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Municípios disputam traçado da BR-010

DNIT dá prazo até final do ano para ter o projeto da via que liga Brasília a Belém. Trecho entre Goiás e Tocantins está indefinido

Modificado em 17/09/2024, 16:22

Municípios disputam traçado da BR-010

O traçado da BR-010 é alvo de uma disputa entre municípios das regiões Norte e Nordeste de Goiás que já dura cerca de quatro anos em razão da indefinição do governo federal sobre por onde passará a rodovia. As cidades querem que a rodovia passe o mais próximo possível de seu perímetro urbano, como uma maneira de levar desenvolvimento aos municípios. O projeto original da via, da década de 1960, atende os desejos dos munícipes de Cavalcante, mas em 2020, quando havia a previsão de a obra sair do papel, um novo traçado foi definido em um estudo técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTA) apontou um traçado mais distante de Cavalcante, sob o argumento de impactar menos o território calunga, um povoado quilombola no município de Cavalcante. Na época, a previsão do governo federal era de que a obra fosse licitada até 2023, o que não ocorreu. Nesse interím, os munícipes de Campos Belos (GO) e Arraias (TO), além de Monte Alegre (GO), se manifestaram por um novo traçado da BR-010, em que a rodovia federal seguiria a via estadual GO-118, que liga Brasília (DF) a Palmas (TO).

A justificativa, neste caso, é que a construção da BR-010 em um novo caminho faria com que o movimento da GO-118 reduzisse, visto que a rodovia federal teria melhores condições de trafegabilidade, pistas duplas e mais atrativo aos motoristas. Uma manifestação em fevereiro, encabeçada pelo Fórum Popular Pró Cidades Eixo BR-010, buscava apoio para manter o caminho usado hoje para chegar a Palmas, mas sendo federalizado e passando a ser a BR-010. A ideia se deu a partir da intenção do governo estadual em federalizar rodovias estaduais, como já ocorre em outros estados, inclusive no Tocantins.

O governo goiano já propôs a federalização de cinco trechos rodoviários estaduais, sendo um deles a GO-118, sob a justificativa de serem vias radiais que ligam Goiás a outro estado da União, no caso ao Tocantins. O governo federal formou um comitê, em fevereiro deste ano, no Ministério dos Transportes, para analisar a federalização de trechos estaduais, mas ainda não há uma determinação sobre isso. Em janeiro, uma portaria federalizou parte da GO-118, e, segundo o DNIT, este trecho, entre Planaltina e Porto Real, faz parte da BR-010, mas ainda não tem projeto para o local.

O argumento do Fórum Popular Pró Cidades Eixo BR-010 é que a federalização do trecho e o fim do projeto de um traçado próprio para a rodovia federal reduziria o gasto público na construção da estrada e beneficiaria as cidades do Nordeste goiano e Sudeste tocantinense. Prefeito de Cavalcante, Vilmar Kalunga (PSB) afirma que estas cidades já são beneficiadas com a rodovia estadual, enquanto que o município que administra e Paranã (TO) estão sem qualquer benefício. "Somos o sexto maior município de Goiás em extensão e só tem 11 quilômetros de estrada asfaltada que nos liga a uma cidade. São mais de 3 mil quilômetros de estradas vicinais sem asfalto, sem estrutura, não tem linha de ônibus, não tem saída", explica.

No último dia 16, foi a vez dos munícipes de Cavalcante protestarem para manutenção do traçado original, apontando justamente que este projeto é o idealizado para a região e deveria ser mantido. Vilmar conta que nesta semana apresentou um ofício para o DNIT questionando a situação da BR-010, obra que está citada para ser feita no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. "Eu quero ter uma resposta oficial sobre como está essa questão do traçado e da obra em si. Já tem um tempo que falam que iam fazer, que iam licitar, ainda no governo anterior. Agora estivemos com o vice-presidente (Geraldo Alckmin), mostramos a nossa situação, mas não temos nada definido. A gente quer manter o traçado original e que a obra comece logo."

Oficial

Em resposta ao jornal, o DNIT, que é o órgão responsável pela administração das rodovias federais, confirma que já recebeu a demanda do traçado da BR-010. "No processo houve uma solicitação de alteração do traçado. A alternativa considerada no projeto foi a 01, mais viável do EVTEA", informou o órgão. A Alternativa 01 citada é a que contempla parte da rodovia GO-118, até Terezina de Goiás, as pontes sobre os rios Bezerra e São Domingos, bem como Riacho Fundo, conforme imagem anexa, no trecho que não beneficia nenhuma das cidades que têm se manifestado publicamente pelo traçado.

"O EVTEA engloba a alternativa 01 e o contrato de elaboração de projetos engloba o segmento em Goiás do km 272,70 ao km 305,00 (segmento A: Subtrecho Entr. GO-118 - Div. GO/TO (Rio Paranã) (km 272,70 ao km 305,00) - de Porto Real (GO) até a divisa GO/TO - e segmento B: Subtrecho Div. GO/TO (Rio Paranã) - Entr. BR-242 (km 0,00 ao km 93,80), no qual os projetos são elaborados pela contratada, tendo como base a Alternativa 01."

A previsão de conclusão dos projetos é dezembro deste ano, mas ainda pode ser prorrogada em caso de necessidade, segundo o DNIT. "O início das obras dependerá da conclusão dos projetos e de um procedimento licitatório. Como os projetos Básico e Executivo de Engenharia para Implantação e Pavimentação com Adequação de Capacidade e Melhoria da Segurança na BR-010/GO/TO ainda estão em desenvolvimento, não há ainda definições finais acerca dos custos da obra."

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Governo propõe isenção de IPVA de motos de até 150 cilindradas, aviões e embarcações

Liberação deve contemplar mais de 370 mil motocicletas e seus similares, segundo a governadoria

Modificado em 19/03/2025, 07:17

Projeto que prevê isenção do IPVA foi recebido pela Alego

Projeto que prevê isenção do IPVA foi recebido pela Alego (Paulo Pinto/Agência Brasil)

O Governo de Goiás propôs a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para motos, ciclomotores, triciclos e motonetas de até 150 cilindradas, com mais de seis anos de uso. Além disso, o texto também revoga a lei que previa a tributação sobre a propriedade de aeronaves e embarcações.

Essa medida vai aliviar o bolso de milhares de trabalhadores, especialmente entregadores e motociclistas de aplicativos, que dependem desses veículos para o sustento", disse o governador Ronaldo Caiado em vídeo divulgado nas redes sociais.

Projeto

No projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o Executivo estadual, por meio da Secretaria de Economia, argumenta que os veículos de baixa cilindrada são essenciais para a locomoção de pessoas em situação econômica vulnerável, especialmente em regiões com transporte coletivo limitado. Além disso, destacou que haverá maior equidade fiscal e alívio da carga tributária. Se aprovada, a isenção deve contemplar mais de 370 mil motocicletas e seus similares, segundo a governadoria.

Ainda no texto, o Executivo estadual pontuou que, atualmente, em Goiás, foi reduzido em até 50% a base de cálculo do IPVA para os veículos de até 125 cilindradas, conforme determina o artigo 94-A do Código Tributário. Portanto, para estes foi solicitada a isenção da outra metade.

Revogação

No mesmo projeto que prevê a isenção do IPVA para motocicletas de baixa cilindradas, a Secretaria de Economia também solicitou a revogação do imposto sobre aeronaves e embarcações aos municípios onde os proprietários são moradores, visto que a Lei Federal nº 5.172, do Código Tributário Nacional, permite ao contribuinte escolher seu domicílio tributário.

O texto ainda destaca que a ausência de uma lei complementar nacional que regule a cobrança do IPVA para esses bens pode levar os proprietários a optarem por estados com menor tributação em vez da unidade federativa onde residem, o que pode comprometer a distribuição justa e segura do tributo.

No documento, a Secretaria de Economia ainda afirmou que, nessa revogação, não há renúncia de receita, pois não houve cobrança efetiva ou potencial do IPVA sobre embarcações e aeronaves. "A medida somente restaura o texto anterior do Código Tributário, sem frustração de arrecadação, já que a norma não chegou a produzir efeitos nem foi considerada na previsão de receita tributária da Lei Orçamentária Anual", pontuou.

Alego

O projeto foi recebido pela Alego nesta segunda-feira (17) e, segundo o presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), a matéria será apreciada com agilidade pelos parlamentares estaduais. Para ele, a medida contribuirá de forma significativa para o fortalecimento da economia do Estado e para a geração de emprego e renda.

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Veja quem era funcionária pública que morreu após bater moto em árvore

Redes sociais da jovem, que acumula milhares de seguidores, foi o um dos ‘palcos’ de homenagens e despedidas daqueles que a amava

Modificado em 18/03/2025, 20:10

Tiffany Eloisa Santos Freitas, de 25 anos, era funcionária pública da Prefeitura de Goianápolis

Tiffany Eloisa Santos Freitas, de 25 anos, era funcionária pública da Prefeitura de Goianápolis (Reprodução/Redes sociais)

Amável, gentil e alegre são os adjetivos usados por amigos e familiares para descrever a servidora pública Tiffany Eloisa Santos Freitas, de 25 anos, que morreu após bater a moto em uma árvore. As redes sociais da jovem, que acumula milhares de seguidores, foi o um dos 'palcos' de homenagens e despedidas daqueles que a amava.

Era nas redes sociais que a servidora registrava viagens, conquistas e comemorações, como a do seu último aniversário e a celebração dos 6 anos do filho.

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Tiffany Eloisa trabalhava no gabinete do prefeito Jeovazinho Leite (UB), como secretária de controle interno. Ao lamentar a morte da servidora, a Prefeitura de Goianápolis afirmou que ela era "uma pessoa única que tocou o coração de todos ao seu redor".

Agradeço por sua energia contagiante e por todos os momentos de dedicação e companheirismo. Nosso time sentirá imensamente a falta da sua presença, da sua alegria e das suas habilidades. Sentirei saudades do seu chamado diário, da sua preocupação em saber se eu já estava chegando, se estava bem. Enfim, descanse em paz, pois zelarei pelo seu legado e pelas lembranças que deixou", afirmou o prefeito em uma postagem.

Nas últimas publicações da jovem no Instagram, dezenas de pessoas também lamentaram sua partida.

Que tristeza saber que não vamos ter o privilégio de ver esses sorriso todas as manhãs", escreveu uma colega de trabalho.

Você não faz ideia do quanto estou sentindo sua falta. Que Deus te receba de braços abertos", escreveu uma.

Não acredito que se foi. Descanse em paz, linda", comentou outro.

Toda cidade está abalada com a sua morte. Que Deus conforte a família", pontuou.

Tiffany Eloisa Santos Freitas, de 25 anos, era funcionária pública da Prefeitura de Goianápolis (Reprodução/Redes sociais)

Tiffany Eloisa Santos Freitas, de 25 anos, era funcionária pública da Prefeitura de Goianápolis (Reprodução/Redes sociais)

Morte

De acordo com a secretária de Saúde de Goianápolis, Pollianna Cavalcante, Tiffany Eloisa morreu, na madrugada desta segunda-feira (17), a cerca de 200 metros de casa após bater a moto em uma árvore.

Por meio de nota enviada na tarde desta terça-feira (18), a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) informou que a irmã de Tiffany, que estava na garupa da moto no momento do acidente, permaneceu internada em observação no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Heana) até a manhã de hoje, quando recebeu alta (leia na íntegra ao final da matéria).

Tiffany Eloisa chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela e a irmã foram encaminhadas para o Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Heana). Tiffany foi socorrida ainda viva e consciente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, segundo Cavalcante.

De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), o corpo chegou na unidade às 10h e foi liberado às 13h. Não houve solicitação de perícia no local, segundo o IML. A Polícia Civil investiga o caso.

Enterro

O velório aconteceu na Igreja Vida Nova, na Rodovia GO 415KM, em Goianápolis. Ela foi sepultada na manhã desta terça-feira (18) no Cemitério Hamaoka Sakutaro, na Rua Alameda dos Maçons, Nº 496.

Nota SES

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informa que paciente S. E. S. F. deu a entrada no Heana na madrugada do dia 17/03, segunda feira, após colisão de moto. Foi avaliada pela equipe médica e multiprofissional, que identificou fratura de clavícula, com indicação de tratamento conservador.

A paciente ficou em observação até o dia de hoje, quando recebeu alta no período matutino.

SES

Local em que a servidora sofreu o acidente (Reprodução/ Redes Sociais)

Local em que a servidora sofreu o acidente (Reprodução/ Redes Sociais)

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Vacinação contra febre amarela está abaixo do esperado para menores de 1 ano, diz SES

Brasil registrou 21 mortes dos 45 casos registrados neste ano, segundo a pasta. Cobertura de 72% preocupa as autoridades em Goiás

A vacina contra a febre amarela é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de 9 meses a menores de 5 anos

A vacina contra a febre amarela é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças de 9 meses a menores de 5 anos (Reprodução/Agência Brasil)

A cobertura vacinal contra febre amarela está abaixo do esperado para menores de 1 ano de idade, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde de Goiás (SES). Neste ano, o Brasil já registrou 45 casos da doença em quatro estados, com 21 mortes confirmadas, segundo a pasta.

Dados da SES apontam que 72,77% desse público-alvo foram vacinados no estado, número abaixo da meta mínima de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS).

Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica e Imunização da SES, Cristina Laval, apesar de Goiás ainda não ter apontado nenhum caso desde 2017, estados próximos já tiveram registros, como Tocantins e Minas Gerais.

Ela explicou que a febre amarela é uma doença que tem uma alta taxa de mortalidade. A doença possui uma evolução rápida que pode levar a complicações graves, como insuficiência hepática e renal, hemorragias e, em casos extremos, à morte. Por isso, a vacinação é a principal forma de prevenção, sendo eficaz e segura contra a doença, disse a especialista.

É muito importante que os pais, as pessoas responsáveis levem essas crianças para atualizar o seu cartão de vacina. E se, porventura, nessa faixa etária de 5 a 59 anos alguém ainda não se vacinou de febre amarela, que também procure as unidades de vacinação para atualizar o seu cartão e ficar realmente livre da doença", alertou a superintendente.

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Conforme Laval, em 2022, a cobertura vacinal no estado para crianças menores de um ano foi de 63%. Em 2023, o número teve uma pequena alta, subindo para 67%, e no ano passado, chegou a 72%. Para a superintendente, apesar da tendência de melhora, "ainda está bem abaixo da meta mínima".

(Divulgação/SES)

(Divulgação/SES)

A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos silvestres, como o aedes aegypti, transmissor da dengue, comuns em áreas rurais e de mata.

A vacina contra a febre amarela é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte do calendário básico de imunização das crianças de 9 meses a menores de 5 anos (sendo uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos de idade) e dose única na população de 5 a 59 anos de idade não-vacinada.

Orientações para viajantes

O Ministério da Saúde orienta que pessoas que planejam viajar para áreas onde há transmissão da febre amarela ou para regiões rurais e de mata devem verificar sua carteira de vacinação. "Quem ainda não tomou a vacina ou recebeu a dose fracionada em 2018 deve procurar uma unidade de saúde pelo menos 10 dias antes da viagem para se imunizar e evitar a exposição ao vírus sem proteção".

As mesmas recomendações, de acordo com o governo, se aplicam para os seguintes grupos:

  • populações residentes em localidades com evidência de circulação viral ou em zona rural;
  • populações ribeirinhas e no entorno de parques e unidades de conservação;
  • trabalhadores rurais, agropecuários, extrativistas e do meio ambiente, entre outros;
  • indivíduos com exposição esporádica em áreas de risco (rurais, silvestres).
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    Entrega da declaração do IR 2025 começa nesta 2ª; o que já pode aparecer na pré-preenchida?

    Contribuinte obrigado a prestar contas que perde o prazo paga multa mínima de R$ 165,74

    Modificado em 17/03/2025, 07:49

    Logo do Imposto de Renda no celular

    Logo do Imposto de Renda no celular (Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

    A entrega da declaração do Imposto de Renda 2025 começa nesta segunda-feira, às 8h, e vai até 23h59 de 30 de maio. O contribuinte obrigado a prestar contas que perde o prazo paga multa mínima de R$ 165,74, que pode chegar a 20% do imposto devido no ano.

    A declaração pré-preenchida, que facilita a vida do contribuinte e garante prioridade na fila de restituição, será liberada a partir das 9h desta segunda, de acordo com a Receita Federal, mas ainda não estará com todos os dados abastecidos.

    A Receita afirma que informações sobre rendimentos e pagamentos já deverão estar liberadas na pré-preenchida a partir desta segunda-feira. Pagamentos realizados garantem dedução e podem fazer com que o contribuinte tenha restituição maior ou pague menos IR.

    Dentre os pagamentos feitos estão as despesas médicas, que dão direito a dedução para quem declara pelo modelo completo, com planos de saúde, gastos com médicos, dentistas e hospitais.

    Segundo o fisco, as informações da Dmed (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde) estarão carregadas no primeiro dia de envio do IR. Convênios e prestadores de serviços da área de saúde são obrigados a enviar antecipadamente esses dados à Receita.

    Por isso, os dados de médicos, dentistas, hospitais e clínicas que fizeram o preenchimento das informações do paciente online e enviaram o recibo pela internet também estarão na declaração pré-preenchida já nesta segunda.

    Os salários de funcionários de empresas que cumpriram o prazo e mandaram as informações estarão disponibilizados na pré-preenchida desde já, segundo a Receita.

    No caso de servidores e aposentados, o fisco explica que, se os órgãos públicos tiverem enviado todos os dados para seus sistemas, eles também aparecerão detalhados na pré-preenchida nesta primeira etapa.

    Mas o sistema só terá todas as informações abastecidas a partir de 1º de abril -- o atraso tem relação com a greve dos auditores fiscais, que já passa de cem dias.

    Os contribuintes precisam conferir todas as informações que aparecem neste tipo de declaração, já que a prestação de contas é de responsabilidade do titular, mesmo que o documento seja elaborado por contadores, amigos, conhecidos ou familiares.

    Para ter acesso à pré-preenchida, o contribuinte precisa fazer login com sua senha do Portal Gov.br. A opção deve ser escolhida ao abrir uma nova declaração no PGD (Programa Gerador da Declaração) 2025.

    Os contribuintes já podem baixar o programa em seu computador pelo site oficial da Receita (https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/centrais-de-conteudo/download/pgd/dirpf).

    Quem não conseguir visualizar as principais informações da declaração pré-preenchida na segunda-feira pode optar por importar os dados da declaração do ano anterior, caso o preenchimento do documento seja feito no mesmo computador de 2024.

    José Carlos Fonseca, supervisor nacional do Imposto de Renda, disse, em coletiva na qual anunciou as regras do Imposto de Renda 2025, na quarta-feira (12), que dados básicos como identificação, CPF e endereço do contribuinte, e rendimentos isentos em função de doença grave estarão na pré-preenchida antes de 1º de abril, assim como informações do Carnê-leão --para quem é obrigado a fazer-- e a restituição recebida em 2024.

    Fonseca alertou que os cidadãos devem excluir informações que não tiverem como comprovar e incluir o que for necessário. "Se aparecer na pré-preenchida algo que você não tem como comprovar, é melhor você tirar. Se tem algo a comprovar que não está na declaração pré-preenchida, é melhor você inserir."

    Segundo ele, o fisco confia nas informações enviadas, e cruza dados. Quem não tem como comprovar pode ser penalizado. "Sempre foi assim, desde os tempos do papel. Nós estamos confiando, ao receber a sua declaração, que tudo que está ali você tem como provar", afirmou.

    Para quem não quer fazer a declaração baixando o programa, as outras opções só estarão disponíveis a partir de 1º de abril. Esse é o caso do aplicativo para tablet, celular e computador Mir (Meu Imposto de Renda) e da declaração online pelo e-CAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita Federal).

    O fisco espera receber 46,2 milhões de declarações do IR neste ano, cerca de 7% a mais do que no ano passado, de 43,2 milhões. Seis em cada dez declarações devem ser pré-preenchidas. A expectativa é que seis em cada dez declarações sejam pré-preenchidas.

    O modelo é disponibilizado aos contribuintes desde 2021. Naquele ano, 1,21% das declarações foram pré-preenchidas. Em 2024, esse número saltou para 41,2% --quatro em cada dez.

    Criado em 1996, o PGD deixará de existir e será substituído pelo aplicativo para celular, tablet e computador Meu Imposto de Renda. Ainda não há uma data exata para o fim do programa, mas a expectativa é que em 2030 ele já seja descontinuado.

    O app é mais barato e trará economia aos cofres públicos, segundo Fonseca.

    Quem não conseguir visualizar as principais informações da declaração pré-preenchida na segunda-feira pode optar por importar os dados da declaração do ano anterior, caso o preenchimento do documento seja feito no mesmo computador de 2024.

    Em 24 horas após o envio, é possível saber se caiu na malha fina, mas, segundo a Receita, nos primeiros dias pode ser que leve mais tempo. O motivo é o volume maior de declarações entregues.

    Quem cai na malha fina precisa corrigir a pendência para poder receber a restituição. Ao enviar a retificadora, o contribuinte vai para o fim da fila. Para consultar o processamento da declaração, é preciso acessar o e-CAC, também com senha do Portal Gov.br.

    QUEM DEVE DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA 2025?

  • Quem recebeu rendimentos tributáveis --como salário e aposentadoria-- a partir de R$ 33.888
  • Cidadão que recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte (como rendimento de poupança ou FGTS) acima de R$ 200 mil
  • Contribuinte que teve ganho de capital (ou seja, lucro) na alienação (transferência de propriedade) de bens ou direitos sujeitos à incidência do imposto; é o caso, por exemplo, da venda de imóvel com valor maior do que o pago na compra
  • Contribuinte com isenção do IR sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguida de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias
  • Quem realizou vendas na Bolsa de Valores que, no total, superaram R$ 40 mil, inclusive se isentas. E quem obteve lucro com a venda de ações, sujeito à incidência do imposto. Valores até R$ 20 mil são isentos
  • Cidadão que tinha, em 31 de dezembro, posse ou propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, acima de R$ 800 mil
  • Contribuinte que obteve receita bruta na atividade rural em valor superior a R$ 169.440 ou quer compensar prejuízos de anos anteriores ou do próprio ano-calendário
  • Passou a morar no Brasil em 2024 e encontrava-se nessa condição em 31 de dezembro
  • Optou por declarar bens, direitos e obrigações detidos por offshores
  • Contribuinte titular de trust e demais contratos regidos por lei estrangeira
  • Contribuinte que optou por atualizar o valor de imóveis com o pagamento de imposto menor instituído em dezembro de 2024
  • Obteve rendimentos em capital aplicado no exterior em aplicações financeiras ou lucros e dividendos de entidades controladas
  • O que mudou no Imposto de Renda de 2025?

    A principal mudança foi a alteração do valor de rendimento tributável que obriga a pessoa a declarar. A quantia subiu de R$ 30.639,90, em 2024, para R$ 33.888. Esses rendimentos são os valores recebidos de salários, aluguéis, aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

    A Receita também alterou o valor mínimo que obriga quem obteve receita bruta na atividade rural a declarar para R$ 169.440 neste ano. Em 2024, a quantia mínima era de R$ 153.199,50.

    O órgão ainda incluiu mais duas regras que obrigam a declaração do IR.

    O contribuinte que obtiver ganho de capital com aplicações financeiras no exterior (ações, aplicações financeiras ou lucros e dividendos) terá de prestar contas com a Receita. E também será exigido o IR de quem atualizou o valor do imóvel pagando o imposto menor que entrou em vigor em dezembro de 2024.

    Outra mudança importante foi na ordem de prioridade na fila de restituição do IR, que ficou da seguinte forma:

    1- Idoso com 80 anos ou mais

    2 - Idoso com 60 anos ou mais, e pessoa com deficiência e com doença grave

    3 - Contribuintes cuja maior fonte de renda é o magistério

    4 - Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e optaram por receber a restituição por Pix

    5 - Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida ou optaram por receber a restituição por Pix

  • Demais contribuintes
  • QUAL O VALOR DAS DEDUÇÕES DO IR?

    Alguns gastos no ano garantem dedução no Imposto de Renda, isso faz com que o cidadão pague menos imposto ou tenha uma restituição maior.

  • Dedução por dependente: R$ 2.275,08 (valor mensal de R$ 189,59)
  • Limite anual de despesa por com educação: R$ 3.561,50
  • Limite anual do desconto simplificado (desconto-padrão): R$ 16.754,34
  • Para despesas de saúde devidamente comprovadas não há limite de valores
  • Cota extra de isenção para aposentados e pensionistas a partir de 65 anos: R$ 24.751,74 no ano (R$ 22.847,76 mais R$ 1.903,98 relativos ao 13º salário) Arte HTML5/Folhagráfico/AFP
  • QUE DOCUMENTOS PRECISO SEPARAR PARA DECLARAR O IR?

    Dentre os principais documentos estão recibos e notas de despesas médicas e de educação, comprovantes de compra e venda de veículos ou imóveis no ano passado, informe de rendimentos da empresa onde trabalha ou para a qual prestou serviço em 2024 e extratos bancários. Também é necessário:

  • Dados pessoais (CPF, endereço atualizado, dados da conta bancária para débito ou crédito da restituição)
  • Pagamentos feitos a advogados, engenheiros, corretagem em aluguéis, compra e venda de imóveis
  • Doações e serviços de crédito
  • Despesas médicas e odontológicas
  • Despesas com empregados domésticos