O percentual de domicílios brasileiros que usam a internet subiu de 79,1% para 82,7%, de 2018 para 2019, o que representa alta de 3,6 pontos percentuais (p.p.). Em 2019, no entanto, 12,6 milhões de domicílios ainda não tinham internet. Os motivos apontados foram falta de interesse (32,9%), serviço de acesso caro (26,2%) e o fato de nenhum morador saber usar a internet (25,7%).Em 6,8% das residências, os moradores citaram a indisponibilidade de rede na área do domicílio e 5% alegaram o alto custo do equipamento eletrônico para conexão. Os dados estão na Pnad Contínua (Pnad TIC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que analisou o acesso à tecnologia da informação e comunicação no quarto trimestre de 2019.Segundo o IBGE, o crescimento mais acelerado do uso da internet nos domicílios rurais, que saiu de 49,2% em 2018 para 55,6%, em 2019, ajudou a reduzir a diferença em relação à área urbana, onde o acesso à rede avançou de 83,8% para 86,7%. Conforme a pesquisa, houve crescimento em todas as grandes regiões, especialmente no Nordeste, com aumento de 5,2 pontos percentuais no período. Apesar disso, a região permanece como a que tem o menor percentual de domicílios com acesso à internet (74,3%).De acordo com a pesquisa, em 2019, entre os 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no país, 143,5 milhões, ou seja, 78,3%, usaram a internet nos últimos três meses do ano. Os jovens adultos entre 20 e 29 anos foram os que mais acessaram a rede. Os estudantes usaram mais a rede (88,1%) do que aqueles que não estudantes (75,8%).Jovens, mulheres e rendaEm 2019, as mulheres que usaram a internet tinham percentual (79,3%) um pouco acima do apresentado pelos homens (77,1%). Nos grupos por idade, 77,7% estavam entre 10 e 13 anos.A pesquisa apontou crescimento sucessivo nas faixas seguintes chegando a quase 93,0% nas faixas de 20 a 24 anos e 25 a 29 anos. O percentual começa a cair até atingir 45% no grupo de 60 anos ou mais.Segundo o IBGE, entre 2018 e 2019, o maior crescimento foi nos grupos de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais de idade, com aumento de 6,3 p.p. em cada.O rendimento médio per capita dos domicílios com acesso à internet era de R$ 1.527, valor que é mais que o dobro da renda dos que não usavam a rede e tinham renda de R$ 728. A mesma relação foi observada no rendimento médio per capita dos que usavam tablet para acessar a internet, que atingia R$ 3.223, enquanto nos que acessavam a rede pelo celular ficou em R$ 1.526.CelularO celular continuou sendo o equipamento mais usado para acessar a internet, o que ocorria em 99,5% dos domicílios. Na sequência vieram o computador (45,1%); a televisão (31,7%) e o tablet (12,0%). No caso do computador, houve redução de 3 pontos percentuais e, no de tablet, de 1,4, mas no uso da televisão, a alta foi de 8,4 pontos percentuais.O percentual de domicílios do país em que o serviço de rede móvel celular funcionava, para internet ou para telefonia, passou de 89,2% para 89,9%, de 2018 para 2019. Na área urbana, cresceu de 92,4% para 93,2%, e na rural caiu de 68,5% para 68,2%.O percentual dos que tinham telefone móvel em 2019 para uso pessoal chegou a 81% entre os que tinham 10 anos de idade ou mais. Os menores percentuais foram registrados pelas regiões Norte (69,7%) e Nordeste (72,4%). Nas demais regiões, os percentuais variavam de 85,7% a 87,3%. As mulheres tinham mais aparelhos para uso pessoal (82,5%) do que os homens (79,3%).Banda largaO uso da conexão por banda larga móvel (3G/4G) cresceu de 80,2% em 2018 para 81,2% em 2019 e o da banda larga fixa avançou de 75,9% para 77,9%.Também na passagem de 2018 para 2019, a proporção de domicílios com os dois tipos de banda larga saiu de 56,3% para 59,2%, mas teve queda de 23,3% para 21,4% dentre os que só usam conexão móvel, o mesmo se repetindo entre os que usam só a banda larga fixa, que caiu de 19,0% para 18,1%.Conforme a pesquisa, a conexão discada tem sido cada vez mais irrelevante, saindo de 0,6%, em 2016, para 0,4% em 2017 e 0,2%, em 2018 e 2019.A Região Norte apresentou percentual de domicílios com banda larga fixa de 55,0%, resultado muito inferior ao das demais regiões, que variou de 77,3% a 81,4%. No uso da banda larga móvel, o menor percentual foi do Nordeste com 63,8% e o maior, da Região Norte, com 88,6%.Políticas PúblicasPara o gerente de Projetos do Ministério das Comunicações, Hélio Maurício Miranda da Fonseca, a pesquisa do IBGE, que tem parceria com a pasta, é fundamental para vários trabalhos, como por exemplo os planos plurianuais e para a definição de políticas públicas do setor.“A mensuração feita pelo IBGE a partir desse trabalho da Pnad TIC é muito valiosa para que a gente possa ir medindo o efeito das políticas que o poder público federal da União tem estabelecido para os prestadores de serviços, sejam de pequeno ou maior porte”, disse Fonseca, que participou hoje da entrevista coletiva em que foram apresentados os resultados da pesquisa.