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Receita muda declaração de bens e direitos no Imposto de Renda 2025

Dentre as principais mudanças estão a inclusão de seis novos códigos para declarar joias, garagens e investimentos, entre outros bens

Folhapress

Modificado em 28/03/2025, 10:39

Receita citou que só faz o pagamento da restituição em conta bancária no nome do contribuinte

Receita citou que só faz o pagamento da restituição em conta bancária no nome do contribuinte (Reprodução)

A Receita Federal alterou a declaração de bens e direitos do Imposto de Renda 2025 com o objetivo de tornar mais clara a prestação de contas dos contribuintes a partir deste ano.

Dentre as principais mudanças estão a inclusão de seis novos códigos para declarar joias, garagens e investimentos, entre outros bens, maior detalhamento em 13 códigos e alteração de 11 códigos, que não permitem mais declarar bens e direitos do exterior.

A entrega da declaração vai até 30 de maio. Quem é obrigado a prestar contas e perde o prazo paga multa, que varia de R$ 165,74 a 20% do imposto devido no ano.

A principal meta do órgão é diminuir o número de bens declarados em "Outros", sob o código 99, segundo José Carlos Fonseca, supervisor nacional do IR.

"Analisamos que muita gente declarou bens que têm códigos específicos como "Outros", seja por preguiça ou por desconhecimento", afirmou em 12 de março, ao anunciar as regras do IR 2025.

"Analisamos que milhões de pessoas declaram como "Outros" veículos, apartamentos, empréstimos, itens que têm código específico", disse.

Segundo ele, os contribuintes e seus contadores têm dificuldades em encontrar ou entender alguns códigos, por isso foram feitas mudanças.

O fisco promete ainda mais novidades. Deve ser criada uma ficha própria para declarar reforma do imóvel no IR, mas, inicialmente, no aplicativo Mir (Meu Imposto de Renda), que será liberado na terça-feira (1º).

"Nós verificamos que mais de 5 milhões de bens de declarantes estão classificados como 'Outros bens'. Fomos verificar e lá tem bens com campos específicos, como é o caso de imóveis", afirma Ricardo Ribeiro Júnior, auditor fiscal supervisor do Imposto de Renda em São Paulo.

Neste ano, o PGD (Programa Gerador de Declaração) traz seis itens com códigos próprios que não existiam no ano passado.

O programa será descontinuado, mas ainda não há data. Em seu lugar ficará apenas a solução Meu Imposto de Renda, que começa a funcionar neste ano, em plataformas como celulares, tablets, computadores e de forma online, no e-CAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita).

VEJA OS NOVOS CÓDIGOS PARA DECLARAR BENS E DIREITOS NO IR 2025

  • Fundos de investimentos em empresas emergente - FIEE
  • Fundo multimercado
  • Garagem avulsa
  • Holding patrimonial -ações ou cotas adquiridas por integralização de bens ao capital
  • Joia
  • Leasing com opção de compra a ser exercida no final do contrato.
  • Para especialistas, ainda há falhas, porque o programa não disponibiliza tão facilmente os códigos, o que confunde ainda mais. O contribuinte precisa procurar a cada ficha até encontrá-los.

    "O programa da Receita está eliminando a quantidade de "Outros" ao abrir novos códigos, mas o programa não reclassifica. A tarefa de procurar e achar ainda cabe ao contribuinte", afirma Valdir Amorim, especialista da área de Imposto de Renda do IOB.

    A advogada tributária Renata Soares Leal Ferrarezi avalia que a mudança ajuda mais a Receita do que quem declara. "Pode até facilitar um pouco para o contribuinte, mas na verdade ajuda a Receita, que vai cruzar melhor os dados."

    O tributarista Raul Iberê Malagó, sócio do M&A/Law, lembra que a instrução normativa do IR 2025 trouxe mudanças também nos valores dos bens a serem declarados.

    Segundo ele, a Receita dispensa a declaração para bens móveis e direitos que valham menos do que R$ 5.000 (exceto veículos, embarcações e aeronaves). Além disso, contas bancárias e aplicações de valor menor do que R$ 140 não precisam ser declaradas.

    "Essas mudanças reduzem a carga burocrática para muitos contribuintes, mas exigem atenção para não cometer erros ou omissões que possam levar a autuações."

    O QUE MUDA AO DECLARAR REFORMA NO IR?

    Outra alteração anunciada pela Receita é a forma como o contribuinte deve declarar reformas e benfeitorias realizadas em imóveis como forma de barrar a atualização de imóveis na declaração. Isso porque bens são declarados pelo valor de compra.

    Haverá uma ficha própria para reforma, mas que estará somente no Mir.

    Por lei, a única forma de atualizar é por meio de financiamento, para quem vai pagando as parcelas ano a ano, ou ao fazer reformas, desde que comprovadas com recibos.

    "Essa medida tem dois objetivos. Evitar esse erro [atualização do valor do bem] que é muito frequente. A pessoa acha que o imóvel vale mais e atualiza", diz Fonseca. E o segundo é permitir que, no futuro, se houver uma venda, tudo estará detalhado no programa", afirma.

    Já o PGD não tem essa possibilidade e seguirá como no ano passado. O contribuinte deve informar as reformas e benfeitorias na mesma ficha de declaração do bem, caso elas tenham sido feitas em imóvel adquirido após 1988.

    No caso de compra antes de 1988, é necessário abrir uma ficha separada em Bens e Direitos, selecionando o grupo 01 (Bens Imóveis) e o código 17 (Benfeitorias até 1988). No campo Discriminação, descreva a obra que foi feita e o valor gasto.

    QUEM DEVE DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA 2025?

  • Quem recebeu rendimentos tributáveis -como salário e aposentadoria- a partir de R$ 33.888 em 2024
  • Cidadão que recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte (como rendimento de poupança ou FGTS) acima de R$ 200 mil
  • Contribuinte que teve ganho de capital (ou seja, lucro) na alienação (transferência de propriedade) de bens ou direitos sujeitos à incidência do imposto; é o caso, por exemplo, da venda de imóvel com valor maior do que o pago na compra
  • Contribuinte com isenção do IR sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguida de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias
  • Quem realizou vendas na Bolsa de Valores que, no total, superaram R$ 40 mil, inclusive se isentas. E quem obteve lucro com a venda de ações, sujeito à incidência do imposto. Valores até R$ 20 mil são isentos
  • Cidadão que tinha, em 31 de dezembro, posse ou propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, acima de R$ 800 mil
  • Contribuinte que obteve receita bruta na atividade rural em valor superior a R$ 169.440 ou quer compensar prejuízos de anos anteriores ou do próprio ano-calendário
  • Quem passou a morar no Brasil em 2024 e encontrava-se nessa condição em 31 de dezembro
  • Contribuinte que optou por declarar bens, direitos e obrigações detidos por offshores
  • Titular de trust e demais contratos regidos por lei estrangeira
  • Quem optou por atualizar o valor de imóveis com o pagamento de imposto menor instituído em dezembro de 2024
  • Contribuinte que obteve rendimentos em capital aplicado no exterior em aplicações financeiras ou lucros e dividendos de entidades controladas
  • COMO ENVIAR A DECLARAÇÃO?

    A declaração pode ser feita pelo PGD (Programa Gerador da Declaração), que é baixado no computador. As opções de enviar a declaração pelo aplicativo ou site Meu Imposto de Renda ou online, pelo e-CAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita Federal), só estarão disponíveis em 1º de abril, segundo a Receita.

    Ao entrar no e-CAC, há um aviso da Receita explicando que, se o contribuinte clicar sobre "Fazer Declaração" e "2024", não entregará sua declaração de 2025, mas estará retificando a declaração de 2024.

    A declaração pré-preenchida foi liberada pela Receita em 17 de março, mas só estará com todos os dados abastecidos em 1º de abril. Para ter direito a essa funcionalidade, é preciso acessar com a senha de acesso do portal Gov.br e ter certificado prata ou ouro.

    Segundo o fisco, informações sobre rendimentos e pagamentos já estão na pré-preenchida, como valores de salários e pagamentos feitos na área de saúde. Dados bancários, de investimentos de previdência privada, não.

    QUAL O VALOR DAS DEDUÇÕES DO IR?

    Alguns gastos no ano garantem dedução no Imposto de Renda, isso faz com que o cidadão pague menos imposto ou tenha uma restituição maior.

  • Dedução por dependente: R$ 2.275,08 (valor mensal de R$ 189,59)
  • Limite anual de despesa por com educação: R$ 3.561,50
  • Limite anual do desconto simplificado (desconto-padrão): R$ 16.754,34
  • Para despesas de saúde devidamente comprovadas não há limite de valores
  • Cota extra de isenção para aposentados e pensionistas a partir de 65 anos: R$ 24.751,74 no ano (R$ 22.847,76 mais R$ 1.903,98 relativos ao 13º salário)
  • QUANDO SERÁ PAGA A RESTITUIÇÃO DO IR DE 2025?

    A restituição é paga em cinco lotes, de maio a setembro. O primeiro pagamento ocorre em 30 de maio, último dia para a entrega da declaração. Os lotes seguintes serão liberados no último dia útil do mês

    VEJA O CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DA RESTITUIÇÃO DO IR

    Lote - Data de pagamento

    1º lote - 30 de maio

    2º lote - 30 de junho

    3º lote - 31 de julho

    4º lote - 29 de agosto

    5º lote - 30 de setembro

    O pagamento segue uma ordem de prioridade. Em caso de empate, o critério de desempate será a data e horário do envio da declaração. Quem entregou mais cedo, terá vantagem.

    VEJA A ORDEM DE PRIORIDADE

  • Idoso com 80 anos ou mais
  • Idoso com 60 anos ou mais, e pessoa com deficiência e com doença grave
  • Contribuintes cuja maior fonte de renda é o magistério
  • Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e optaram por receber a restituição por Pix
  • Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida ou optaram por receber a restituição por Pix
  • Demais contribuintes
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    Supermercados abrem 6 mil vagas, mas faltam trabalhadores

    Diante da falta de trabalhadores, setor busca alternativas e discute a contratação por hora sem onerar folha

    Luciano da Costa, do Luciano’s Supermercado: projeto de ampliação iria elevar número de colaboradores para 80, mas foi obrigado a suspender pela falta de mão de obra

    Luciano da Costa, do Luciano’s Supermercado: projeto de ampliação iria elevar número de colaboradores para 80, mas foi obrigado a suspender pela falta de mão de obra (Fábio Lima / O Popular)

    O setor supermercadista brasileiro vive uma crise de escassez de mão de obra e busca alternativas para atrair trabalhadores. A estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é que existam 357 mil vagas abertas em todo País. Em Goiás, a Associação Goiana de Supermercados (Agos) estima que 6 mil delas estejam em Goiânia e nos principais municípios do estado, sendo 4 mil só na capital e região metropolitana. Apesar de terem projetos de expansão, muitas redes estão adiando a ampliação ou abertura de novas lojas pela falta de pessoal.

    Um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que os supermercados têm escassez de mão de obra em oito de suas 10 principais ocupações, como operadores de caixa, padeiro e açougueiro. Para tentar reduzir o problema, a Abras anunciou que busca parcerias para contratar egressos do sistema militar.

    Outra possibilidade seria a contratação de trabalhadores por hora, sem onerar as empresas com os impostos sobre a folha de salários e para atrair quem procura flexibilidade.

    Para o presidente da Agos, Sirlei do Couto, a ideia das contratações por hora pode ajudar a reduzir o problema, mas prevê resistência por parte do sindicato da categoria. Ele diz que ainda não recebeu nenhum comunicado da Abras, mas diz que também aprova a contratação de egressos das forças armadas, que são muito disciplinados.

    Para Couto, um dos grandes culpados pela escassez de pessoal é o assistencialismo dos governos, que concedem vários tipos de benefícios sociais sem critério, em busca de votos. "Se a pessoa trabalha, não recebe o benefício. Mas deveria ser o contrário, pois muita gente está deixando de trabalhar para não perder essa ajuda", alerta.

    Isso estaria levando a uma rejeição da carteira assinada, mesmo perdendo benefícios como auxílio doença e aposentadoria. "As redes supermercadistas não exigem experiência, pois oferecem todo treinamento necessário. Mas os mais jovens não querem comprometimento com horário ou com trabalho aos finais de semana. Por isso, o sistema por horas trabalhadas pode ajudar", prevê Couto.

    O supermercadista acredita que a saída pode estar na desburocratização de normas trabalhistas. Umas das saídas para reduzir a necessidade de trabalhadores tem sido a colocação das máquinas de autoatendimento (check out). "Precisamos mudar as leis para nos adaptarmos a esta nova realidade", diz.

    Com 18 funcionários, Antônio Marcos Fernandes de Freitas, proprietário do supermercado Del Rio, confirma que o varejo vem sofrendo muito com o problema, principalmente em áreas técnicas, como açougue e padaria, mas também faltam entregadores, que passaram a buscar trabalhos sem CLT e cumprimento de horário, como em aplicativos. "Houve uma mudança comportamental: as pessoas mudaram forma de encarar o mercado de trabalho e não querem mais CLT como antes", avalia.

    Para ele, o segmento supermercadista é um dos mais afetados por isso em razão dos horários e trabalho aos finais de semana, o que levou ao aumento da rotatividade. "Não conseguimos manter um colaborador muito tempo, o que onera bastante, pois há o custo para admissão e formação do profissional, que leva tempo", lembra. Muitos preferem ir para informalidade. "Levei quase seis meses para preencher três vagas e ainda nem sei se irão ficar. Houve inversão: hoje, o profissional é que nos entrevista, querendo saber carga horária e salário para saber se vai querer a vaga", brinca.

    Luciano da Costa, do Luciano's Supermercado, conta que o estabelecimento, geralmente, trabalha com 42 pessoas e, hoje, está com apenas 23. "Estamos com um projeto de ampliação que iria elevar o número de colaboradores para 80, mas tivemos de suspender pela falta de mão de obra", destaca. Segundo ele, a rotatividade é alta e quem está disponível não tem compromisso, "com a mesma facilidade que chega, vai embora". "Esperamos passar esta fase mais crítica passar para retomarmos este projeto (de expansão)", diz.

    Para ele, houve uma mudança drástica com relação à mão de obra no mercado após o surgimento dos aplicativos de transporte e comida. "Outro problema são os auxílios do governo, que precisam ser mais seletivos. Muitos nos procuram, mas não querem assinar carteira para não perder o benefício", diz.

    Proprietário do supermercado Super Zé, com duas lojas e 110 funcionários, o empresário José Elias de Paula conseguiu reduzir o problema da falta de mão de obra melhorando o ambiente de trabalho, dando premiações pra quem não falta, fazendo escalas menores e abrindo aos domingos somente no período da manhã. Assim, os funcionários trabalham só um domingo por mês. Ele também passou a fazer reuniões periódicas para ouvir o que eles pensam e esperam da empresa e até instalou uma mini academia e uma sala de descanso para oferecer mais conforto.

    O próximo passo será levar um professor para dar aulas de defesa pessoal. "Melhorou muito, com menos pessoas pedindo pra sair. Trazemos até psicólogo on-line para ajudar quem precisa", destaca o empresário. O objetivo é fazer o colaborador entender que ele faz parte de um conjunto e que a empresa está ali para ajudar e fazer parte de sua vida. Este tratamento mais humano ajudou a reduzir a rotatividade em cerca de 80% e as contratações aumentaram.

    O contratado que permanecer, se dedicar e não faltar ao trabalho pode receber um bônus de até 20% do salário. "O trabalho aos domingos sempre foi uma barreira e precisamos nos adaptar. Antes, se entrevistasse dez pessoas, nove não queriam a vaga", conta Elias. Mesmo assim, a empresa ainda está com 10 vagas abertas.

    José Elias de Paula, do Super Zé: premiações, escalas menores e academia ( Fábio Lima)

    José Elias de Paula, do Super Zé: premiações, escalas menores e academia ( Fábio Lima)

    Sindicato defende jornada de seis horas

    José Nilton Carvalho, procurador jurídico do Sindicato dos Empregados no Comércio Varejista de Alimentos no Estado (Secom-GO), lembra que a reforma trabalhista de 2017 (Lei 13.467) já desengessou algumas regras da CLT, criando a jornada de trabalho parcial e o trabalho intermitente.

    Portanto, a proposta da Abras não traz nada de novo. Mas a reforma e o incentivo à chamada "pejotização", que era uma forma dos patrões fugirem dos encargos trabalhistas, acabaram "tirando o cabresto" do trabalhador, que foi perdendo o interesse pela carteira assinada.

    Estes trabalhadores saíram em busca de novas formas de trabalho, como na internet e aplicativos de transporte e de entregas, pela possibilidade de melhores ganhos e sem carga horária rígida. "Hoje, o jovem não quer mais trabalhar no comércio e perder o convívio com a família nos finais de semana e feriados, por exemplo", destaca.

    Para Carvalho, agora que os trabalhadores estão rejeitando a CLT e os supermercados não encontram mão de obra, as empresas querem voltar ao antigo cabresto e não conseguem mais interessados.

    Na tentativa de resolver o problema da falta de mão de obra, algumas redes supermercadistas fecharam acordos coletivos com o Secom para a implantação de jornadas de trabalho de seis horas diárias. Mas, em julho, o Congresso Nacional deve votar a implantação da jornada de seis horas para todo o comércio. O Secom e o sindicato patronal, o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros (Sincovaga), que já discutiram sobre esta possibilidade, decidiram aguardar a votação.

    "Se a mudança não passar no Congresso, em julho voltaremos a discutir a possibilidade de colocar um aditivo na convenção coletiva, que será assinada nesta segunda-feira (31), para que a jornada de seis horas seja para todo segmento", informa o procurador jurídico do Secom. Segundo ele, o objetivo do benefício é, justamente, atrair mais mão de obra para as empresas.

    Mas, para Carvalho, além disso, também será preciso melhorar os salários. Ele alerta que as empresas também devem obedecer ao que já determina o artigo 386 da CLT: as mulheres devem ter duas folgas mensais aos domingos e duas no meio da semana, o que já está sendo alvo de fiscalização. Para ele, outro ponto importante para atrair o trabalhador é o respeito à escala de repouso semanal no sétimo dia trabalhado.

    "Para atrair o interesse dos jovens para o comércio, em especial os supermercados, é fundamental que as negociações tragam vantagens na remuneração e melhorem as condições de trabalho", completa.

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    Dinheiro esquecido no PIS/Pasep: Veja quem tem direito, como consultar e sacar o benefício

    Os resgates poderão ser feitos até o dia 26 de janeiro de 2026

    Modificado em 30/03/2025, 14:45

    Imagem ilustrativa de notas de R$ 50

    Imagem ilustrativa de notas de R$ 50 (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)

    Começou na sexta-feira (28) o prazo para saque de cotas esquecidas por cerca de 10,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada, relativas ao antigo fundo do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público (Pasep).

    Os saques poderão ser feitos até o dia 26 de janeiro de 2026, a depender da data em que o pedido foi feito. Têm direito a esse saque, trabalhadores que tiveram carteira assinada entre 1971 e 1988. O dinheiro também pode ser resgatado por seus herdeiros.

    Quem fizer o pedido até 31 de março poderá fazer o saque no dia 25 de abril; e quem fizer o pedido até 30 de abril terá, como data de pagamento, o dia 26 de maio.

    De acordo com estimativas do Ministério da Fazenda, cada trabalhador receberá, em média, R$ 2,8 mil. A solicitação para saque das cotas deve ser feita tanto por meio do aplicativo FGTS como pela plataforma Repis Cidadão .

    Cerca de 25 mil trabalhadores, herdeiros ou beneficiários legais pediram o saque do dinheiro nas agências da Caixa Econômica Federal desde setembro de 2023, quando o dinheiro do antigo Fundo PIS/Pasep foi transferido para o Tesouro Nacional. Esse contingente será o primeiro a receber, nesta sexta-feira.

    Com a atualização do aplicativo FGTS e a nova plataforma do Ministério da Fazenda, os pedidos não precisam mais ser feitos nas agências da Caixa. Desde agosto de 2023, o dinheiro do antigo Fundo PIS/Pasep, que soma cerca de R$ 26 bilhões, estava em poder do Tesouro Nacional. Por determinação da Emenda Constitucional da Transição, de dezembro de 2022, os recursos tinham sido repassados ao Tesouro para reforçar o caixa do governo em 2023.

    Tabela completa com as datas de pagamento:

    Data do pedido - Data do pagamento

  • 28/02/2025 >>> 28/03/2025 (sexta-feira)
  • 31/03/2025 >>> 25/04/2025 (sexta-feira)
  • 30/04/2025 >>> 26/05/2025 (segunda-feira)
  • 31/05/2025 >>> 25/06/2025 (quarta-feira)
  • 30/06/2025 >>> 25/07/2025 (sexta-feira)
  • 31/07/2025 >>> 25/08/2025 (segunda-feira)
  • 31/08/2025 >>> 25/09/2025 (quinta-feira)
  • 30/09/2025 >>> 27/10/2025 (segunda-feira)
  • 31/10/2025 >>> 25/11/2025 (terça-feira)
  • 30/11/2025 >>> 26/12/2025 (sexta-feira)
  • 31/12/2025 >>> 26/01/2026 (segunda-feira)
  • Procedimento

    A Caixa enviará ao Ministério da Fazenda os pedidos de saque aprovados. Os valores serão corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). O pagamento será feito diretamente em conta bancária do interessado na Caixa ou por meio de conta poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem, que permite pagar contas, fazer transferências, pagar em maquininhas de cartões e fazer compras pelo cartão de débito virtual.

    O pagamento está condicionado à disponibilidade no Orçamento da União. Caso não haja recursos suficientes no orçamento do ano vigente, o valor será pago no ano seguinte, com a devida correção.

    Histórico

    Criado para complementar a renda dos trabalhadores com carteira assinada entre 1971 e 1988, o antigo Fundo PIS/Pasep não tem relação com o abono salarial do PIS/Pasep, instituído pela Constituição atual e pago todos os anos pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil.

    Semelhante ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o dinheiro do antigo Fundo PIS/Pasep só podia ser sacado em situações especiais, como aposentadoria ou doença. No entanto, uma vez por ano, o trabalhador recebia os juros e a correção das cotas do fundo.

    No entanto, muitos trabalhadores se esqueceram desse dinheiro ou não sabiam da existência dele, mesmo com maciças campanhas na mídia. Em agosto de 2018, o governo liberou o saque das antigas cotas. Por oito meses, o dinheiro pôde ser retirado nas agências da Caixa (no caso do PIS) e do Banco do Brasil (no caso do Pasep). Na ocasião, havia R$ 35 bilhões que poderiam ser resgatados.

    Em 2019, o governo flexibilizou as regras e simplificou o saque por herdeiros e beneficiários legais de pessoas falecidas que tinham cotas no antigo fundo.

    Em abril de 2020, no início da pandemia de covid-19, o governo editou uma medida provisória que extinguiu o antigo Fundo PIS/Pasep e transferiu os recursos à conta do FGTS em nome do trabalhador. Em vez de ir a uma agência bancária, bastava o titular ou herdeiro requerer o dinheiro por meio do aplicativo FGTS, que transferia o saldo para qualquer conta bancária indicada pelo beneficiário.

    IcEconomia

    Emprego

    Concurso no Tocantins oferta vagas para analistas e técnicos judiciários com salários de até R$ 14,8 mil

    Edital foi aberto pelo tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. Há oportunidades para diversas carreiras com vagas imediatas e cadastro de reserva

    Modificado em 20/03/2025, 16:27

    Sede do TRE em Palmas

    Sede do TRE em Palmas (TRE/Divulgação)

    O Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins abriu inscrições para o concurso que vai selecionar analistas e técnicos judiciários em diversas especialidades de nível superior. O salário inicial varia entre R$ 9 mil e R$ 14,8 mil. Interessados podem se inscrever a partir desta quarta-feira (19).

    O prazo de inscrição termina no dia 16 de abril. A taxa para analista é de R$ 110 e de R$ 85 para técnico. Pedidos de isenção podem ser feitos até a próxima sexta-feira (21). Haverá aplicação de provas em Araguaína, Araguatins, Dianópolis, Gurupi e Palmas.

    Veja o edital completo aqui.

    Para se inscrever é necessário que o candidato preencha o formulário disponível no site do Instituto AOCP com seus dados pessoais, selecione o cargo desejado e escolha a cidade para a aplicação das provas.

    As provas objetivas e discursivas serão aplicadas no dia 22 de junho. Conforme o edital, são ofertadas duas vagas imediatas para Analista Judiciário - Área Judiciária e Cadastro de Reserva (CR) para os demais cargos.

  • Analista Judiciário -- Área Judiciária: 2 vagas imediatas + CR
  • Analista Judiciário -- Área Administrativa -- Contabilidade: CR
  • Analista Judiciário -- Apoio Especializado -- Tecnologia da Informação: CR
  • Técnico Judiciário -- Área Administrativa: CR
  • Técnico Judiciário -- Área Administrativa -- Especialidade: Agente da Polícia Judicial: CR
  • Técnico Judiciário -- Apoio Especializado -- Programação de Sistemas: CR
  • Os cargos oferecem jornada de trabalho de 40 horas semanais. Além dos salários, todos os cargos têm direito a benefícios como auxílio-alimentação de R$ 1.460,40, assistência pré-escolar de R$ 1.235,77 e auxílio-natalidade de R$ 718,58, entre outras gratificações.

  • Os candidatos serão avaliados em três etapas, conforme o cargo escolhido:
  • Prova objetiva (eliminatória e classificatória);
  • Prova discursiva (eliminatória e classificatória);
  • Teste de aptidão física (eliminatório), exclusivo para o cargo de Técnico Judiciário -- Área Administrativa -- Agente da Polícia Judicial.
  • O prazo de validade do concurso será de dois anos, podendo ser prorrogado por mais dois.

    Geral

    Renda até R$ 5 mil será isenta de IR, e quem ganha até R$ 7 mil terá desconto

    Texto também prevê desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil mensais. As medidas, se aprovadas, valem a partir de 2026.

    Modificado em 19/03/2025, 08:28

    Promessa de campanha de Lula e aposta para conter a queda de popularidade do presidente, projeto beneficia a classe média e precisa da aprovação da Câmara e do Senado

    Promessa de campanha de Lula e aposta para conter a queda de popularidade do presidente, projeto beneficia a classe média e precisa da aprovação da Câmara e do Senado (Diogo Zacarias/MF)

    Os contribuintes que ganham até R$ 5.000 por mês ficarão 100% isentos do Imposto de Renda (IR), de acordo com projeto de lei encaminhado nesta terça-feira (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso Nacional.

    Para esse grupo de contribuintes, a proposta prevê um desconto de até R$ 312,89 do imposto a pagar para garantir que ao final o IR devido seja zero. O governo estima que 10 milhões de contribuintes que hoje são tributados ficarão isentos com a medida.

    Quem tiver renda na faixa entre R$ 5.000,01 até R$ 7.000 também será beneficiado, mas a isenção será parcial. Nesses casos, o desconto sobre o imposto a pagar será decrescente, até zerar para rendimentos a partir de R$ 7.000.

    Dessa forma, quem ganha R$ 5.500 mensais, por exemplo, terá um desconto de 75% sobre o imposto a pagar. Esse desconto cai para 50% para quem ganha R$ 6.000 de renda e para 2% no caso de quem ganha acima de R$ 6.900.

    Esse modelo evita que uma pessoa que ganhe abaixo de R$ 5.000 receba um aumento salarial e passe a pagar o IR de forma muito abrupta, ainda que a nova remuneração fique pouco acima desse valor (R$ 5.010, por exemplo).

    Veja mais exemplos de como vai funcionar a cobrança:

    Quem ganha a partir de R$ 7.000 não será beneficiado pelo desconto. Para esses contribuintes, segue a aplicação da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). Mas esse grupo de contribuintes passará a pagar um pouco menos, pois a tabela atualmente em vigor será ajustada ainda em 2025.

    O ajuste decorre do fato de que a primeira faixa da tabela do IRPF está vinculada atualmente ao valor do salário mínimo, que passou em 2025 de R$ 1.412 para R$ 1.518.

    Assim, a faixa de isenção da tabela do IRPF, que corresponde a 80% de dois salários mínimos, será ampliada de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80 mensais. Ou seja, uma parte maior da renda ficará livre da tributação.

    Na prática, quem ganha até dois salários (R$ 3.036 mensais) já ficaria isento de imposto com esse ajuste, uma vez que a tabela do IRPF se aplica não sobre a renda bruta, mas sobre a renda líquida, após deduções legais previstas no IRPF.

    O ato formal de assinatura do projeto pelo presidente ocorreu nesta terça-feira (18) em cerimônia no Palácio do Planalto, após quase quatro meses do anúncio oficial.

    Para entrar em vigor em 2026, a proposta precisa ser aprovada ainda este ano pelo Congresso Nacional.

    O mecanismo do desconto mitiga a perda de arrecadação que ocorreria se a isenção fosse feita por meio da correção de toda a tabela progressiva do IRPF, o que acabaria beneficiando não só quem ganha até R$ 5.000, mas todos as pessoas hoje sujeitas ao pagamento do imposto.

    Nesse caso, o custo da isenção chegaria a R$ 120 bilhões, segundo estimativas da Receita Federal. Restringir a isenção somente para as pessoas que ganham até R$ 5.000 reduz a renúncia para R$ 25,84 bilhões em 2026, como antecipou a Folha na semana passada. Em 2027, o valor sobe para R$ 27,7 bilhões.

    A previsão inicial era uma perda de arrecadação de R$ 35 bilhões, mas os técnicos refizeram as contas com base nos dados novos coletados da declaração de ajuste do IRPF de 2024 (ano-base 2023). Os números anteriores usaram como referência valores da declaração de ajuste de 2023 (ano-base de 2023).

    Pela proposta do governo, a perda de arrecadação será compensada com a criação de um imposto mínimo sobre a alta renda (quem ganha a partir de R$ 600 mil por ano).

    O ajuste na faixa de isenção da tabela do IRPF de 2025 só será feito depois da aprovação do Orçamento deste ano pelo Congresso. A data será definida pelo presidente Lula. A perda de arrecadação é de R$ 5 bilhões em termos anuais, mas o impacto efetivo neste ano será menor porque a medida entrará em vigor no decorrer do exercício.

    Se aprovado pelo Congresso, o projeto de aumento da faixa de isenção, combinado com a criação do imposto mínimo, promoverá uma forte mudança na estrutura do Imposto de Renda no Brasil. O IR foi criado há mais de 100 anos, em 1922, sendo que o primeiro regulamento só saiu do papel em 1924.

    O diagnóstico do Ministério da Fazenda é que, ao longo de todas essas décadas, a tributação do IR sempre foi mais pesada sobre a renda do trabalhador e mais leve em relação a outros tipos de renda que não as do trabalho.

    Entre as razões, as inúmeras exceções do sistema tributário brasileiro adotadas ao longo desses 100 anos que acabaram gerando distorções do sistema tributário brasileiro. A renda recebida de lucro e dividendos e aplicações financeiras, por exemplo, é isenta de IR. São rendas obtidas na maioria das vezes obtidas pela pela população mais rica.

    Hoje, praticamente toda a renda do trabalhador que ganha em torno de R$ 5.000 é tributada pela tabela do Imposto de Renda. Esse modelo faz com que, na prática, a carga tributária sobre os contribuintes mais ricos seja mais baixa do que a dos mais pobres.

    O projeto da desoneração do IR para quem ganha até R$ 5.000 foi anunciado no dia 27 de novembro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em cadeia de rádio e TV junto com as medidas de contenção de despesas.