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Suspeito de golpe milionário contra compositores sertanejos é preso; prejuízo é estimado em R$ 6 milhões

Segundo o MPGO, investigações continuam e são apurados crimes de violações de direitos autorais, falsa identidade e de estelionato contra agregadora de música

Modificado em 06/12/2024, 10:58

MPGO, em parceria com os Gaecos de Pernambuco e Rio Grande do Sul, deflagra operação para desarticular esquema de fraudes envolvendo músicas e direitos autorais (Divulgação/MPGO e MPRS)

MPGO, em parceria com os Gaecos de Pernambuco e Rio Grande do Sul, deflagra operação para desarticular esquema de fraudes envolvendo músicas e direitos autorais (Divulgação/MPGO e MPRS)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) realizou uma operação com o objetivo de desarticular um esquema de crimes cibernéticos praticados contra compositores de músicas sertanejas, a maioria residente em Goiás. As investigações apontam que o prejuízo das vítimas pode ultrapassar os R$ 6 milhões.

O homem suspeito era procurado no Recife (PE), mas foi preso nesta quinta-feira (5), no Aeroporto de Passo Fundo (RS), em voo oriundo de Guarulhos (SP). Como a identidade dele não foi divulgada, a reportagem não conseguiu localizar a defesa até a última atualização desta reportagem.

A investigação teve início a partir de trabalho de jornalismo investigativo do site UOL e de representação feita por vítima, envolvendo esquema que pode ter afetado mais de 400 canções, com aproximadamente 30 milhões de visualizações nos aplicativos de música.

De acordo com o MPGO, após a composição de músicas, os compositores vítimas gravavam guias, que são "amostras" mais simplificadas das canções. Estas guias posteriormente eram obtidas dentro do esquema criminoso e alguém, valendo-se de vários e-mails em nomes de terceiros, publicava as músicas com nomes diferentes ou de artistas falsos, que não existiam no mundo real.

Em razão da boa qualidade das canções, estas músicas eram acessadas e ouvidas pelos usuários das plataformas milhares de vezes, gerando lucros, que eram pagos em uma conta bancária específica vinculada a um investigado.

Uso de IA nos crimes

Suspeito fez uso de inteligência artificial para a prática dos crimes, por meio da criação de capas e emprego de músicas com voz feminina (Divulgação/MPGO)

Suspeito fez uso de inteligência artificial para a prática dos crimes, por meio da criação de capas e emprego de músicas com voz feminina (Divulgação/MPGO)

As investigações apontam que no esquema foi utilizada inteligência artificial para a prática dos crimes, por meio da criação de capas com o emprego de softwares de inteligência artificial. Inclusive, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão no imóvel em que o suspeito era procurado em Recife, foram encontrados dezenas de notebooks com programas que aumentam de forma artificial a execução de músicas em streaming.

Além disso, também foram usadas capas repetidas em músicas distintas, músicas com voz feminina e nome de artista falso masculino, bem como várias canções com "assinaturas", isto é, com o nome do compositor real e o nome real da canção, dentro do arquivo enviado para as plataformas de streaming como se fossem dos artistas falsos.

Conforme o CyberGaeco, a ousadia do esquema era tamanha que foram publicadas composição de músicas de compositores e artistas renomados, vítimas do esquema, sendo, inclusive, postada em nome de artista falso uma guia gravada com a voz de artista nacionalmente conhecido.

Operação Desafino

A Operação Desafino, além do MPGO, também teve participação de servidores públicos e policiais de Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (5) foram cumpridos em Recife (PE) um mandado de busca e apreensão e em Passo Fundo (RS) um mandado de prisão preventiva.

Além disso, houve o sequestro e o bloqueio de bens móveis e imóveis no montante de até R$ 2.312.000,00, além da apreensão de veículos e de criptomoedas.

As investigações continuam em sigilo a partir do material coletado e de novos depoimentos. Segundo o MPGO, os crimes investigados são de violações qualificadas de direitos autorais, falsa identidade e de estelionato contra agregadora de música.

Geral

Empresária presa teria desviado cerca de R$ 5 milhões

Segundo a Polícia Civil, a corretora de imóveis se apropriava de aluguéis repassados à imobiliária por locatários, além de alienar lotes e casas sem autorização ou conhecimento dos proprietários

Anna Paula Rodrigues Souza é suspeita de se apropriar mais de R$ 5 milhões em aluguéis e alienação de imóveis em Goiás

Anna Paula Rodrigues Souza é suspeita de se apropriar mais de R$ 5 milhões em aluguéis e alienação de imóveis em Goiás (Reprodução/Redes sociais)

Uma empresária foi presa suspeita de desviar mais de R$ 5 milhões com a venda e aluguel de imóveis sem a autorização dos donos em Silvânia e Vianópolis, no sudeste do estado, informou a Polícia Civil (PC). Segundo a polícia, Anna Paula Rodrigues Souza se apropriava de aluguéis repassados à imobiliária por locatários, além de alienar lotes e casas sem autorização ou conhecimento dos proprietários.

Em nota enviada à reportagem, a defesa de Anna Paula, representada pelo advogado João Paulo Paiva Souza Cruz, informou que irá se pronunciar assim que concluir a fase de análise dos processos instaurados, e ressaltou que a cliente "sempre esteve à disposição da Justiça e compareceu a todos os atos para os quais foi devidamente intimada."

A empresária foi presa na sexta-feira (7), em Goiânia. Além da prisão preventiva, Anna Paula, que teve o nome e a foto divulgada pela polícia para facilitar a identificação de outras vítimas, também foi alvo de mandado de busca e apreensão.

De acordo com as investigações, a empresária responde por 26 inquéritos pelos crimes de apropriação indébita, estelionato e falsificação de documentos. Conforme a PC, o prejuízo aos donos dos imóveis ultrapassa R$ 5 milhões.

Geral

Golpe da modelo: Entenda como agia grupo preso em hotel de luxo suspeito de aplicar golpe com promessa de carreira

Vítimas contaram para a polícia como foram atraídas por agência paulista com promessas de comercial para TV de marcas famosas de cosméticos; confira prints

Modificado em 04/02/2025, 14:24

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O grupo, que foi preso em um hotel de luxo em Goiânia, atraía vítimas com anúncio falso de seleção de pessoas para comerciais de TV para marcas famosas de cosméticos, disse a Polícia Civil de Goiás. De acordo com o delegado Humberto Teófilo, propagandas impulsionadas na internet direcionaram as vítimas para um chat e, posteriormente, para agendamento de ensaio fotográfico.

O POPULAR entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Teófilo conta que durante a ação policial no hotel foram identificadas três vítimas. Entre as pessoas estava um adolescente de 13 anos. Uma dessas vítimas, uma cuidadora de idosos de 55 anos, relatou como caiu no golpe.

Segundo a mulher, ela estava navegando em uma rede social e se deparou com o anúncio. Ao clicar na propaganda foi direcionada para uma conversa com um perfil identificado como "Maria Todimo".

No diálogo, em prints feitos por ela, o contato convida a vítima para fazer um ensaio fotográfico no hotel e cita que o cachê pelo trabalho do comercial varia entre R$ 500 e R$ 3,9 mil (veja prints das supostas conversas).

Prints de supostas conversas de vítimas com a agência foram anexadas à ocorrência (Divulgação/PC-GO)

Prints de supostas conversas de vítimas com a agência foram anexadas à ocorrência (Divulgação/PC-GO)

No local, a polícia constatou que as vítimas tinham que assinar um contrato e adquirir produtos das marcas de cosméticos para maquiagem. Além de pagar pelo ensaio fotográfico.

Chegando até o local, as vítimas tiravam fotos, se maquiavam, mas eram surpreendidas com a venda de produtos que jamais seriam entregues, tal como um 'book', revelou Humberto Teófilo.

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Nesta terça-feira (4), o POPULAR entrou em contato novamente com uma das marcas de cosméticos citada na ocorrência e com a agência, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

Quatro mulheres, de 41, de 29, de 26 e de 25 anos; e um homem de 26 anos, todos com documentos de São Paulo, foram presos no domingo (2). Uma das mulheres, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, foi identificada pela polícia como proprietária da agência.

Ao POPULAR , Teófilo disse que os suspeitos alegaram que contrataram o serviço de um homem para gerir as redes sociais e que não tinham conhecimento desses anúncios sobre comerciais para TV com marcas de cosméticos.

O delegado ressaltou que os alvos do grupo eram mulheres com idades entre 40 e 60 anos. Ao todo, ele estima que cerca de 100 pessoas foram vítimas. Teófilo calcula, com base em mais de 90 contratos apreendidos, que o golpe praticado pelo grupo ultrapassa os R$ 200 mil em prejuízos às vítimas.

PC-GO divulgou idade da proprietária da agência, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, para identificar novas vítimas (Divulgação/PC-GO)

PC-GO divulgou idade da proprietária da agência, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de 41, para identificar novas vítimas (Divulgação/PC-GO)

Teófilo aponta que os suspeitos devem responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa. A PC-GO informou que a autorização de divulgação da imagem de Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva está de acordo com os termos da lei nº 13.869/2019 e com a portaria nº 547/2021, "visto que a referida publicação poderá auxiliar no surgimento de novas vítimas".

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Golpe da modelo: Grupo é preso em hotel de luxo suspeito de dar golpe em mais de 100 mulheres com promessa de carreira

Segundo polícia, quatro mulheres e um homem irão responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa

Modificado em 03/02/2025, 15:58

Um grupo de cinco pessoas foi preso em um hotel de luxo, no Setor Oeste, em Goiânia, no domingo (2). Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), eles são suspeitos de aplicarem um golpe utilizando uma agência de modelos com sede em São Paulo. O delegado Humberto Teófilo contou que o grupo atraía as vítimas, por meio de anúncio patrocinado nas redes sociais, com a promessa de participação em um comercial para uma famosa marca de cosméticos.

O POPULAR entrou em contato com a defesa dos suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Os presos são quatro mulheres, de 41, de 29, de 26 e de 25 anos; e um homem de 26 anos. Todos com documentos de São Paulo. Uma das mulheres, Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva, de acordo com o delegado, foi identificada como proprietária da agência.

À polícia, os suspeitos alegaram que contrataram uma pessoa para gerir as redes sociais e que não "sabiam do teor e que não tinham ciência de tudo isso." O delegado ressaltou que as vítimas eram mulheres com idades entre 40 e 60 anos, além de adolescentes.

As pessoas iam até eles, e eram oferecidos os serviços, faziam os contratos, mas com destaque de que nada seria garantido de que elas seriam modelos e fazer propagandas", acrescentou Teófilo.

O delegado indica que os golpes eram praticados em Goiânia, Anápolis, Brasília e São Paulo. Uma das vítimas, uma cuidadora de idosos de 55 anos, que estava no local quando a polícia efetuou as prisões, narrou que viu o anúncio da agência quando navegava pela internet e clicou na propaganda. Automaticamente, ela foi direcionada para um "chat" e de lá convidada a enviar uma mensagem para um número de WhatsApp.

A conversa entre a cuidadora de idosos e um suposto contato com a agência, que se apresentou como a "produtora de elenco", seguiu normalmente, sendo informado os valores de cachês de R$ 500 a R$ 3.900 mil. Na sequência, foi feito o agendamento de um ensaio fotográfico no hotel onde os suspeitos foram presos.

Ao chegar ao local, a vítima revelou que foi atendida por uma das suspeitas, que confirmou ser o local de seleção de participantes para o comercial, lhe entregou uma ficha para que preenchesse e pediu para aguardar para realizar o ensaio fotográfico.

No hotel, Humberto Teófilo ressaltou que três vítimas foram identificadas, duas mulheres e um adolescente de 13 anos, que estavam aguardando para ensaios de fotos. Além disso, segundo o delegado, outros três contratos foram encontrados assinados por duas idosas, uma de 63 anos e outra de 60, no dia da diligência.

Chegando ao local, as vítimas tiravam fotos, se maquiavam, mas eram surpreendidas com a venda de produtos que jamais seriam entregues, tal como um 'book'. Mais de 100 mulheres caíram no golpe e gastaram aproximadamente mil a R$ 3 mil", estima Teófilo.

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

Foram presos na ação policial quatro mulheres e um homem com documentos de São Paulo (Divulgação/PC-GO)

As duas idosas teriam pago R$ 3 mil e R$ 1,2 mil, respectivamente, pelos kits da agência. A terceira era uma mulher que não teve a idade revelada, mas que teria pago R$ 1,2 mil para o grupo. Durante as investigações, Teófilo destaca que outros contratos de mais de 90 pessoas foram apreendidos com o grupo.

O POPULAR entrou em contato com a agência de modelos e com a marca de cosméticos para se manifestarem sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

O delegado pontua que os suspeitos devem responder pelos crimes de tentativa de estelionato qualificado e associação criminosa.

A PC-GO informou que a imagem de Cintia Aparecida Rafael Pinto da Silva está de acordo com os termos da lei nº 13.869/2019 e com a portaria nº 547/2021, "visto que a referida publicação poderá auxiliar no surgimento de novas vítimas".

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Golpe contra compositores causa prejuízo milionário

Segundo o MPGO, investigações continuam e são apurados crimes de violações de direitos autorais, falsa identidade e de estelionato contra agregadora de música

Modificado em 07/12/2024, 10:24

MPGO, em parceria com os Gaecos de Pernambuco e Rio Grande do Sul, deflagra operação para desarticular esquema de fraudes envolvendo músicas e direitos autorais (Divulgação/MPGO e MPRS)

MPGO, em parceria com os Gaecos de Pernambuco e Rio Grande do Sul, deflagra operação para desarticular esquema de fraudes envolvendo músicas e direitos autorais (Divulgação/MPGO e MPRS)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) realizou uma operação com o objetivo de desarticular um esquema de crimes cibernéticos praticados contra compositores de músicas sertanejas, a maioria residente em Goiás. As investigações apontam que o prejuízo das vítimas pode ultrapassar os R$ 6 milhões.

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Um homem suspeito era procurado no Recife (PE), mas foi preso nesta quinta-feira (5), no Aeroporto de Passo Fundo (RS), em voo oriundo de Guarulhos (SP). Como a identidade dele não foi divulgada, a reportagem não conseguiu localizar a defesa até a última atualização desta reportagem.

A investigação teve início a partir de trabalho de jornalismo investigativo do site UOL e de representação feita por uma vítima, envolvendo esquema que pode ter afetado mais de 400 canções, com aproximadamente 30 milhões de visualizações nos aplicativos de música.

De acordo com o MPGO, após a composição de músicas, os compositores vítimas gravavam guias, que são "amostras" mais simplificadas das canções. Estas guias posteriormente eram obtidas dentro do esquema criminoso e alguém, valendo-se de vários e-mails em nomes de terceiros, publicava as músicas com nomes diferentes ou de artistas falsos, que não existiam no mundo real.

Em razão da boa qualidade das canções, estas músicas eram acessadas e ouvidas pelos usuários das plataformas milhares de vezes, gerando lucros, que eram pagos em uma conta bancária específica vinculada a um investigado.

Uso de IA nos crimes

Suspeito fez uso de inteligência artificial para a prática dos crimes, por meio da criação de capas e emprego de músicas com voz feminina (Divulgação/MPGO)

Suspeito fez uso de inteligência artificial para a prática dos crimes, por meio da criação de capas e emprego de músicas com voz feminina (Divulgação/MPGO)

As investigações apontam que no esquema foi utilizada inteligência artificial para a prática dos crimes, por meio da criação de capas com o emprego de softwares. Inclusive, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão no imóvel em que o suspeito era procurado em Recife, foram encontrados dezenas de notebooks com programas que aumentam de forma artificial a execução de músicas em streaming.

Além disso, também foram usadas capas repetidas em músicas distintas, músicas com voz feminina e nome de artista falso masculino, bem como várias canções com "assinaturas", isto é, com o nome do compositor real e o nome real da canção, dentro do arquivo enviado para as plataformas de streaming como se fossem dos artistas falsos.

Conforme o CyberGaeco, a ousadia do esquema era tamanha que foram publicadas composição de músicas de compositores e artistas renomados, vítimas do esquema, sendo, inclusive, postada em nome de artista falso uma guia gravada com a voz de artista nacionalmente conhecido.

Operação Desafino

A Operação Desafino, além do MPGO, também teve participação de servidores públicos e policiais de Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (5) foram cumpridos em Recife (PE) um mandado de busca e apreensão e em Passo Fundo (RS) um mandado de prisão preventiva.

Além disso, houve o sequestro e o bloqueio de bens móveis e imóveis no montante de até R$ 2.312 milhões, além da apreensão de veículos e de criptomoedas.

As investigações continuam em sigilo a partir do material coletado e de novos depoimentos. Segundo o MPGO, os crimes investigados são de violações qualificadas de direitos autorais, falsa identidade e de estelionato contra agregadora de música.