Geral

Mulheres tocam 55% dos pequenos negócios em Goiás

Estado possui atualmente 212,3 mil microempreendedoras individuais; pandemia de Covid-19 impulsionou crescimento do número de empreendedores

Modificado em 20/09/2024, 00:13

 Diretor técnico do Sebrae Goiás, Marcelo Lessa acredita em manutenção do crescimento do número de MEIs

Diretor técnico do Sebrae Goiás, Marcelo Lessa acredita em manutenção do crescimento do número de MEIs (Sílvio Simões/ Divulgação )

O número de Microempreendedores Individuais (MEIs) foi impulsionado durante a pandemia de Covid-19 e ainda está em crescimento. Neste cenário, as mulheres têm ganhado destaque. Segundo dados do Sebrae Goiás, elas tocam 55% dos pequenos negócios no Estado atualmente, ultrapassaram os homens no último ano.

No País, as empreendedoras têm ganhado espaço e lideram mais de 10 milhões de empreendimentos. Responsável pelo ateliê Flor de Noiva, Kessia Sousa, de 37 anos, é um dos exemplos dessa liderança. Faz parte das 212,3 mil mulheres goianas que optaram por se formalizar como MEI. Além delas, os mais jovens se destacam, respondem por 53% das aberturas as pessoas com até 40 anos.

"Comecei por necessidade e com uma criança pequena de colo", pontua sobre os desafios.O início foi com artesanato e biscuit, depois de altos e baixos, estudos e consultorias, passou para decoração e se especializou em eternização de buquês. Ela formalizou o primeiro negócio em 2010. Atualmente, também forma mulheres para empreender na área. Como professora, já soma 130 alunas.

Crise econômica

Além dos desafios de tocar um negócio, que podem ser ainda maiores para mulheres, Kessia Sousa também é exemplo de empreendedora que sobreviveu às crises econômicas. Em 2014, explica que teve de inovar e foi quando migrou para as flores desidratadas. Três anos depois, fechou a loja física e passou a trabalhar de casa. "Com a pandemia, já trabalhava online com clientes das redes sociais."

Assim, a pandemia chegou e como referência passou a dar aula. "Muitas alunas empreenderam porque viram a necessidade de ficar em casa, cuidar dos filhos." A empresária pontua que pelo MEI foi possível conquistar espaço e agora se prepara para desenquadrar com o crescimento do negócio, com produção de mais de 40 buquês mensalmente.

"Incentivo a formalização, porque não teria suportado me manter durante a crise se não fosse isso. Temos dias de glória, mas são muitos dias de luta." Desde a emissão de nota fiscal até a negociação com fornecedores, ela relata que há maior benefício do que a informalidade. Fatores que o diretor técnico do Sebrae Goiás, Marcelo Lessa, avalia que podem explicar o crescimento da formalização.

Novos negócios

De acordo com dados do Sebrae Goiás, somente em 2021 foram registrados 99.374 novos MEIs no Estado, valor 33,58% superior a 2020. Quando comparado ao ritmo anterior à pandemia, o volume é ainda maior, representa crescimento de 113,52% em relação a 2019. "Nos últimos nove anos, não tivemos um crescimento tão alto como esse", relata Marcelo, que lembra que ainda há evolução nos números.

De acordo com ele, o ano passado é visto como atípico e um dos motivos para isso seria a retomada das atividades após as restrições impostas no contexto da pandemia de Covid-19. "As empresas voltaram a funcionar, houve demissões e as pessoas viram oportunidade de empreender. O MEI é a primeira etapa da formalidade, mais fácil e barato. A parte tributária não é algo que impacta tanto, por exemplo", pontua sobre menor tributação.

Para crescer, ele pontua que há orientações para alavancar as potenciais de cada empresa. "É preciso evitar a mortalidade. A cada dez empresas, três fecham as portas. O que faz a virada de chave é observar as potencialidades." O diretor técnico do Sebrae Goiás cita a adaptação ao mercado digital como um exemplo.

Em 2020, ele revela que 44% dos MEIs vendiam produtos ou serviços pela internet e um ano depois o número subiu para 70% em Goiás. "O mercado digital fez aumentar o faturamento e abriu o leque." Apesar disso, Marcelo reconhece que há muitos desafios para os empreendedores. "A gestão financeira é muito importante, o MEI não tem grande acesso a crédito, tanto que 60% procuraram financiamento e só 28% conseguiu acesso (em 2021), o que é muito pouco."

Por isso, ele pontua que investir em gestão e planejamento é considerado essencial. Neste sentido, é possível aproveitar atendimentos especializados e cursos gratuitos ou subsidiados e oferecidos pelo Sebrae. A Semana do MEI 20202 é um exemplo, o evento acontece desde segunda-feira (16) e vai até o dia 20 de maio. Em Goiânia, ocorre no Shopping Gallo, na Região da 44.

Cenário em Goiás
Veja evolução na abertura e fechamento de MEIs em Goiás

2018
Abertura: 30.972
Fechamento: 89.556

2019
Abertura: 46.540
Fechamento: 41.730

2020
Abertura: 74.393
Fechamento: 39.460

2021
Abertura: 99.374
Fechamento: 77.092

Número total de MEIs
Brasil:10,883 milhões
Goiás: 386 mil

Fonte: Sebrae Goiás

 Diretor técnico do Sebrae Goiás, Marcelo Lessa acredita em manutenção do crescimento do número de MEIs

Diretor técnico do Sebrae Goiás, Marcelo Lessa acredita em manutenção do crescimento do número de MEIs (Sílvio Simões/ Divulgação )

Geral

Ministra das Mulheres se solidariza com repórter que sofreu comentário machista de presidente do Atlético-GO

Jornalista da CBN / Goiânia e da TV Anhanguera se retirou de entrevista após fala do dirigente

Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves

Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (Pedro Ladeira/Folhapress)

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se posicionou em solidariedade à repórter Nathália Freitas na tarde desta quinta-feira (30), após a jornalista da CBN / Goiânia e da TV Anhanguera ser alvo de comentário machista do presidente do Atlético-GO, Adson Batista. A ministra disse que o assédio sofrido pela repórter é "inaceitável".

A manifestação da ministra é uma das que ocorreram ao longo desta quinta-feira (30), um dia após a repórter ser alvo do comentário machista de Adson Batista.

Nenhuma mulher deve ser submetida a situações constrangedoras e desrespeitosas, em qualquer ambiente. Minha solidariedade a Nathália e a todas que enfrentam o machismo em seu dia a dia", escreveu Cida Gonçalves na rede social X.

Na última quarta-feira (29), durante entrevista após o empate sem gols entre o Atlético-GO e o Goianésia, no Estádio Antônio Accioly, Adson Batista disse, após uma pergunta de Nathália Freitas, que a jornalista falou sobre determinado jogador porque o achou "bonitinho".

Na resposta que deu à pergunta da repórter, Adson perguntou quem teria feito uma partida razoável no Atlético-GO. Nathália respondeu "talvez o Alejo", se referindo ao atacante Alejo Cruz. O presidente então falou que o jogador errou muito e que a repórter fez a avaliação porque "achou ele bonitinho, só isso".

Nathália rebateu o dirigente. "Não posso aceitar esse seu comentário, que você fez porque eu sou mulher", disse. Adson Batista chegou a se desculpar, mas menosprezou a reação da repórter dizendo "sem barraco". Nathália, então, se retirou da entrevista.

Veja a publicação da Ministra das Mulheres:

O assédio sofrido pela jornalista Nathália Freitas pelo presidente do Atlético-GO, Adson Batista, durante uma entrevista coletiva, é inaceitável. Nenhuma mulher deve ser submetida a situações constrangedoras e desrespeitosas, em qualquer ambiente. Minha solidariedade a Nathália e a todas que enfrentam o machismo em seu dia a dia. O Ministério das Mulheres reafirma seu compromisso no combate ao assédio e à violência de gênero. Respeito e igualdade não são negociáveis!"

Outras manifestações

O senador Fabiano Contarato (PT) também declarou apoio à repórter goiana.

Todo o meu repúdio aos comentários machistas sofridos pela repórter Nathália Freitas, da TV Globo/Rádio CBN, durante uma entrevista. Minha solidariedade a ela e a todas as profissionais de imprensa, que além do trabalho árduo de cobertura, ainda infelizmente têm que lidar com esse tipo de desrespeito. Valorizar o trabalho da imprensa passa primeiro pelo básico de como deveríamos agir com qualquer ser humano: tratar cada uma e cada um com o devido respeito", escreveu o político no X.

A ex-deputada federal Manuela d´Ávila também publicou sobre o episódio. "Ele chama de barraco, nós chamamos de respeito. Minha solidariedade à jornalista Nathália Freitas, constrangida enquanto trabalhava pelo presidente do Atlético Goianense", escreveu no X.

A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás (Aceeg) publicou uma nota oficial repudiando o comentário do dirigente atleticano.

A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de Goiás repudia com veemência o comportamento machista e desrespeitoso do dirigente com a repórter Nathália Freitas, que em momento algum deixou a seriedade de lado durante seu trabalho abrindo brechas para brincadeiras.

O futebol é um espaço onde temos ainda um número reduzido de mulheres trabalhando, mas felizmente elas vem ganhando cada vez mais oportunidades, e com muito merecimento ocupando funções extremamente importantes, como é o caso da Nathália, que atua como repórter na Rádio CBN e na TV Anhanguera. Duas empresas do Grupo Jaime Câmara.

A ACEEG se solidariza com sua associada, que deixou a sala de coletiva chorando enquanto a mesma seguiu naturalmente. Nathália representa a resistência e persistência de tantas mulheres que gostam de futebol, mas que muitas vezes se mantém fora deste meio por conta de comentários como os que foram feitos por Adson Batista."

Outra manifestação de apoio veio do Sindicato dos Jornalistas de Goiás. "O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás expressa publicamente sua solidariedade à jornalista Nathália Freitas, que, na noite de 29 de janeiro de 2025, foi interpelada de maneira machista, antiprofissional e constrangedora pelo atual presidente do Atlético Clube Goianiense.

A jornalista, que mantém conduta profissional irretocável em todos os veículos onde atua e atuou, não merecia o tratamento dispensado pelo dirigente esportivo, que já demonstrou comportamento desrespeitoso com outros colegas em ocasiões anteriores.

Esperamos que essa conduta, inaceitável em um momento de busca por maior igualdade de oportunidades profissionais em todas as áreas, sirva de reflexão e incentive a mudança de comportamento por parte deste e de outros dirigentes. Que todos os profissionais, independentemente de gênero, sejam tratados com o respeito que merecem!"

Nathália Freitas é repórter da CBN/Goiânia desde janeiro de 2023 e está na TV Anhanguera desde abril do mesmo ano. Antes, a jornalista, que está com 30 anos, teve passagem pela Rádio Sagres/730.

Às 23h44 de quarta-feira (29), no X, o presidente do Atlético-GO publicou um comunicado e um pedido de desculpas à jornalita. Disse que "em situações como essa, o humor pode ser mal interpretado".

Por causa do comportamento de Adson Batista, a CBN/Goiânia avisou, no ar, após a entrevista, que não terá equipe da emissora no próximo jogo do Atlético-GO, em Inhumas, no próximo sábado (1).

Geral

Rio Verde abre as portas para novos empreendedores

O município gigante do agronegócio goiano tem se mostrado uma boa oportunidade para novos empreendedores, inclusive no ramo da estética corporal

Ana Beatriz Medeiros é a nova franqueada da Fast Massagens Rio Verde

Ana Beatriz Medeiros é a nova franqueada da Fast Massagens Rio Verde (Arquivo Pessoal)

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Rio Verde, no interior de Goiás, representa 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, se consolidando como uma das agroeconomias mais importantes do território goiano.

Com a agricultura como motor econômico, a cidade vem intensificando e diversificando seu consumo, atraindo novos serviços e atraindo empreendedores. É o caso da nova unidade Fast Massagem, primeira franquia de clínicas de massagem sem hora marcada do Brasil, que escolheu a cidade para sua expansão.

A unidade irá oferecer massagens estéticas e relaxantes, com técnicas próprias desenvolvidas pela enfermeira e massoterapeuta Mayra Moraes, uma das sócias da franqueadora.

Para Ana Beatriz Medeiros, nova franqueada da marca na cidade, a receptividade do público foi surpreendente. "A experiência da massagem sem hora marcada tem recebido muitos elogios, e a demanda na cidade foi muito maior do que esperávamos", diz a empresária.

Após sua primeira experiência com outro tipo de empresa em Acreúna, Ana agora aposta no potencial de Rio Verde, uma cidade que, apesar de sua forte ligação com o agronegócio, mostra-se aberta a inovações nos mais diversos setores.

Fundada em 2023, a franquia está passando por uma rápida expansão e já possui duas unidades na grande Goiânia, uma em Jataí, uma em Anápolis e agora em Rio Verde. Em um ano, chegou a 15 unidades contratadas, inclusive em cidades como Aparecida de Goiânia, Brasília, São Paulo e Santos.

Geral

Shopping em Goiânia recebe ação de conscientização contra o câncer

Modificado em 04/11/2024, 08:51

Shopping em Goiânia recebe ação de conscientização contra o câncer

(Freepik)

Segundo números do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 700 mil pessoas serão diagnosticadas com câncer no Brasil entre 2024 e 2025, sendo que o câncer de mama - considerado o tipo mais incidente entre as mulheres - ocupa a segunda posição dos futuros diagnósticos, com 10,5%, ficando atrás somente do câncer de pele não-melanoma, com 31,3%.

Os dados do Inca levam em consideração os 21 tipos de câncer mais incidentes no país nos últimos anos. Apesar de ainda estarmos em setembro, o Shopping Estação Goiânia, no Setor Central, já prepara sua adesão a uma das mais importantes campanhas de conscientização contra a doença, o Outubro Rosa, mês que faz referência ao câncer de mama.

Neste sábado (28), das 10h às 21h, o centro de compras será palco da ação "Câncer não Transmite - Acolhimento e Autoestima". O evento, voltado para mulheres, será realizado na praça de eventos do local e visa desmistificar a doença em uma programação descontraída, com palestras, pitch de negócios, sorteios, desfiles, ações de autocuidado e muito mais.

Segundo Fernanda Carvalho, organizadora da ação, mesmo com todo o avanço da tecnologia médica e ampla disseminação de informações, o câncer ainda é visto por muitas pessoas como uma doença contagiosa ou estigmatizada.

"Um dos principais relatos de pessoas com câncer é essa discriminação que elas sofrem no dia a dia, em que muitas percebem que alguns têm medo de até dividir uma caneta ou em pegar na mão de alguém que está doente. E o intuito do evento é justamente provar o contrário: uma pessoa com câncer não transmite doença alguma, seja com um aperto de mão ou um abraço", enfatiza Fernanda.

Além de desmistificar a doença, ela diz também que o evento promete agregar ainda mais na vida profissional dos participantes "Estamos com uma programação repleta de palestras de profissionais de diversas áreas, que irão compartilhar informações importantes sobre lei e dicas sobre empreendedorismo", informa.

A entrada é gratuita, mas a ação também estará arrecadando um quilo de alimento não perecível. As doações serão encaminhadas para a Casa de Apoio São Luiz e Casa de Apoio Dona Iraídes.

Programação
Das 10h às 13h deste sábado as participantes poderão fazer maquiagem, massagem, escova e corte de cabelo. Já das 10h às 16h, elas têm um check up marcado com a Odonto Company unidade Estação, com raio x panorâmico, enquanto a criançada se diverte com as pinturinhas e interage com um personagem infantil.

Ainda na parte da manhã, a partir das 10h30, uma roda de conversa sobre estilo de vida está programada com a Paula Alves - Relações Públicas (RP), que falará sobre a cultura brasileira e estilo de vida. Já às 11h, a programação prevê um desfile infantil, com bonecas e acessórios.

Por volta de 11h50, a advogada Karina Bueno irá ministrar uma palestra sobre direito das mulheres, onde irá falar sobre as leis que existem sobre violência contra a mulher, como a Lei do Minuto Seguinte, Lei Carolina Dieckmann e Lei Maria da Penha. Já às 14h10, a terapeuta integrativa Olivia Mendes irá debater sobre "O Poder da Mente"; em seguida, será a vez do terapeuta e maquiador Jhony San'Ba falar sobre "Auto Amor", às 14h30.

A programação contará ainda com diversas outras palestras, com os temas: "Reconecte-se", com a psicóloga Juliana Meneghel, às 16h; "Estratégias para Vender o seu Negócio", com a consultora do Sebrae/GO Camila Machado, às 17h30; "Sexualidade e Autoestima" com sexóloga Sandra Aragão, às 19h; e finalizando com a palestra "Segredos da Lingerie" com a empresária Tia Leilah, às 19h30.

A ação Câncer não Transmite - Acolhimento e Autoestima contará com a apresentação da cantora Marcilene Ramalho, das 12h30 às 14h, e depois das 20h às 21h30. Ela promete trazer um repertório variado de músicas indo do sertanejo, passando pelo samba e até a MPB. Haverá ainda sorteio de maquiagens e lingeries ao longo do dia, e desfiles de vestidos de noivas e pijamas.

Sobre a ação
Segundo Fernanda, que é empresária do ramo têxtil, a ideia para a realização do evento surgiu em julho deste ano, após ela visitar uma cafeteria com uma amiga e notar um grupo de mulheres em tratamento de câncer compartilhando sobre os preconceitos que sofrem.

"Uma delas chegou a relatar que deixou de ir às compras por vergonha, porque as pessoas ficavam olhando para ela, com medo de se aproximar. Outra disse que uma vez pegou uma caneta para assinar um documento e viu o funcionário desse local jogar a caneta fora após o uso por ela", conta a empresária, que relata que a situação a sensibilizou a ponto de pensar na ação que será realizada no próximo dia 28 de setembro.

Serviço: Câncer não Transmite - Acolhimento e Autoestima
Data : sábado (28 de setembro)
Horário : das 10h às 21h30
Local: praça de eventos do Shopping Estação Goiânia, Av. Goiás, 2151 - Centro
Entrada gratuita

Geral

Participação feminina na liderança do setor imobiliário tende a crescer

Goianas estão à frente de ações regionais promovidas pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, criado há cinco anos

Modificado em 17/09/2024, 17:24

Joyce Furtado e Cristina Ferrugem

Joyce Furtado e Cristina Ferrugem (Divulgação)

O Brasil ainda vive uma forte discrepância na equidade entre homens e mulheres, em relação à ocupação de cargos de liderança no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, hoje as mulheres ocupam 39,3% dos cargos gerenciais no país, porém 60,3% dos formandos em cursos superiores em 2022 eram de pessoas do gênero feminino, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um dos setores que já vem percebendo e buscando a equidade de oportunidades entre homens e mulheres é o mercado imobiliário, que ainda é majoritariamente masculino, tanto nos cargos operacionais, quanto nos gerenciais. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgada pelo Ministério do Trabalho, em 2010, somente 7,8% dos trabalhadores formais do setor, em geral, eram mulheres.

Em 2021, esse número subiu para 10,85%. Já em funções gerenciais, como na engenharia civil, a RAIS registrou em 2020 aumento de 5,5% de mulheres com carteira assinada. Ou seja, há o que celebrar, mas ainda há muito para se avançar no sentido de ampliar as oportunidades para elas no setor imobiliário.

"Por isso ações de conscientização e incentivo, não só públicas, mas também internas às empresas, são importantes para se atingir a sonhada equidade entre gêneros". A observação é da publicitária, gestora de marketing na área de incorporação e atual head de marketing do Grupo Mauá ,Joyce Furtado.

Especialista em marketing digital e urbanismo e com 16 anos de experiência no setor de incorporação em Goiás, foi selecionada, junto com a advogada goiana Cristina Ferrugem, como líder regional do Instituto Mulheres do Imobiliário (IMI). O anúncio foi feito pela direção nacional da entidade, que foi criada há cinco anos e é o primeiro grupo feminino voltado para a promoção da equidade de gênero em toda a cadeia produtiva do setor.

Missão
A missão principal das duas líderes goianas será fomentar e promover regionalmente a inclusão de mais mulheres no setor imobiliário, sendo vozes de incentivo e promoção de oportunidades de qualificação e inserção feminina no setor, que infelizmente ainda tem predominância masculina.

"Goiânia tem um mercado bem representativo, mas com pouca expressão da força feminina. Queremos promover o empoderamento destas mulheres que já atuam na área e promover oportunidades para que mais mulheres participem de cargos de liderança no setor", destaca ela, observando que a baixa representatividade feminina no setor é cultural e estrutural.

Joyce ainda completa afirmando que mesmo na construção civil, setor historicamente ocupado por homens, o cenário felizmente tem mudado. "Temos mais homens na construção civil e, principalmente, em cargos de liderança por ser uma área conhecida como 'tipicamente' masculina. Porém já percebo essa mudança, em funções como a frente de vendas, por exemplo, e até na engenharia", observa.

Em sua avaliação, com o aumento da presença feminina no setor imobiliário e em cursos como de engenharia, ao longo dos anos esse quadro deve mudar e as mulheres precisam estar preparadas e atentas para ocupar essas posições de destaque.