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Gabriela Lima

Gabriela Lima

Jornalista e editora de Vida Urbana

Sertão Negro oferece residências artísticas com bolsas mensais de R$ 2 mil em Goiânia

Ateliê criado pelo artista Dalton Paula abre edital para cinco vagas (uma internacional, duas nacionais e duas locais) com imersão em quilombo Calunga de Cavalcante

Gabriela Lima

Modificado em 19/09/2024, 01:23

Ateliê Sertão Negro fica na Rua Goiazes, no Setor Shangrilá, em Goiânia

Ateliê Sertão Negro fica na Rua Goiazes, no Setor Shangrilá, em Goiânia (Fábio Lima)

O Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes lança edital para residências artísticas em Goiânia e em um quilombo Calunga, na Chapada dos Veadeiros. São cinco vagas, sendo uma internacional, duas nacionais e duas locais, com bolsa remunerada de até 2 mil reais mensais, de acordo com a modalidade. O programa segue com inscrições abertas até o dia 15 de dezembro.

A ideia da residência é unir artes visuais, meio ambiente e conhecimentos tradicionais. Para isso, propõe uma imersão de uma semana em um quilombo Calunga no município de Cavalcante, e mais três semanas na sede do Sertão Negro, localizada no Setor Shangri-la, região norte da capital. Esta proposta está prevista para ser realizada entre maio e setembro de 2024, nas modalidades nacional e internacional.

São oferecidas duas vagas para a residência na modalidade local, que também contempla essa vivência na comunidade quilombola, com duração de 12 meses e direcionada a artistas ou pessoas residentes em Goiás.

Para isso, o Sertão Negro disponibiliza estrutura, meios para a orientação, a formação e o aperfeiçoamento em arte contemporânea. Com início previsto para maio de 2024, essa modalidade oferece uma bolsa mensal de 2 mil reais.

A vida cotidiana, a relação com a terra, as expressões culturais e religiosas no quilombo farão parte dos processos de pesquisa artística e da prática e poética nos mais diversos suportes e linguagens. Como contrapartida, haverá incentivo à economia local, ao turismo de base comunitária e à valorização de saberes tradicionais.

Durante as três semanas no Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, os artistas residentes (modalidade nacional e internacional) terão acesso a hospedagem em chalés individuais e alimentação. Neste caso, haverá do subsídio no valor de 1,5 mil dólares e o custeio de passagens aéreas. O edital e as orientações para inscrição estão disponíveis no link: https://abrir.link/FOly2

O programa de residência artística do Sertão Negro Edital 2024 é apoiado pelo Open Society Foundations, por meio do Prêmio Soros Arts Fellowship concedido ao artista Dalton Paula, criador do Sertão Negro juntamente com sua companheira Ceiça Ferreira, em 2023.

"A residência tem o intercâmbio entre diferentes territórios, países e culturas; é uma boa oportunidade para os residentes fazerem trocas de conhecimentos e conhecer pessoas. Tem esse caráter de imersão, de sair do seu lugar de conforto e isso tensiona, cria uma situação que pode ser muito favorável para o desenvolvimento de um novo trabalho no quesito criatividade. Tem essa proposta de ser um salto no profundo, de dar densidade para poder desenvolver a pesquisa", diz Dalton Paula.

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Turistas se seguram em pedras para não serem arrastados em trilha durante cabeça d'água na Chapada dos Veadeiros; vídeo

Caso aconteceu em Alto Paraíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (DF)

Modificado em 31/12/2024, 10:57

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Turistas precisaram se segurar em pedras e galhos para não serem arrastadas em uma trilha durante uma cabeça d'água na Chapada dos Veadeiros. O caso aconteceu nessa segunda-feira (30) em Alto Paraíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (DF). O local ficou alagado após uma chuva e causou desespero no grupo, que era formado por cinco pessoas (assista acima) .

Nas imagens, é possível ver a força da correnteza. Primeiro, um homem ao centro se apoia em uma pedra para ajudar uma mulher a atravessar. Depois, ele ajuda outras duas pessoas a atravessarem também, dessa vez usando um galho.

A servidora pública Lana Guedes, de 43 anos, é uma das mulheres que aparece no vídeo. Ela contou ao POPULAR que estava com a filha, o pai da filha e um casal de amigos. O vídeo foi gravado pela filha de Lana, Ryla Stepka, de 16 anos.

O Corpo de Bombeiros não foi chamado. Segundo Lana, o grupo concluiu a travessia por conta própria e conseguiu voltar para casa. Eles tiveram alguns ferimentos, mas não precisaram ir ao hospital. De acordo com a servidora, agora o grupo tenta se recuperar do ocorrido.

Desesperador. Vimos a morte de perto", revelou Lana.

A servidora pública, que mora em Brasília, revelou que a pousada que administra a região onde fica a cachoeira não informou que a trilha poderia alagar. Além disso, conforme explicou Lana, na ida o caminho estava seco, mas na volta ficou alagado, devido a uma chuva.

O POPULAR entrou em contato com a pousada, na manhã desta terça-feira (31), para pedir um posicionamento sobre o caso. Entretanto, o veículo não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.

Momento em grupo atravessa trilha alagada próxima a uma cachoeira na Chapada dos Veadeiros. (Arquivo pessoal/Lana Guedes)

Momento em grupo atravessa trilha alagada próxima a uma cachoeira na Chapada dos Veadeiros. (Arquivo pessoal/Lana Guedes)

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Famosos

Faroeste goiano é aclamado no Festival de Cinema de Gramado

Modificado em 17/09/2024, 17:30

Faroeste goiano é aclamado no Festival de Cinema de Gramado

(Divulgação)

O faroeste brasileiro "Oeste Outra Vez" tem uma única e rápida aparição feminina. Luiza –Tuanny Araújo– não tem paciência para a briga infantil entre dois homens que pensam que estão a disputá-la e os abandona sem virar a cabeça nem por um segundo, deixando-os se engalfinhar em socos e chutes. Depois, não há mais atrizes. A ausência feminina, no entanto, é latente e o que norteia a vida vazia dos personagens.

Exibido na segunda-feira, o filme de Erico Rassi é um dos mais aclamados por críticos que acompanham o Festival de Cinema de Gramado. A obra está na mostra competitiva com outros seis longas.

Filmado no sertão de Goiás, conta a história de Toto –Ângelo Antônio–, um homem abandonado pela mulher que foge na bela paisagem da Chapada dos Veadeiros na companhia de um senhor mais velho, o Jerominho –Rodger Rogério–, que se torna seu amigo pela companhia, não pelo diálogo. É um filme silencioso, e por isso os diálogos, quando aparecem, importam.

A história se entrelaça à de outros amargurados incapazes de processar qualquer emoção e de dialogar. A raiva não é a estampa de suas personalidades, bem sensíveis à dor, mas a violência é o único recurso encontrado no raso repertório psicoemocional que têm. Ou se resolve no tiro ou na cachaça.

Essa incapacidade de dialogar, mesmo quando se pretende, é cômica. Os homens são empáticos ao outro, mas o máximo que elaboram em uma conversa é: "Parece que tá melhorando [a perna baleada do amigo]". "P⁠ode ser que tá." "O senhor acha que não?" "Parece que muito, não." "Nem um pouco?" "Um pouco capaz que sim." "Mas muito não?" "Muito capaz que não." Por fim, um silêncio prolongado.

Além de Toto e do parceiro Jerominho, sofrem de resignação Antonio —Daniel Porpino—, acompanhado do parceiro Domingos —Adanildo Reis—, Durval —Babu Santana— e Ermitão —Antonio Pitanga.

Jerominho, um ex-capataz demitido prestes a ser "promovido a jagunço", é coadjuvante da história de Toto, mas talvez o personagem mais marcante do filme. O compositor cearense Rodger Rogério, 80, que também fez "Bacurau", é quase um estreante no cinema e interpreta com maestria um homem rural simples e calado.

Sua atuação é elogiada pelos colegas, como Ângelo Antônio. "Acho que é um dos trabalhos que mais gostei de ter feito. Talvez eu tenha feito tudo para chegar nesse momento aqui agora, estar com Rodger e esse elenco. É ele é quem me ajudou a ancorar o personagem."

Rodado desde 2019, o filme foi feito com pouco dinheiro. Isso, porém, não afetou a direção de arte ou a fotografia, que exibe todos os tons do cerrado, a queimada, a terra e a sensação de abandono vivida pelas personagens.

"Tive muitas referências da literatura. Enquanto escrevia, li 'Sagarana' três vezes em sequência. Há uma tentativa de trazer esse universo de Guimarães Rosa de um jeito mais contemporâneo e seco", diz o diretor, que trabalhou com as produtoras Cristiana Mioto, com quem é casado, e Lidiana Reis.

A ausência de mulheres no elenco, com exceção da aparição de Luanni no início, incomoda. Seria feminista um filme que tira mulheres da cena para escancarar a fraqueza masculina e a inaptidão para lidar com emoções básicas? Mas como pode ser feminista um filme sem mulheres no protagonismo? Esses tópicos surgiram no debate sobre a obra, com discordâncias entre as mulheres.

O ator Babu Santana também ficou incomodado no início, quando não encontrou mulheres ao seu lado na frente das câmeras, mas ele mudou de ideia ao olhar para trás. "Nossa equipe tem 70% de mulheres. Eu já fiz bastante produção e nunca tinha visto uma equipe tão feminina, e como as coisas davam certo."

Trata-se de um filme sobre homens que não se encontram e atribuem isso à ausência feminina. Diante da primeira cena de Luiza, parece que elas encontraram coisa melhor para fazer.

O longa disputa o Kikito com "Pasárgada", estreia de Dira Paes na direção, "Cidade;Campo", de Juliana Rojas, "Filhos do Mangue", de Eliane Caffé, "O Clube das Mulheres de Negócio", de Anna Muylaert, "Estômago 2: O Podereso Chef", de Marcos Jorge, e "Barba Ensopada de Sangue", de Aly Muritiba.

A jornalista viajou a convite do Festival de Gramado

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Oficina de Dança contemporânea e popular chega a Chapada dos Veadeiros

Projeto, apoiado pela lei federal Paulo Gustavo, é gratuito e tem como foco a dança tradicional “Cavalo Marinho”

Modificado em 17/09/2024, 16:32

Oficina de Dança contemporânea e popular chega a Chapada dos Veadeiros

(Acervo do projeto)

O município de Alto Paraíso de Goiás recebe, nesta sexta-feira (12), a Oficina de Dança Contemporânea e Popular -- Cavalo Marinho. O projeto é apoiado pela lei federal Paulo Gustavo, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. A atividade é gratuita e tem como público alvo artistas da cena e toda a comunidade a partir de 15 anos de idade.

Voltada para a relação do corpo em movimento na investigação de técnicas de Dança, a oficina propõe a experimentação de planos, níveis e qualidades distintas de movimento, além do jogo cênico instaurado por elementos das danças tradicionais nordestinas (Cavalo Marinho), a fim de explorar possibilidades corporais em novos vocabulários gestuais, estimulando a recepção e a resposta na troca com o outro durante a ação cênica.

No âmbito do "Cavalo Marinho", a oficina terá foco no "mergulhão", que a formação de roda em que corpos dançantes cortam o espaço em um vigoroso sapateado nordestino. O Cavalo Marinho é um folguedo tradicional da zona da mata setentrional de Pernambuco, também praticado em Alagoas e agreste da Paraíba.

Essa tradição remonta à Idade Média, com antigas famílias circenses de caixeiros viajantes em trupes de artistas populares e teatrais pela Europa. A dança tem cerca de 76 personagens dentre mascarados, animais e seres fantásticos, inspiração há mais de 5 séculos. O folguedo nasceu no Brasil nos intervalos do trabalho na lavoura de cana-de-açúcar, o cavalo-marinho é festa de terreiro.

A realização da oficina é gratuita e será realizada em parceria com o Grupo de Pesquisa CENA SANKOFA -- Núcleo de Estudos das Corporeidades e Saberes Tradicionais na Cena Contemporânea, durante a programação geral do III Fórum Sociocultural Local, no Polo Chapada dos Veadeiros da UnB Cerrado.
A Artista
Andréia Evangelista tem formação em Artes Visuais (mestrado EBA/UFRJ, 2021), em Dança (licenciatura Faculdade Angel Vianna FAV, 2010) e Teatro (curso técnico CAL, 2004). Nas Artes Cênicas atua como coreógrafa, preparadora de atores e diretora de movimento.Como artista visual amplia a percepção da corporeidade por meio de ações performáticas. Sua investigação gestual em dança contemporânea conversa com noções do Teatro Físico e da Dança-Teatro.
<br /> SERVIÇO: Oficina de Dança Contemporânea e Popular (Cavalo Marinho)
Data : 12 julho às 15h
Local : III Fórum Sociocultural Local - UNB Cerrado
Evento gratuito

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Vila Cultural Cora Coralina inaugura duas exposições nesta quinta-feira (6)

Abertura simultânea das mostras “Distorção”, do artista plástico Gabriel Augusto, e “O tempo frio que esquenta a gente”, do artista visual Badu, será a partir das 18h. Entrada gratuita

Modificado em 17/09/2024, 16:19

Vila Cultural Cora Coralina inaugura duas exposições nesta quinta-feira (6)

(Divulgação Secult)

A Vila Cultural Cora Coralina, unidade da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), inaugura, simultaneamente, duas exposições individuais nesta quinta-feira (06). "Distorção", do artista plástico Gabriel Augusto, será aberta às 18h, na sala Sebastião Barbosa; e "O tempo frio que esquenta a gente", do artista visual Badu, às 18h30, na sala Antônio Poteiro. As mostras seguem em cartaz até 30 de junho.

"Distorção" reúne obras impactantes, tanto pela temática - a sombra na psique humana -, quanto pela força da qualidade técnica. A curadoria e a expografia da mostra são assinadas por Ricardo Braudes. O artista Gabriel Augusto dá forma a imagens bastante orgânicas e ao mesmo tempo etéreas, que num primeiro momento podem parecer o mórbidas, mas que se analisadas sob outros vieses, como a antropologia e a psicologia, podem ser vistas de forma muito mais profunda e poética.

De acordo com o curador, a obra de Gabriel Augusto é importante para a sociedade por estar vinculado a questões de saúde mental e enfrentamento de dores recentemente provocadas pelas catástrofes que ocorrem atualmente no mundo, como guerras, destruição e desastres naturais, doenças do sono, estresse e consumo em excesso, fobias sociais e pânico ocorridos durante o isolamento na Pandemia e luto pelas mortes causadas pelo Covid-19.

Já a exposição "O tempo frio que esquenta a gente", de Badu, aborda os festejos juninos goianos a partir de obras que reúnem linguagens como o bordado, a fotografia e a instalação. A mostra é produzida pelo coletivo Arapuá em parceria com a Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG); e presta, também, uma homenagem à Quadrilha Junina Arriba Saia, grupo goianiense com diversos títulos estaduais e campeão nacional de Quadrilhas Juninas (2017).

Partindo de um recorte autobiográfico, Badu se aproveita de suas vivências em torno das festividades da cultura brasileira. Já tendo tratado do universo do Carnaval em exposições passadas, o artista agora leva em conta, principalmente, sua posição como nordestino que, através das festas de São João, encontra forças para continuar celebrando suas raízes em terras goianas.

A Vila Cultural Cora Coralina funciona de segunda-feira a domingo, das 9h às 17h. A entrada é gratuita e o espaço é petfriendly, ou seja, animais de estimação são bem-vindos.

Serviço: Exposições
"Distorção" - Gabriel Augusto, e "O tempo frio que esquenta a gente" - Badu
Abertura : Quinta-feira (06), a partir das 18h até 21h
Visitação : De 07 a 30/06
Funcionamento : De segunda-feira a domingo, das 9h às 17h
Local : Vila Cultural Cora Coralina - R. 3, s/n - St. Central, Goiânia (Sala Antônio
Agendamento de visitas para escolas : Favor entrar em contato através do número (62)3201-9863