Geral

Príncipe Harry fala sobre 'tendência inconsciente' ao racismo

Duque de Sussex acredita que as crianças são ensinadas a odiar

Modificado em 25/09/2024, 01:10

Príncipe Harry

Príncipe Harry (Kensington Palace)

O príncipe britânico Harry falou sobre a "tendência inconsciente" ao racismo, dizendo que algumas pessoas não percebem seus próprios preconceitos e que os estigmas são transmitidos de geração a geração.

Em uma entrevista com a conservacionista Jane Goodall para a revista Vogue britânica, Harry também deu a entender que só quer dois filhos com sua esposa, Meghan Markle. A conversa entre Harry e Jane sobre o impacto da criação e do ambiente sobre as opiniões das pessoas está na edição de setembro da revista, que foi coeditada por sua esposa.

"Apesar do fato de que, se você chegar a alguém e disser 'o que você acabou de dizer ou a maneira como se comportou é racista', a pessoa irá virar e dizer 'eu não sou racista'", disse Harry. "Não estou dizendo que você é racista, só estou dizendo que sua tendência inconsciente está provando que, por causa da maneira como você foi criado, o ambiente em que cresceu, sugerem que você tem este ponto de vista - ponto de vista inconsciente - segundo o qual, naturalmente, você olhará alguém de uma maneira diferente."

Harry, de 34 anos, já criticou alguns subentendidos racistas na cobertura midiática de Meghan, ex-atriz de 37 anos cuja mãe é afro-norte-americana e cujo pai é branco.

Na entrevista, Harry e Jane concordaram que as crianças são ensinadas a odiar. "Mas, novamente, assim como os estigmas são transmitidos de geração a geração, sua perspectiva do mundo, da vida e das pessoas é algo que é ensinado a você", disse o príncipe.

IcEsporte

Esporte

Luighi diz que racismo em jogo do Palmeiras deixa cicatrizes

Jogador levou uma cusparada, denunciou xingamento de "macaco" ao árbitro da partida e chorou no banco de reservas

Modificado em 07/03/2025, 08:31

undefined / Reprodução

O atacante Luighi, do Palmeiras, se manifestou nas redes sociais após ser alvo de racismo na partida da equipe sub-20 contra o Cerro Porteño, nesta quinta-feira, pela Libertadores da categoria (assista acima a entrevista dada pelo jogador após o jogo) .

"Dói na alma. E é a mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando", disse Luighi, no Instagram.

Figueiredo e Luighi foram alvos de ataques. O primeiro deles viu um torcedor - que estava com uma criança no colo - imitar um macaco em sua direção enquanto passava pela lateral do campo.

Luighi levou uma cusparada, denunciou xingamento de "macaco" ao árbitro da partida e chorou no banco de reservas. Ele desabafou na entrevista após o jogo e se revoltou com a falta de uma pergunta sobre o episódio. A entrevista foi feita por um prestador de serviço da transmissão oficial da Conmebol, que é instruído protocolarmente a perguntar sobre o jogo, segundo apurou o UOL. O atleta voltou a ir aos prantos.

"É sério isso? Vocês não vão perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? É sério? Até quando a gente vai passar isso? Me fala... até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime, pô. Vocês vão perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? CBF, sei lá. Você não vai perguntar sobre isso? Não ia, né? Você não ia perguntar sobre isso. O que fizeram foi um crime comigo, pô. A gente é formação. Aqui é formação, pô. A gente está aprendendo aqui", disse Luighi, na saída de campo.

O Palmeiras divulgou nota condenando os atos racistas e disse que "irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos".

Já a Conmebol afirmou, também em nota, que "medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área".

O Palmeiras venceu o jogo por 3 a 0. Riquelme Fillipi marcou dois gols, e Erick Belé anotou o outro. O time paulista chegou aos seis pontos e se isolou na liderança do grupo após a segunda rodada.

Trechos da entrevista que o atacante Luighi deu após o jogo onde sofreu racismo. (Reprodução/Globo Esporte)

Trechos da entrevista que o atacante Luighi deu após o jogo onde sofreu racismo. (Reprodução/Globo Esporte)

Nota do Palmeiras

É inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da CONMEBOL. A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos.

Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes!

As suas lágrimas, Luighi, são nossas! A Família Palmeiras tem orgulho de você!

Nota da Conmebol

A CONMEBOL rejeita categoricamente todo ato de racismo ou discriminação de qualquer tipo. Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área.

Geral

Mulher vai ao hospital após passar mal e descobre gravidez horas antes de parto no Tocantins: 'Achei que fosse calor'

Família é tocantinense, mas mora no Mato Grosso há três anos e estava passando as férias em São Salvador do Tocantins. Mariane Rodrigues é casada e já tinha dois filhos, todos nascidos no Tocantins

Modificado em 12/01/2025, 13:04

Mulher descobre gravidez de terceiro filho durante parto no Tocantins (Reprodução/Arquivo pessoal/Mariane Rodrigues)

Mulher descobre gravidez de terceiro filho durante parto no Tocantins (Reprodução/Arquivo pessoal/Mariane Rodrigues)

A assistente administrativa Mariane Rodrigues está de férias no Tocantins e não imaginava que a viagem para visitar os pais seria marcada pela chegada de um novo integrante da família. Ela descobriu que estava entre 7 e 8 meses de gestação horas antes do parto, após ter convulsões e ser levada ao hospital.

Meu filho de 18 anos está em Querência (MT) bastante surpreso porque agora terá dois irmãos pequenos, muito feliz. O pequeno, até semana passada o caçula, não sabe direito, até porque não entende. O meu esposo considero a pessoa mais sensata e resiliente do mundo, super parceiro, e estamos unidos no propósito", contou Mariane.

A família é tocantinense, mas vive em Querência (MT) há três anos. Mariane, o marido Gerôncio Jean e o filho Pedro, de 2 anos chegaram a São Salvador do Tocantins no início de dezembro de 2024. Na última sexta-feira (3) eles iriam voltar para o Mato Grosso, mas a assistente administrativa teve convulsões.

"Na sexta pela manhã, por volta de 04h30 meu esposo acordou comigo dando convulsões severas, me debatendo. Fui levada para unidade básica de saúde local, onde tive um atendimento rápido, preciso e objetivo. E foi confirmado para nossa surpresa que eu estava grávida e precisaria com urgência de uma cesárea", explicou.

Gravidez sem sintomas

A notícia da gravidez foi uma surpresa para toda a família, mas principalmente para Mariane que não apresentou sintomas e mudanças comuns da gestação. Segundo ela, o ciclo menstrual estava normal e inclusive fazia uso de anticoncepcional.

"Até então eu não tinha sintomas de gestação, vida social normal, trabalho em uma empresa privada, trabalhando normalmente, rotina de casa normal, filhos, marido! O que percebi desde o início das minhas férias foi a pressão alta, algo que nunca tive, porém achei que fosse calor, tempo quente. Serve de alerta para todas as mulheres", contou.

Como Mariane precisava fazer um parto de urgência foi encaminhada para o Hospital Regional de Gurupi. Quando chegou a cidade foi solicitado que ela fosse transferida para Palmas, onde tem uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal.

Nascidos no Tocantins

Em Palmas, o bebê Mateus nasceu na noite do dia 3 de janeiro de 2025. Assim como todos os integrantes da família, o menino veio ao mundo em solo tocantinense, como se tivesse sido premeditado pelo destino. A mãe é Tocantinópolis, o esposo de Palmeirópolis. O filho mais velho, João Neto, é de São Salvador do Tocantins e Pedro também nasceu na capital.

João Neto, de 18 anos, e Pedro, de 2 anos, são os outros filhos de Mariane e Gerôncio (Reprodução/Arquivo Pessoal/Mariane Rodrigues)

João Neto, de 18 anos, e Pedro, de 2 anos, são os outros filhos de Mariane e Gerôncio (Reprodução/Arquivo Pessoal/Mariane Rodrigues)

A família continua no Tocantins, pois o bebê está na UTI por ser prematuro e mãe está internada em um hospital particular, sendo acompanhada pela equipe médica.

"Tudo foi na sexta-feira. A noite já estava com meu pequeno no colo. Fiquei três dias na UTI, melhorando dia após dia. Ele [bebê] seguirá internado pela prematuridade", contou Mariane.

Geral

'Sua preta, imunda, nordestina, pobre': operadora de telemarketing sofre injúria racial de cliente durante atendimento

Estudante de administração, a vítima trabalha oferecendo empréstimos para aposentados pelo telefone. O caso ocorreu em Trindade

Modificado em 11/01/2025, 14:46

undefined / Reprodução

"Sua preta, imunda, nordestina, pobre, telefonista." Essas são algumas das ofensas racistas e xenofóbicas que uma assistente de telemarketing de 29 anos sofreu ao atender um cliente na terça-feira (7) (ouça os áudios acima) .

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

Há alguns meses, a estudante de administração Vitória*, mãe de duas meninas, trabalha em uma empresa como correspondente bancária, oferecendo empréstimos para aposentados, na cidade de Trindade, a cerca de 25 km de Goiânia.

Ao g1, Vitória explicou que as ligações aos clientes cadastrados no sistema da empresa são efetuadas de forma automática --- "uma atrás da outra".

Ao final de cada chamada, ela precisa preencher os dados da ligação em uma tabela, informando, por exemplo, se o cliente se recusou a atendê-la. Caso ela não realize o procedimento, o sistema volta a ligar para a mesma pessoa.

O número do protocolo de atendimento também é enviado para o WhatsApp de cada cliente pelo celular corporativo de Vitória.

Na terça à tarde, a jovem estava no meio do expediente, fazendo mais uma ligação, quando um homem a atendeu. Contudo, no cadastro, a linha estava em nome de uma mulher. O homem ficou bravo com o engano e passou a xingá-la.

"Eu queria falar com a Delfina, que é o nome da cliente que estava cadastrado. Ele falou assim: 'Que desgraça, vagabunda, sua piranha. Vai dar seu c* e começou a me xingar'. [No início da ligação,] eu já envio o protocolo no WhatsApp, é automático. Como trabalho como correspondente bancária, a foto do perfil é a minha. Eu fiquei muito desesperada, porque ele estava me xingando muito, e eu fui apagar o protocolo [enviado] para ele", contou.

Após xingá-la, o agressor desligou o telefone. Como Vitória estava preocupada em apagar o número de protocolo enviado pelo WhatsApp, ela não tabulou os dados, e o sistema voltou a ligar para o homem.

"Ele atendeu de novo. Já tinha aberto a mensagem e visto a minha foto [no WhatsApp]. E começou a me chamar de preta. Na hora que ele falou que eu era preta, eu respondi: 'Você sabe que isso que você está falando cabe um processo. Você não pode ficar chamando as pessoas de preto assim desse jeito'. E aí eu já desliguei", contou Vitória.

A discussão e as ofensas continuaram pelo WhatsApp por áudio. A jovem, então, escreveu para o agressor que iria atrás de seus direitos e que "ele mexeu com a pessoa errada", além de reafirmar que "é preta, sim" e que "se acha linda".

Segundo a assistente de telemarketing, o homem enviou vários áudios com falas de teor racista, xenofóbica e gordofóbica, além de afirmar durante a conversa que era de Santa Catarina e "loiro de olho verde".

"Você está falando com uma pessoa inteligente, que sabe exatamente como você é. Mais uma preta, pobre, imunda, podre, que fica ligando 50 vezes por dia. Há dois anos vocês ficam me ligando. Sua imunda [...] Você é horrível. Além de horrível por dentro, horrível por fora. Você é um lixo de gente. Sua pobre teleatendente, vergonhoso o tipo de trabalho que você faz", gritou o agressor em um dos áudios.

"Eu moro no meu apartamento lindo, aqui numa cidade linda do Sul. Tenho olho claro. Sou gato. A tua fala, sinto dó de você. Não passa de uma psicologia básica e imunda de gente pobre. Vai estudar e quem sabe assim você consegue discutir com alguém que tenha um pouco mais de conhecimento, tá, sua preta imunda", ainda disse o homem.

Ao final das ofensas, o agressor apagou os áudios e bloqueou o número da vítima. Vitória contou que desabou e chorou muito, sendo acolhida pelos colegas de trabalho.

"Eu fiquei chorando bastante, nunca tinha escutado isso antes. É muito ruim a gente escutar isso, ser chamada de preta e pobre. As pessoas acham que só porque a gente é preta a gente não tem capacidade, a gente nunca vai conseguir nada, a gente não é ninguém [...] Ele realmente acha que acabou comigo com as palavras, e realmente acabou, né? Afeta o meu psicológico", desabafou Vitória.

A jovem procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência por injúria racial na Delegacia de Trindade. Ela procura por Justiça para que, no futuro, o mesmo não aconteça com suas filhas.

Delegacia Regional da Polícia Civil de Trindade (Reprodução/Secom Goiás)

Delegacia Regional da Polícia Civil de Trindade (Reprodução/Secom Goiás)

Ao g1, advogado de defesa, José Luiz Oliveira Júnior, afirmou que o caso de Vitória não é isolado e é um reflexo da sociedade e do tempo que vivemos.

Geral

Cachorro puxa menino de 4 anos pela grade e arranca pedaço da boca em Águas Lindas, diz tia

Segundo a família, hospital municipal da cidade não prestou atendimento e mandou que levasse menino para unidade de saúde em Brasília

Modificado em 10/01/2025, 16:27

Criança teve ferimentos nos lábios superiores e inferiores

Criança teve ferimentos nos lábios superiores e inferiores (Arquivo Pessoal/ Andressa Lima)

Um menino de 4 anos foi mordido por um cachorro e teve um pedaço da boca arrancada, contou a tia do garoto, a autônoma Andressa Natháli, de 25 anos. O caso aconteceu em um condomínio de Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal.

Segundo Andressa, caso aconteceu na quarta-feira (8) e o portão da casa onde o cachorro vive possui grades largas, que teria permitido que o animal alcançasse e puxasse a criança. O POPULAR não conseguiu localizar o tutor do cachorro até a última atualização desta reportagem. No entanto, de acordo com a tia do menino, ele teria se comprometido a fechar as grades do portão.

Após o ataque, o menino foi socorrido e levado para o Hospital Municipal Bom Jesus, na cidade, pela mãe e por um tio dele. No entanto, a unidade teria mandado eles procurarem um hospital em Brasília.

A gente foi na sala de triagem e a única coisa que eles [equipe do hospital de Águas Lindas] falaram que não tinha como atender a criança, mas em nenhum momento passou remédio e deu os primeiros socorros", contou a tia.

Ela acrescentou ainda que a equipe médica do hospital informou que o caso da criança era para cirurgia. "No outro hospital não precisou de cirurgia, a boca do menino só foi costurada", relatou a mulher.

Ao POPULAR , o Corpo de Bombeiros informou que foi acionado e atuaram na ocorrência. A reportagem também entrou em contato com a Polícia Civil (PC), mas não obteve retorno até a publicação dessa matéria.

O POPULAR também entrou em contato a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Águas Lindas e com o hospital, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

(Colaborou Thauany Melo, do g1)