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Número de violações contra idosos cresce 69% em Goiás

Em menos de 15 dias, Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai) fez três resgates. Celebrar centenários, como o da dona de casa Celina Raimunda do Carmo nesta quarta-feira (30), é um bálsamo em meio ao cenário de violência

Modificado em 19/09/2024, 01:09

Número de violações contra idosos cresce 69% em Goiás

(Arte: O Popular/Daqui)

Dados disponíveis em painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), mostram que o número de violações contra pessoas idosas no Brasil cresceu 72,64% no primeiro semestre de 2023. Em Goiás o aumento foi de 69,65%. Em menos de 15 dias, a equipe da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (Deai) resgatou três idosos com traços evidentes de maus-tratos e violência física. O Brasil tem hoje mais de 31 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Pelo menos 30 mil delas chegaram aos 100 anos.

"O etarismo se mostra mais cruel do que nunca." A frase é do secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva ao fazer o balanço de 100 dias na função. Uma das ações imediatas da pasta foi retomar em janeiro o canal de denúncias Disque 100 com o objetivo de evitar a subnotificação de casos e recuperar o monitoramento do cenário de violência contra idosos no Brasil. Também foi ampliada a participação popular no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa.

Três casos de maus-tratos a pessoas idosas em Goiânia, em menos de 15 dias, chocaram pela crueldade. Equipes da Delegacia Especializada no Atendimento do Idoso (Deai), após denúncias, localizaram no dia 16, no Setor Bueno, uma mulher de 86 anos, com o braço fraturado em razão de uma queda cinco dias antes. Ela foi negligenciada pela filha de 57, enfermeira. No dia 25, um homem de 74 foi encontrado com o braço ferido, lesão provocada pelo filho de 43. No dia 28, outra idosa, de 87, foi resgatada na capital abandonada pelo filho de 69. Ela apresentava hematomas nos braços, dormia no chão e não tinha água nem comida para se alimentar.

Centenária

Chegando nesta quarta-feira (30) aos 100 anos, a dona de casa Celina Raimunda do Carmo passa a largo desse cenário de violência. Mãe de oito filhos, um dos quais morreu precocemente, e avó de 10 netos e 26 bisnetos, ela estará rodeada pela família para celebrar a longevidade. E a família e amigos próximos não têm dúvida de que a atenção e o cuidado têm feito a diferença na vida dessa filha de Itumbiara que passou grande parte da sua jornada na zona rural, na pesada lida doméstica e enfrentou percalços com a saúde.

"A nossa vida sempre foi pautada pelo amor e pela união, um legado de nossos pais. Estamos retribuindo a ela tudo o que nos foi dado", afirma a filha Vânia Santos do Carmo. Desde a morte do marido, José Quirino do Carmo, que partiu aos 90 anos, Celina vive sozinha no apartamento onde morava com ele. Assim se sentiu mais confortável e os filhos concordaram. Por decisão da família, ela não tem cuidadora. São as cinco irmãs, três com mais de 70 anos, que se revezam nos cuidados com a mãe.

Embora com dificuldade para articular palavras em função de um câncer, Celina é lúcida e atenta. Nesta quarta-feira tem celebração intimista, mas a lembrança é por conta da matriarca. Desde que soube que será festejada, está empenhada em produzir pequenas peças de crochê para entregar à toda prole. Vânia conta que a mãe tem uma bengala, que é sempre esquecida quando está apressada. Da mesma forma os óculos que não fazem falta quando precisa colocar linha na agulha.

"Ela sempre foi uma mulher batalhadora e de coragem, nunca vimos nossa mãe reclamar de cansaço. Sempre está disposta a tudo", relata a filha Cláudia Sabbag. Tão disposta que, mesmo chegando aos 100 anos, ainda arrisca o doce movimento de um balanço.

A irmã, Gláucia do Carmo, atribui o amor e a dedicação dos filhos com a mãe ao exemplo que receberam dos pais. "Todos cuidam dela, oferecem o convívio familiar e segurança", confirma Vânia.

(Arte: O Popular/Daqui)

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Casal vai responder por maus-tratos após a morte de um cão e por deixar animais sem água e comida, diz a polícia

Inquérito foi concluído pela Polícia Civil nesta terça-feira (23). Cães vítimas de maus-tratos foram resgatados de casa após denúncia anônima, em Paraíso

Modificado em 22/04/2025, 20:39

Cães foram resgatados, mas um deles morreu

Cães foram resgatados, mas um deles morreu (Polícia Civil / Divulgação)

Um casal, de 18 e 23 anos, foi indiciado pela Polícia Civil após conclusão de inquérito que apurou o crime de maus-tratos contra dois cães da raça pit bull. Os animais foram resgatados em uma casa de Paraíso do Tocantins sem água ou comida e um deles não resistiu às condições em que estavam.

O inquérito foi concluído nesta terça-feira (22) e de acordo com o delegado José Lucas Melo, titular da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Paraíso, a situação dos animais foi denunciada de forma anônima na ouvidoria da Secretaria da Saúde de Paraíso.

Os nomes dos investigados não foram informados, por isso o Daqui não conseguiu contato da defesa até a publicação desta reportagem.

Com a denúncia, equipes policiais começaram a investigar o caso e encontraram os animais, um macho e uma fêmea, em péssimas condições de saúde. O animal que resistiu foi foi resgatado, alimentado, medicado e colocado sob os cuidados de um abrigo da cidade.

Conforme a polícia, a mulher investigada foi ouvida e disse que não tinha dinheiro para comprar ração para os cães. O homem não foi localizado pela equipe policial.

A investigação foi finalizada e o casal vai responder à Justiça pelo crime de maus-tratos a animais. Segundo o delegado José Lucas, se eles forem condenados, poderão pegar até cinco anos de prisão. O procedimento será remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.

Diante da situação em que os animais foram encontrados, o delegado pede que a população denuncie casos de violência deste tipo.

Nesse sentido, pedimos a toda a população que ajude a Polícia Civil, denunciando maus-tratos praticados contra animais, para que possamos adotar as medidas legais cabíveis", comentou.

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Homem usa criança como escudo durante perseguição policial, diz PM

Criança foi resgatada em segurança e suspeito preso em flagrante por tráfico de drogas

undefined / Reprodução

Um homem foi preso suspeito de usar uma criança como escudo para se proteger após uma perseguição policial ocorrida nesta sexta-feira (18), em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo a Polícia Militar (PM), o homem ainda teria apontado uma arma falsa para a equipe. O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).

A polícia não divulgou o nome do suspeito e o grau de parentesco dele com a criança. A criança foi resgatada em segurança.

Conforme a Polícia Militar, o caso ocorreu no Bairro Adriana Parque, após a equipe tentar abordar o carro do suspeito, que não obedeceu a ordem de parada e fugiu em alta velocidade.

Durante a perseguição, o suspeito teria batido o carro e, neste instante, saiu do veículo usando uma criança de aproximadamente quatro anos como escudo, enquanto um outro homem que também estava no carro, tentou fugir a pé por uma região de mata.

Ainda segundo a PM, o homem usava a criança como escudo para se proteger ao mesmo tempo em que apontava uma arma de fogo para os policiais, arma esta que após verificação a equipe constatou se tratar de um simulacro, ou seja, uma arma falsa. Ele foi contido e a criança resgatada em segurança.

A polícia informou que com os suspeitos foram apreendidas porções de drogas, dinheiro em espécie e um aparelho celular. Na casa de um dos suspeitos, os policiais encontraram mais droga, balanças de precisão e materiais usados para o tráfico de drogas.

Ainda segundo a PM, o suspeito de usar a criança com escudo estava em descumprimento de medida cautelar, sem tornozeleira eletrônica, e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Os dois foram presos por tráfico de drogas.

Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

Homem foi preso e no carro dele foram apreendidas porções de drogas (Reprodução/ Polícia Militar)

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Mulher é morta a tiros enquanto pilotava moto em rodovia

Durante o atendimento da ocorrência, a PRF encontrou pelo menos oito cartuchos de munição calibre 9mm no local

Modificado em 10/04/2025, 12:26

Caso é investigado pela 33ª Delegacia de Polícia, de Santa Maria (DF)

Caso é investigado pela 33ª Delegacia de Polícia, de Santa Maria (DF) (Reproduçao/TV Anhanguera)

Uma mulher de 51 anos foi morta a tiros enquanto pilotava uma motocicleta pela BR-040, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a vítima foi surpreendida com disparos de arma de fogo efetuados pelo ocupante de um veículo que emparelhou com a moto na rodovia.

O crime aconteceu na tarde da última terça-feira (8), por volta das 15h50, próximo da Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) do Polo JK. Segundo a PRF, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal foi chamado, mas a mulher não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

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Durante o atendimento, a PRF encontrou, pelo menos, oito cartuchos de munição calibre 9 mm na cena do crime. A área foi isolada para a realização da perícia pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que enviou equipe para dar início às investigações.

Ao DAQUI , a PCDF informou que os disparos teriam sido efetuados por um ocupante de um veículo de cor prata ou cinza, que fugiu do local logo após o crime. A autoria e motivação do crime ainda estão sendo apuradas.

O caso é investigado como feminicídio, pois desde 2017, a PCDF acatou uma recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) e passou a investigar como feminicídio todas as mortes violentas envolvendo mulheres.

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Mecânico alega abstinência e surto ao matar empresária e nega roubo

Davi Pereira disse que há três anos sofre de “apagões” por causa da dependência química e que faz coisas sem querer nem pensar, mas versão é contraditória com alguns fatos. Ele foi ouvido em interrogatório por juíza

Davi Pereira (no alto à esquerda) em interrogatório virtual com representantes da Justiça e da Defensoria

Davi Pereira (no alto à esquerda) em interrogatório virtual com representantes da Justiça e da Defensoria (Reprodução)

O mecânico Davi Pereira da Silva, de 44 anos, afirmou em interrogatório na Justiça que estava em surto por causa de uma crise de abstinência por uso de drogas quando matou a empresária Maria da Conceição dos Santos Mendonça, de 74, para quem prestava serviços esporádicos. Ele negou que a tivesse matado para roubá-la, tese defendida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) com penas mais graves. Maria da Conceição foi morta em 6 de janeiro, em uma oficina mecânica de sua propriedade, no Jardim Imperial, em Aparecida de Goiânia, e o interrogatório de Davi aconteceu no dia 18 de março.

Davi não detalhou o que aconteceu dentro da oficina mecânica nem como foi antes do alegado surto. Para a juíza substituta Patrícia Miyuki Hayakawa de Carvalho, da 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia, ele disse apenas que teve um "apagão na mente" e que desde que passou a reduzir o consumo de drogas e álcool há cerca de três anos tem estes surtos e age de forma que não consegue controlar nem explicar. Ele não deu nenhum exemplo do que já fez no passado assim. "Apenas aconteceu comigo, não sei explicar o que aconteceu, mas quando vi já tinha feito a burrada", afirmou.

O inquérito policial apontou que Davi armou uma emboscada contra a empresária na oficina dela, pedindo-lhe um favor, para em seguida roubá-la. No imóvel, ele a desmaiou com um golpe de mata-leão, a colocou no carro e fugiu. Nada foi roubado, mas segundo a polícia teria sido pelo fato de o mecânico não ter conseguido e não por não ter tentado. O celular da vítima estava no carro com o aplicativo do banco aberto quando foi encontrado. Após saírem da oficina, o mecânico matou Maria da Conceição com golpe de faca no pescoço. O corpo foi encontrado no veículo no dia seguinte, e Davi foi preso um pouco antes, escondido na casa de parentes.

No interrogatório, o réu disse que conhecia a vítima há mais de 20 anos e que em nenhum momento pensou em roubar a empresária. "Não mexi em nada." Ele tentou justificar a fuga da oficina com Maria da Conceição dentro do carro alegando que tentou buscar socorro médico para ela após vê-la ferida. "Tentei correr com ela, era uma quadra de campo de futebol (ali perto), pensei que ali alguém poderia socorrer ela, da oficina até lá dá uns 5, 7 minutos", afirmou. Davi não explica o vídeo que mostra Maria da Conceição tentando fugir do carro e ele saindo do veículo e a colocando no interior novamente. Segundo as investigações, inclusive, que ele a golpeou com facadas após essa tentativa de fuga.

Exame negado

A defesa de Davi tentou conseguir que a Justiça autorizasse um exame de insanidade mental, porém o pedido foi negado pela juíza Luciana Nascimento Silva Gomes, da 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia, em 6 de março, e a petição já foi arquivada. O mecânico é representado pela Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO). A alegação da defesa é que a insanidade mental decorria da dependência toxicológica, entretanto não foram apresentados documentos complementares pedidos pela Justiça que demonstrassem "dúvida razoável acerca da sanidade mental do acusado".

"A simples afirmação desprovida de qualquer elemento indicativo da existência de alguma perturbação mental não se revela como motivação idônea para o deferimento do pedido, sendo que o incidente de insanidade mental deve ser instaurado naquelas situações em que emerge do caderno processual dúvida concreta, efetiva e relevante, de que o acusado sofre de algum problema mental com força suficiente para abalar sua integridade psíquica", escreveu a juíza em sua decisão. "Com efeito, observo que a defesa do acusado requereu a instauração de insanidade mental baseado tão somente nas alegações do acusado."

O interrogatório de Davi foi rápido, sem perguntas por parte do MP-GO e nem aprofundamento nas alegações apresentadas. Durou pouco mais de 6 minutos. A versão dele é bem parecida com a apresentada durante depoimento para a Polícia Civil. Nem o MP-GO nem a defensoria o questionam sobre qual o momento exato do surto nem os detalhes do que ele se lembra ou o que ele foi fazer na oficina ou a fuga para a casa de parentes. Além dele, foi ouvido um cliente da empresária que a contratou para colocar um parabrisa novo em seu carro. Sobre o crime, ele não testemunhou.

Como o mecânico responde por latrocínio, o caso não será julgado por um júri e a sentença sai após a apresentação das alegações finais pela defesa e pela acusação, próxima etapa do processo judicial. O crime de latrocínio (roubo seguido de morte) tem pena prevista entre 20 a 30 anos de cadeia, enquanto o de homicídio doloso vai de 6 a 20 anos, quando simples, e de 15 a 30 anos, quando há agravantes. Além disso, é um crime inafiançável e não permite anistia ou indulto. Mesmo que o roubo não tenha sido concretizado, como é o caso, a legislação considera crime de latrocínio consumado desde que esteja comprovado que se tentou subtrair patrimônio da vítima.

A Justiça mandou as autoridades analisarem uma denúncia de maus-tratos e violência feita por Davi enquanto esteve preso no Centro de Triagem. Ele diz que foi torturado e ameaçado de morte.