SAMANTHA SOUZAA paixão pela pesca esportiva era o laço que unia os 12 amigos mortos na queda do avião em Barcelos, no interior do Amazonas. O grupo seguia para o Rio Negro, um dos destinos favoritos dos turistas amantes da modalidade, segundo o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (Codese). Os amigos, que saíram de vários estados brasileiros, inclusive cinco empresários de Goiás, pretendiam aproveitar a temporada de pesca esportiva, que começou em setembro e segue até fevereiro de 2023. A modalidade também é conhecida como ‘pesque e solte’ e consiste em fisgar, medir, pesar, fazer fotos com o peixe, retirar o anzol e devolvê-lo ao rio.No Amazonas, o esporte movimenta cerca de R$ 500 milhões, segundo dados da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur).Confira os municípios para a pesca no Amazonas:São Gabriel da CachoeiraSanta Izabel do Rio NegroBarcelosNovo AirãoManausCareiro da VárzeaCareiro CastanhoAutazesManaquiriManacapuruAnoriAnamãNovo Olinda do NorteBorbaRio Preto da EvaItacoatiaraPresidente FigueiredoSão Sebastião do UatumãSilvesUrucaráItapirangaNhamundáParintinsMauésNovo AripuanãAcidente Aéreo No sábado (16) um avião que saiu de de Manaus, capital do Amazonas, com destino a Barcelos, caiu deixando 14 mortos. O acidente teria ocorrido no momento em que a aeronave se aproximava do pouso, no aeroporto. As “péssimas condições climáticas” teriam sido um dos fatores que causaram a queda, segundo a defesa civil.De acordo com o governador do Amazonas, Wilson Lima, todos os passageiros eram turistas brasileiros, do sexo masculino, que praticavam pesca esportiva A aeronave pertencia à empresa Manaus Aerotáxi. A empresa estava regular e tinha permissão para atuar em táxi aéreo, segundo registro da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).A Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada para realizar perícia no local. A FAB informou que investigadores do SERIPA VII (Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) farão uma investigação minuciosa das circunstâncias que levaram ao acidente.A Manaus Aerotáxi informou que a "aeronave e tripulação envolvida no sinistro atendiam a todas as exigências da autoridade de aviação civil".VÍTIMASGilcrésio Salvador Medeiros - Gilcrésio Salvador Medeiros era dono da Pousada Serra da Mesa, em Niquelândia. No instagram, o perfil da empresa confirmou a morte de Gil - como era conhecido - e agradeceu as mensagens recebidas. “Agradecemos imensamente as mensagens de apoio nesse momento tão difícil para todos nós. Gil será eternamente lembrado por todos que o conheceram. Foi um homem de um coração único, simpático e receptivo com todos que puderam passar pela Pousada, e com certeza nunca será esquecido. Uma Perda Irreparável!”Bethânia Santos, ex-mulher de Gilcrésio, lamentou o acidente em um vídeo publicado no perfil da pousada em uma rede social. “É triste, gente. É aquela coisa: nós nunca estamos preparados para a morte, e, quando ela é de surpresa, é difícil demais”.Também no perfil da pousada foi repostada uma homenagem feita por um guia de pesca da pousada e amigo de Gilcrésio. “Gil, uma pessoa inenarrável! Quem teve o privilégio de o conhecer, teve a sorte de conviver com um ser humano ímpar, de um coração gigante! Nunca mediu esforços para ajudar (e fazia pelo bem que sentia em poder dar a mão para quem quer que fosse).”“Era um apaixonado pela pesca esportiva! Desbravou o lago Serra da Mesa (estava há mais de 20 anos vivendo às margens desse lago). Faltam palavras neste momento, mas sobram lembranças para eternizar você, Gil! Seu legado nunca será esquecido!”Marcos de Castro Zica - Marcos de Castro Zica, de 48 anos, era engenheiro agrônomo e empresário e morava entre Goiânia e Uruaçu, sua cidade natal. Casado e com dois filhos, Marcos tinha lavouras na região de Uruaçu e Mara Rosa, além de um armazém também em Mara Rosa.Fábio Campos Assis - Natural de Anápolis, a 55 km de Goiânia, Fábio Campos Assis é empresário e dono de uma distribuidora de bebidas na Vila Industrial. Casado e com dois filhos, o empresário aparece em um vídeo que teria sido gravado momentos antes do acidente, na companhia de Gilcrésio Salvador Medeiros, Marcos de Castro Zica e Witter Ferreira De Faria.Witter Ferreira De Faria - O agropecuarista Witter Ferreira De Faria, que residia em Uruaçu, no norte do estado, está entre as vítimas do acidente aéreo que aconteceu na tarde de sábado (16), em Barcelos, no interior do Amazonas. Natural de Tupaciguara, em Minas Gerais, o empresário atuava no cultivo de soja há mais de 20 anos em Goiás.Em um vídeo publicado nas redes sociais em 2020, Witter descreveu brevemente sua trajetória pessoal. “Eu sou filho de pequeno produtor rural, nasci e fui criado na roça, esse mundo sempre me apaixonou. Eu ingressei no agro com um sonho bem menor, hoje consegui bem mais do que eu imaginava.”Renato Souza de Assis - O empresário Renato Souza de Assis é natural de Jataí, no sudoeste de Goiás, mas morava em Goiânia desde a adolescência. Renato foi incluído no grupo de pescadores “de última hora”, para não perder a passagem aérea, segundo o filho dele, Rodrigo Assis. O “amante da pesca”, como descreveu o filho dele, já tinha visitado o Amazonas outras vezes, mas com um outro grupo de amigos. Renato deixou a esposa e três filhos.Veja a lista completa de passageiros da empresa Manaus Aerotáxi:Euri Paulo dos SantosFábio Campos AssisFábio RibeiroGilcresio Salvador MedeirosGuilherme Boaventura RabeloHamilton Alves ReisHeudes FreitasLuiz Carlos Cavalcante GarciaMarcos de Castro ZicaRenato Souza AssisRoland Montenegro CostaWitter Ferreira de FariaTripulantesLeandro Souza - pilotoFernando Galvão - copilotoTrasladoUm avião de Goiás deve fazer o traslado dos corpos dos goianos que estavam na aeronave. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, conversou com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para organizar os trâmites para auxiliar as famílias Os corpos de todas as vítimas foram transportados para um ginásio local da cidade e, posteriormente, serão encaminhados ao Instituto Médico Legal de Manaus, onde serão submetidos a exames periciais. Em seguida eles serão liberados para as famílias.