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Rainha Elizabeth 2ª é sepultada ao lado do príncipe Philip após 11 dias de cerimônias

Enterro aconteceu na capela de St. George, nos arredores do Castelo de Windsor

Folhapress

Modificado em 20/09/2024, 03:05

Símbolo da monarquia, Elizabeth 2ª ocupou o trono por sete décadas e faleceu serenamente, segundo o comunicado oficial.

Símbolo da monarquia, Elizabeth 2ª ocupou o trono por sete décadas e faleceu serenamente, segundo o comunicado oficial. (Royal.uk)

A rainha Elizabeth 2ª foi sepultada, na tarde desta segunda-feira (19), ao lado de seu marido, o príncipe Philip - morto no ano passado. O enterro aconteceu na capela de St. George, nos arredores do Castelo de Windsor, após 11 dias de sua morte.

"A rainha foi enterrada junto com o duque de Edimburgo, na Capela Memorial do Rei George VI", disse o comunicado da família real britânica.

Multidões saíram às ruas do Reino Unido para se despedir uma última vez da monarca. Os eventos marcam os últimos ritos de um longo adeus iniciado no último dia 8, quando foi anunciada a morte da soberana, aos 96 anos.

As demonstrações de luto começaram naquele mesmo dia, com o povo britânico deixando flores, cartas, pôsteres e até ursinhos de pelúcia nos portões de várias residências da família real. Depois, a protocolar jornada do corpo da rainha do local de sua morte, em Balmoral, na Escócia, foi acompanhada de perto pelo público até a sua chegada à capital inglesa, na terça passada.

O caixão foi exibido por cinco dias no Salão de Westminster, e milhares de britânicos enfrentaram filas gigantescas por uma chance de homenagear pessoalmente a soberana. Era ali que o corpo da rainha repousava até as 6h40 desta segunda quando, ao ser erguido pelos chamados carregadores reais, deu-se início ao funeral de Estado.

Como em procissões anteriores, o caixão foi coberto por uma bandeira com o estandarte real, a Coroa Imperial do Estado e um arranjo com flores de vários jardins da realeza ---sustentável a pedido do rei Charles 3º, historicamente engajado no ativismo ambiental. A novidade era um cartão visível entre as plantas e assinado pelo monarca, com os dizeres "em memória amorosa e dedicada".

O ataúde foi colocado sobre uma carruagem da Marinha Real, e 142 marinheiros escoltaram o trajeto do coche entre o salão e a abadia de mesmo nome. Atrás dele, estavam os quatro filhos da rainha, o rei Charles e seus irmãos, Anne, Andrew e Edward. E dois dos netos de Elizabeth, os príncipes William e Harry, que participavam de sua primeira cerimônia fúnebre oficial desde a morte da soberana.

A maioria dos membros da realeza presentes usava uniformes. As exceções eram o príncipe Harry, que renunciou aos seus títulos militares ao romper com a família real no ano passado, e o príncipe Andrew, que no início do ano foi acusado de abusar de uma adolescente envolvida no esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein.

Na entrada da abadia, juntaram-se ao cortejo a rainha consorte, Camilla; a esposa de William e princesa de Gales, Kate Middleton; e a mulher de Harry e duquesa de Sussex, Meghan Markle.

Os dois filhos mais velhos de William, o príncipe George, 9, e a princesa Charlotte, 7, também participaram da procissão, marcando a primeira vez que bisnetos de um monarca desempenharam uma função oficial em um funeral de Estado. Segundo a imprensa britânica, a decisão tinha como objetivo mostrar a estabilidade da Coroa, uma vez que George se tornou o segundo na linha de sucessão com a morte de Elizabeth. Já os filhos de Harry e Meghan, de 3 e 1 ano, não compareceram.

O caixão da rainha encontrou os cerca de 2.000 convidados para o evento, cem deles chefes de Estado como Joe Biden e Emmanuel Macron, já sentados em seus lugares.

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, também estava presente, e voltou a falar com dezenas de apoiadores que o aguardavam ao se dirigir à cerimônia pela manhã. Irritado com questionamentos sobre o ato eleitoral que promoveu na véspera ---e pelo qual foi criticado nacional e internacionalmente---, o presidente voltou a chamar o adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ladrão e a criticar investigações que apuram esquemas de corrupção envolvendo sua família.

O funeral foi liderado pelo reverendo David Hoyle, e líderes religiosos e políticos fizeram leituras, incluindo a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss. Também houve sermão do arcebispo de Canterbury, Justin Welby.

"Nossa falecida majestade declarou, na transmissão do seu 21º aniversário, que toda sua vida seria dedicada a servir a nação. Raramente uma promessa como essa é tão bem cumprida", disse Welby. Ele também citou uma fala da rainha durante o período de isolamento social causado pela pandemia. "A transmissão da falecida majestade durante a quarentena da Covid-19 terminava com 'nos encontraremos novamente'. Uma palavra de esperança. Todos os que seguem o exemplo da rainha, e inspiram confiança e fé em Deus, podem dizer com ela: 'Nos encontraremos novamente'."

Perto do fim das solenidades, às 11h58 (7h58 em Brasília), a cerimônia foi interrompida, e dois minutos de silêncio foram feitos em todo o Reino Unido.

A quietude foi respeitada inclusive pelas dezenas de cidadãos que optaram por assistir ao funeral em telões erguidos em locais públicos, junto de seus compatriotas. Este foi o primeiro funeral de Estado a ser televisionado no país, numa síntese simbólica das intensas transformações pelas quais o mundo passou durante o longo reinado de Elizabeth ---ela também foi a primeira soberana a ter sua coroação transmitida pela TV.

Depois do funeral, o caixão foi levado por marinheiros por Londres em um dos maiores cortejos militares já vistos em Londres, com dezenas de membros das Forças Armadas trajando figurinos cerimoniais. Eles marchavam de acordo com a melodia fúnebre tocada pela banda marcial ao mesmo tempo em que o Big Ben marcava os minutos ao fundo.

Ao redor, o público escalava postes e subia portões e escadas para tentar avistar a procissão. Alguns usavam roupas formais, como ternos e vestidos pretos, enquanto outros vestiam moletons e roupas de ginástica.

A procissão foi encerrada com a chegada do corpo de Elizabeth 2ª ao Arco de Wellington, monumento construído no Hyde Park no século 19 para comemorar as vitórias do Reino Unido contra Napoleão. Dali, o caixão viajou em um carro fúnebre até o Castelo de Windsor, a oeste de Londres, onde a rainha seria enterrada ao lado de seu marido, Philip. A rota foi mais uma vez acompanhada de perto pelo povo, que batia palmas e jogava flores sobre o veículo.

Uma última cerimônia oficial ainda foi realizada em Windsor, na Capela de Saint George. Ao final dela, a congregação cantou o hino nacional em sua forma atualizada, God Save The King, ou "Deus Salve o Rei" ---a versão personalizada para Charles da frase que dá título ao hino nacional britânico e que se tornou uma espécie de slogan da monarquia.

O enterro de fato foi restrito aos membros da realeza, um dos raros momentos dos vários dias de cerimônia em que a família teve sua privacidade preservada.

Quando Diana morreu, em 1997, uma das imagens que correram o mundo foi a de Charles e seus dois filhos ainda adolescentes olhando cabisbaixos o caixão com o corpo da princesa.

Quando, no ano passado, o príncipe Philip morreu aos 99 anos em meio à mais grave pandemia do século, foi a imagem de Elizabeth em luto, sozinha na capela do Castelo de Windsor, que comoveu os britânicos.

Agora que o Reino Unido deu seu último adeus à rainha mais duradoura de sua história, talvez a imagem que fique é a de seu filho, o novo rei, parecendo tentar conter as lágrimas.

IcMagazine

Famosos

Casamento de Amado Batista teve fogos de artifício e lanternas chinesas

A cerimônia religiosa foi nas Fazendas AB, no município de Cocalinho, a cerca de 11 horas de carro de Cuiabá

Casamento de Amado Batista e Calita Franciele,

Casamento de Amado Batista e Calita Franciele, (Divulgação/ Redes Sociais)

Casamento de Amado Batista e Calita Franciele, (Divulgação/ Redes Sociais)

Casamento de Amado Batista e Calita Franciele, (Divulgação/ Redes Sociais)

Amado Batista, 74, se casou com a miss Calita Franciele, 23, no último sábado (15). Veja os detalhes da cerimônia no interior do Mato Grosso:

Casamento aconteceu na fazenda do cantor. A cerimônia religiosa foi nas Fazendas AB, no município de Cocalinho, a cerca de 11 horas de carro de Cuiabá. No Instagram, uma das cinegrafistas do evento mostrou a estrada de terra que leva à propriedade, assim como a movimentação de aviões no local ao longo do dia:

A noiva usou dois vestidos. Durante a cerimônia, ela optou por um modelo de saia volumosa e decote ombro a ombro, com véu e coroa. Amado Batista escolheu um terno azul bebê e tênis creme. Depois, Calita curtiu a festa com um vestido justo e brilhante de alcinha.

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Uma pintora eternizou o momento do "sim" ao vivo no casamento. A artista Paula Campos mostrou o resultado para os noivos durante a festa, e compartilhou a reação deles no Instagram:

Para lidar com o calor, convidados ganharam um brinde personalizado. Foram confeccionados leques com os nomes dos noivos. "As convidadas amaram, não sobrou nenhum", escreveu a cerimonialista no Instagram.

O início da festa foi marcado por uma queima de fogos. Depois, Calita posou para fotos soltando no céu uma lanterna chinesa de papel.

Geral

PM morto por homem que fazia família refém é enterrado em Aparecida de Goiânia

Sepultamento aconteceu no Cemitério Jardim da Paz e foi marcado por forte comoção e diversas homenagens

undefined / Reprodução

O policial militar Paulo Vitor Coelho Campos, de 32 anos, foi enterrado na manhã desta quarta-feira (12) no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia. Paulo Vitor, que era cabo do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), morreu após ser baleado por um homem que fez a própria família como refém. O sepultamento reuniu várias pessoas, entre familiares, amigos, colegas de profissão e autoridades (assista acima).

O vídeo começa com o caixão sendo levado por policiais do Bope. Depois, houve salva de tiros, orações e toque de trombeta, entre outras homenagens. Um helicóptero da Polícia Militar de Goiás (PMGO) também sobrevoou o local. O enterro foi marcado por forte comoção.

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Durante o sepultamento, o comandante-geral da PMGO, coronel Marcelo Granja, afirmou que a corporação perdeu um valoroso guerreiro.

Hoje, aqui no plano terrestre, nós perdemos um policial militar, mas lá de cima do céu, ele estará conduzindo as nossas ações aqui, estará sempre protegendo os valorosos guerreiros. Não queríamos de forma alguma entregar ele para a família nessa situação, mas temos absoluta certeza que Deus e ele estão agora olhando por nós", compartilhou.

O chefe do estado-maior estratégico da PMGO, coronel Durvalino Câmara, destacou que o cabo Paulo Vitor era um profissional acima da média.

Um dos nossos melhores operadores e não era à toa que ele era o ponto da patrulha na nossa operação. É o nosso melhor tirador, nosso melhor instrutor na nossa base, um ser humano ímpar", afirmou.

Relembre o caso

Paulo Vitor Coelho Campos morreu após ser baleado por um homem que fez a própria família como refém em Niquelândia, no norte goiano. O agressor, segundo a PM, era Fábio Bernardo dos Santos, de 37 anos, que já tinha uma extensa ficha criminal. Ele também morreu na operação que aconteceu nessa terça-feira (11). Outro policial militar foi baleado, mas já recebeu atendimento e não corre risco de morte.

Após a morte do cabo Paulo Vitor, diversas autoridades e instituições postaram notas de pesar nas redes sociais. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse que Paulo Vitor era considerado um dos melhores atiradores e rastreadores do Bope. O vice-governador do estado, Daniel Vilela, afirmou que o policial dedicou sua vida à missão de proteger a sociedade goiana, atuando com coragem e honra.

Colaborou Yanca Cristina

Enterro do policial militar Paulo Vitor, em Aparecida de Goiânia. (Diomício Gomes/O Popular)

Enterro do policial militar Paulo Vitor, em Aparecida de Goiânia. (Diomício Gomes/O Popular)

Enterro do policial militar Paulo Vitor, em Aparecida de Goiânia.

Enterro do policial militar Paulo Vitor, em Aparecida de Goiânia. (Diomício Gomes/O Popular)

Geral

Coroação da rainha Elizabeth 2ª, em 1953, teve Churchill e Assis Chateaubriand

Modificado em 19/09/2024, 00:21

Coroação da Rainha Elizabeth II, em 1953, na Abadia de Westminster

Coroação da Rainha Elizabeth II, em 1953, na Abadia de Westminster (Getty Images)

O Reino Unido volta a receber uma espécie de pot-pourri do poder global neste sábado (6). Nos últimos dias, aterrissaram em Londres centenas de chefes de Estado, primeiros-ministros e famílias reais para assistir à coroação do rei Charles 3º, 70 anos depois da última cerimônia do tipo na monarquia mais famosa do mundo.

A expectativa é de que estejam presentes todos os representantes e líderes religiosos da Commonwealth --associação de 56 países que, quase em sua totalidade, fizeram parte do Império Britânico no passado. O Brasil será representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou nesta sexta (5) em Londres. Estão na lista ainda celebridades como o cantor Lionel Richie, e especula-se que o casal David e Victoria Beckham possa aparecer.

Em 2 de junho de 1953, a rainha Elizabeth 2ª passou pelo ritual, mais de um ano após a morte de seu pai e na primeira coroação televisionada. No dia seguinte, a Folha de S.Paulo noticiou que, sob as árvores do trajeto por onde passou a procissão da rainha, havia funcionários da emissora pública BBC, enfermeiros e vendedores de refrigerante, sanduíches, chicletes, binóculos e laranjas.

Winston Churchill, premiê britânico na ocasião, foi um dos convidados a prestigiar a cerimônia. O estadista esteve no poder durante a Segunda Guerra Mundial, quando Reino Unido e aliados enfrentaram a Alemanha nazista de Adolf Hitler, e foi o responsável por criar a expressão "cortina de ferro" para descrever a divisão que se criaria na Europa após o conflito.

O jornal descreve ainda a passagem de tropas de Belize, Ilhas Malvinas, Hong Kong, Gibraltar, Jamaica, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul e Bermudas. "O cortejo dos primeiros-ministros da Commonwealth foi muito maior do que na última coroação. O palácio precisou pedir emprestados aos estúdios de Sir Alexander Korda [diretor de cinema britânico] os 'broughams' [carruagens] que faltavam para os novos membros: Índia, Ceilão [Sri Lanka] e Paquistão", apontou a Folha de S.Paulo.

A princesa Marie Louise, neta da rainha Vitória, também estava na coroação --a quarta de que participava aos seus 80 anos. Compareceu ainda Jawaharlal Nehru, líder do movimento da independência da Índia, país que em 1953 completava seis anos de emancipação. Na época, ele era premiê indiano, cargo que inaugurou na nação e no qual permaneceu até 1954.

Getúlio Vargas, então no seu segundo período na Presidência do Brasil, enviou o senador e magnata da comunicação Assis Chateaubriand para representar o país, e o empresário presenteou a rainha com um jogo de tiara, colar, pulseira e brincos com pedras de águas marinhas. A soberana usaria o conjunto em diversas ocasiões, inclusive quando recebeu Lula para um banquete no Palácio de Buckingham, em 2006.

A coroação de seu pai e antecessor, George 6º, no dia 12 de maio de 1937, teve a presença da própria rainha, então aos 11 anos, e de figuras como Yasuhito, príncipe Chichibu do Japão. Ele era neto de Meiji, o Grande, imperador japonês entre 1867 e 1912 --período de grandes transformações em que o país deixou de ser uma nação feudal e se abriu para o mundo como uma potência.

A festa, registrou a Folha de S.Paulo, tinha mais de um milhão de pessoas e clima de carnaval, em contraste com os "tradicionalmente insensíveis" rostos britânicos. Onipresentes em multidões desde então, já participavam da cerimônia também os vendedores ambulantes, que ofertavam chocolates, folhetos com a programação do dia, fotos das princesas e rudimentares periscópios para quem quisesse enxergar melhor.

Geral

Emoção no adeus a Dona Iris

Homenagens e agradecimentos por realizações, de populares e políticos, marcam evento; filhos destacam que solidariedade é “reconfortante”

Modificado em 19/09/2024, 00:16

Emoção no adeus a Dona Iris

(Wildes Barbosa / O Popular)

O sepultamento de Dona Iris de Araújo ocorreu por volta das 19 horas desta quarta-feira (22), quando seu caixão desceu pelo túmulo no Cemitério Santana, em Goiânia. O enterro encerrou 12 horas de velório, realizado desde as 7 horas no Paço Municipal de Goiânia.

A despedida se deu em meio à emoção da família, que rodeava o túmulo, acompanhada do governador Ronaldo Caiado (UB) e do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Políticos, parentes, amigos e populares acompanharam a cerimônia de adeus à ex-primeira-dama e ex-deputada federal, ao som de um violino que tocava músicas cristãs.

Enquanto ocorria a última despedida, Jardelino Alves Ribeiro, representante dos moradores do Conjunto Vera Cruz 2, falou para agradecer aos filhos de Dona Iris, Ana Paula Craveiro, Adriana Rezende e Cristiano Rezende, pelas realizações de sua mãe e do ex-governador Iris Rezende, que morreu em novembro de 2021.

Ele citou os feitos de Iris e Dona Iris pelo Conjunto Vera Cruz 2 e disse que todos os moradores são gratos. Com um discurso religioso, ele lembrou da fé do casal Iris e citou passagens bíblicas. Por fim, pediu para o prefeito, que também é pastor, rezar um Pai Nosso, que foi acompanhado por quem estava presente.

Ana Paula agradeceu a manifestação de Jardelino e a todos que foram prestar homenagem. "Agradecer o amor que a gente tem recebido de vocês, o amor que vocês sempre tiveram pelo meu pai e pela minha mãe. Esse gesto de vocês nos conforta e nos ajuda muito", disse.

Antes do término, uma mulher vestida com roupas de ciclista e que se identificou como Bel da Bike, também quis falar. Ela disse que andou de bicicleta nas campanhas do casal e nas de Caiado. "Dona Iris e Iris me ensinaram a amar o próximo", afirmou sem conseguir conter as lágrimas.

Outra mulher disse que conheceu Iris em Jataí, no primeiro mutirão realizado na cidade. "Eu era menina, conheci o primeiro político que trabalhou para pobre. Iris e sua mãe governavam para pobre", disse em direção aos filhos.

Ana Paula, Adriana e Cristiano deixaram o cemitério logo depois. Eles saíram recebendo o carinho de populares que os paravam para prestar sua solidariedade e contar causos relacionados a Dona Iris.

Velório

No velório, as filhas concederam uma entrevista coletiva. Ana Paula disse que a família ainda nem tinha conseguido superar a partida do pai, Iris Rezende, quando a mãe morreu.

"Fica um vazio muito grande para nós, como família, para o povo desse estado, para essa cidade. Nós perdemos não só uma mãe, perdemos uma figura muito presente, uma mulher que foi guerreira, que foi forte, que ocupou vários espaços", disse Ana Paula.

Para Adriana, sentir o carinho da população com a mãe, neste momento é "reconfortante". Ela deu detalhes da saúde de Dona Iris, na terça-feira (21). Nesta quarta, no velório, falou do quão abrupta foi essa piora recente que levou à morte da ex-deputada. "A gente já estava com planos de alta, correu muito bem a cirurgia, então foi muito rápido", disse.

O arcebispo emérito de Goiânia Dom Washington, que disse algumas palavras durante o velório, também falou com a imprensa e contou da relação que tinha com o casal Iris. "A nossa amizade foi sempre crescendo, éramos amigos de falar de coração para coração e de tratar de problemas de natureza popular, do serviço ao povo. As pessoas recorriam ao bispo e eu recorria a eles e sempre encontrei a porta aberta", contou.

Caiado exaltou o pioneirismo de Dona Iris como mulher na política. "Ela foi muito ativa numa época em que as mulheres não participavam tanto da política. Há 60 anos ela já era extremamente dinâmica nas suas ações", disse.

Segundo o governador, que foi colega de bancada de Dona Iris na Câmara dos Deputados, ela era dedicada à parte orçamentária e a projetos de infraestrutura, de interesse de Goiás.

Paulo Ortegal, que era braço direito de Iris Rezende e próximo à família, disse que a morte de Dona Iris é uma grande perda. "Durante os governos do Iris, a atuação dela foi muito presente. Ela sempre esteve preocupada com a área social, com os mais carentes", lembrou, ao dizer que Dona Iris projetou o Estado no cenário nacional.

O prefeito de Goiânia, Rogério disse que Dona Iris deixa uma marca em Goiânia e Goiás. "É um legado que ela deixa de entendimento, conhecimento e de busca pelos seus direitos e objetivos como mulher", disse.

O velório foi realizado no Paço Municipal, sede administrativa de Goiânia. Para o prefeito, oferecer o espaço era o reconhecimento mínimo ao nome e ao legado da ex-deputada federal e de Iris Rezende.