Paço vai instalar semáforos para priorizar ônibus
Prefeitura vai fechar parceria com consórcio das empresas do sistema de transporte coletivo, que vai assumir e controlar a semaforização inteligente na capital. Projeto começa pelo Eixo Anhanguera, em março
Vandré Abreu
25 de janeiro de 2025 às 11:13
Modificado em 25/01/2025, 11:17

Na Avenida Anhanguera, ônibus pegam “onda verde”: sincronização a ser implantada deve agilizar transporte (Wildes Barbosa / O Popular)
A instalação de semáforos inteligentes em Goiânia, que deverão priorizar os ônibus dos principais eixos de transporte da capital, deve começar em março, no Eixo Anhanguera (Leste-Oeste), a partir de parceria com o consórcio das empresas concessionárias do sistema de transporte coletivo metropolitano (Redemob). O modelo, no sistema BRT (Bus Rapid Transit, na sigla em inglês para "trânsito rápido de ônibus"), vem sendo chamado de metronização, visto que se assemelha com o transporte via metrô, com paradas apenas nas estações. A cidade não possui sincronização semafórica desde 2019, quando também começou a falar na instalação dos semáforos inteligentes, o que nunca ocorreu. A gestão anterior tentou licitar a aquisição dos equipamentos e a construção da central de controle, mas os processos foram vistos como irregulares pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO).
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Pela agilidade de conseguir ter o serviço sem a licitação, a gestão atual decidiu pela parceria com a Redemob, o que depende ainda de resolver pendências jurídicas. A principal questão é como colocar o serviço de semaforização como elemento do transporte coletivo, visto que atualmente ele é ligado à Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET). A ideia inicial seria fazer uma alteração na Lei Complementar 169/2021, que reformula e disciplina a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), para inserir a parte semafórica como um elemento da rede.
Após isso, seria necessário fazer um termo de convênio enFtre o município de Goiânia com a RedeMob, via Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC). Será um acréscimo no contrato que a Prefeitura já possui com o consórcio para a realização do serviço de transporte e, mais recentemente, de revitalização da infraestrutura do sistema, como dos pontos de embarque e dos terminais de ônibus do Eixo Anhanguera. A previsão é que os ônibus no Eixo Anhanguera, que hoje possuem velocidade média de 15 km/h, possam chegar a até 21 km/h em média com a implantação do novo modelo semafórico.
O prefeito Sandro Mabel (UB) explica que, com esse sistema, os ônibus dos corredores de Goiânia vão parar nas estações e os semáforos próximos já se prepararão para abrir o fluxo para o transporte coletivo. "Ele encosta na estação, vai ter tempo de parada, tem tempo de saída, como funciona no metrô. Ele vai ter um monitor que vai dizer se é para acelerar ou para ele atrasar, porque o sinaleiro já enxergou que ele saiu. Todos os caminhos até a próxima estação ele já enxergou e sabe que o ônibus está vindo. Ele começa a abrir os sinais para que o ônibus possa passar naquela velocidade, com isso o trânsito anda na mesma velocidade, toda a semaforização estará sincronizada", relata.
Mabel estima que toda a semaforização será sincronizada em dois anos e também dentro do acordo com a Redemob, que usará sua central de controle operacional, que atua no sistema de transporte coletivo, incrementada com a semaforização. Já durante a campanha, o então candidato a prefeito negociou com as concessionárias e havia uma ideia de até mesmo incluir a semaforização de Aparecida de Goiânia. Não está definido ainda como será a remuneração do sistema, se o custo será incluído na tarifa técnica, que é o meio de remuneração do sistema, com uma complementação para a capital ou se será feito um acordo à parte. Há a ideia de utilizar receitas, como do estacionamento rotativo pago (Área Azul), para ajudar a pagar esse complemento.
Segundo a Secretaria de Engenharia de Trânsito de Goiânia (SET), o projeto é para que a cidade tenha "o parque semafórico mais moderno e tecnológico do País, dando prioridade para o transporte público". "O transporte coletivo irá comandar o trânsito em nossa cidade e para isso novas tecnologias para criar soluções que tragam fluidez ao trânsito, como a tão pedida onda verde, por exemplo", informa a SET. No momento, os técnicos da secretaria estão "fazendo levantamento, conversando com fornecedores e fazendo uma apuração no que diz respeito a custos" para o serviço.
O acordo a ser realizado com a RMTC Goiânia tem como vantagem, de acordo com a SET, "justamente os investimentos no processo de compra, manutenção e operação, sendo feito por uma entidade privada", o que, para a secretaria, agiliza, traz inovação e redução drástica de custos. Atualmente, Goiânia tem 863 interseções com controle semafórico, que são controladas por 820 equipamentos, sendo que alguns são controlados por um mesmo equipamento, em parte dos setores Bueno e Marista. Há a intenção também de ampliar a quantidade de pontos semaforizados na capital.
