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Primeira criança imunizada em Goiânia pede para todos se vacinarem

João Pedro, de 11 anos, diz que mal espera pelo dia em que poderá sair sem máscara. Pai do menino chegou às 5h30 no posto de vacinação

Modificado em 20/09/2024, 00:07

João Pedro Rocha, de 11 anos, a primeira criança vacinada contra Covid-19 em Goiânia com a mãe, Laudinéa Rocha

João Pedro Rocha, de 11 anos, a primeira criança vacinada contra Covid-19 em Goiânia com a mãe, Laudinéa Rocha (Diomício Gomes)

O advogado Antônio Fernando acordou cedo na manhã desta segunda-feira (17). Às 5h30 ele já estava na porta do Centro Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. A intenção era garantir uma dose da vacina contra a Covid-19 para o filho, João Pedro, de 11 anos. E ele conseguiu. O garoto foi a primeira criança vacinada da capital. Depois da picadinha no braço, João Pedro saiu feliz da sala de vacina e chamou as outras crianças para se vacinarem também. Ele tranquilizou a todos sobre a dor e ainda ressaltou que essa é a única maneira de sairmos da pandemia. "Mal posso esperar pelo dia em que poderemos sair sem máscara."

Simpático e desenvolto, o garoto chegou acompanhado da mãe, a cirurgião dentista Laudinéa Tomaz Rocha às 7 horas no posto de vacina. A família estava animada com o momento, mas a mãe não deixou de notar o tamanho da fila. "Tem pouca gente aqui hoje. Não sei se porque é o primeiro dia, mas espero que todos os pais tragam seus filhos. Isso é carinho, cuidado e proteção. Perdemos muitas pessoas próximas por conta da doença e tomar a vacina é o que podemos fazer para sair deste momento." Mas o garoto não escondeu a ansiedade. "Quero muito voltar à vida que tinha antes." Depois da dose, saiu com o certificado de coragem nas mãos e garantiu que não sentiu dor. "Quero muito que todas as outras crianças também se vacinem", disse.

Laudinéa se emocionou enquanto o filho conversava com jornalistas na porta da unidade de saúde. "Esse é um momento importante. Estou emocionada em poder juntar a família novamente, poder viver a vida de novo." O menino logo emendou: "e tirar a máscara." Os pais disseram que se apressaram em chegar bem cedo porque souberam que seriam poucas doses. "Pra gente, quanto antes tomar, seria melhor. Mais tranquilo. Não imaginava que seríamos os primeiros, mas este momento é importante. Não por ser o primeiro, mas por, de alguma forma, ajudar a acabar com a pandemia."

A Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a capital tem 120 mil crianças aptas para receber a primeira dose pediátrica do imunizante. A vacinação será realizada com a vacina da Pfizer, autorizada para aplicação no público infantil pela Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa), com o intervalo de oito semanas entre a primeira e a segunda dose.

Confira o calendário de vacinação das crianças:

De 17 a 19 de janeiro: crianças de 11 anos

De 20 a 22 de janeiro: crianças de 10 anos

De 24 a 26 de janeiro: crianças de 9 anos

De 27 a 29 de janeiro: crianças de 8 anos

De 31 de janeiro a 2 de fevereiro: crianças de 7 anos

De 3 a 5 de fevereiro: crianças de 6 anos

De 7 a 9 de fevereiro: crianças de 5 anos

De 10 a 12 de fevereiro: repescagem

Locais de vacinação das crianças:

Centro Municipal de Vacinação (CMV)

CS Cidade Jardim

Ciams Novo Horizonte

-UPA Novo Mundo

USF Goiânia Viva

USF São Francisco

USF Jardins do Cerrado IV

USF Leste Universitário

USF Parque Santa Rita

USF Jardim Guanabara I

USF São Judas Tadeu

USF Alto do Vale

USF Vila Mutirão

USF Boa Vista

USF Recanto das Minas Gerais

João Pedro Rocha, de 11 anos, a primeira criança vacinada contra Covid-19 em Goiânia com a mãe, Laudinéa Rocha

João Pedro Rocha, de 11 anos, a primeira criança vacinada contra Covid-19 em Goiânia com a mãe, Laudinéa Rocha (Diomício Gomes)

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Em Goiás, 845 mil ainda não tomaram nenhuma dose da vacina contra Covid-19

Quase três anos e meio após início da vacinação, SES-GO ainda trabalha para aumentar cobertura vacinal. Neste mês, Estado recebeu cerca de 86,4 mil doses do imunizante atualizado contra a doença

Modificado em 17/09/2024, 16:14

Início da aplicação da nova vacina contra a Covid-19 (monovalente XBB) no Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia Na foto, geral da Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.

Início da aplicação da nova vacina contra a Covid-19 (monovalente XBB) no Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia Na foto, geral da Central Municipal de Vacinação, no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.
 (Wesley Costa)

Quase três anos e meio após o início da vacinação contra a Covid-19, Goiás ainda possui 845,8 mil pessoas que não tomaram nenhuma dose do imunizante contra a doença. Neste mês, o governo estadual recebeu cerca de 86,4 mil doses da nova vacina atualizada contra a Covid-19, a monovalente XBB, da farmacêutica americana Moderna, que protege contra as principais cepas em circulação hoje. Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) ainda enfrenta desafios para aumentar a cobertura vacinal de alguns grupos, especialmente crianças.

A nova vacina está incluída no Calendário Nacional de Vacinação (para crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias), além de ser indicada para grupos prioritários e pessoas que ainda não tomaram nenhuma dose do imunizante. Atualmente, a recomendação é de que pessoas que nunca se vacinaram contra a doença recebam apenas uma dose da vacina contra a Covid-19, sendo ela a monovalente XBB.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, acredita que notícias falsas relacionadas à vacinação, especialmente de crianças, ajudam a explicar o cenário de pessoas ainda desprotegidas. "Para superar esses obstáculos, nosso trabalho tem sido o de repassar a informação correta", esclarece.

Em Goiás, 6,3 milhões de pessoas acima de 5 anos tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 até o primeiro trimestre de 2023. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos que mais aderiram foram as mulheres e os idosos.

Flúvia chama atenção para o fato de que uma parte considerável dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente os que culminam em internações, ainda são causados por Covid-19. Neste ano, dos 3,2 mil casos de SRAG em Goiás, 15,5% são por Covid-19, enquanto a influenza é responsável por 9,5% até agora. "Não é uma doença do passado, é uma doença do presente", pondera.

Durante o lançamento da campanha Vacina Brasil, ocorrida nesta terça-feira (29), a imunologista e diretora médica de Vacinas da América Latina da Adium/Moderna, Glaucia Vespa, compartilhou do mesmo ponto de vista de Flúvia. "A emergência em saúde pública acabou, mas o vírus continua presente", avaliou. Glaucia também chamou atenção para a tecnologia da vacina, que é baseada no mRNA mensageiro. "Destaque pela eficácia e segurança", disse.

O infectologista e diretor científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, pontua que a vacinação contra a Covid-19 não é benéfica só para prevenir quadros graves e mortes, mas também para evitar casos de Covid longa. "É quando o indivíduo permanece inflamado após o episódio agudo (da doença)", explica. Alguns dos principais sintomas são a fadiga e a confusão mental. Mulheres, idosos e portadores de comorbidades fazem parte do grupo de risco. "Como não estamos mais em emergência, é preciso entender que a fisiopatologia da doença está mudando. A melhor forma de se proteger é pela vacina."

Vacina

Na visão da superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, ter uma vacina como a monovalente XBB disponível representa um ganho para a população em termos de proteção. "É a que está mais atualizada no que diz respeito às cepas em circulação." O imunizante é conhecido como monovalente XBB por oferecer proteção contra a subvariante ômicron XBB 1.5, que circulou de forma intensa em Goiás em 2023. "Foi a que mais identificamos nos sequenciamento que fizemos", aponta Flúvia.

De acordo com a SES-GO, as mais de 80 mil doses de monovalente XBB recebidas do Ministério da Saúde já estão nos postos de saúde, que estão abastecidos e orientados sobre a aplicação do imunizante. "Temos a expertise. A forma de armazenamento é a mesma da Pfizer, de ultracongelamento", detalha Flúvia.

Idosos

Os idosos representam 65,1% das 28,5 mil mortes por Covid-19 ocorridas em Goiás até agora. Apesar de a cobertura vacinal do grupo ser mais satisfatória, Flúvia reforça que é importante que as pessoas com mais de 60 anos não se esqueçam de tomar o reforço de seis em seis meses. "Nunca deixou de ser um grupo de atenção da doença. Eles têm maior chance de agravamento e morte", avalia Flúvia.

A geriatra e presidente do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Maisa Kairalla, lembra que mesmo com boa saúde, os idosos sofrem com a imunossenescência, um processo de deterioração gradual do sistema imunológico que ocorre com o envelhecimento natural do organismo. Nesse contexto, ainda existem os idosos que possuem quadros agravados por condições crônicas ou uso de medicamentos. "Para envelhecer com saúde, um dos pilares fundamentais é a vacinação", comenta.

Crianças

Em Goiás, as crianças e adolescentes possuem a pior cobertura vacinal contra a Covid-19. A cobertura com duas doses entre aqueles de seis meses a quatro anos de idade é de apenas 12,7%. Apesar de as crianças não estarem entre aqueles que mais morrem, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás destaca que é importante considerar que uma parcela delas tiveram pouco contato com o vírus e ainda não se vacinaram. "Principalmente aquelas que nasceram no pós-pandemia. Um aumento de casos não está descartado", esclarece Flúvia.

A pediatra e membro do departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Flavia Almeida, corrobora as ideias de Flúvia e reforça que do ponto de vista de internação, aqueles com menos de um ano de idade ainda são um grupo importante. O cenário é preocupante, já que, em Goiás, apenas 10,3% daqueles com idade entre seis meses e dois anos tomaram duas doses da vacina contra a doença. Nesse sentido, Flavia explica que é imprescindível que o poder público continue fazendo um trabalho de comunicação e combate às notícias falsas junto aos pais e médicos. "Um trabalho de formiguinha", finaliza.

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Goiás enfrenta falta de vacina contra catapora após baixo envio de remessas

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, desde maio de 2023 a vacina contra a doença tem sido enviada ao estado em cota reduzida pelo Ministério da Saúde

Modificado em 17/09/2024, 15:41

Goiás enfrenta falta de vacina contra catapora após baixo envio de remessas

(Wesley Costa)

Goiás vem enfrentando falta de vacinas contra catapora, doença também conhecida como varicela. A informação é da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), que confirma que desde maio de 2023 a vacina contra a doença tem sido enviada ao estado em cota reduzida pelo Ministério da Saúde (MS).

Segundo a SES, em alguns meses do último ano, como agosto, setembro e novembro, não houve envio de nenhuma dose do imunizante. A última remessa, segundo a pasta, foi encaminhada ao estado no início de dezembro de 2023, na quantidade de 5 mil doses.

A SES informou que a previsão, segundo o Ministério da Saúde, é de que sejam enviadas a Goiás 12 mil doses da vacina nesta segunda quinzena do mês de janeiro. Entretanto, de acordo com a pasta, a quantidade é inferior ao estoque necessário para atender a demanda mensal do estado, que é de 17 mil doses.

Em entrevista à CBN Goiânia, Flúvia Amorim, Superintendente Estadual de Vigilância em Saúde de Goiás, afirmou que pode sim haver unidades de saúde em que a vacina já não é encontrada.

"Estamos com problemas na cobertura vacinal porque faltou vacina. Estamos recebendo um quantitativo menor do que a gente precisa, não apenas Goiás, mas vários estados do Brasil. O Ministério da Saúde emitiu uma nota avisando que teria essa diminuição ano passado porque está em tratativas com um novo laboratório que vai fornecer doses para o Brasil. Estamos no aguardo dessa regularização para vacinar as crianças", explicou.

A reportagem questionou o Ministério da Saúde sobre a previsão para regularização do envio de doses da vacina contra catapora ao estado, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Distribuição de vacinas
Diante dos quantitativos recebidos, a reportagem questionou à SES-GO sobre como é feita a distribuição das vacinas de catapora entre os municípios goianos. A pasta detalhou que a respectiva distribuição é feita mediante levantamento da população menor de 1 ano por município.

Conforme a pasta, com esse dado, é realizado um cálculo em porcentagem da representatividade de cada município dentro do estado, sendo utilizada essa porcentagem para realizar a distribuição de 100% das doses recebidas no mês.

De acordo com a SES-GO, esse método permite à pasta fazer a distribuição com equidade, já que, dessa forma, mesmo que em uma situação de cota reduzida, todos os municípios recebem um quantitativo de acordo com sua porcentagem representada dentro do Estado.

A SES-GO também detalhou que o quantitativo de municípios onde já não há doses está sendo levantado pela área técnica da secretaria.

Orientação
Segundo Flúvia Amorim, a orientação, em caso de não haver a vacina, é de aguardar para completar o esquema vacinal. "Não tendo a vacina, a orientação é aguardar. Assim que chegar [nova remessa], vamos orientar a toda população que está com a caderneta atrasada para vacinar", afirmou.

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Reflexo da pandemia aparece em casos de câncer de próstata

Consultórios têm recebido pacientes com quadros mais avançados que demandam tratamentos mais complexos. Médicos orientam procura por prevenção. Só em 2021 foram 915 casos e 516 mortes

Modificado em 19/09/2024, 01:22

Diagnóstico tardio: Randolfo Moreira trata um câncer de próstata

Diagnóstico tardio: Randolfo Moreira trata um câncer de próstata
 (Fábio Lima)

As previsões negativas feitas durante os anos de pandemia estão se concretizando em relação aos casos de câncer de próstata. Médicos têm encontrado pacientes com casos mais avançados, reflexo das medidas necessárias de distanciamento social tomadas à época.

O vácuo nos diagnósticos é evidente nos dados do Ministério da Saúde (MS). Estes registros somaram 1.052 em Goiás em 2019, mas reduziram para 747 em 2020. Somente no ano passado o indicador superou o ano pré-pandêmico. Foram 1.104 em 2022.

A informação precisa ser olhada com atenção, sobretudo neste mês, no qual é celebrado o Novembro Azul, campanha visa a chamar a atenção de homens para realizar acompanhamento médico. O câncer de próstata é o mais prevalente nesta parcela da população.

"O que nós temos vivenciado hoje é exatamente o reflexo da pandemia. Um grande número de homens deixou de ir ao médico. Estamos diagnosticando um número muito maior de casos avançados e vamos ver aumento da mortalidade", explica o chefe do Setor de Urologia do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ), Adriano Augusto Peclat.

O médico acrescenta que ainda vai levar tempo para uma situação de normalidade. "O impacto na mortalidade não vai ser visto de imediato. Possivelmente vamos ver dentro de três ou quatro anos. É o que esperemos de acordo com a história natural da doença, que conhecemos."

O médico urologista Rodrigo Rosa de Lima tem a mesma percepção de Peclat. "2022/2023 passaram sem rastreamento, aquele caso que pode ter surgido em fase inicial agora é visto em estágio mais avançado. Isto vai ter impacto, na verdade já temos visto isto."

Os médicos afirmam que além de os pacientes terem mais chances de cura quando o câncer é identificado em estágio inicial, o tratamento é mais simples e o paciente passa por menos transtornos.

"Quando temos o caso de um câncer metastásico ou avançado, ele precisa de um tratamento sistêmico, um bloqueio de hormônios e muitas vezes associado à quimioterapia. É um tratamento mais sofrido, mais penoso e as chances de cura são muito menores", explica Peclat.

Tratamentos mais complexos e, eventualmente, mais invasivos podem contribuir para aumentar a conta dos gastos públicos e privados com saúde.

Se os casos deixaram de ser registrados, as mortes não. De 2018 a 2021 elas continuaram crescendo e chegaram a 516 em 2021 (veja quadro).

A orientação, conforme os especialistas, é para que se o homem for negro ou tiver pelo menos um familiar em primeiro grau (pai ou irmão) que tenha sido acometido pelo câncer de próstata, a visita ao urologista deve ser feita aos 40 anos. Nos demais casos, esta deve se concretizar aos 45 anos.

O organizador Randolfo Moreira Trindade, de 67 anos, não seguiu a recomendação. Atualmente ele faz tratamento no Araújo Jorge contra um câncer de próstata. O diagnóstico veio em 2022. "Eu não estava fazendo xixi. Me preocupei, sentia muita dor ao tentar urinar. Fiz os exames e o médico constatou a doença", relata.

Randolfo conta que fez 39 sessões de radioterapia e agora recebe, a cada 30 dias, uma injeção com hormônios, o que deve acontecer até 2025. "Eu me sinto curado. Estou 100%."

O desleixo masculino com a saúde é cultural, mas os médicos defendem que é preciso mudar. "Costumo receber homens que vêm pela primeira vez aos 40/45 anos e a última vez que teve uma consulta médica foi com o pediatra", relata Lima.

O diagnóstico precoce proporciona chances de cura que chegam a até 95%. Um dos motivos que levam à procura tardia por um rastreamento é o preconceito contra o exame de toque. Embora o exame de sangue (PSA) tenha importância na leitura do quadro, assim como a avaliação clínica, não é possível desperdiçar chances de identificar um câncer.

"Tem uma frase que a gente usa muito é que 'homem forte é homem que se cuida'. Nossa sociedade não aceita mais esses preconceitos em relação ao diagnóstico. O exame do toque é importante, entre 10% e 15% dos casos o tumor não vai afetar o exame de sangue", explica Lima.

Para 2024, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que os diagnósticos possam ultrapassar a marca dos 60 mil em todo o País. Para este ano o número é um pouco menor.

Prevenção

Lima afirma que há estudos clínicos que mostram que maus hábitos de vida contribuem para favorecer a ocorrência de câncer. "Entre os fatores de risco há a obesidade, inclusive para casos mais agressivos. É importante uma alimentação pobre em gordura e açúcar. Tudo que faz bem para o coração, como atividade física e dormir bem, também protege a próstata."

Embora o estresse seja considerado a "doença do século 21", não há estudos que conectem o problema às substâncias inflamatórias, que influenciam na ocorrência de câncer.

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Campanha de multivacinação em Goiás termina neste sábado; veja como e onde se vacinar

Campanha faz parte de mais uma etapa do Movimento Nacional pela Vacinação, iniciado em fevereiro, pelo Ministério da Saúde

Modificado em 19/09/2024, 01:21

Zé Gotinha e Maria Gotinha

Zé Gotinha e Maria Gotinha (Iron Braz/SES)

Termina neste sábado (14) a campanha de multivacinação em Goiás para atualização da caderneta de crianças e adolescentes com até 15 anos. Durante toda a campanha, foram disponibilizados 18 imunizantes contra mais de 30 doenças nas salas de vacinação de todos os municípios goianos.

A campanha faz parte de mais uma etapa do Movimento Nacional pela Vacinação, iniciado em fevereiro, pelo Ministério da Saúde. O objetivo é retomar a confiança dos brasileiros nas vacinas e a cultura de vacinação no País. Numa estratégia inédita que envolve ações de microplanejamento nos estados, respeitando as realidades locais, o Ministério da Saúde está investindo R$ 150 milhões na ação.

O Plano Nacional de Imunizações (PNI) é considerado um dos mais bem-sucedidos programas de vacinação do mundo, citado como referência mundial pela Organização Mundial de Saúde. Desde 2016, a cobertura vacinal no Brasil caiu muito.

O Ministério da Saúde estima que entre 2019 e 2021, 1,6 milhão de crianças no País não receberam nenhuma dose da vacina contra a poliomielite e a DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche.

Em Goiás, dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontam que a cobertura vacinal não alcançou em 2023 cobertura superior a 75% para nenhum dos imunizantes que constam do PNI. Somente 68,17% do público alvo recebeu o imunizante contra paralisia infantil (poliomielite), bem abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 95%. A vacina contra febre amarela atingiu somente 61,06%, o menor índice do Calendário de Vacinação.

Vacinação em Goiânia
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disponibiliza nove pontos de vacinação, neste sábado para o encerramento da Campanha Nacional de Multivacinação. Até o momento, foram aplicadas 33.246 doses de vacinas variadas na Capital.

De acordo com a SMS, a maior procura tem sido pela vacina HPV Quadrivalente, que oferece proteção contra infecções persistentes e lesões pré-cancerígenas causadas pelo papilomavírus humano (HPV). Ao todo, 3.435 pessoas já receberam a dose da vacina. A vacina contra Febre Amarela aparece em segundo lugar com 2.822 doses aplicadas. O terceiro lugar é das vacinas contra a Covid-19, com a imunização, até o momento, de 2.738 cidadãos.

Unidades abertas em Goiânia neste sábado (14)

Cais Vila Nova, Centro Avenida Industrial, s/n -- Setor Leste Vila Nova
Ciams Urias Magalhães, Rua Guajajaras, entre Ruas Caritos Madeiras e Paranaíba S/n, Setor Urias Magalhães
Ciams DR Domingos Viggiano, Praça C-201, s/n, Setor Jardim América
Centro Municipal de Vacinação (CMV), Avenida Edmundo Pinheiro de Abreu, s/n, Setor Pedro Ludovico Teixeira
USF São Francisco, Avenida das Palmeira, Qd. 89, Lt. 10, Bairro São Francisco
USF Boa Vista, Avenida dos Ipês, Qd. Lt Área, Bairro Boa Vista
CS Dr Afonso Honorato da Silva, Rua 01, Qd.E Lt.08, Setor Água Branca
CS José Egídio Martins, Rua U-47, s/n, Vila União
3ª Edição Viver Cidade (das 8h às 13h), Avenida Brasil, s/n, Residencial Jardim do Cerrado 3

O atendimento começa às 8h e termina às 17h, exceto na 3ª edição do Viver Cidade, que termina 13h.