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Secretaria de Saúde fez pagamentos fora dos canais oficiais para pessoas sem ligação com contratos da prefeitura, diz MP

Três empresas teriam recebido pagamento antecipado e um empresário do Tocantins uma transferência de R$ 30 mil

Wilson Pollara em frente à Casa do Albergado, em Goiânia

Wilson Pollara em frente à Casa do Albergado, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

O Ministério Público de Goiás investiga uma série de pagamentos fora dos canais oficiais da Secretaria Municipal da Saúde de Goiânia (SMS) e que seriam ilegais para fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) e pessoas sem vínculo contratual com prefeitura. Em relação aos foncedores, a verba, conforme estabelecido em lei, deveria ter sido repassada para a entidade que gerencia quatro unidades de saúde na capital, mas estaria sendo usada para beneficiar prestadores de serviços e pressionar a direção da fundação.

São apontados como líderes do suposto esquema criminoso o ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Modesto Pollara, o ex-secretário executivo, Quesede Ayres Henrique e o ex-diretor financeiro Bruno Vianna Primoda. Eles foram presos durante a Operação Comorbidade realizada pelo Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (Gaepp) do MP-GO, nesta quarta-feira (27). De acordo com o Ministério, a prisão temporária deles foi necessária para não atrapalhar as investigações.

Ao jornal, a defesa de Pollara informou que solicitou o pedido de habeas corpus para seu cliente "tendo em vista que em momento algum ele representou qualquer risco à investigação" e que são foram suficientes as "medida adotadas como o afastamento do cargo, a suspensão do exercício de suas funções, a proibição de sua entrada em prédios relacionados à prestação de serviços de saúde" (Veja a nota completa no final da matéria).

A advogada Andreia Messora, que defende o ex-diretor financeiro da SMS, também informou que até o fim da tarde de quarta-feira (28) não tinha tido acesso. Ela não forneceu informações sobre a demora para recebimento do processo, lembrando que a posição deles seria apenas de espera.

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Investigação

Segundo o Gaepp, as investigações começaram a partir de informações repassadas pelo Ministério Público de Contas (MPC) a respeito de repasses financeiros considerados 'estranhos' entre a SMS e credores, incluindo os da Fundahc. Durante a apuração, a diretora-executiva da Fundahc foi ouvida e, à época, teria dito que o esquema estava em pleno funcionamento. Na época, Pollara retomava ao cargo de secretário após ter sido afastado liminarmente por um mês pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO).

O levantamento inicial do MP aponta que pelo menos três empresas receberam recursos de forma antecipada da fundação por determinação dos investigados. Por outro lado, quatro fornecedores estavam com pagamentos atrasados "dada a incontestável e indevida ingerência da Secretaria Municipal de Saúde".

Além disso, um empresário do Tocantins, sem vinculo com a SMS, teria recebido R$ 30 mil.

Os pagamentos

Em coletiva, os promotores explicaram que as investigações ainda estão em estágio inicial, mas já foi apurado que em menos de dois anos, a dívida da SMS com a Fundahc saltou de R$ 60 milhões para R$ 121,8 milhões. Com o aumento da dívida a fundação ficou sem condições de funcionamento regular e, consequentemente, "sem capacidade de reação às investidas criminosas dos requeridos", conforme o MP-GO. Em paralelo a isso, os dois secretários e o diretor financeiro da pasta atuavam de forma ilegal para viabilizar o pagamento de alguns prestadores de serviços contratados.

Ainda o Gaepp, o diretor financeiro solicitava regularmente à gerência financeira da Fundahc a lista de fornecedores proprietários. Depois a repassava para o secretário-executivo que, de forma irregular e com a aprovação de Pollara, teria feito supostas negociações diretamente com os gestores e realizado pagamentos clandestinos, fora do caixa da SMS. Os investigados também teriam feito repasses à fundação em valores muito inferiores aos devidos, "com determinação expressa de que fossem utilizados para pagamentos específicos", aponta a investigação.

Há indícios de direcionamento nos pagamentos a determinados credores em detrimento a outros. "A apuração continuará. Coletamos hoje um grande rol de provas, que cremos que poderá ajudar a elucidar adequadamente este contexto fático", comentou o promotor Rafael Correa Costa, coordenador do Gaepp.

Troca de mensagens

Entre as provas juntadas nos pedidos de prisão e de busca e apreensão desta quarta-feira consta troca de mensagens de whatsapp entre os investigados e a diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Maria da Sousa, com supostas determinações e pressões. Na troca de mensagens também estaria uma suposta ameaça de Quesede, ocorrida no dia 21 de outubro, de que substituiria a Fundahc caso as medidas não fossem atendidas.

Também foi localizado um comprovante de transferência para a conta particular de um prestador de serviços da fundação, pagamento este que teria garantido que pediatras não paralisassem o serviço. A articulação envolvendo este prestador de serviço teria sido intermediada pelo ex-secretário de saúde.

Ainda na troca de mensagens, o Gaep identificou um comprovante de transferência, realizada em 19 de outubro, no valor de R$ 30 mil para a conta de um empresário do Tocantins sem nenhum contrato ou relação formal com a SMS ou com a Fundahc.

O coordenador do Gaepp informa, entretanto, que ainda está em apuração o contexto e a motivação para os pagamentos que eram feitos de forma ilegal, fora do caixa da Prefeitura, com a promessa de pagamento em momento posterior com recursos do fundo municipal de Saúde, aí seguindo a tramitação prevista em lei.

Ainda durante a coletiva, o MP-GO apontou que as transferências identificadas na investigação não atendem, "em qualquer das unidades que são objeto do convênio, às regras ajustadas entre o Poder Público Municipal e a Fundahc". "Isso porque os repasses são irregulares e aquém dos valores ajustados nos planos de trabalhos correspondentes a cada unidade atendida, sendo que, principalmente nos anos mais recentes, houve inegável agravamento da situação".

Veja a nota completa da defesa de Pollara

A defesa do médico Wilson Pollara informa que impetrou habeas corpus para seu cliente, tendo em vista que em momento algum ele representou qualquer risco à investigação - notadamente, porque a própria decisão judicial que decretou a prisão já adotou medidas suficientes para assegurar o curso do processo.

Dentre as medidas adotadas destacam-se o afastamento do cargo, a suspensão do exercício de suas funções, a proibição de sua entrada em prédios relacionados à prestação de serviços de saúde e a restrição de contato com testemunhas ou outros investigados. Portanto, a defesa entende que a prisão temporária de Pollara é desnecessária.

Estamos aguardando a realização da audiência de custódia, bem como a análise do pedido de habeas corpus, para que liberdade de Pollara seja restabelecida. A defesa reitera sua convicção de que, ao longo do processo, será comprovada a inocência de seu cliente em relação às acusações levantadas de forma precipitada pelo Ministério Público de Goiás.

Thiago M. Peres OAB/SP 257.761 OAB/GO 70.310

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Suspeito de enganar pastor com perfil falso de garota de programa disse à polícia que estava insatisfeito com o líder

Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão contra dupla investigada, em Palmas e Paraíso do Tocantins. Suspeito de Paraíso teria publicado conteúdo contra pastor em uma página de notícias

Modificado em 12/03/2025, 15:09

Viaturas da Polícia Civil do Tocantins

Viaturas da Polícia Civil do Tocantins (Reprodução/SSP-TO)

Um dos suspeitos de criar um perfil falso de garota de programa para enganar um pastor de igreja de Paraíso do Tocantins , região central do estado, estava insatisfeito com as atitudes do líder religioso com os fiéis. É o que apurou a investigação da Polícia Civil dentro da Operação Unfollow .

A ação foi realizada na manhã desta terça-feira (11) e cumpriu mandados em Paraíso e em Palmas. Os alvos foram um homem de 26 anos e outro de 39. Os nomes não foram divulgados e o Daqui não conseguiu contato da defesa deles.

Conforme o delegado Antônio Onofre, responsável pelo caso, o mais novo frequentava a igreja que o pastor congregava, mas passou a não aceitar a forma de trabalho da vítima.

Esse fiel relatou que não estava gostando da congregação do pastor, que segundo ele não concordava com algumas atitudes, acreditava que a conduta do pastor em ficar sabendo dos fatos dos fiéis era errado. Ele chegou a falar que quem tivesse que viajar tinha que comunicar o pastor", explicou o delegado.

Conforme apurado pela polícia, o investigado enganou a vítima se passando por uma garota de programa em uma rede social. Para alimentar a conta, o suspeito usou fotos de uma pessoal real. De acordo com o delegado, se trata de uma mulher que vende conteúdo adulto e que mora de em outro país.

Após o pastor ter interação com o perfil, ele e o suspeito de 39 anos, que tem uma página de notícias, publicaram o conteúdo obtido na íntegra. "O suspeito de Palmas criou o perfil fake e o de Paraíso foi responsável por divulgar as imagens na íntegra", disse o delegado.

Conforme a polícia, a vítima não responde a nenhum processo criminal. A igreja onde ele congregava chegou a divulgar uma nota informando que ele foi afastado das atividades que desenvolvia "em decorrência de um escândalo sexual". A nota da igreja também afirmava que o líder religioso e a família estavam recebendo "apoio e cuidado para restauração".

O suspeito de 26 anos já não congregava na mesma igreja do pastor desde o fim de 2024. No momento que os policiais foram até a casa dele, estava preparando para se mudar para Manaus (AM). Ele prestou depoimento, em que confessou o envolvimento e a motivação. Também foi liberado para seguir viagem.

No cumprimento do mandado a polícia apreendeu eletrônicos dos suspeitos, mas não houve prisões. Eles vão responder em liberdade por crimes de divulgação de imagem íntima não autorizada e calúnia qualificada. Se forem condenados, as penas podem chegar a 11 anos de prisão, conforme o delegado.

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Homem é preso por esfaquear companheira e ir esperar vítima receber alta de hospital, diz PM

Vítima teve ferimentos no braço e pescoço. Equipe médica do hospital informou à Polícia Militar sobre a localização do suspeito

Modificado em 11/03/2025, 16:45

Viaturas da Polícia Militar

Viaturas da Polícia Militar (Reprodução/2º BPM)

Um homem de 36 anos foi preso por suspeita de tentar matar a própria companheira com golpes de arma branca. O crime aconteceu em Guaraí, na região centro-norte do estado. Após a agressão, o suspeito teria ficado nas proximidades do hospital esperando a vítima receber alta, segundo a polícia.

Conforme a Polícia Militar (PM), a vítima tem 40 anos e sofreu perfurações no braço e no pescoço. Ela deu entrada no Hospital Regional de Guaraí na segunda-feira (10).

A PM foi chamada pela equipe do hospital, informando que o suspeito estava nas proximidades da unidade de saúde esperando a mulher receber alta e sair. Após buscas na região, o homem foi localizado na Praça do Povo e acabou preso.

Suspeito e vítima foram levados para a Central de Flagrantes do município. Segundo a PM, o suspeito tem várias passagens pela polícia, incluindo lesão corporal, ameaça, danos, furto e descumprimento de medida protetiva.

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Suspeitos de sequestrar casal para receber R$ 28 mil de resgate são presos em ação da Polícia Militar

Sequestro aconteceu em Ipueiras, região central do Tocantins. Segundo a corporação, um dos suspeitos acabou baleado durante confronto com militares

Modificado em 11/03/2025, 16:04

Crime aconteceu em Ipueiras, na região central do estado

Crime aconteceu em Ipueiras, na região central do estado (Prefeitura de Ipueiras/Divulgação)

Quatro suspeitos foram presos nesta terça-feira (11) por extorsão mediante sequestro em Ipueiras, região centro-sul do estado. Segundo a Polícia Militar, uma pessoa teve os pais sequestrados e chegou a pagar R$ 28 mil pelo resgate. Durante abordagem, um dos suspeitos foi baleado em confronto com a PM e socorrido.

Em entrevista à TV Anhanguera o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Márcio Antônio Barbosa informou que o crime aconteceu na noite desta segunda-feira (10).

Uma pessoa bastante conhecida de Porto Nacional teve seus pais sequestrados em uma cidade próxima, em Ipueiras. Os criminosos exigiram um pagamento de resgate para libertá-las no valor de R$ 28 mil. A vítima acabou fazendo o depósito na conta dos criminosos", disse.

Após a polícia militar ser acionada, os militares conseguiram chegar até a pessoa que tinha recebido a transferência. Com a prisão desse suspeito, foi possível localizar os outros três comparsas. A Polícia Civil informou que os suspeitos têm 21, 19, 28 e 44 anos. Os nomes deles não foram divulgados, por isso o Daqui não conseguiu contato com a defesa deles.

Os suspeitos foram detidos em Porto Nacional, conforme a Polícia Civil.

O comandante afirmou que um dos suspeitos resistiu à prisão durante a abordagem. Houve um confronto com os policiais e o homem foi atingido com um disparo de arma de fogo. Ele foi socorrido pelos Bombeiros.

Segundo a PM, o valor depositado pela vítima foi recuperado. O comandante-geral também informou que os criminosos são da região de Porto Nacional, sendo que um deles é natural da cidade e os outros três de Monte do Carmo.

É uma organização criminosa que vem atuando ali com bastante frequência. Já foram presos inclusive outras vezes e colocados em liberdade. Inclusive com forte indícios de envolvimento de roubos de defensivos agrícolas".

A Polícia Civil informou que os suspeitos teriam praticado sequestro, exigido uma transferência de valores por meio de PIX, além de realizar ameaças durante ao crime. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que devido a gravidade dos crimes não foi estabelecida uma fiança e por isso, os quatro foram encaminhados à Unidade Prisional de Porto Nacional.

O caso está sendo investigado pela 75ª Delegacia de Silvanópolis, onde a Polícia Civil segue adotando as medidas necessárias para a apuração dos fatos.

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Homem é preso por tentativa de estupro depois de chamar criança de 8 anos para entrar em banheiro, diz PM

Caso aconteceu em Silvanópolis, região central do Tocantins. O homem tentou fugir do local, mas foi preso em flagrante por tentativa de estupro de vulnerável

Modificado em 10/03/2025, 18:03

Viatura da Polícia Militar do Tocantins

Viatura da Polícia Militar do Tocantins (Divulgação/ Ascom 5º BPM)

Um homem de 42 anos foi preso suspeito de tentativa de estupro contra uma criança de 8 anos em Silvanópolis. Segundo a Polícia Militar, a vítima e o homem moravam na mesma casa, mas não são parentes. A criança estava em casa sob os cuidados de um familiar quando o caso aconteceu.

O crime foi registrado no domingo (9). A polícia informou que foi chamada no local pela avó. No dia, ela saiu de casa e deixou duas crianças sob a responsabilidade de uma mulher adulta que é parente das crianças.

Quando retornou, a criança de 8 anos contou que estava sozinha dentro da casa e que o homem teria saído do banheiro pelado e a chamou para entrar no cômodo com ele. O suspeito mora em um quarto nos fundos da casa que possui apenas um banheiro.

A vítima se negou a entrar no cômodo, momento em que o autor saiu do local. Tempo depois, ele voltou e tentou chamar a criança mais uma vez. A menina então saiu de dentro da casa e foi procurar a mulher, que estava na parte externa.

Quando a polícia chegou no local, o suspeito tentou fugir pulando o muro, mas foi capturado pelos militares. Ele foi levado à delegacia em Porto Nacional e autuado em flagrante pelo crime de tentativa de estupro de vulnerável.

O nome do suspeito não foi divulgado, por isso o Daqui não conseguiu contato com a defesa dele.

Segundo a PM, a criança já havia sido assediada pelo suspeito outra vez e quando a avó tentou confrontá-lo, foi ameaçada com um facão.