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Trabalho de descontaminação busca diminuir danos no Rio Vermelho

Manancial recebe raspagem do solo afetado por agrotóxicos, além da lavagem das pedras que compõem suas margens na cidade de Goiás

Equipes fazem a descontaminação das margens do Rio Vermelho

Equipes fazem a descontaminação das margens do Rio Vermelho (Divulgação/Semad)

Autoridades municipais da cidade de Goiás percorreram o Rio Vermelho nesta segunda-feira (23), até o distrito de Buenolândia, para avaliações sobre a contaminação por agrotóxicos. A carga de pesticidas entrou em contato com o manancial após um acidente na GO-164, na manhã de terça-feira (17), que matou um casal e deixou dois homens feridos. Desde a última semana, moradores vêm registrando a morte de centenas de peixes ao longo das águas que cortam a antiga capital.

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A contaminação é monitorada pelas Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Municipal do Meio Ambiente da cidade de Goiás. Nesta segunda-feira (23), equipes realizaram a remoção dos resíduos com a raspagem do solo contaminado e a lavagem das pedras que compõem as margens do rio.

A preocupação, tanto de pesquisadores da cidade como da administração pública com a qualidade das águas, que podem sofrer prolongadamente os efeitos da contaminação, gerou recomendações quanto à utilização do recurso hídrico. De acordo com a Semad, a população que necessitar de água para a hidratação de animais pode recorrer à secretaria pelo WhatsApp 62 92798321.

"Eu não tive coragem de descer mais em outros poços, só no que eu fui já fiquei bem triste", diz um agricultor familiar da região sobre a contaminação do Rio Vermelho. Em áudio ao qual a reportagem teve acesso, o homem pede a um agente público para solicitar à prefeitura uma fiscalização urgente junto do rio: "A situação não está normal, estamos muito tristes", complementa.

O homem diz ter encontrado ao longo do rio diversas espécies de peixes mortos, devido à grande quantidade de "veneno" nas águas. Após a ida ao local, ele diz não conseguir mais voltar pelo cheiro e situação em que o rio se encontra. "Tem uma espuma, está grossa, um cheiro muito estranho", complementou. Os peixes vêm sendo vistos mortos na antiga capital desde o museu Casa de Cora Coralina e se estendido também ao Balneário Cachoeira Grande, na junção do Rio Vermelho com o Bagagem.

Acidente

O acidente ocorreu na terça-feira passada, depois que um caminhão carregado de agrotóxicos teve uma falha nos freios próximo ao primeiro trevo de acesso à cidade. O caminhão atingiu a traseira de um veículo, o que causou a morte de um casal. Com o acidente, o Corpo de Bombeiros chegou a comunicar a Semad sobre os agrotóxicos espalhados na área. A carga foi identificada como roubada de um local no município de Marcelândia (MT).

Apesar de a Gerência de Gestão e Prevenção de Incêndios e Acidentes Ambientais (Gegia) da Semad tomar iniciativas para evitar o contato com o rio, como barreiras de contenção, as chuvas torrenciais na região acabaram levando produtos tóxicos para o manancial. Após a morte dos peixes, a secretaria entrou em contato com os fabricantes dos produtos, Bayer e Basf, para atender à emergência ambiental. Como prevê a Lei Federal 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, as duas empresas contrataram a Ambipar, que enviou profissionais para atuar na descontaminação da área.

Os ocupantes do caminhão onde a carga estava foram encaminhados ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). De acordo com nota da unidade, enviada na segunda (22), os dois homens estão internados na enfermaria do hospital, com o estado de saúde estável, conscientes e respirando espontaneamente.
(João Gabriel Palhares é estagiário do GJC em convênio com a UFG)

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Onça-parda recebe dentes de titânio em instituto de Goiás

Lana foi sedada para a cirurgia e o procedimento durou cerca de uma hora e meia. Os resultados do tratamento serão documentados em estudos científicos

Lana recebendo próteses de titânio nos dentes caninos (Reprodução/TV Anhanguera)

Lana recebendo próteses de titânio nos dentes caninos (Reprodução/TV Anhanguera)

A onça-parda Lana recebeu próteses de titânio nos dentes caninos em um procedimento inovador realizado pelo Instituto Nex, em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Em entrevista à TV Anhanguera, o dentista veterinário Floriano Pinheiro, disse que a técnica nunca havia sido aplicada em felinos selvagens e explicou que a onça foi sedada para a cirurgia, que durou cerca de uma hora e meia.

Primeiro realizamos o tratamento do canal exposto pelas fraturas e, em seguida, fizemos o escaneamento da cavidade oral para obter um modelo impresso em 3D, utilizado na fabricação das próteses de titânio", detalhou o dentista veterinário.

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas. Ao final da cirurgia, Lana já conseguia se alimentar normalmente com seus novos dentes.

Mesmo vivendo em cativeiro no Instituto Nex, a onça acabou fraturando os dentes caninos do lado direito. Diante disso, os especialistas optaram pela prótese de titânio, um material amplamente utilizado em odontologia humana por ser resistente, leve e altamente compatível com o organismo. No entanto, essa foi a primeira vez que a técnica foi aplicada em um felino selvagem.

O Instituto Nex afirmou que os resultados do tratamento serão documentados em estudos científicos para auxiliar na recuperação de outras onças que não podem ser reintroduzidas na natureza.Floriano Pinheiro destacou que o grande diferencial desse procedimento foi o uso da tecnologia de escaneamento 3D.

Pela primeira vez conseguimos capturar com precisão os mínimos detalhes da cavidade oral desses animais. Antigamente, a moldagem era feita com um material à base de silicone, mas agora podemos garantir um ajuste muito mais perfeito", explicou o dentista veterinário.

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas (Reprodução/TV Anhanguera)

A equipe responsável pelo procedimento foi composta por veterinários e cirurgiões-dentistas (Reprodução/TV Anhanguera)

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Aragarças registra maior temperatura do país, diz Inmet

Cidade goiana registrou 41,9°C, e, segundo o Inmet, a alta temperatura é resultado de uma onda de calor

Onda de calor em Goiás

Onda de calor em Goiás (Wildes Barbosa/O Popular)

O município de Aragarças, no oeste de Goiás, registrou a temperatura mais alta do Brasil nesta sexta-feira (7), atingindo 41,9°C, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até as 15h, a cidade já marcava 40,7°C, chegando ao pico de 41,9°C no final do dia. O segundo maior registro ocorreu em Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, com 39,4°C (veja a lista no final do texto).

De acordo com a coordenadora regional do Inmet, Elizabete Alves Ferreira, uma frente fria pode trazer chuvas isoladas neste sábado (8) e domingo (9), mas não será suficiente para derrubar a onda de calor que mantém as temperaturas elevadas em Goiás.

A frente fria não consegue romper esse bloqueio, então aqui no estado vai influenciar apenas trazendo mais umidade e facilitando algumas chuvas de forma isolada. No sábado e domingo as temperaturas não vão ficar tão elevadas por aqui, mas é só realmente a questão do vento. As temperaturas aqui não vão baixar", afirma Elizabete.

Na manhã deste sábado (8), o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) emitiu um alerta para o estado, destacando o risco de novas elevações nas temperaturas máximas nos próximos dias, devido à chegada de mais uma onda de calor.

Confira as cinco maiores temperaturas de sexta-feira (7):

  • Aragarças (GO) - 41,9°C
  • Porto Murtinho (MS) - 39,4°c
  • Santiago (RS) - 38,7°C
  • Quaraí (RS) - 38,2°C
  • São Borja (RS) - 38,2°C
  • Orientações para período de seca

    Para manter a hidratação e a proteção do corpo durante o período seco, o Ministério da Saúde (MS) recomenda uma série de cuidados. Confira alguns a seguir:

  • Aumentar a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
  • Evitar bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
  • Fazer refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;
  • Crianças, idosos e pessoas com alguma comorbidade podem não sentir sede. Ofereça-lhes água.
  • Evitar a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
  • Diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;
  • Em veículos sem ar-condicionado, deixar as janelas abertas;
  • Não deixar crianças ou animais em veículos estacionados.
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    Carga de agrotóxicos avaliada em R$ 232 mil é apreendida na TO-070 ao ser transportada de forma irregular

    Caso aconteceu em Dueré, região sul do Tocantins. O motorista acabou autuado por crime ambiental devido ao transporte sem autorização e o armazenamento inadequado dos defensivos agrícolas

    Modificado em 30/01/2025, 19:19

    Galões de agrotóxicos são apreendidos na TO-070, em Dueré

    Galões de agrotóxicos são apreendidos na TO-070, em Dueré (Polícia Militar/Divulgação)

    Vários galões de agrotóxicos e um carro foram apreendidos pela Polícia Militar na rodovia TO-070, em Dueré. Segundo a PM, a carga transportada de forma irregular é avaliada em R$ 232 mil.

    O caso foi resgitrado nesta quarta-feira (29), durante bloqueio na rodovia realizado pelo Batalhão de Polícia Militar Rodoviário e Divisas. Na carroceria do veículo foram encontrados 900 litros de agrotóxicos.

    Conforme a polícia, o motorista de 49 anos não possuía autorização para transportar a carga e os materiais estavam armazenados de forma inadequada, gerando risco de contaminação.

    O condutor do veículo foi levado para delegacia, onde foi autuado em flagrante pelo crime previsto no artigo 56 da Lei 9.605/98, ou seja, lei de crime ambiental. Ela prevê penas para quem transporta, produz, armazena substâncias tóxicas para o meio ambiente. O nome dele não foi divulgado.

    A PM também informou que a Secretaria da Fazenda do Tocantins aplicou autuações fiscais, já que os documentos apresentados pelo motorista tinham divergências em relação à legislação tributária.

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    Óleo derramado em córrego pode contaminar praia e lago de Palmas, diz Guarda Ambiental

    Cerca de 10 mil litros de óleo foram descartados em córrego e atingiram o Parque Cesamar. Segundo especialistas da área ambiental, os danos são irreversíveis

    Modificado em 24/01/2025, 16:05

    Corpo de Bombeiros Militar instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe (FMA/Divulgação)

    Corpo de Bombeiros Militar instala barreira de contenção em córrego para evitar que mancha de óleo se espalhe (FMA/Divulgação)

    A mancha de óleo que se espalhou pelo Córrego Brejo Comprido, que passa dentro do Parque Cesamar, pode chegar ao Lago de Palmas e ainda há o risco de contaminar a água que chega até municípios vizinhos. A informação é da Gerência Ambiental da Guarda Metropolitana de Palmas (GMP).

    "Se vier uma chuva de grande volume hoje, por exemplo, toda essa mancha de óleo, todo esse resíduo, tomará destino rumo ao lago da usina de Lajeado. Nós temos um risco iminente e que pode se agravar mais ainda", afirmou o inspetor Adalberto Bernardo, da Gerência Ambiental da GMP.

    O descarte irregular de cerca de 10 mil litros de óleo aconteceu na noite de quarta-feira (22). Na manhã desta sexta-feira (24), equipes de vários órgãos ambientais foram enviadas até a foz do Córrego Brejo Comprido para monitorar a qualidade da água, que corre em direção ao Lago de Palmas e Praia das Arnos.

    A prefeitura afirma que a empresa EHL despejou o produto em uma galeria pluvial. A empresa alega que houve uma falha operacional e que após identificar a ocorrência, imediatamente, iniciou os trabalhos de remoção dos resíduos (veja nota abaixo).

    Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Vazamento de óleo no Córrego Brejo Comprido (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Biodiversidade ameaçada

    Durante a tarde de quinta-feira (23), funcionários da empresa tentaram amenizar a situação utilizando baldes para captar a água contaminada pelo óleo. O material foi colocado em galões. Entretanto, segundo especialistas ambientais, os danos causados são irreversíveis.

    "Toda a fauna, inclusive a aquática, será comprometida de forma direta ou indireta", comentou o inspetor.

    O parque abriga diversas espécies de animais terrestres e aquáticos, como capivaras, pirarucus e jacarés. O risco de mortandade está sendo monitorado pela Fundação de Meio Ambiente de Palmas (FMA), pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Até esta sexta-feira (24) não foi registrada morte de animais.

    Uma barreira de contenção foi instalada no córrego, ainda dentro do Parque Cesamar, pelo Corpo de Bombeiros, para tentar evitar o avanço da mancha. Nesse momento, o empenho das equipes está em minimizar os danos à biodiversidade do parque.

    O presidente da FMA, Isac Braz da Cunha, explicou que uma parte do óleo decantou e ficou depositada no fundo do córrego. O órgão deve fazer um planejamento estratégico para a retirada desses resíduos.

    "Com o passar das chuvas a tendência é o lago baixar o nível. Já temos pontos assoreados que dá pra ver onde tá essa mancha. Já tem um projeto para desassorear o lago e, se for detectado mancha, vamos começar de imediato a articulação junto à Secretaria de Obras", disse o presidente.

    Manchas de óleo são vistas dentro do Parque Cesamar (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Manchas de óleo são vistas dentro do Parque Cesamar (Matheus Dias/ TV Anhanguera)

    Investigação

    A Polícia Civil investiga o caso e a Perícia Científica foi chamada para analisar a situação. Caso seja comprovado a autoria, a empresa pode receber multa entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, conforme a Lei de Crimes Ambientais.

    Conforme apurado pela Guarda Metropolitana, a empresa EHL teria utilizado três caminhões pipas de sucção para retirar o óleo de uma galeria pluvial durante a noite.

    A Prefeitura de Palmas afirmou que o óleo estaria em um tanque de contenção no pátio da empresa e teria sido transferido para um caminhão que, em seguida, fez o descarte na galeria pluvial da Avenida NS-10, próximo ao Parque do Povo.

    Nota da empresa EHL

    A EHL informa que após identificar a ocorrência, imediatamente, tomou todas as medidas, ainda ontem, dia 22, às 19h, iniciando os trabalhos de remoção dos resíduos, com o acompanhamento de engenheiros ambientais, juntamente com órgãos ambientais, para garantir o cumprimento das normas vigentes.

    A empresa reforça que não houve descarte de material na galeria pluvial e sim falha operacional no pátio da empresa.