O serralheiro Daniel Mauricio de Oliveira, de 53 anos, preso suspeito de cometer estupros em série na Grande Goiânia, teria iniciado a sequência de crimes há 12 anos, em 2012. Segundo a delegada Amanda Menuci, da Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher (Deaem), o registro mais antigo, até então, é de uma vítima que tinha 20 anos na época dos fatos. Ainda de acordo com a delegada, depois que o suspeito foi preso e teve sua imagem divulgada, outras três vítimas compareceram na delegacia denunciando terem sido estupradas pelo serralheiro. Em um desses casos, uma das mulheres revelou que o crime aconteceu há cinco anos, quando ela tinha 61 anos de idade. O Daqui não localizou a defesa do suspeito para obter um posicionamento sobre o caso, até a última atualização desta matéria. Além disso, a delegada explicou que em um desses novos casos em investigação não houve conjunção carnal, de fato, mas o crime de importunação sexual. "O autor, no próprio ponto de ônibus, teria descido do veículo que ele estava dirigindo e já mostrado o órgão genital para ela [vítima]. Já falando: sobe! Sobe! Que no caso era uma moto, com o órgão genital para fora. Mas ela conseguiu correr e pedir abrigo e socorro". "A Polícia Civil começou a perceber que ele é um criminoso sem nenhum critério. Ele tem essa questão sexual, mas que não é sempre o mesmo padrão de fato. Tem essa abordagem veicular como regra, mas ele já estava agindo com outro tipo de prática”, pontuou a investigadora. Daniel Mauricio de Oliveira foi preso no último sábado (23), no setor Solange Park, em Goiânia. O nome e a imagem do suspeito foram divulgados pela Polícia Civil na tentativa de identificar novas possíveis vítimas. Ação do suspeito Segundo a Polícia Civil, todos os crimes tinham as mesmas características e o suspeito usava veículos de outras pessoas para cometer os estupros. De acordo com a delegada, Daniel abordava as vítimas em vias públicas, a maioria em ponto de ônibus, saindo do trabalho, e o crime ocorria dentro do veículo ou em um lote baldio. Em alguns casos, o suspeito utilizava armas ou facas para ameaçar as mulheres e fazer com que elas entrassem nos veículos. Em quase todos os crimes, as vítimas foram deixadas em locais ermos, como rodovias. Investigação A Polícia Civil divulgou que os crimes aconteceram em Goiânia, Trindade, Santa Bárbara de Goiás e Goianira. Seis das 11 vítimas tiveram os estupros comprovados por DNA. Apesar de a maioria das vítimas ter sido obrigada a entrar no carro em que o homem estava, em dois dos casos, elas entraram de forma voluntária. Segundo a delegada Amanda Menuci, o suspeito oferecia carona, fingindo ser da mesma religião dessas mulheres para ganhar a confiança delas no trajeto dentro do carro. Veja a cronologia dos crimes: 1 de janeiro de 2015: vítima de 22 anos, na zona rural de Trindade; 30 de dezembro de 2016: vítima de 11 anos, no Jardim Cerrado, em Goiânia; 20 de fevereiro de 2018: vítima de 34 anos, na GO-060, em Santa Bárbara; 18 de janeiro de 2020: vítima de 56 anos, abordada no Jardim Curitiba, em Goiânia, é deixada na GO-070, em Goianira; 2 de julho de 2022: vítima de 22 anos, em Goiânia; 4 de maio de 2023: Vítima de 56 anos, em Goiânia; 10 de dezembro de 2023: Vítima de 24 anos, em Goiânia; 16 de março de 2024: Vítima de 55 anos, em Goiânia. A polícia não divulgou as datas exatas em que aconteceram os crimes com as três novas vítimas que procuraram a delegacia.