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Pacientes sem gravidade serão orientados para ir a UBS

Ação das secretarias estadual e municipais do entorno de Goiânia quer diminuir atendimento de doentes com casos que não sejam de maior necessidade

Modificado em 19/09/2024, 01:23

Pacientes sem gravidade serão orientados para ir a UBS

Os pacientes que chegarem espontaneamente no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) e Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) passarão por uma triagem e análise de classificação de risco e aqueles que estiverem sem gravidade serão recomendados a ir para a unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da sua residência. A intenção é reduzir o número de atendimentos nos hospitais estaduais, que possuem as características de serem especializados nas intervenções secundárias e terciárias, ou seja, de pessoas que chegam em estado de emergência, com a ação necessária em até uma hora.

Neste primeiro momento, o acordo feito entre as secretarias é de fazer um protocolo orientativo, de modo a fazer entender o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), com a existência de unidades regionalizadas e hierarquizadas, ou seja, cada uma com atendimento a determinados tipos de gravidade. Até por isso existe a classificação de risco em cores, de modo que o paciente classificado como azul ou verde deve ser atendido em UBSs, por se tratar de caso sem gravidade. Já os classificados como amarelo, laranja ou vermelho possuem atendimento garantido nos hospitais, sendo necessárias ações mais complexas dado o grau de gravidade avançado.

A Prefeitura de Goiânia vai disponibilizar unidades básicas móveis, montadas em carretas, para ficarem estacionadas na porta dos dois hospitais estaduais, que são as unidades que mais sofrem na capital em razão da demanda espontânea. Essa é entendida como a chegada de pessoas às unidades de forma direta, sem passar pela regulação, e um atendimento prévio e encaminhado por outro profissional médico. A explicação é que esses pacientes, que são a maioria no caso do Hecad, ocupam os leitos e as equipes de saúde preparadas para atender casos mais graves, enquanto que, em tese, há atendimento garantido nas unidades básicas, que são municipais.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), "as carretas vão receber pacientes classificados como não urgentes, com fichas azuis e verdes, durante um período de adaptação, a partir da próxima segunda-feira (13)". Cada um dos veículos é equipado com três consultórios e uma sala de medicação. O objetivo das unidades na frente dos hospitais de referência vai ser o de orientar e encaminhar os pacientes de acordo com a necessidade do caso, "proporcionando atendimento adequado e evitando sobrecarga nos serviços de urgência e emergência, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde", informa a SMS.

Critérios mais minuciosos

A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) explica que o protocolo de classificação de risco vai ser reforçada com critérios mais minuciosos nas duas unidades hospitalares. Isso vai ocorrer para que a equipe médica tenha mais informações sobre o paciente e conseguir encaminhar o atendimento no local ou informar sobre a possibilidade de ir para uma unidade básica. A SES-GO reforçou que não se trata de transformar as unidades no que chamam de porta fechada, que é quando não possibilita o atendimento ao paciente espontâneo, apenas daqueles encaminhados por outra unidade de saúde. Nesse primeiro momento, as pessoas vão continuar entrando na unidade. E se a classificação de risco apontar que se trata de verde ou azul, haverá orientação para ir à UBS mais próxima da sua residência, com a indicação de endereço e telefone.

No entanto, se o paciente se recusar a deixar de ser atendido no hospital, não será negado, mas haverá a informação de que ele vai ter de esperar um tempo maior, devido a prioridade aos pacientes mais graves. A tendência, então, é que ocorra uma maior quantidade de atendimentos nas unidades municipais e há uma dúvida se as mesmas suportam essa demanda. No entanto, os secretários municipais da região metropolitana reforçam que as equipes estão prontas para a realização do serviço. O secretário da SMS, Wilson Pollara, garantiu que todas as unidades possuem equipe médica completa escalada. Porém, não houve garantia de que todos os profissionais estarão no local em todos os dias e horários. "O compromisso que estamos assumindo é o de todos, mas depende de pessoas. Tem médicos escalados em todas as unidades, mas se não vão estar ou não forem é um outro problema", argumentou.

Para o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems) a ação vai beneficiar o atendimento secundário e terciário que deve ocorrer nos hospitais, garantindo vagas aos pacientes mais graves, do interior. Cerca de 70% da demanda espontânea dos hospitais é de Goiânia, até pela localização das unidades.

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Família doa órgãos de jovem que morreu após acidente de moto, e vídeo em hospital emociona

Segundo a sogra, Camila Camargo Evangelista manifestou em vida o desejo de ser doadora

undefined / Reprodução

A família da jovem Camila Camargo Evangelista, que morreu aos 28 anos após sofrer um acidente de moto, doou os órgãos dela e salvou três vidas. Um vídeo gravado no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) mostra Camila, já com a morte encefálica confirmada, a caminho da sala de cirurgia. A jovem recebe aplausos da equipe médica e da família (assista acima) .

A sogra de Camila, Simone Felisberto, que estava presente no momento da homenagem, afirmou que sentiu que Camila estava feliz em fazer a doação de órgãos, assunto que as duas haviam conversado há menos de um ano.

"Sempre a gente ouvia falar que estava em falta, que tem pessoas na fila esperando por uma doação de um órgão, ela disse 'eu quero fazer isso, se acontecer algo um dia, se eu puder eu quero fazer isso'. Ela deixou bem claro", afirmou, em entrevista à TV Anhanguera.

Simone Felisberto acredita que onde quer que Camila esteja, ela está muito feliz com a atitude da família. "Eu creio que foi a hora dela, e que a missão dela que ela tinha que cumprir foi cumprida nesses 28 anos, até o fim", destacou.

A supervisora da Organização de Procura de Órgãos do Hugol, Suzana Xavier, falou sobre a importância da doação de órgãos para a família que perdeu um ente querido.

"O sim daquela família trouxe vida para outras. Então no momento da morte de um, leva a vida a outras pessoas, então eles [os familiares] começam a entender isso, esse propósito, então isso para eles ajuda nesse processo tão doloroso da perda do ente",

Como se tornar um doador

Segundo o Ministério da Saúde (MS), no Brasil, a doação de órgãos e tecidos só será realizada após a autorização familiar. Por isso, é importante que a pessoa que deseja se tornar um doador fale para sua família sobre esse desejo, para que, após a sua morte, os familiares possam autorizar a doação e retirada dos órgãos e tecidos. Após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos.

O MS explica que os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Jovem é aplaudida por equipe médica e família

Jovem é aplaudida por equipe médica e família (Arquivo pessoal/Simone Felisberto)

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Mabel diz que pretende reduzir prazo para pagamento aos prestadores de serviço da saúde para três dias úteis

Segundo o prefeito, a Prefeitura de Goiânia deve R$ 600 milhões de imediato para a saúde

Modificado em 20/01/2025, 18:19

Prefeito falou em redução do prazo para pagamento aos prestadores de serviço do SUS, em Goiânia

Prefeito falou em redução do prazo para pagamento aos prestadores de serviço do SUS, em Goiânia (Fábio Lima/O Popular)

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), afirmou que pretende reduzir prazo para pagamento aos prestadores de serviço da saúde no município. De acordo com a lei o prazo para pagamento é de cinco dias úteis, porém o chefe do executivo quer reduzir para três dias úteis.

Fizemos um compromisso desde a campanha que o dinheiro que viesse para pagar os prestadores de serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), a Prefeitura não ficaria com o dinheiro aqui, mecanizando como vinha fazendo. Nós temos o prazo de cinco dias úteis para realizar o pagamento, pedi para os técnicos averiguarem se tem como reduzirmos esse prazo para três dias. Eu quero pagar mais rápido", declarou.

De acordo com Mabel, a Prefeitura recebeu R$ 33 milhões do SUS na última quarta-feira (15) e a meta é pagar os prestadores, vinculados ao SUS, como hospitais, clínicas e laboratórios, pelos serviços prestados no mês de novembro do ano passado antes do fim do prazo estabelecido por lei.

"Tem prestadores de serviço que estão com três, quatro meses (de pagamento) atrasados. Não receberam o mês de outubro ainda. Então, tem de ser modificadas a forma de fazer isso. O prestador de serviço e os servidores, desse prestador, não podem esperar todo esse tempo", afirmou.

O prefeito informou que a Prefeitura de Goiânia deve R$ 4 bilhões, sendo R$ 600 milhões de imediato para a Saúde. Inclusive, disse que os pagamentos pendentes serão realizados conforme uma programação.

"O importante é pagar em dia o fornecedor. O pra trás, conseguindo enxergar o caixa, nós vamos parcelar em muitas vezes, mas vamos pagar tudo isso. Quando eu falo que vai pagar e que não vai mexer no dinheiro da saúde, é que em hipótese nenhuma, isso vai acontecer. Inclusive, o meu salário vai para a saúde. Eu vou consertar a saúde", disse Mabel.

Gestão da saúde reprovada

O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Goiânia reprovou o relatório anual de gestão (RAG) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de 2022 e 2023, e o de 2021 foi aprovado com ressalvas. Nestes três anos, a pasta não conseguiu cumprir nem metade das metas estabelecidas previamente pela administração municipal para a execução dos serviços do SUS na capital.

O RAG é um dos instrumentos de planejamento do SUS, e o relatório com a reprovação é encaminhado para os tribunais de contas e para o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), podendo servir como embasamento para processos nestes órgãos.

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Circulação de sorotipo 3 da dengue causa preocupação em Goiás

Governo repassa orientações aos municípios goianos relacionadas à prevenção de doenças em decorrência das enchentes, com atenção especial ao mosquito Aedes aegypti e à leptospirose

Modificado em 18/01/2025, 11:36

Com enchentes, mosquito Aedes aegypti volta a ser motivo de preocupação

Com enchentes, mosquito Aedes aegypti volta a ser motivo de preocupação (Pixabay)

Nesta sexta-feira (17), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), repassou orientações aos municípios goianos relacionadas à prevenção de doenças em decorrência das enchentes. Ele chamou a atenção para a dengue, mas também destacou a importância das prefeituras se atentarem para a leptospirose, tétano e acometimentos gastrointestinais.

A dengue tem sido um ponto de alerta porque o sorotipo 3 da doença voltou a circular em Goiás depois de anos com predominância dos sorotipos 1 e 2. "Já foi identificado esse sorotipo 3 em três cidades: Anápolis, Goiatuba e Rio Verde", alertou Caiado. O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos porque o mosquito que é o vetor da doença, o Aedes aegypti, se reproduz na água parada.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, explica que a pasta tem adotado estratégias para controlar a disseminação do mosquito e eliminar criadouros. "Neste ano, vamos começar a utilizar, junto com os municípios, a borrifação residual intradomiciliar. Antigamente, só fazíamos do lado de fora. Agora, para locais com grandes aglomerados de pessoas, temos a possibilidade dessa borrifação residual", esclarece.

Na última semana, a SES-GO ainda recebeu cerca de 140 mil doses da vacina contra a dengue. Os imunizantes, enviados pelo Ministério da Saúde, são direcionados para crianças e adolescentes com idade entre 6 e 16 anos. "Comece (o esquema vacinal) o mais rápido possível", apela Flúvia, já que a adesão à vacinação pelo público-alvo tem sido abaixo do esperado.

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Hugol captou mais de 100 órgãos e tecidos em 2024

Entretanto, a taxa de recusa pelos familiares foi de 60% entre os meses de janeiro a agosto deste ano

Modificado em 17/09/2024, 17:23

Hugol captou mais de 100 órgãos e tecidos em 2024

(Thauann Sales)

O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) é considerado o maior captador de órgãos e tecidos do estado de Goiás, totalizando 1.124 órgãos captados desde sua inauguração, em julho de 2015. De janeiro a agosto de 2024, a unidade captou 103 órgãos e tecidos, sendo 42 rins, 5 fígados e 56 córneas.

Apesar do número expressivo, a taxa de recusa entre os familiares que passam pela unidade ainda é alta. De janeiro a agosto deste ano a taxa de recuso foi de 60,6%. De acordo com Suzana Xavier, Supervisora da Organização de Procura de Órgãos (OPO/Hugol), o número de órgãos captados demonstra o fortalecimento das ações e o comprometimento dos profissionais do Hugol em promover o diálogo sobre o assunto, entretanto é um trabalho desafiador.

"O maior desafio hoje é conscientizar as famílias sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, bem como desmistificar o processo de doação e captação. Por isso, uma equipe focada no acolhimento e esclarecimento de todas as etapas do processo é essencial", explicou.

Os órgãos captados no Hugol vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes do Estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde. Segundo dados do 1º semestre de 2024, cerca de 2.100 pessoas aguardando transplante em Goiás. Já no Brasil, o número é de 65 mil pessoas na fila.

Como funciona a doação de órgãos?
No Brasil, a doação de órgão só acontece após o consentimento da família, por isso é essencial que a pessoa converse sobre isso com os familiares e expresse seu desejo de ser um doador. Os pacientes aptos a doar são aqueles com diagnóstico por morte encefálica, ou seja, vítimas de dano cerebral irreversível.

Podem ser doados os seguintes órgãos: coração, pulmões, fígado, intestino, pâncreas e rins. Além dos seguintes tecidos: córneas, pele, ossos e válvulas cardíacas. O procedimento é realizado no centro cirúrgico da unidade e não viola o corpo do doador, podendo este ser velado normalmente.

Vale lembrar que o Hugol segue um rigoroso protocolo de segurança para diagnóstico e confirmação de morte encefálica, o que possibilita à equipe médica e multidisciplinar uma conversa imediata sobre a doação de órgãos. A unidade conta ainda com uma equipe especializada no atendimento aos familiares, entretanto a recusa ainda é alta.

"Um único doador pode salvar até oito vidas. Atualmente, temos uma grande fila de pessoas esperando por um transplante para sobreviver. Por isso, deixo aqui um incentivo para que você converse com sua família sobre ser um doador e salve vidas", finalizou Suzana.