maioria das universidades oferece opções de moradia dentro do campus, o que pode facilitar a adaptação inicial. A especialista destaca que, "morar no campus durante o primeiro ano é uma escolha comum, pois proporciona um ambiente seguro e confortável. Alguns estudantes optam por trabalhar para manter a qualidade de vida e, com visto de estudante (F-1), eles podem trabalhar até 20 horas por semana em empregos no campus e podem fazer estágios para ganhar experiência profissional. A rotina acadêmica e social pode ser intensa e é recomendável criar um equilíbrio saudável entre estudo, trabalho e vida social. Participar de clubes e organizações estudantis é uma excelente maneira de construir uma rede de apoio num país diferente do seu", comenta Lara.

4 -- Não esqueça de considerar as dificuldades acadêmicas
No âmbito acadêmico, os estudantes brasileiros podem enfrentar desafios significativos. A fundadora da edtech explica que o sistema de avaliação americano tende a ser mais flexível, com avaliações contínuas ao longo do semestre, incluindo quizzes, trabalhos e participação em sala de aula, além de oferecer um currículo mais abrangente que permite a escolha de disciplinas fora da área principal de estudo. "Tudo isso pode gerar um estranhamento por parte do estudante brasileiro e, para auxiliar na adaptação, quase todas as universidades americanas possuem um International Students Office (ISO) ou International Student Services (ISS). Esses departamentos oferecem sessões de orientação para novos estudantes internacionais, explicando aspectos legais, acadêmicos e culturais. Além disso, disponibilizam suporte contínuo ao longo do ano para questões relacionadas a vistos, integração cultural e adaptação acadêmica, e organizam eventos sociais e culturais para ajudar na integração dos estudantes internacionais".

5 -- E, por fim, não se desespere
Apesar de parecer muito difícil, seguir o planejamento correto pode facilitar a experiência de cursar uma universidade nos Estados Unidos. Por isso, a especialista aconselha os estudantes: "busque referências de outras pessoas que passaram pela mesma jornada, especialistas que costumam acompanhar viagens e relaxe, pois o planejamento certo trará oportunidades muito gratificantes. Não se esqueça que o curso, para além de proporcionar um diploma valorizado no mundo todo, ainda agrega na sua perspectiva global e nas habilidades que os acompanharão por toda a vida", finaliza Lara.