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'Princesa Leia' de 'Star Wars', atriz Carrie Fisher morre aos 60 anos

Modificado em 28/09/2024, 23:58

'Princesa Leia' de 'Star Wars', atriz Carrie Fisher morre aos 60 anos

(Reprodução)

A atriz Carrie Fisher, que deu vida a personagem "princesa Leia" da saga "Star Wars", morreu nesta terça-feira (27) aos 60 anos após sofrer um ataque cardíaco neste fim de semana. Fisher estava em um voo de Londres para Los Angeles quando passou mal 15 minutos antes do pouso. Ela havia sido internada em estado crítico, mas não resistiu.

Um representante da família fez o anúncio em nome da filha da atriz, Billie Lourd. Segundo o comunicado, ela morreu ás 8h55 (horário dos Estados Unidos). "Ela era amada pelo mundo e sua ausência será sentida profundamente. Nossa família agradece a todos pelos pensamentos e orações", declarou o representante Simon Halls.

A estreia de Fisher em filmes foi no ano de 1975, com o longa "Shampoo". Em 1977, ela entrou para a história do cinema em 1977 ao interpretar a icônica personagem de "Star Wars". Na época, ela tinha 19 anos. Ela também aparece em "Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca", de 1980, "Star Wars Episódio VI: O Retorno de Jedi", de 1983. Em 2015, ela voltou a dar vida a personagem em "Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força". A atriz também participou das gravações de "Star Wars Episódio VIII" com estreia prevista para 2017.

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'Chicotada climática' pode ter agravado incêndios em Los Angeles, mostra estudo

Segundo um novo estudo, a frequência dos eventos do tipo teve aumento de 31% a 66% globalmente desde meados do século 20 nas medições feitas em períodos de três meses

Foco de incêndio emergiu perto de um parque nas colinas de Hollywood

Foco de incêndio emergiu perto de um parque nas colinas de Hollywood (Mario Tama/Getty Images)

As ocorrências de um fenômeno conhecido como "chicotada hidroclimática", que causa variações bruscas entre períodos de seca e umidade intensos, estão aumentando. Segundo um novo estudo, a frequência dos eventos do tipo teve aumento de 31% a 66% globalmente desde meados do século 20 nas medições feitas em períodos de três meses.

Nas medições anuais, o aumento registrado é de 8% a 31%, de acordo com a pesquisa.

Segundo os cientistas, o fenômeno é potencializado pelas mudanças climáticas, trazendo ainda mais inundações repentinas e incêndios florestais, e pode estar por trás das chamas que devastaram áreas de Los Angeles neste mês de janeiro.

O artigo com o levantamento que mostra o crescimento das ocorrências foi publicado por pesquisadores dos Estados Unidos e da Suíça na última quinta-feira (9) na revista Nature Reviews.

Los Angeles é a segunda maior cidade dos EUA e fica localizada no sul do estado da Califórnia. A região é conhecida pelo clima quente e seco. O período de maior umidade é registrado entre novembro e abril, mas as chuvas são, em geral, escassas.

Para os cientistas, a "chicotada climática" atuou na área da seguinte forma: os invernos de 2022-2023 e 2023-2024 trouxeram grande quantidade de chuvas (o inverno nos EUA ocorre de dezembro a março), com mais neve e inundações de vales. A maior umidade proporcionou fartura de grama e arbustos nos meses seguintes.

Em 2024, o verão (de junho e setembro) teve calor recorde, e o mês de janeiro, que é o período úmido na região, teve um início mais seco.

"Essa sequência de impacto climático na Califórnia aumentou o risco de incêndios em dobro: primeiro, ao elevar consideravelmente o crescimento de grama e arbustos inflamáveis nos meses que antecedem a temporada de incêndios e, depois, ao secá-los a níveis excepcionalmente altos com a extrema secura e calor que se seguiram", diz Daniel Swain, autor principal do artigo e cientista climático da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), em comunicado publicado pela instituição.

Os incêndios florestais, intensificados pelos fortes ventos Santa Ana, quentes e secos, destruíram áreas urbanas e já deixaram 24 mortos.

"As evidências mostram que a 'chicotada hidroclimática' já teve aumento devido ao aquecimento global, e o aquecimento adicional provocará aumentos ainda maiores", diz Swain.

Os pesquisadores estimam que a frequência do fenômeno deve crescer em 113% em períodos de três meses e 52% em períodos anuais caso as temperaturas globais subam 3°C acima dos níveis pré-industriais.

De acordo com dados do observatório Copernicus, da União Europeia, 2024 foi o ano mais quente na história da humanidade, com temperatura média global 1,6°C acima dos níveis pré-industriais.

Segundo os autores do estudo, a capacidade da atmosfera de evaporar, absorver e liberar água, citada no artigo como "esponja atmosférica em expansão", cresce 7% para cada 1°C de aumento na temperatura média global, aumentando a volatilidade do clima.

"O planeta está aquecendo a um ritmo essencialmente linear, mas nos últimos cinco ou dez anos tem havido muita discussão sobre a aceleração dos impactos climáticos. Este aumento da 'chicotada hidroclimática', através da esponja atmosférica em expansão exponencial, oferece uma explicação potencialmente convincente", afirma Swain no comunicado.

O cientista prevê que essas rápidas alterações no clima entre extremos podem atingir potencialmente todas as regiões da Terra. Os cientistas destacam no artigo, porém, que os maiores aumentos do fenômeno devem ser vistos no norte da África, Oriente Médio, sul da Ásia, norte de Ásia e Europa e nas regiões do Pacífico Tropical e do Atlântico Tropical, que inclui o Brasil.

Para Swain, a abordagem para gerenciar eventos climáticos extremos deve mudar: grandes volumes de água devem ser administrados com cuidado para o possível período de seca extrema que pode seguir ---é o que o pesquisador chama de "cogerenciamento".

"Ele [o estudo] leva a conclusões mais holísticas sobre quais intervenções e soluções são mais adequadas, em comparação com considerar o risco de seca e inundação de forma isolada", conclui.

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Indicações ao Oscar são adiadas de novo após onda de incêndios em Los Angeles

Inicialmente previsto para esta sexta-feira (17), o anúncio já havia sido adiado para o dia 19 de janeiro, mas sofreu uma nova alteração

Modificado em 13/01/2025, 18:39

Estatueta do Oscar

Estatueta do Oscar (Reprodução/Academy of Motion Picture Arts and Sciences)

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas adiou pela segunda vez o anúncio das indicações ao Oscar de 2025 em função da onda de incêndios florestais que vem acontecendo em Los Angeles, nos Estados Unidos.

As indicações serão relevadas no próximo dias 23 de janeiro. Inicialmente previsto para esta sexta-feira (17), o anúncio já havia sido adiado para o dia 19 de janeiro, mas sofreu uma nova alteração. A medida também implica no aumento do tempo de votação.

"Devido aos incêndios ainda ativos na área de Los Angeles, achamos necessário estender nosso período de votação e mudar a data do anúncio de nossas indicações para dar mais tempo aos nossos membros", afirmaram o presidente-executivo da Academia, Bill Kramer, e a presidente da Academia, Janet Yang, em um comunicado emitido à imprensa.

O novo adiamento faz parte de uma série de mudanças e cancelamentos na agenda da temporada de premiações que Los Angeles vive no momento.

Foi o caso do cancelamento de uma sessão do filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", que teria a participação do diretor Walter Salles e a atriz Fernanda Torres, sob mediação do cineasta mexicano Guillermo Del Toro, e o adiamento do anúncio de outras premiações como o PGA Awards, organizado pelo sindicato de produtores de Hollywood.

Apesar dos acontecimentos, o Oscar segue agendado para o dia 2 de março.

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Incêndios em Los Angeles chegam ao terceiro dia; número de mortes sobe para 10

Segundo autoridades locais, número de moradores que deixaram suas casas chegou a 180 mil, nesta madrugada

Imagem mostra devastação causado por incêndio que dura três dias em Los Angeles

Imagem mostra devastação causado por incêndio que dura três dias em Los Angeles (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

Os incêndios que devastaram Los Angeles, na Califórnia, chegam ao terceiro dia nesta sexta-feira (10), com focos persistentes e condições climáticas favoráveis à continuidade. O número de mortos subiu para 10, segundo atualização desta sexta.

Conforme a última atualização das autoridades locais, nesta madrugada, o número de residentes que evacuaram suas casas chegou a 180 mil, segundo a agência de notícias Reuters. Outros 200 mil moradores estão sob alerta de evacuação.

O conjunto de incêndios, registrados desde a última terça-feira (7), já é considerado o maior da história de Los Angeles, onde os focos são comuns nesta época do ano. A área devastada corresponde a 13,7 mil hectares, mais que 9 mil campos de futebol.

Registros feitos na cidade desde terça revelam um cenário apocalíptico, composto por uma manta de fumaça, o céu tingido pelas labaredas e centenas de imóveis destruídos --além de feridos e desabrigados.

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Nesta quinta (9), dois grandes incêndios florestais devoraram quase 10 mil casas e outras estruturas. Bairros inteiros se transformaram em cinzas.

Somente o Eaton foi responsável por algo entre 4.000 a 5.000 estruturas, enquanto o Palisades destruiu ou danificou outras 5.300 estruturas.

Os danos econômicos superam US$ 135 bilhões, segundo projeção da AccuWeather, que atua no ramo de prevenção a desastres. Estima-se que a tragédia incorrerá em um custos crescentes com seguros residenciais nos próximos meses.

RECONSTRUÇÃO

Já na noite de quinta, a prefeita de Los Angeles, a democrata Karen Bass, declarou que "Já estamos planejando reconstruir agressivamente a cidade de Los Angeles".

Bass é alvo de críticas do presidente eleito Donald Trump e de outros republicanos, por, segundo dizem, sua forma de lidar com o desastre --sem pontuar quais seriam os infortúnios na condução da crise.

Nos últimos dias de mandato, Joe Biden - que passará o bastão para Trump no próximo dia 20-- prometeu que seu governo reembolsará 100% da recuperação pelos próximos 180 dias, contemplando custos para remoção de entulhos e materiais perigosos, construção de abrigos temporários e salários dos socorristas.

"Eu disse ao governador e às autoridades locais para não pouparem despesas, para fazer o que for preciso e conter esses incêndios", disse Biden após se reunir com conselheiros na Casa Branca.

No total, cinco incêndios florestais ocorreram em Los Angeles. Há uma tendência à diminuição, uma vez que os ventos, agora, sopram menos intensos que nos dois primeiros dias.

'ESTAMOS VIVOS'

Alguns moradores de Pacific Palisades se aventuraram e retornaram para áreas já devastadas pelo fogo, onde restam apenas tijolos carbonizados e veículos queimados.

"Estamos vivos. É isso que importa", disse o segurança Bilal Tukhi, destacando que a cena o lembrava de seu país natal, o Afeganistão, devastado pela guerra.

Aulas em escolas da cidade estão suspensas pelo segundo dia nesta sexta devido à fumaça, cinzas e partículas que contaminam o ar.

INCÊNDIO EM HOLLYWOOD CONTIDO

Equipes de combate a incêndio conseguiram controlar completamente o incêndio Sunset, em Hollywood Hills, depois que as chamas atingiram o topo do morro com vista para a Calçada da Fama da popular Hollywood Boulevard, na noite de quarta-feira.

Os dois maiores incêndios - Palisades e Eaton --- formaram uma pinça ao redor da cidade tão enorme que era visível do espaço.

Um morador de Palisades, John Carr, 65, disse que desafiou as ordens de evacuação e ficou para proteger sua casa. A empreitada de risco foi de sucesso,

"A casa foi construída por minha mãe e meu pai em 1960 e eu vivi aqui minha vida inteira, então há muitas memórias dela. E acho que eu devia isso a eles também, tentar o meu melhor para salvá-la."
Carr disse que não havia equipes de bombeiros para ajudá-lo a tentar salvar as casas de seus vizinhos.

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Inflação fica maior para mais pobres com pressão de alimentos

Alta é de quase 5% segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

Inflação fica maior para mais pobres com pressão de alimentos

(Divulgação)

Com a pressão dos alimentos e da energia elétrica, a inflação acelerou principalmente para os consumidores mais pobres no Brasil. É o que indicam dados publicados neste mês pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Para as famílias com renda domiciliar muito baixa (menos de R$ 2.105,99 por mês), a inflação acumulada em 12 meses passou de 4,34% até setembro para 4,99% até outubro.

A alta de quase 5% é a mais intensa para essa faixa de consumidores desde fevereiro de 2023 (5,86%), período inicial do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

À época, o acumulado ainda era influenciado, em grande medida, pela carestia de itens como alimentos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Ao marcar 4,99%, a inflação das famílias com renda muito baixa superou em outubro as taxas registradas pelos outros cinco grupos de rendimento pesquisados pelo Ipea.

Isso mostra uma diferença na comparação com o cenário até setembro deste ano. Naquele mês, eram as famílias do outro extremo da distribuição, com renda considerada alta (acima de R$ 21.059,92), que acumulavam a maior alta de preços: 4,72%.

A inflação dos mais ricos, porém, desacelerou a 4,44% nos 12 meses até outubro. Com o resultado, o grupo passou a marcar a menor taxa entre os seis pesquisados pelo Ipea.

As famílias com renda alta, aliás, foram as únicas que tiveram desaceleração nos preços no acumulado até o último mês. Esse movimento foi influenciado pela trégua no custo das passagens aéreas em outubro, diz a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, responsável pelo levantamento do Ipea.

Os bilhetes de avião pesam mais no orçamento dos mais ricos. Quando as tarifas têm alívio, tendem a levar a inflação desse grupo para baixo.

Já a alimentação, proporcionalmente, consome uma fatia maior dos gastos dos brasileiros com renda inferior. "O alimento bate muito na inflação dos mais pobres: 25% do orçamento dessas famílias é gasto com a compra de alimentos", diz Lameiras.

"Quando tem uma alta acentuada dos preços, há uma pressão inflacionária maior para o segmento de renda mais baixa", acrescenta.

A pesquisadora lembra que, após a supersafra de 2023, já era esperada uma carestia da comida em 2024.

A questão, segundo a técnica, é que a alta foi intensificada por uma série de problemas climáticos como a forte seca e as queimadas deste ano, que afetaram diferentes cultivos no campo.

A estiagem, aponta Lameiras, também encareceu as tarifas de energia elétrica e as carnes.

"A gente já sabia que, no segundo semestre, teria menos abates e oferta menor de carnes, mas, como o pasto foi muito queimado, parte da alimentação do gado teve de ser feita via ração, e isso também encareceu o custo de produção. As carnes acabaram subindo ainda mais", afirma.

De acordo com o Ipea, as famílias com renda considerada baixa (entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99) acumularam a segunda maior inflação nos 12 meses até outubro: 4,96%. Os consumidores com renda média-baixa (4,72%), média (4,68%) e média-alta (4,63%) vieram na sequência.

Para calcular as variações, o Ipea leva em consideração dados do IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os pesos dos produtos e serviços são adaptados de acordo com o perfil da cesta de consumo das famílias nas diferentes faixas de renda.

De acordo com Lameiras, os alimentos devem seguir pressionados até o final do ano, o que impactaria sobretudo a inflação dos mais pobres. Ela lembra que as mercadorias costumam subir em um movimento sazonal nesse período.

O dólar alto é outro fator que tende a influenciar parte dos alimentos, especialmente importados, aponta a pesquisadora.

A inflação da energia elétrica, por outro lado, deve mostrar alívio. Isso tende a ocorrer porque, com a melhora nas chuvas, a bandeira tarifária passou para a cor amarela em novembro, após dois meses no nível vermelho. A medida reduz a cobrança adicional nas contas de luz.

"A inflação dos mais pobres é composta basicamente por alimentos, por gastos no domicílio, gás de cozinha e energia elétrica, e também por transporte público", diz Lameiras.

A pesquisadora acrescenta que o final do ano é marcado por mais dinheiro circulando na economia graças a fatores como o 13º salário.

Segundo ela, o quadro pode impulsionar a demanda por bens industrializados e serviços e, consequentemente, pressionar os preços.

No caso dos serviços, Lameiras lembra que dezembro costuma mostrar uma procura por passagens aéreas e outros itens de lazer. São componentes que pesam mais na inflação das famílias mais ricas.

"Vamos ter uma inflação pressionando ainda todas as faixas de renda nos últimos meses do ano", prevê.

Faixas de renda mensal domiciliar consideradas pelo Ipea

Muito baixa: abaixo de R$ 2.105,99
Baixa: entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99
Média-baixa: entre R$ 3.158,99 e R$ 5.264,98
Média: entre R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96
Média-alta: entre R$ 10.529,96 e R$ 21.059,92
Alta: acima de R$ 21.059,92