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Setor Marista em Goiânia ganhou mais de 1,1 mil imóveis só em um ano

Bairro foi o que mais cresceu em 2022, com 819 novas residências e 361 unidades comerciais. Valorização atrai e discussão sobre limitação no adensamento na área, no novo Plano Diretor, provoca corrida para construções

Modificado em 19/09/2024, 00:24

Vista aérea do Setor Marista: novo Plano Diretor indica redução no potencial de expansão do bairro já no próximo ano. Especialistas preveem crescimento nos bairros vizinhos

Vista aérea do Setor Marista: novo Plano Diretor indica redução no potencial de expansão do bairro já no próximo ano. Especialistas preveem crescimento nos bairros vizinhos (Wesley Costa)

Em um ano, o Setor Marista, bairro nobre da Região Sul de Goiânia, teve um aumento de 819 residências e de outros 361 imóveis comerciais, se tornando o que mais cresceu em urbanização na cidade de acordo com o cadastro imobiliário da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin). Os números mostram uma tendência de valorização do bairro e indicam que a mudança nas leis urbanísticas, com a aprovação do novo Plano Diretor (PD) no ano passado, criou uma "corrida" para a aprovação de projetos e construções no bairro.

Isso porque o Setor Marista foi alvo de protesto de alguns de seus moradores durante a tramitação da lei que modificou o PD, entre os anos de 2020 e 2021, com o objetivo de impedir o adensamento no local. O argumento utilizado, na época, era de que o bairro foi criado com características residenciais, ruas curtas e áreas verdes, de modo que a ocupação dos lotes e casas para erguer grandes empreendimentos levaria à perda da característica. A possibilidade de que os prédios fossem proibidos fez com que as construções aumentassem no período, além do fato do bairro já estar entre os mais requisitados da cidade.

Vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), a arquiteta e urbanista Janaína de Holanda reforça que o Marista já tinha uma pressão por ocupação desde o Plano Diretor anterior, aprovado em 2007, que serviu como garantia para o adensamento do bairro. "Os números podem refletir nisso sim, porque ainda há muitos terrenos no Marista. E os lotes lá são grandes, porque eram de casarões, que ocupavam mais de um lote, então uma casa ali já pode virar um prédio. Tudo isso contribuiu para esse crescimento", avalia a urbanista. De 2022 para 2023, o bairro foi o segundo que mais deixou de ter lotes não edificados, com 138 áreas que passaram a ter construções.

Segundo o PD anterior, o bairro, que possui um total de 126 quadras, tinha 94 delas classificadas como adensáveis, ou seja, que permitiam a inserção das maiores construções possíveis na cidade. Com o novo Plano Diretor, e sem que a reivindicação dos moradores fosse adiante, outras 15 quadras tiveram ao menos parte inseridas entre aquelas com a possibilidade de receber grandes empreendimentos. Janaína lembra ainda que a corrida dos empreendedores para a aprovação de projetos e início das construções já é tradicional com a proximidade das mudanças nas leis urbanísticas. Válido lembrar que é o PD quem define as áreas na cidade em que os tipos e os tamanhos das construções são definidos.

Atualmente, o Marista possui 10.331 imóveis residenciais, sendo o sexto da capital em número absoluto no cadastro imobiliário. O primeiro colocado ainda é o Setor Bueno, com 43.581 residências, seguido pelo Setor Oeste (24.117) e o Jardim Goiás (18.310). Quanto aos imóveis comerciais, o Marista é quinto com mais inscrições, somando 4.468 imóveis. Neste quesito, o maior número também é do Bueno, que possui 6.974 inscrições nesta categoria, e a segunda colocação é do Setor Central (5.937).

O superintendente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO), Felipe Mellazo, entende que o crescimento do Setor Marista, de acordo com os dados do cadastro imobiliário da cidade, é uma conjunção de dois fatores. O primeiro, de fato, é a mudança no PD, pois para ele há uma redução no potencial de expansão do setor com as novas regras aprovadas, o que fará com que se tenha um crescimento de menor potencial no Marista já no próximo ano. "A partir do ano que vem vamos ver uma redução no Marista já e passar a ter um crescimento nos bairros vizinhos."

O outro fator para Mellazo é o potencial já conhecido do setor, considerado um dos bairros mais nobres da cidade, com localização privilegiada e a presença das áreas verdes, como o Parque Areião. No entanto, ele acredita que no próximo ano os bairros que mais terão crescimento serão o Jardim América, Serrinha e Pedro Ludovico. Janaína concorda que haverá essa mudança. "Esses resultados são da corrida da mudança do Plano Diretor, ainda não entraram os projetos já com a nova lei. A tendência é ir para o Jardim América, que possui estoque alto de lotes, e a mancha da expansão vai espalhando, mas colada nos bairros já conhecidos", explica.

Para a urbanista, o crescimento tem o ponto positivo na visão do mercado pelo lucro privado com as construções, mas que o impacto coletivo na infraestrutura deve ser levado em conta, sobretudo quando pensado no planejamento urbano. "As ruas no Marista estão todas esburacadas, porque elas foram projetadas para um trânsito local e agora tem um prédio lá, ou seja, com mais moradores do que foi projetado. Esse custo é coletivo, é o esgoto, a drenagem, o asfalto e não está sendo pensado quando ocorre esse crescimento." Ela diz que os instrumentos urbanísticos, como a outorga onerosa, devem ser usados para os investimentos em infraestrutura. A outorga é uma taxa paga pelo empreendedor para a prefeitura para ter o direito de construir mais que o permitido inicialmente, dentro dos limites constantes em lei.

Setor Bueno é o 2º que mais recebeu imóveis

Desde o Plano Diretor de Goiânia aprovado em 2007, muitas quadras da região do alto do Setor Bueno, como é conhecida a área entre a Avenida T-9 e o Setor Serrinha, estão classificadas como áreas de desaceleração de crescimento. O entendimento, para os planejadores da Prefeitura, é que são locais aptos para receber grandes empreendimentos, mas que eles não devem ser incentivados. Nesses lotes, os empreendedores devem pagar uma taxa maior para o Paço Municipal para conseguir atingir o máximo potencial construtivo. Com a atualização do Plano em 2022, mais quadras do Bueno foram classificadas nesta categoria de desaceleração.

Assim mesmo, de acordo com os dados do Cadastro Imobiliário da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), do último ano, o Setor Bueno segue entre os bairros que mais recebem novos imóveis. Ele foi o segundo que mais cresceu em número de imóveis residenciais, atrás apenas do Setor Marista, e recebeu 146 novas moradias. O mesmo ocorre com relação aos imóveis comerciais, pois o bairro recebeu mais 313 imóveis nesta categoria entre o cadastro de 2022 e o deste ano, enquanto o Marista teve um acréscimo de 361.

Para a vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), Janaína de Holanda, os números mostram que a política de desaceleração adotada pela Prefeitura, no Plano Diretor, não está sendo suficiente. "Ela é apenas uma taxação, só faz pagar mais caro, e mostra que não resolve. No Bueno, temos cada vez menos terrenos propícios à incorporação, então não é o instrumento que tem produzido um crescimento menor que o do Marista e sim a oferta de terrenos que é menor", garante.

Já para o superintendente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO), Felipe Mellazo, o fato do Bueno ter recebido 146 novos imóveis mostra que a desaceleração funcionou com relação à verticalização do bairro, mas que isso não foi visto com as construções de uso misto, ou seja, com a presença de imóveis comerciais. "É natural que queiram fazer comércios onde tem mais moradores, é uma garantia", diz.

Mellazo complementa que com relação ao Jardim Goiás, que teve uma redução de imóveis residenciais e alta no número de lotes sem edificações e nos imóveis comerciais, isso ocorre pela redução nas áreas nobres do bairro. Janaína entende que uma situação está totalmente relacionada com a outra, pois a política de desaceleração não diferencia os imóveis comerciais dos residenciais, tendo relação apenas com a área construída e unidades vendidas.

Dados do cadastro deveriam ser usados no planejamento urbano

Os dados do Cadastro Imobiliário da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) são desvinculados do planejamento urbano, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). Há até mesmo contestação entre os técnicos da pasta sobre a integridade das informações com relação à real situação da cidade, visto que muitos moradores não realizam a atualização do cadastro com a mudança do uso do imóvel, mesmo com a construção em um lote antes baldio, visando ter uma cobrança mais baixa no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Para a arquiteta e urbanista Janaína de Holanda, o cadastro imobiliário deveria "ser uma das mais importantes fontes de informações para o planejamento urbano". "Mas há reclamação de que não é atualizado, que não condiz com a realidade, mas deveria servir para isso. É uma ferramenta para isso. É um sinal de que a Prefeitura aprova as leis, mas monitora muito pouco, não pode ter essa dificuldade", diz.

Neste caso, sem o uso do cadastro, não há o acompanhamento periódico de quantos imóveis há no município, sejam residenciais, comerciais ou lotes sem edificações, dados que só existem oficialmente no cadastro da Sefin.

"A Prefeitura deveria melhorar o diálogo entre as secretarias, que seja focado em melhorar a cidade e o planejamento urbano. É possível fazer isso e manter o cadastro mais atualizado e usar essas informações", acredita. O superintendente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO), Felipe Mellazo, afirma que o cadastro também não é um instrumento utilizado pelo mercado imobiliário, que realiza a própria pesquisa sobre a tendência de crescimento da cidade. Segundo ele, isso ocorre porque os dados do cadastro refletem um tempo passado, enquanto que a intenção do mercado é verificar as unidades construídas e vendidas, ou seja, com dados do próprio mercado. A reportagem tentou contado com a Seplanh sobre o uso do cadastro imobiliário enquanto política de planejamento urbano e sobre a situação atual dos bairros, com a confirmação do crescimento urbano no Setor Marista, mas não recebeu qualquer resposta até o fechamento desta reportagem.

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Mulher de 46 anos morre após fazer cirurgias plásticas, em Goiânia, diz delegado

Segundo polícia, paciente morreu três dias depois de fazer procedimento em um hospital da capital. Médico ainda não é investigado sobre o caso, mas responde por outras mortes na Justiça

Modificado em 25/03/2025, 19:25

PC relatou que Cristina Rocha da Silva foi encontrada desacordada em sua casa pela filha

PC relatou que Cristina Rocha da Silva foi encontrada desacordada em sua casa pela filha (Reprodução/Redes Sociais)

Uma mulher de 46 anos morreu após fazer cirurgias plásticas em um hospital de Goiânia. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), a chefe de serviços gerais Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, foi encontrada pela filha desacordada em sua casa, na madrugada de segunda-feira (25).

O delegado Anderson Pimentel investiga se a causa da morte foi em decorrência do procedimento cirúrgico feito nela pelo médico Dagmar João Maester.

Eu estou preferindo evitar ainda chegar ao profissional médico, pelo seguinte, eu preciso ter informações para saber se a morte foi causada ou se ela tem uma correlação direta ou indireta com esse procedimento", disse o delegado.

Ao DAQUI , o advogado do médico, Wendell Santana, disse que por enquanto não se manifestará sobre o caso.

Em razão do sigilo médico não podemos, ao menos por agora, prestar maiores informações sobre os fatos em tela", respondeu a defesa do médico.

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O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), por nota, informou que "não tem conhecimento" da morte da paciente atendida pelo médico Dagmar João Maester (veja íntegra da nota ao final desta reportagem).

O delegado acrescentou que nestes casos são realizadas perícias complementares para se confirmar a causa exata da morte. Se "foi efetivamente a parada cardiorrespiratória, se foi por outro fator endógeno, pré-existente, ou se foi causado por uma causa exógena, ou seja, externa e não inerente à vontade da vítima".

A Polícia Técnico-Científico Morte informou ao DAQUI que a causalidade da morte será esclarecida por exames de anatomopatológico e toxicológico. O prazo para o laudo cadavérico é de 10 dias.

"Exames estes a serem realizados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Goiás", emendou a polícia.

Entenda

A polícia relatou que Cristina Rocha da Silva realizou a cirurgia plástica no sábado (22). O procedimento teria sido feito em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. O nome da unidade não foi divulgado e, por isso, a reportagem não conseguiu um posicionamento sobre o caso.

Uma amiga e vizinha da vítima, Brenda Alves, contou ao g1 que Cristina recebeu alta hospitalar no domingo (23). Ao chegar em sua casa, reclamou de muitas dores no abdômen e falta de ar. Na segunda-feira, ela foi encontrada desacorda pela filha na casa dela.

O DAQUI entrou em contato com o Corpo de Bombeiros de Goiás (CBM-GO) para obter informações se uma equipe atendeu a ocorrência, o que foi negado. A corporação indicou que o atendimento foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A reportagem não conseguiu contato com o órgão.

Outros casos envolvendo o médico

Anderson Pimentel recordou que o cirurgião plástico Dagmar João Maester se tornou réu pela morte de uma idosa que fez uma mamoplastia, abdominoplastia e lipoescultura no Hospital Goiânia Leste, em Goiânia, em abril de 2023.

Sobre esse caso, em outubro do mesmo ano, a Justiça acatou uma denúncia contra ele. Maester foi acusado de negligência médica. Com a morte da idosa, ele foi investigado por suspeita de causar a morte de seis pacientes.

De acordo com as investigações, as mortes ocorreram em decorrência de intervenções clínicas em pacientes de Goiás, Maranhão e Distrito Federal. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).

No caso da idosa, o laudo pericial indicou a causa da morte como "alterações biopatológicas relacionadas com procedimento cirúrgico", o que teria ocasionado um tromboembolismo pulmonar.

Demais mortes supostamente causadas pelo médico Dagmar João Maester:

  • Em fevereiro de 2022, a vereadora de Açailândia Robenha Maria Sousa Pereira, de 43 anos, morreu após ter feito abdominoplastia, lipoescultura e mastopexia nos seios em um hospital de Imperatriz (MA).
  • Em março de 2022, a assessora parlamentar Patriciana Nunes Barros, de 36, também morreu após passar por procedimentos cirúrgicos de abdominoplastia e uma cirurgia de prótese nas mamas.
  • Em março de 2010, a servidora pública do Ministério das Cidades, Kelma Macedo Ferreira Gomes, de 33 anos, passou por uma lipoaspiração, implante de prótese de silicone nos seios e abdominoplastia, mas no dia seguinte teria passado muito mal.
  • Em 2001, outras duas pacientes também teriam sido vítimas após realizarem procedimentos estéticos em Goiás, com o mesmo médico.
  • Na época, o cirurgião chegou a ser suspenso por 30 dias do exercício profissional. Depois desse período, ele retomou as atividades.

    Íntegra da nota do Cremego (25/03/2025)

    O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) não tem conhecimento deste caso (morte da paciente). Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

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    Demolição de igreja onde teto desabou durante instalação de placas solares é autorizada

    Investigação revelou falhas no laudo de segurança estrutural apresentado à igreja e à empresa responsável pela obra. A demolição deverá ocorrer ainda nesta semana

    Modificado em 25/03/2025, 19:25

    Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou

    Mais de 70 placas solares estavam instaladas, um peso adicional de 2 toneladas, quando o teto da igreja desabou (Wildes Barbosa / O Popular)

    A demolição da Igreja Videira, localizada no Setor Leste Vila Nova, em Goiânia, foi autorizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) após o desabamento do teto enquanto trabalhadores instalavam placas solares. A administração da igreja informou que a demolição ocorrerá ainda nesta semana. Em entrevista à TV Anhanguera, o gerente de fiscalização do Crea, Jeorge Frances, explicou que a investigação revelou falhas no laudo de segurança estrutural apresentado à igreja e à empresa responsável pela obra.

    Não foram realizadas as vistorias adequadas para identificar a tipologia correta da estrutura. O laudo foi baseado apenas em cálculos, mas faltou a vistoria presencial. Em uma obra com mais de 30 anos, não basta apenas realizar cálculos; é essencial inspecionar e verificar a integridade das peças estruturais. Até o momento, a igreja está sendo analisada como uma vítima do processo. Ela não é alvo da fiscalização, mas sim os profissionais envolvidos", afirmou Jeorge Frances.

    Como os nomes dos profissionais envolvidos não foram divulgados, o DAQUI não conseguiu localizar a defesa deles para posicionamento até a última atualização desta matéria.

    O desabamento ocorreu em 19 de março. No momento da queda, a igreja, que recebe cerca de 3 mil pessoas aos domingos, estava vazia, com apenas seis funcionários presentes. Um deles precisou ser hospitalizado devido ao acidente.

    A Defesa Civil já havia recomendado a demolição do prédio, e agora o Crea também autorizou a ação. À TV Anhanguera , o conselho informou que a demolição será supervisionada em conjunto com o Corpo de Bombeiros, pois o telhado é composto por amianto, o que pode liberar partículas tóxicas caso se espalhem pela vizinhança.

    Desabamento em igreja

    O alerta do desabamento parcial do telhado da Igreja Videira foi feito por um trabalhador de uma oficina mecânica localizada em frente ao templo. Ao ver o acidente, o homem acionou o Corpo de Bombeiros.

    Matheus Oliveira, de 27 anos, relatou que operários vinham instalando as placas no telhado havia cerca de uma semana. Mas, por volta das 10h30, de quarta, a estrutura cedeu e surpreendeu quem estava por perto.

    Um barulho muito alto e muita poeira", descreveu a testemunha, depois que ele e colegas se assustaram com o incidente.

    Além dos bombeiros e da Defesa Civil de Goiânia, esteve no local representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO).

    O capitão do CBM, Guilherme Lisita, disse que os trabalhadores informaram que mais de 70 placas já haviam sido instaladas antes do desabamento. A estimativa é que cada uma delas pesa aproximadamente 30 quilos, o que representou um acréscimo de mais de duas toneladas à estrutura do edifício.

    O gerente de fiscalização do Crea-GO, Jeorge Frances, ressaltou que, além das questões administrativas relacionadas à área elétrica, a instalação de placas solares envolve diversos aspectos da engenharia. Conforme ele, o primeiro passo é calcular a capacidade de geração de energia no local.

    Frances frisou que a demanda de carga determina tanto a quantidade quanto o tipo de placas a serem utilizadas, sendo que cada modelo possui um peso específico. Esse fator também influencia a maneira como as placas serão distribuídas e fixadas na estrutura.

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    Moradores descartam resíduos indevidos em pontos

    Desde 6ª-feira, 8 espaços temporários recebem entulho, recicláveis, restos de poda e móveis, mas resíduos não permitidos ainda são depositados

    Resíduos ocupam ponto provisório do Jardim Europa: parte foi queimada

    Resíduos ocupam ponto provisório do Jardim Europa: parte foi queimada (Gabriella Braga)

    Inaugurados na manhã da sexta-feira (21), os oito pontos provisórios para descarte de resíduos têm tido adesão da população e, passados dois dias, ao menos dois já se encontravam lotados. Mas, apesar da tentativa da Prefeitura de Goiânia de regularizar os locais antes utilizados para descarte ilegal, por desinformação e desrespeito, rejeitos proibidos ou em quantidade acima do permitido seguem sendo despejados nesses locais, como é o caso de pneus e lixo orgânico. O descarte é permitido apenas para entulho, recicláveis, galhos e móveis, limitado a uma carreta, ou carroceria, por pessoa.

    A instalação de pontos provisórios em locais onde havia descarte irregular de resíduos foi anunciada no início de janeiro pelo prefeito Sandro Mabel (UB). À época, a reportagem mostrou que mais de 20 seriam criados para destinação temporária de lixo por cem dias. Passados quase três meses, os oito primeiros foram implantados, com prazo ainda indefinido de funcionamento. Na sexta-feira, o chefe do Executivo destacou que deseja chegar a 30 locais provisórios, onde há maior quantitativo de materiais descartados irregularmente. Os demais ainda são estudados pela Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma).

    Os oito pontos inaugurados na última semana estão nos bairros Parque Amazônia, Jardim Europa, Vale do Araguaia, Residencial Anicuns, Jardim das Hortências, Solar Ville, Brisas do Cerrado e Recanto do Bosque e foram limpos antes de serem regularizados. A reportagem esteve nos dois primeiros e observou grande quantidade de resíduos amontoados. No Parque Amazônia, o local está sinalizado com cartaz determinando o que é permitido ser descartado. Não havia caçambas no local. Não tinha também, a exemplo, lixo orgânico, mas havia resíduos têxteis, como roupas e malas de pano. Já a pilha de lixo era composta majoritariamente por galhadas e entulho, além de sofás. Até mesmo um capacete foi depositado no ponto. Logo atrás, está o Córrego Serrinha.

    Por outro lado, no Jardim Europa não havia placa de sinalização e lixo orgânico ocupava um dos cantos da área. Havia também restos de automóveis, pneus e ripas de madeira. Parte dos resíduos foram queimados, como o tronco de uma árvore cortada. O fogo chegou até mesmo nas três caçambas disponibilizadas no local. O ponto provisório também está instalado ao lado de um córrego. Contudo, vale lembrar que o local já era alvo de descarte irregular. A Amma diz ainda que todos os oito foram devidamente sinalizados.

    No dia seguinte à inauguração dos oito pontos, a Prefeitura divulgou que iria atuar para "coibir a ação de vândalos" que têm provocado danos ao patrimônio público. Em um deles, no Jardim das Hortências, a placa de sinalização foi cortada. Por isso, anunciou, a fiscalização seria intensificada. A Amma também apontou que estuda manter "um servidor operacional em cada um dos pontos, para orientar sobre o descarte correto e também para evitar atitudes que possam causar danos ao patrimônio público e ao meio ambiente, além de buscar fazer uso de câmeras de vigilância". Tais medidas fiscalizatórias ainda não foram implantadas.

    À reportagem, a pasta aponta que tem ocorrido dificuldades no respeito ao que pode ou não ser descartado. "Apesar da existência da placa indicando, verificou-se que está sendo feito o descarte de (a exemplo) pneus, além da depredação de algumas placas, o que motivou a Prefeitura a estudar novas medidas a serem implementadas", cita. "A fiscalização é integrada, envolvendo a Amma e Guarda Civil Metropolitana (GCM), quando necessário. O recolhimento está sendo feito tanto pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) quanto pelo Consórcio Limpa Gyn", complementa.

    Quando foi divulgada a inauguração dos espaços temporários, a Prefeitura disse que a limpeza seria feita diariamente. A reportagem questionou tanto ao consórcio quanto à Comurg qual será a periodicidade do recolhimento. Conforme o Limpa Gyn, será semanal e, em caso de necessidade, mais de uma vez por semana. A companhia não respondeu.

    Moradora do Parque Amazônia, a vendedora Daiane Albuquerque, de 43 anos, vê positivamente a medida. "Sempre teve muito entulho. Agora ajudou, porque não fica muito tempo (o lixo). Mas tem de tomar cuidado para não virar uma cratera", pondera. No tempo que a reportagem permaneceu no trecho, quatro pessoas depositaram resíduos no local. Um deles, que preferiu não se identificar, trabalha com limpeza de lote há cerca de três anos e conta que levava os resíduos aos ecopontos ou para locais privados.

    Mais pontos

    Os oito pontos provisórios se somam aos cinco ecopontos geridos pela Comurg na capital, situados nos setores Faiçalville, São José, Guanabara 2, Campos Dourados e Eldorado Oeste. Funcionando de forma definitiva, eles recebem, além dos materiais que podem ser descartados nos temporários, também pneus, óleo de cozinha usado e eletroeletrônicos. Em ambos, há limite do quantitativo que pode ser disposto. "São destinados para os pequenos geradores de resíduos, uma vez que os grandes geradores devem realizar o cadastro na Prefeitura e se responsabilizar por seu próprio descarte", explica a Amma.

    O Consórcio Limpa Gyn também está construindo o primeiro ponto temporário de transferência de resíduos (PTTR), no Residencial Português. A previsão é de que esteja concluído até abril. O espaço receberá materiais recicláveis e inservíveis, mas também não terá pneus nem lixo domiciliar. Haverá duas caçambas para volumosos e quatro baias para recicláveis. A construção e operação serão conduzidas pela terceirizada.

    Além dos oito temporários, dos cinco definitivos e do que está sendo inaugurado pelo consórcio, a Amma estuda outros espaços a serem regularizados "em que haja alto índice de descarte irregular". A pasta diz que também tem intensificado projetos de educação ambiental. "A implementação dos pontos provisórios está em fase inicial e, com base nos resultados que forem se apresentando, os órgãos competentes terão condições de definir seu tempo de duração. Como há áreas particulares e públicas utilizadas para esse fim, os pontos terão diferentes destinações após o projeto", pontua.

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    Marginal: Acesso deve ficar pronto esta semana

    Obra que muda trecho próximo a córrego deve ser finalizada nesta quarta-feira (26), a depender de condições meteorológicas

    Av. Castelo Branco perde mais um trecho de canteiro central, desta vez para dar acesso à Marginal Cascavel

    Av. Castelo Branco perde mais um trecho de canteiro central, desta vez para dar acesso à Marginal Cascavel (Wildes Barbosa / O Popular)

    Os motoristas que trafegam na Avenida Castelo Branco no sentido Praça Walter Santos para o Terminal Padre Pelágio devem poder acessar a Marginal Cascavel ainda nesta semana. A faixa adicional, com a retirada do canteiro central, começou a ser implantada ainda no sábado (22) e a previsão é que as obras sejam finalizadas em uma semana. No entanto, há a expectativa de que o serviço fique pronto já na quarta-feira (26), a depender do período chuvoso. Com a obra, que é a implantação do chamado taper, o motorista vai conseguir fazer a conversão à esquerda e acessar a via marginal. Porém, esse acesso será semaforizado. Os veículos que quiserem seguir pela Avenida Castelo Branco terão o trânsito livre.

    O acesso está sendo construído na faixa mais à esquerda da via, em um trecho logo abaixo da ponte sobre o Córrego Cascavel e é semelhante ao que se tem atualmente na Avenida 85 com a Avenida Mutirão, mas com um menor número de faixas. A medida faz parte de um pacote de alterações na Avenida Castelo Branco com a ideia de dar maior fluidez aos veículos automotores. A previsão é que todas as mudanças sejam finalizadas no final deste mês. Conforme explicou a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) na última semana, "um estudo realizado na via revelou que, entre 6h e 20h, cerca de 45 mil veículos equivalentes trafegam na região próxima à Marginal Cascavel, evidenciando a necessidade de intervenções para otimizar a mobilidade".

    O movimento de acesso à Marginal Cascavel vai também substituir a conversão à esquerda que passará a ser proibida no cruzamento com a Rua Jaraguá, no Setor Campinas. Ou seja, o condutor que quiser acessar a rua, onde fica a sede da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), por exemplo, poderá fazer via o novo acesso que está sendo feito. Quem estiver na Rua Jaraguá e quiser ter acesso à avenida, terá de fazer o looping de quadra, utilizando a Avenida Mato Grosso e a Rua Quintino Bocaiúva, conforme explicado pela reportagem na última semana. Outra medida a ser feita na Avenida Castelo Branco é a criação de uma terceira faixa no trecho que vai da Praça do Cigano, no Setor Oeste, até a Praça Walter Santos, no Setor Coimbra, sendo de um quilômetro.

    Na semana passada, o trabalho foi realizado entre a Praça Ciro Lisita e a Praça Walter Santos, que corresponde a 400 metros. Não havia a informação de que o mesmo seria feito no trecho anterior de quem vai no sentido Avenida 85 a Praça Walter Santos, que é de 600 metros. Ambos eram as únicas extensões da Avenida Castelo Branco que tinham duas pistas para os veículos e passarão a ter três com a retirada do canteiro central e redimensionamento das faixas. Para tal, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) está executando o serviço projetado pela SET, e retirou, praticamente, todo o canteiro central, deixando apenas o espaço do tronco das palmeiras.

    Ressalta-se, porém, que as faixas da direita dos dois lados da avenida serão destinadas a um corredor preferencial de ônibus e motocicletas, tal qual ocorre nos demais corredores que antes eram destinados apenas ao transporte coletivo, como das avenidas 85, T-63, Universitária e T-7. Com isso, haverá duas faixas (a central e a da direita) destinada aos demais veículos particulares. O estacionamento ao longo de todo o trecho do corredor Castelo Branco/Mutirão será proibido, dando espaço à via preferencial, assim como a instalação de caçambas e demais equipamentos que dificultam a fluidez. Porém, por se tratar de uma via comercial, a SET avalia "a possibilidade de autorização para carga e descarga por um período do dia, entre 9h e 15h".

    "O corredor da Avenida Castelo Branco está passando por uma série de melhorias para otimizar o fluxo de tráfego. Entre as ações em andamento, estão a abertura da terceira faixa, a remoção do semáforo de três tempos com a construção de um novo acesso para conversão à esquerda na Marginal Cascavel e a modernização do parque semafórico", resume a SET. A secretaria informa ainda que, com essa modernização, "será possível implementar a gestão inteligente dos semáforos, garantindo a sincronização dos corredores e a criação da onda verde, reduzindo o tempo de deslocamento dos motoristas".

    A SET estima ainda que todas essas melhorias serão entregues de forma integral dentro do prazo previsto de 100 dias, sendo que a sincronização estará presente em todo o corredor, contemplando a Avenida Mutirão, desde o cruzamento com a Avenida 85, até o final da Avenida Castelo Branco, no cruzamento com o viaduto da GO-070. "Estima-se que, com a implementação da sincronização semafórica, conhecida como 'onda verde', os motoristas e motociclistas terão uma redução de aproximadamente 30% no tempo de percurso ao longo do corredor Castelo Branco/Mutirão", informa a secretaria.

    A pasta explica que essa estimativa baseia-se em estudos nacionais que apontam ganhos semelhantes com a adoção dessa tecnologia. "A sincronização dos semáforos diminui o tempo de espera nos cruzamentos, melhora a fluidez do tráfego e reduz os congestionamentos, permitindo deslocamentos mais rápidos e eficientes." As medidas, por outro lado, têm recebido críticas pela maior parte dos urbanistas e engenheiros de tráfego por não considerarem todo o sistema de mobilidade da cidade, como a falta de espaço seguro para ciclistas e, especialmente, pedestres, já que a tendência é aumentar a velocidade dos demais veículos, dificultando as travessias.

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