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Militares do Exército são suspeitos de matar homem após briga em loja de conveniência em Goiás

Crime ocorreu no dia 24 de abril, em uma loja de conveniência de Planaltina de Goiás. Além dos militares, um homem foi preso e um foi apreendido

Modificado em 19/09/2024, 00:31

Militares do Exército são suspeitos de matar homem após briga em loja de conveniência em Goiás

Militares do Exército são suspeitos de matar homem após briga em loja de conveniência em Goiás (Divulgação / Polícia Civil de Goiás)

Colaborou: Samantha Souza

Três militares do Exército Brasileiro, um homem foram presos e um adolescente apreendido por suspeita de participação em um assassinato ocorrido em em Planaltina de Goiás, Entorno do Distrito Federal, nesta terça-feira (30). De acordo com a Polícia Civil (PC), o crime ocorreu na madrugada do dia 24 de abril, em uma loja de conveniência da cidade.

A operação que resultou na prisão dos investigados ocorreu na manhã desta terça-feira (30). Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão, cinco de busca e um de apreensão. Quatro pessoas foram detidas, dentre elas os militares e um menor de idade.

De acordo com o Grupo de Investigação de Homicídio (GIH) de Planaltina, na madrugada do dia 24 de abril, os quatro suspeitos teriam iniciado uma briga com a vítima, Carlos Felipe de Araújo, mais conhecido como Felipinho, de 24 anos,em uma loja de conveniências localizada na região central do município. O motivo seria desentendimentos anteriores.

Momentos depois, o grupo deixou o estabelecimento em um veículo preto, porém retornou após alguns minutos com um menor de idade, que portava uma arma de foto. A discussão se intensificou e o adolecente atirou diversas vezes contra a vítima, que morreu no local. Logo em seguida, eles fugiram usando um carro preto.

A Polícia Civil não divulgou os nomes dos adultos suspeitos. Eles serão indiciados pelos crimes de homicídio qualificado e corrupção de menores. O adolescente foi encaminhado ao Sistema Socioeducativo, onde será autuado por ato infracional análogo a homicídio qualificado.

Por email, a reportagem entrou em contato com o Comando Militar do Exército, responsável pelos militares acusados de homicídio e aguarda retorno.

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Denúncia contra Bolsonaro cita Goiânia 18 vezes e tem 4 nomes com atuação no estado

Denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas cita capital goiana em 18 momentos, com indicação como base para algumas ações e de militares vinculados a batalhão

Sede do Comando de Operações Especiais, em Goiânia: técnicas das forças especiais foram usadas pelos citados

Sede do Comando de Operações Especiais, em Goiânia: técnicas das forças especiais foram usadas pelos citados (Fabio_Lima)

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022 traz 18 menções a Goiânia, em 272 páginas, e tem quatro nomes que atuaram em batalhões do Exército em Goiás entre os denunciados. O procurador-geral Paulo Gonet aponta o peso dos chamados kids pretos no processo de articulação golpista, enquanto a capital goiana é sede do Comando de Operações Especiais (Copesp), que abriga o 1º Batalhão de Forças Especiais (BFEsp) e o 1º Batalhão de Ações de Comandos (BAC), unidades de elite do Exército Brasileiro.

Kids pretos são aqueles que têm formação nas forças especiais e, segundo Gonet, teriam "conhecimento tático especializado" e "influência sobre comandantes" para desenhar a trama golpista.

Os quatro que atuavam ou tiveram passagem por Goiás estão no grupo de 23 militares denunciados e já tinham sido alvos de medidas cautelares nas investigações da Polícia Federal (veja quadro). A denúncia cita ainda um outro militar que teve presença em Goiânia em meio às articulações por ruptura institucional.

A capital goiana é mencionada como base para um encontro com apelos por golpe, aquisição de celulares e chips "frios", aluguel de veículos para deslocamento até Brasília, e a articulação do grupo "copa 2022", que monitorou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com suposta intenção de prendê-lo ou executá-lo.

"As técnicas das Forças Especiais eram utilizadas pela organização criminosa não apenas no contato com os movimentos populares, mas especialmente no desenho das estratégias de ruptura institucional, como já sinalizavam os planos encontrados em poder dos denunciados. A contribuição ainda mais contundente dos militares especializados ocorreu na fase de execução das operações traçadas", diz Gonet.

Em outro trecho, o PGR descreve diálogos nos grupos de mensagens dos envolvidos que indicam a preferência por reunir "exclusivamente" militares com formação em Forças Especiais "que poderiam, de algum modo, influenciar seus comandantes, valendo-se também dos seus conhecimentos táticos especializados".

"Militares que tinham em comum vínculo com as Forças Especiais reuniram-se para encontrar meio de fazer com que a alta cúpula do Exército aderisse ao golpe a que estavam dando curso (...) Esse grupo atuou para pressionar o Comandante do Exército e o Alto Comando, formulando cartas e agitando colegas em prol de ações de força no cenário político, tudo para impedir que o candidato eleito Lula da Silva assomasse ao Palácio do Planalto. Visava-se manter no Poder o então Presidente Bolsonaro", completa o procurador-geral.

Primordial para as investigações, a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, relata um encontro com dois oficiais no Copesp em Goiânia, ainda em novembro do ano passado, quando ambos defenderam a mobilização para provocar "caos" no País e para impedir a posse do presidente então eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Cid se referia aos tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, que procuraram o então ajudante de ordens quando ele se preparava para assumir o BAC. A posse acabou cancelada em janeiro de 2024 diante das investigações. Antes disso, ainda em novembro, Cid marcou uma reunião dos dois com o general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro naquele ano.

Segundo a denúncia, depois da reunião, Oliveira e Ferreira Lima passaram a fazer viagens de Goiânia a Brasília para outros encontros e para monitoramento nos arredores de locais frequentados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Oliveira foi preso em fevereiro do ano passado, em Niterói (RJ), mas tinha Goiânia como local de atuação. A partir de maio, passou a usar tornozeleira eletrônica. É o nome que mais aparece em movimentações pró-golpe entre aqueles relacionados à capital goiana.

Preso em novembro do ano passado, o general da reserva Mário Fernandes, número 2 da Secretaria-Geral da Presidência na gestão de Bolsonaro, passou por Goiânia no comando do Copesp. Um dos principais argumentos da denúncia contra Fernandes é o fato de ter elaborado o documento "Punhal Verde e Amarelo", impresso no Palácio do Planalto e levado a Bolsonaro. O plano previa o assassinato de Lula, Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Os outros dois denunciados são os tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra de Azevedo e Guilherme Marques Almeida, ambos com atuação em Goiânia até o ano passado (veja quadro). O primeiro participou das movimentações golpistas ao lado de Oliveira, de quem era próximo. Já o segundo é citado como integrante do núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.

O POPULAR não conseguiu contato com os responsáveis pela defesa dos militares.

Geral

Foguete do Exército cai em lavoura perto de Formosa

Projétil foi lançado do Campo de Instrução, no Forte de Santa Bárbara, durante um treinamento para soldados e oficiais; ninguém ficou ferido

Modificado em 20/09/2024, 00:15

Clareira aberta na lavoura por conta do foguete, que mudou de rota

Clareira aberta na lavoura por conta do foguete, que mudou de rota (Marlon Henrique/TV Anhanguera)

Um foguete do Exército Brasileiro caiu em uma lavoura, próximo à cidade de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, na noite de quarta-feira (11). O projétil foi lançado do Campo de Instrução, no Forte de Santa Bárbara, durante um treinamento para soldados e oficiais.

Em nota, o Comando de Artilharia do Exército, que é subordinado ao Comando Militar do Planalto, informou que, após o incidente, a equipe de instrutores e monitores, acompanhados da equipe médica do exercício, compareceu ao local do impacto, "onde constatou não haver vítimas", já que algumas pessoas trabalhavam na plantação no momento da queda. Além disso, próximo ao local, existe um galpão e um posto de combustíveis, que não foram atingidos, não havendo, portanto, danos materiais.

O comunicado informou ainda que o exercício foi planejado para ocorrer dentro dos limites do Campo de Instrução de Formosa (CIF), tendo sido adotadas todas as medidas de segurança. Por fim, reiterou que o Exército Brasileiro e a AVIBRAS já estão trabalhando nas investigações.

Confira a nota na íntegra:

"Acerca do incidente de tiro com foguete ocorrido nesta data, o Comando de Artilharia do Exército (Cmdo Art Ex) informa que durante exercício militar do Curso de Operação do Sistema de Mísseis e Foguetes para oficiais e sargentos, um dos foguetes lançados desviou de sua rota prevista atingindo uma plantação. Após o incidente, a equipe de instrutores e monitores, acompanhados da equipe médica do exercício, compareceu ao local do impacto, onde constatou não haver vítimas ou danos materiais. O exercício foi planejado para ocorrer dentro dos limites do Campo de Instrução de Formosa (CIF), tendo sido adotadas todas as medidas de segurança. O Exército Brasileiro e a AVIBRAS já estão trabalhando nas investigações. Atenciosamente, COMANDO DE ARTILHARIA DO EXÉRCITO".

Repercussão

Durante uma sessão na Câmara, o deputado José Nelto (PP-GO) falou sobre a queda do projétil: "Acabo de receber uma notícia de que caiu um míssil na minha cidade de Formosa, lá no Forte Santa Bárbara. Ele foi lançado e mudou o trajeto, caindo perto da cidade, numa plantação de soja". O parlamentar afirmou ainda que iria convidar o ministro da Defesa, o comandante do Exército e o comandante do Forte de Santa Bárbara para comparecer no plenário ou na comissão para dar as explicações.

Clareira aberta na lavoura por conta do foguete, que mudou de rota

Clareira aberta na lavoura por conta do foguete, que mudou de rota (Marlon Henrique/TV Anhanguera)

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Emprego

Exército abre concurso com mais de 400 vagas

Modificado em 29/09/2024, 00:33

Exército abre concurso com mais de 400 vagas

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

Para os jovens que sempre sonharam em trabalhar no exército brasileiro, a hora é agora. Estão abertas 440 vagas para a Escola Preparatória de Cadetes (EsPCEx), para o curso de Formação e Graduação de Oficiais de Carreira da Linha de Ensino Militar Bélico.

Entre as vagas, 400 são destinadas aos homens e 40 às mulheres. E os pré-requisitos são ensino médio completo, idade entre 17 e 22 anos e altura mínima de 1,60m para os homens e 1,55m para as mulheres.

As inscrições custam o valor de R$90 e podem ser feitas até dia 28 de junho pelo site www.espcex.ensino.eb.br .

O processo seletivo será realizado em três fases: exame intelectual, inspeção de saúde e exame de aptidão física.

A primeira fase será realizada em dois dias, sendo português, redação, física e química no dia 10 de setembro e matemática, geografia, história e inglês aplicadas no dia 11.

Confira o edital completo no site do Diário Oficial da União e boa sorte!

IcEsporte

Esporte

Brasil leva 'porrada' da Argentina, ouve 'olé' e vê pressão sobre Dorival aumentar

Treinador da seleção brasileira admite pressão e reconhece seu papel em derrota para a Argentina

Modificado em 26/03/2025, 08:56

Dorival Júnior durante partida em que o Brasil foi goleado pela Argentina

Dorival Júnior durante partida em que o Brasil foi goleado pela Argentina (Juan Mabromata / reprodução)

O esperado clima de hostilidade no duelo entre Brasil e Argentina nesta terça-feira (25), em Buenos Aires, ficou apenas na expectativa. Principalmente, porque assim quiseram os donos da casa. Em vez de revidar a promessa de "porrada" feita por Raphinha na véspera do jogo, os argentinos nocautearam a equipe verde e amarela com um futebol envolvente, dominante e um placar elástico: 4 a 1.

Foi a exibição perfeita para coroar a classificação antecipada dos líderes das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Antes mesmo de a bola rolar no estádio Monumental, a casa do River Plate, os argentinos celebraram o empate sem gols entre Bolívia e Uruguai, que selou a vaga dos atuais campeões mundiais.

Os bolivianos, na sétima posição do classificatório, foram a 14 pontos e têm apenas mais quatro jogos a disputar. No máximo, chegariam a 26. A Argentina soma agora 31. Os seis primeiros colocados garantem vaga direta para o Mundial. O sétimo ainda disputa uma repescagem.

Derrotado, o Brasil caiu duas posições e aparece apenas em quinto, com 21 pontos, seis a mais do que os venezuelanos, que figuram na sétima posição. Na reta final das Eliminatórias, a vaga para a Copa de 2026 não parece ameaçada. O que preocupa mesmo é o futebol que a seleção tem apresentado.

No clássico desta terça-feira, a equipe de Dorival Júnior foi dominada. A estatística de posse de bola, que nem sempre costuma retratar exatamente o que foi uma partida, desta vez é um bom exemplo de como os brasileiros quase não viram a cor da bola. Com 57%, a Argentina passou boa parte do confronto trocando passes objetivos, buscando o ataque e costurando a defesa brasileira para chegar ao gol.

Só no primeiro tempo, eles vazaram a meta de Bento três vezes. Julián Alvarez, Enzo Fernández e Alexis Mac Allister marcaram, respectivamente, aos 4, 12 e 37 minutos. Matheus Cunha, num dos raros lances de perigo para os visitantes, descontou aos 26.

Os donos da casa foram para o intervalo aplaudidos pelos milhares de torcedores que lotaram o estádio e entoaram os cânticos que embalaram a Argentina na campanha do título na Copa do Qatar em 2022 -na edição, o Brasil então comandado por Tite caiu nas quartas de final, diante da Croácia, nos pênaltis.

Nem parecia que jogavam sem sua maior estrela. Machucado, Lionel Messi ficou fora do jogo, assim como Neymar, do lado brasileiro, também em recuperação de uma lesão.

Foi a primeira vez desde 2005 que nenhum dos dois estará em campo no maior clássico das Américas. Nos últimos 20 anos, houve 20 confronto entre as duas seleções, sendo cinco com os dois em campo e 15 com pelo menos um deles presente.

Organizada, a seleção argentina soube lidar com a ausência de seu histórico camisa 10. O Brasil, por outro lado, não tinha apenas a ausência de Neymar em sua lista de desfalques.

Depois da sofrida vitória contra a Colômbia, por 2 a 1, na última rodada, Dorival se viu obrigado a fazer seis mudanças na equipe, forçadas por lesões, suspensões e opção técnica.

Mesmo com o elenco desfigurado, os brasileiros fizeram questão de demonstrar confiança antes do jogo. Raphinha até subiu o tom. Durante entrevista ao ex-jogador Romário, chegou a afirmar que daria "porrada neles" (argentinos), dentro e fora de campo, para vencer.

A promessa não se traduziu em mais ímpeto em campo. Pelo contrário, ninguém da equipe se salvou na péssima atuação.

Depois do domínio no primeiro tempo, o controle dos donos da casa se manteve. Mesmo sem o volume de gols dos 45 minutos iniciais, os argentinos continuaram criando boas chances -terminaram o duelo com sete finalizações certas contra apenas uma dos brasileiros.

Um delas também terminou no fundo das redes, aos 25 minutos, quando Giuliano Simeone finalizou forte para fazer o quarto gol.

À beira do campo, Dorival parecia mais atordoado do que seus jogadores. Sem opções no banco para fazer uma mudança significativa no jogo -reflexo de suas próprias escolhas na convocação-, o treinador não sabia o que fazer para ajudar o Brasil. Seu cargo nunca esteve tão ameaçado como agora a pouco mais de um ano para a Copa do Mundo.

A seleção canarinho tem problemas em todos os seus setores. Mas a defesa é o maior exemplo dessa péssima fase enfrentada pela equipe. Na disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, em 17 jogos, o Brasil sofreu apenas cinco gols. Na disputa atual, já são 16.

Sob gritos de "olé" de sua torcida, a Argentina manteve ainda seu tabu diante do Brasil. Há 16 anos, eles não perdem o clássico em casa. A última vitória brasileira por lá ocorreu em 2009, sob o comando de Dunga, pelas Eliminatórias, por 3 a 1.

Faz tempo que o Brasil não joga um futebol capaz de reproduzir um placar semelhante contra seu maior rival.