Radares só voltam a funcionar em abril
Começaram a ser instalados na cidade, mas central de controle ainda precisa ser construída para receber as infrações e realizar as autuações
Vandré Abreu
11 de fevereiro de 2025 às 07:41

Equipamento de fiscalização eletrônica é instalado na esquina das avenida Alexandre de Morais e Padre Orlando de Morais, no Parque Amazônia (Diomício Gomes / O Popular)
O serviço de fiscalização eletrônica em Goiânia só vai voltar a autuar as infrações dos motoristas na capital a partir de abril. Desde junho de 2024, radares e lombadas eletrônicas foram retirados das vias, com o fim do contrato com a empresa Eliseu Kopp, o que fez com que as multas de janeiro de 2025 fossem cerca de 73% menores do que em relação ao mesmo mês do ano passado. Neste ano, os aparelhos voltaram a ser instalados, após homologação de um processo licitatório realizado ainda na gestão passada, mas as autuações só devem ocorrer após a conclusão das obras do novo Centro de Controle Operacional (CCO), que funcionará em uma sala da Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET).
Segundo a SET, a expectativa é entregar a central, que é o terceiro lote da licitação, até abril, "quando devem ser retomadas as autuações de avanço semafórico e velocidade excedida, medidas através dos radares fixos". "Os equipamentos já estão em Goiânia e na semana que vem começa a reforma do local em que serão instalados para a montagem da CCO", informa a pasta. A construção do CCO foi licitada por R$ 32.393.712,23, no processo vencido pelo Consórcio Anhanguera, liderado pela empresa Labor Engenharia e Tecnologia, com sede em Aparecida de Goiânia.
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A informação da SET é de que os equipamentos já estão em Goiânia e na semana que vem começa a reforma do local em que serão instalados para a montagem do CCO. O mesmo consórcio também venceu o lote 1 da licitação, que corresponde à fiscalização da área sul da capital. O processo licitatório dividiu Goiânia em duas áreas (sul e norte) a partir do eixo formado pela BR-153, Avenida Universitária e Avenida Castelo Branco. Na área sul, segundo a SET, os equipamentos de fiscalização "estão a caminho, e chegam na próxima semana, para dar continuidade nas instalações que são referentes a este lote".
Por enquanto, estão implantados os aparelhos na Avenida Laguna, no Parque Amazônia; na Avenida Guarapari com a Rua do Salmão, no Jardim Atlântico; na Avenida Professor Alfredo de Castro, no Setor Chácara do Governador; e no cruzamento das avenidas Alexandre de Morais com a Padre Orlando de Morais, também no Parque Amazônia. O lote 1 custará R$ 117.409.225,62 aos cofres públicos pelos cinco anos do contrato. Já o lote 2, da área norte, tem um custo de R$ 93.043.840,88 pelo mesmo período. Neste caso, a responsabilidade será do Consórcio Fiscaliza Gyn, liderado pela empresa Velsis Sistemas e Tecnologia, com sede no Paraná.
Segundo a SET, na área norte já existem oito pontos com os equipamentos instalados, como nas avenidas São Francisco e Meia Pontes (Santa Genoveva), Alameda das Rosas (Setor Oeste), nos dois sentidos da Avenida Francisco de Oliveira (Parque Industrial João Braz), Avenida E6 (Cidade Jardim), Avenida Santa Maria (Cidade Verde) e Avenida Perimetral Norte (Setor Cândida de Moraes). Outros oito locais estão recebendo os postes onde ficarão os radares, nos setores Leste Universitário, Central e Sul. Mais três pontos, nos setores Universitário e Central, serão os próximos a receber os equipamentos.
"As duas empresas executoras dos serviços estão com os esforços voltados para instalação e entrega dos equipamentos. É importante frisar que, após a instalação, esses equipamentos passam por inspeção, para atestar a aferição. O prazo de conclusão do projeto previsto em contrato é de 12 meses, porém as empresas nos deram uma previsão de finalização da implantação do parque em seis meses", informa a SET. Ao todo, a licitação terá um custo previsto de R$ 242,8 milhões.
Em 2017, a Eliseu Kopp havia vencido a licitação por um valor de R$ 61.420.215,60, por um contrato que fazia a fiscalização eletrônica sem a construção de uma central de controle. Na gestão passada, o Paço tentou realizar o processo licitatório por pelo menos duas vezes. Na primeira, havia a previsão de gastos em R$ 261 milhões e, na segunda, o preço chegou a R$ 252 milhões. Sem a fiscalização eletrônica, a Prefeitura de Goiânia realizou 25.752 autuações de infrações de trânsito em janeiro deste ano, especialmente por estacionamento sobre faixas de pedestres ou ciclovias/ciclofaixas (5.049).
Para ter ideia, em janeiro do ano passado, quando ainda havia a fiscalização eletrônica, as autuações somaram 95.969, sendo que 44.855 infrações foram por velocidade superior à máxima em até 20%; 11.040 por transitar na faixa destinado ao transporte coletivo; e 6.869 por avanço de sinal vermelho. Ou seja, todas verificadas pelos equipamentos eletrônicos. Até maio do ano passado, em todos os meses, o número de autuações da Prefeitura em Goiânia foi acima de 90 mil. Em junho, quando os radares funcionaram por 15 dias, foi de 62 mil e, daí então, o mês com maior número de autuações foi novembro, com 34,5 mil infrações verificadas pelos agentes de trânsito.