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UEG é condenada a indenizar vítima de acidente em Anápolis

Condenação abrange ainda motorista e empresa de veículo envolvidos. Homem ficou com abalo psicológico e sequelas físicas

Modificado em 17/09/2024, 16:32

UEG é condenada a indenizar vítima de acidente em Anápolis

(Arquivo pessoal)

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) foi condenada pela Vara da Fazenda Pública Estadual da comarca de Anápolis, a 55 km de Goiânia, a indenizar a vítima de um acidente ocorrido no Km 100 da BR-060. A condenação saiu esse ano, mas o fato se deu em junho de 2016. Além da instituição de ensino, também são réus na ação a Trip Locações, empresa que loca os veículos para o Estado, e o motorista do carro. Eles recorreram.

O advogado João Victor Duarte Salgado, que integra o escritório Celso Cândido de Souza Advogados, explica que a vítima, que prefere não ser identificada, pilotava uma motocicleta Honda Pop na rodovia quando foi atingida pela traseira por um Ford Ka, o qual estava a serviço da UEG.

"Não houve omissão de socorro na hora, chamaram a emergência, mas o meu cliente, que era frentista de um posto de combustíveis, perdeu o baço e sofreu um abalo psicológico grave, o que gerou a incapacidade parcial de laborar", pontua.

O especialista destaca como foi o transcorrer da ação. "Foi solicitado o dano material pelo valor gasto para reparo da motocicleta, danos morais em razão do abalo causado pelo acidente na vítima, danos estéticos pela perda do baço e pensão vitalícia devido a perda parcial da capacidade de laborar", conta, completando com o que os réus alegaram. "Imputaram a culpa do acidente à vítima, afirmando que o farol traseiro estava queimado. Entretanto, ele havia sido trocado há pouco tempo e foi comprovado que não estava queimado".

João Victor salienta que o seu cliente tinha 26 anos na época do acidente, hoje se encontra com 32. "Foi feita perícia com uma psicóloga que comprovou que o abalo psicológico dele foi decorrente de tudo que aconteceu", afirma.

A UEG, Trip Locações e o motorista do veículo no dia foram condenados a pagar R$ 2.341,66 de danos materiais, R$ 8.000,00 de danos estéticos, R$10.742,72 de danos morais e 50% do salário-mínimo vigente em cada ano durante toda a vida da vítima, a contar da data do acidente.

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Anápolis vence o Atlético-GO e se classifica para a final do Goianão

Tricolor volta a decidir o Estadual após quase dez anos e espera adversário da final, que será definido neste domingo (16)

Modificado em 15/03/2025, 21:53

Fábio (no centro) e outros jogadores do Anápolis comemora gol tricolor no Jonas Duarte

Fábio (no centro) e outros jogadores do Anápolis comemora gol tricolor no Jonas Duarte (Wesley Costa / O Popular)

O Anápolis venceu o Atlético-GO por 3 a 2 neste sábado (15), no Estádio Jonas Duarte, em Anápolis, e se classificou para a final do Campeonato Goiano. O tricolor volta à decisão estadual após quase dez anos - foi finalista pela última vez em 2016, quando foi vice-campeão. Agora, o Galo da Comarca espera a definição do adversário na decisão estadual, que será Vila Nova ou Goiás, que se enfrentam neste domingo (16) no Serra Dourada.

A classificação do Anápolis à decisão saiu de um placar agregado de 5 a 4, já que houve empate por 2 a 2 na partida de ida da semifinal. No jogo da volta, o Anápolis saiu na frente, levou a virada e, depois, virou de novo para buscar a vitória e a vaga na final.

Primeiro clube do interior a ser campeão goiano, em 1965, o Anápolis terá a chance de faturar a segunda conquista 60 anos depois do primeiro título.

Mas, antes disso, o Anápolis já tem um título garantido, o de Campeão do Interior, novidade do Goianão em 2025. Pela conquista, o tricolor fatura premiação de R$ 200 mil. Se fosse eliminado pelo Atlético-GO, o Anápolis teria de fazer dois jogos para decidir o campeão do interior com o Crac. O regulamento prevê que, se um time do interior chegar à final, já será dono desse título.

O Atlético-GO amarga o fim do sonho de chegar ao inédito tetracampeonato do Goianão. Tri nas últimas três edições (2022, 2023 e 2024), o Dragão acaba eliminado na estreia de Cláudio Tencati como treinador para a sequência da temporada.

É a segunda eliminação do Atlético-GO em quatro dias. Na última quarta-feira (12), o Dragão caiu para o Retrô-PE nos pênaltis na 2ª fase da Copa do Brasil. Agora, o clube rubro-negro só terá a Série B pela frente. A estreia na competição será em três semanas, período que o clube terá para se reformular.

Como foi a volta da semifinal

Anápolis e Atlético-GO prometeram e cumpriram um jogo ofensivo, de muitas chances, e frenético. O tricolor saiu na frente aos 7 minutos em jogada de tentativas seguidas que culminou em finalização de Matheus Lagoa, rebote de Anderson na defesa e gol de cabeça de Ariel aproveitando a sobra.

O Atlético-GO não se abateu com o gol sofrido e partiu para o ataque. Aos 18, empatou com William Pottker. O atacante recebeu na direita da área e chutou firme cruzado no canto para empatar.

Caio Dantas acertou a trave aos 25 minutos, quando saiu na frente de Paulo Henrique e tentou a finalização.

A virada veio no minuto seguinte. Após cobrança de falta, o zagueiro Pedro Henrique cabeceou e marcou, deixando o placar em 2 a 1.

O Anápolis, que sofreu dois gols próximos, partiu em busca da reação. Chutou por cima do gol de Anderson aos 32, assustando.

O jogo ficou nervoso e só saíram cartões amarelos até o fim da etapa. Quatro jogadores de cada time receberam cartões em sequência. Guilherme Romão, Marcelinho, William Pottker e Caio Dantas no Atlético-GO, e Fábio, Igor, João Afonso e Ariel no Anápolis.

No início do segundo tempo, na lateral da área do Atlético-GO, William Maranhão acerta o chute em Samuel Michels, do Anápolis. Não houve a marcação no campo, mas o VAR chamou Jefferson Ferreira para ver o lance no monitor. O árbitro, então, reviu e marcou a penalidade a favor do tricolor.

Aos 12 minutos, Igor Cássio bateu e marcou, no estilo bola de um lado, goleiro do outro. Foi o sexto gol do atacante no Goianão - artilheiro do Estadual.

A segunda virada do jogo veio aos 16 minutos. Depois do lateral cobrado e da escorada de cabeça, Fábio pegou o chute de primeira para guardar no canto esquerdo de Anderson. Lateral direito, o jogador do Anápolis fez o gol com um chutaço de canhota. 3 a 2 para o Anápolis.

O Atlético-GO quase empatou aos 31 minutos, quando Marcelinho invadiu a área pela direita e chutou cruzado. A bola raspou a trave de Paulinho. Aos 51, a defesa do Anápolis também tirou o perigo do empate atleticano.

Após o apito final, Alejo Cruz, do Atlético-GO, foi expulso.

Veja fotos da semifinal:

FICHA TÉCNICA

Semifinal do Goianão (jogo da volta)
Jogo: Anápolis x Atlético-GO
Data: 15/3/2025 (Sábado)
Local: Estádio Jonas Duarte (Anápolis-GO)

Árbitro: Jefferson Ferreira
Assistentes: Hugo Corrêa e Igor Alves
VAR: Caio Max Augusto Vieira

Atlético-GO: Anderson; Raí Ramos, Alix Vinícius, Pedro Henrique e Guilherme Romão; Willian Maranhão (Sandro Lima), Rhaldney e Shaylon (Kauan); William Pottker (Alejo Cruz), Caio Dantas (Raí) e Marcelinho (Federico Martínez). Técnico: Cláudio Tencati

Anápolis: Paulo Henrique; Fábio, André, Igor Souza (Renan) e Caxambu; João Afonso, Samuel Michells (Pedro Thomaz) e Ariel; Matheus Lagoa (Rubinho), Igor Cássio (Marcão) e Kadu (Pepê). Técnico: Ângelo Luiz

Gols: Ariel (7'/1ºT), William Pottker (18'/1ºT), Pedro Henrique (25'/1ºT), Igor Cássio (12'/2ºT, de pênalti), Fábio (16'/2ºT)

Expulsão: Alejo Cruz

Público:6.249 pagantes, 6.380 presentes
Renda: R$ 230.810,00

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Quase 200 bairros de Anápolis podem ficar sem água nesta sexta-feira durante manutenção emergencial; veja lista

A interrupção vai acontecer nesta sexta-feira (14) a partir das 8h, com previsão de conclusão às 16h

Estação de Tratamento de Água (ETA) Compacta em Anápolis

Estação de Tratamento de Água (ETA) Compacta em Anápolis (Reprodução/Saneago)

A Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) informou que será necessário realizar uma manutenção de emergência para consertar um vazamento na Estação de Tratamento de Água de Anápolis, a 55km de Goiânia. Segundo a companhia, 193 bairros do Sistema Piancó poderão ficar sem água (confira a lista no final da matéria).

A interrupção vai acontecer nesta sexta-feira (14) a partir das 8h, com previsão de conclusão às 16h. Segundo a Saneago, será realizada também a limpeza do poço de sucção na captação Piancó 1, substituindo os transformadores da captação.

A companhia alerta que o abastecimento não é normalizado quando o bombeamento é retomado, a normalização da água é gradual e acontece à medida em que as redes e os reservatórios são carregados com carga d'água.

O retorno da água, segundo a Saneago, será iniciado pelos reservatórios da zona baixa, depois zona média e por último, zona alta. A recuperação total do sistema está prevista para acontecer até sábado (15).

A Saneago pede que a população seja consciente no consumo de água das reservas nas caixas d'água de suas residências.

Lista de bairros afetados:

Adriana Parque
Alto da Bela Vista
Anápolis City
Andracel Center
Anexo Antônio Fernandes
Anexo Itamaraty
Bairro Alvorada
Bairro Antônio Fernandes
Bairro Boa Vista
Bairro Bom Sucesso
Bairro da Lapa
Bairro das Bandeiras
Bairro de Lourdes
Bairro Eldorado
Bairro Frei Eustáquio
Bairro Itamaraty 1ª, 2ª, 3ª e 4ª etapas
Bairro JK
Bairro Jóquei Clube
Bairro Maracanã
Bairro Maracanazinho
Bairro Recanto do Sol
Bairro Santo Antônio
Bairro São Carlos
Bairro São Jerônimo
Bairro São Jorge
Bairro São Lourenço
Bairro São Sebastião
Campos Elísios
Centro
Chácara Colorado
Chácaras Americanas
Cidade Jardim
Cidade Universitária
Cidade Universitária
Condomínio Bellas Artes
Condomínio Reserva da Base
Condomínio Sol Nascente
Condomínio Tropical
Condomínio Vila Lobos
Conjunto Filostro Machado
Conjunto Jamaica
Conjunto Mirage
Conjunto Village
Dom Pedro II
Flor do Cerrado
Frei Eustáquio
Granjas Santo Antônio
Iapc
Jardim Alexandrina
Jardim América
Jardim Arco Verde 1ª e 2ª etapas
Jardim Bandeirante
Jardim Boa Vista
Jardim das Américas 1ª, 2ª e 3ª etapas
Jardim das Oliveiras
Jardim dos Ipês
Jardim Eldorado
Jardim Europa
Jardim Goiano
Jardim Guanabara
Jardim Ibirapuera
Jardim Palmares
Jardim Petrópolis
Jardim Planalto
Jardim Primaveras 1ª e 2 ª etapas
Jardim Progresso
Jardim Santa Cecilia
Jardim Santana
Jardim Silveira
Jardim Suiço
Jardim Tesouro
Jardim Vera Cruz
Jardim Village
Jardins do Lago
JK Nova Capital
JK Oeste
Loteamento Guanabara
Loteamento Jardim Flor de Liz
Loteamento Jardim São Paulo
Loteamento Novo Jundiaí
Loteamento Residencial Alphaville
Loteamento Santa Clara
Nações Unidas
Nova Vila Jaiara
Parque Brasília
Parque dos Eucalíptos
Parque dos Pirineus
Parque Iracema
Parque Michel
Parque Residencial Ander
Parque Residencial das Flores
Recanto do Sol
Residencial Aldeia dos Sonhos
Residencial Alphaville
Residencial América
Residencial Ana Carolina
Residencial Anaville
Residencial Araguaia
Residencial Araujoville
Residencial Ayrton Senna
Residencial Boa Esperança
Residencial Bougainville
Residencial Cerejeiras
Residencial das Rosas
Residencial Dom Emanoel
Residencial Dom Felipe
Residencial Gabriela
Residencial Galdí
Residencial Gran Ville
Residencial Idelfonso Limírio
Residencial Ipanema
Residencial Itororó
Residencial Jandaia
Residencial Las Palmas
Residencial Leblon
Residencial Maria Augusta
Residencial Mônica Braga
Residencial Morada Nova
Residencial Palmeiras
Residencial Paris
Residencial Portal do Cerrado
Residencial Rio Jordão
Residencial San Marco
Residencial Santa Cruz
Residencial Santo Antônio
Residencial Santo Expedito
Residencial São Cristóvão
Residencial Shangrilá
Residencial Tangará
Residencial Terezinha Braga
Residencial Vale do Sol
Residencial Valência
Residencial Veneza
Residencial Verona
Residencial Vida Nova
Residencial Vila Feliz
Residencial Virgínia Correa
Residencial Centenário
Residencial Alfredo Abrhão
Setor Central
Setor Industrial Aeroporto
Setor Jundiaí Industrial
Setor Lago dos Buritis
Setor Nova Capital
Setor Residencial Jandaia
Setor Scala
Setor Sul 1ª, 2ª e 3ª etapas
Setor Tropical Sítios de Recreio
Summerville
Vila Bella
Vila Brasil
Vila Calixto Abrão
Vila Celina
Vila Corumbá
Vila das Acácias
Vila de Lourdes
Vila dos Oficiais
Vila Fabril
Vila Falluh
Vila Formosa
Vila Formosa JK
Vila Goiás
Vila Góis
Vila Harmonia
Vila Industrial Jundiaí
Vila Jaiara
Vila João Luiz de Oliveira
Vila João XXIII
Vila Jussara
Vila Menino Jesus
Vila Norte
Vila Nossa Senhora Aparecida
Vila Nova Jaiara
Vila Rica
Vila Santa Isabel
Vila Santa Maria
Vila Santa Maria de Nazareth
Vila Santana
Vila São João
Vila São Jorge
Vila São José
Vila Sul
Vila Tocantins
Vila União Central

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Abatedouro clandestino de cavalos é descoberto em zona rural de Anápolis

40 animais encontrados com sinais de maus-tratos foram encaminhados para tratamento em uma chácara da Prefeitura de Anápolis

Modificado em 10/03/2025, 17:23

Cavalo encontrado pela polícia em abatedouro (Paulo de Tarso/SECOM/Prefeitura de Anápolis)

Cavalo encontrado pela polícia em abatedouro (Paulo de Tarso/SECOM/Prefeitura de Anápolis)

Um abatedouro clandestino de cavalos foi descoberto em Anápolis, no centro goiano, segundo a polícia. A descoberta foi feita por meio de uma denúncia de moradores, que deu início à operação realizada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Polícia Civil, Polícia Militar e Batalhão Rural. Conforme os militares, dois suspeitos, que teriam suposta ligação com o abatedouro foram presos.

Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, O Daqui não localizou as defesas até a última atualização desta reportagem.

A operação realizada neste domingo (9) descobriu que o abatedouro clandestino foi identificado por meio de denúncias dos moradores. Na denúncia, foi informado que havia uma movimentação anormal de urubus no local, além do forte odor. Nos relatos, os moradores também suspeitaram que a carne estava sendo comercializada.

Segundo o capitão Leyster Araujo, policial militar da Patrulha Rural, a suspeita é de que a carne estava sendo comercializada. "Encontramos animais já separados em uma espécie de curral para serem abatidos. Tudo evidencia que essa carne era comercializada para o cidadão", afirmou em entrevista à TV Anhanguera.

Ao chegar ao local, os órgãos responsáveis pela operação encontraram 40 cavalos em condições de maus-tratos, sem acesso à alimentação e sem água. Além disso, muitos estavam com ferimentos graves, como patas quebradas e olhos lesionados.

Abatedouro ilegal em Anápolis (Paulo de Tarso/Secom/Prefeitura de Anápolis)

Abatedouro ilegal em Anápolis (Paulo de Tarso/Secom/Prefeitura de Anápolis)

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) acredita que o local era utilizado para abater a carne, que, em seguida, era encaminhada para transformação.

A gente percebeu que era um local de abate. Deve haver um local onde é feita a manipulação e transformação dessa carne. Então, nós vamos até esse local, estamos investigando onde é, e quais pontos de venda estavam fazendo o comércio desse produto", afirmou Marcelo Guimarães, coordenador regional da Agrodefesa, em entrevista à TV Anhanguera.

Os animais encontrados foram encaminhados para a chácara da Prefeitura de Anápolis para receber tratamento. A Polícia Científica esteve no local para realizar a perícia, e as investigações estão em andamento.

O secretário de Meio Ambiente de Anápolis, Rone Barbosa, informou que a prefeitura aguarda as investigações.

É um alerta para que a prefeitura atue de forma mais incisiva na avaliação dos produtos que estão sendo consumidos na cidade. Qualquer conclusão nesse momento é prematura em relação ao destino dessa carne; cabe à investigação policial", ressaltou Rone Barbosa em entrevista à TV Anhanguera.

Os animais foram encaminhados para tratamento em uma chácara da Prefeitura de Anápolis (Paulo de Tarso/Secom/Prefeitura de Anápolis)

Os animais foram encaminhados para tratamento em uma chácara da Prefeitura de Anápolis (Paulo de Tarso/Secom/Prefeitura de Anápolis)

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Em seis anos, UEG perdeu 48 cursos e 5 câmpus

Projeto de reestruturação iniciado em 2019 previa extinção de 57 graduações e 15 câmpus, mas ações ainda não foram finalizadas. Instituição estadual já saiu de 5 cidades goianas

Modificado em 08/03/2025, 16:40

Câmpus metropolitano da UEG no Parque Laranjeiras, em Goiânia, é uma das 11 unidades que estão em obras

Câmpus metropolitano da UEG no Parque Laranjeiras, em Goiânia, é uma das 11 unidades que estão em obras (Wildes Barbosa / O Popular)

Desde que foi apresentado o relatório final da Comissão de Redesenho, em 2019, na Universidade Estadual de Goiás (UEG), a instituição já descontinuou 48 ofertas de cursos de graduação e 5 câmpus. No documento, que foi rejeitado pelo Conselho Superior Universitário (CsU), a previsão era que fossem extintas 57 ofertas de cursos e 15 câmpus, mas a decisão do grupo na época foi de tomar como base o relatório para uma reavaliação. Ficou decidido que 30 dos 57 cursos apontados seriam reavaliados. Na época, o documento foi rejeitado sob o argumento de que ele foi realizado apenas por gestores da UEG, sem a participação da comunidade acadêmica.

Outras 39 ofertas de cursos não receberam qualquer ingressante neste ano e ainda podem ser descontinuadas nos próximos anos, com a exceção da graduação em Medicina, no câmpus de Itumbiara, que possui um vestibular à parte e que ainda não teve o resultado revelado. Vale explicar que a descontinuidade é descrita pela instituição como de "oferta" e não de "curso", já que um mesmo curso (como de Pedagogia, História, Administração, etc.) pode ser ofertado em mais de um câmpus e a exclusão se dá em um local específico e não de toda a universidade. Há ainda 6 ofertas que possuem menos de 10 ingressantes neste ano, o que pode ocorrer devido à migração entre os câmpus, em relação a cursos que estão sendo descontinuados.

A UEG tem adotado como política o não retorno dos cursos que apresentam nota baixa nas avaliações como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e Conceito Preliminar de Curso (CPC), que, anteriormente, ficavam suspensos de ofertar vagas nos vestibulares até uma melhoria. Agora, na maioria dos casos, ocorre a descontinuidade. A decisão do governo Caiado de colocar em prática a redução da universidade atende a estudos internos da instituição que se iniciaram em 2008, com a conclusão de que a UEG não suportava mais o seu tamanho, o que teria feito a perda de qualidade da instituição em determinados câmpus ou cursos devido à incapacidade de fazer a gestão dos mesmos.

Para se ter uma ideia, em 2019, a UEG tinha 45 câmpus em 43 cidades diferentes do Estado. Apenas Goiânia e Anápolis possuíam duas unidades diferentes. Atualmente, são 40 câmpus efetivados em 38 cidades, e pelo menos outros 4 devem ser descontinuados nos próximos anos, o que deve ocorrer com a formação dos últimos alunos ainda matriculados nos locais ou há apenas o aguardo da questão burocrática de repasse dos imóveis.

Em Crixás, por exemplo, o prédio da UEG foi repassado para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e deve dar lugar a um colégio estadual de ensino fundamental e médio, de gestão da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO). Em Edéia, a estrutura foi repassada em convênio para a prefeitura municipal.

Neste mesmo período de seis anos desde o início do redesenho, de acordo com os dados abertos disponibilizados pela própria UEG, a universidade teve uma redução de 10 mil alunos, embora seja válido lembrar que houve o período de pandemia da Covid-19 a partir de 2020 e 2021. O atual reitor, Antonio Cruvinel Borges Neto, que tomou posse em meados de 2021, relata que, na época, havia 9 mil alunos matriculados nos cursos de graduação na universidade. Atualmente, os dados da instituição apontam 13.098 matriculados, enquanto que em 2019 eram 23.098, gerando a diferença de 10 mil alunos exatamente. "A gente está em um processo de retomada, a prova disso é que o número de inscritos no vestibular dobrou em três anos", diz.

Borges Neto conta que em 2022 foram 7 mil alunos interessados em ingressar na universidade no processo seletivo geral, que abrange todos os cursos, com exceção de Medicina, no câmpus Itumbiara, que possui vestibular separado. No certame para os ingressantes deste ano foram 14 mil inscritos, mesmo com uma oferta de cursos e vagas menor, conforme aponta o reitor. "Isso mostra que os estudantes sabem que a reestruturação era necessária, é um efeito disso. Os cursos que ficaram são reconhecidos como de qualidade, é o que a universidade pode oferecer de melhor", afirma. Ele diz que a UEG possui hoje 37 cursos e 115 ofertas (o número difere já que há cursos ofertados em mais de um câmpus).

Orçamento

Também em 2019, o Estado de Goiás modificou o estatuto da UEG e a forma de repasse da verba à instituição, que deixou de ser carimbada em 2% da receita líquida estadual para uma definição anual, como ocorre com as secretarias, por exemplo. A mudança foi vista como uma perda de garantias e de verbas para a universidade, o que redundaria em sucateamento, mas explicada sob o argumento de que a instituição não conseguia executar a verba destinada. Para o presidente da Associação dos Docentes da UEG (Adueg), professor Marcelo Moreira, isso é mostrado no aumento da evasão dos alunos, que seria o principal problema da instituição atualmente.

"É o maior gargalo, que inclusive se discute no CsU, sobre como manter os alunos na universidade. Não conseguimos dar bolsas, o perfil dos estudantes já mudou também", diz Moreira.

Segundo os dados da UEG, o número de alunos que abandonaram o curso em 2019 (1.416) é muito semelhante ao da quantidade atual (1.436), porém, como há um menor número de matriculados em 2025, a proporção é maior. Enquanto em 2019 cerca de 6% dos matriculados evadiram, neste ano o índice chega a 10%. Em 2024, com o ano já fechado, a evasão chegou a 7%.

Segundo o reitor da UEG, o problema da evasão de fato existe, mas vem sendo discutido e buscadas soluções a partir das bolsas. "A UEG é a universidade do filho do trabalhador goiano. 78% dos nossos alunos são de famílias de até três salários mínimos", afirma. Porém, ele não considera que a mudança no modelo de orçamento seja um problema.

"Em 2021, nós começamos com R$ 302 milhões e chegamos a R$ 321 milhões. Neste ano, começamos com R$ 524 milhões e já temos R$ 532 milhões. E isso é porque nós hoje conseguimos executar até 99% do orçamento. Minha obstinação nunca foi chegar nos 2%, mas saber quanto preciso para fazer tal coisa", diz.

Reformas

Borges Neto relata que, atualmente, 11 unidades estão passando por reforma, visando a qualidade do ensino e a melhoria estrutural para estudantes e servidores. Uma delas é a do Parque Laranjeiras, em Goiânia, cuja obra teve início no mês de fevereiro de 2024, com previsão de término no segundo semestre de 2025.

"As obras incluem modernização das instalações, melhorias em toda a infraestrutura elétrica, reparos na cobertura, adequação de pisos, reforma do ginásio, construção de laboratórios e de banheiros e pintura geral. O projeto ainda vai garantir a acessibilidade em todos os ambientes da unidade", informa a UEG. A reforma está orçada em R$ 3,8 milhões e já foram executados cerca de 55% dos trabalhos.

Reitor garante que processo é interno

O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Antonio Cruvinel Borges Neto afirma que toda a política de redesenho da instituição tem sido realizada intramuros, ou seja, com a participação do Conselho Superior Universitário (CsU) e da reitoria, sem qualquer ingerência do governo estadual. Em 2019, o relatório que provocou o redesenho foi feito quando a universidade passou por uma intervenção estadual. O reitor havia sido nomeado por decreto. O ato durou até março de 2021, quando o processo eleitoral foi realizado, com a eleição de Borges Neto. "O governador nunca me ligou para questionar qualquer decisão da UEG, mesmo sendo decisões que podem afetar politicamente, afinal, é a saída de uma universidade de um município, que é uma base eleitoral", conta.

Borges Neto ressalta que o redesenho iniciado em 2019 só estabeleceu o que vários relatórios anteriores haviam feito, que era demonstrar a incapacidade da UEG em se manter do tamanho que estava. "Em 2008, em uma tarde, mais de 50 cursos foram criados na UEG. Em 2009 já havia relatório técnico explicando que não era possível manter essa quantidade de ofertas, o mesmo foi feito em 2010, em 2013 se inicia um redesenho, em 2015 não teve um consenso, em 2018 um outro redesenho que foi rejeitado pelo conselho. Até 2022, foram 15 anos de discussão em que sempre apontou essa expansão desordenada. Quando assumi, já estava posto esse redesenho e extinguimos 42 ofertas, com vistas à qualidade."

À época, O POPULAR apurou que o maior problema da expansão era que ela ocorreu sem planejamento e, na maior parte das vezes, para atender demandas políticas de grupos nos municípios, que buscavam uma plataforma de governo com a abertura de novos cursos ou novos câmpus da UEG. O argumento dos gestores da época era que a expansão favorecia e incentivava moradores do interior goiano a entrarem para o ensino superior e qualificar a mão de obra local, com cursos de licenciatura, para a formação de professores, e de áreas análogas à economia da região, como de técnicos agrícola ou sucroalcooleiro.

A baixa procura por cursos de licenciatura, o que ocorre em todas as instituições de ensino superior, também fez com que a expansão passasse a não ser eficaz. "A UEG é uma universidade caracterizada pela formação de professores, porém a procura é baixa. Isso ocorre também nas universidades particulares e nas federais, em Goiás e nos outros estados. É uma coisa geral, pela desvalorização do professor, por muitos fatores", diz o reitor. Dos 48 cursos descontinuados desde 2019, 15 são de licenciatura ou Pedagogia. Outros 19 são de cursos técnicos, voltados para a formação de mão de obra local, e 14 são de bacharelado.

Associação questiona extinções

Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o professor Marcelo Moreira, da área de Economia, afirma que a reestruturação que a instituição de ensino superior passa desde 2019 não é feita de maneira planejada. Segundo ele, a descontinuidade dos cursos não é transparente e nem é discutida dentro do Conselho Superior Universitário (CsU), sendo muito mais a partir de decisões da reitoria e que a comunidade só fica sabendo a partir da falta de ofertas de vagas nos vestibulares. "Perdemos muitos alunos em regiões que precisam, como no Norte e Nordeste do Estado. É um momento de muita preocupação dos professores, que já dura muitos anos", diz.

Um dos principais problemas apontados é que, com a redução, muitos servidores, tanto professores como técnicos, tiveram que migrar e dar aulas em até mais de uma cidade. "Tem professores dando aulas em duas ou três unidades, rodando até 300 quilômetros nessas estradas de Goiás e sem nenhum aporte da universidade, tirando do próprio bolso mesmo", conta.

Ele explica que, mesmo a universidade estando menor de uma maneira geral, novos cursos estão sendo abertos e a quantidade de docentes permanece em cerca de 1 mil. Em 2019, uma decisão judicial após ação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), obrigou a UEG a desfazer contratos temporários vencidos e abrir concursos.

Desde então, foram 13 certames realizados e o último destes teve a nomeação assinada nesta sexta-feira (7) pelo governador Ronaldo Caiado, dando posse a 71 novos professores da UEG, que vão atuar distribuídos em 19 campi. Moreira relata que, ainda assim, a carga horária tem sido extenuante, já que, além do ensino, há ações de extensão, pesquisa e ainda de gestão das unidades. "Para os professores, além de ter de sair da cidade, os cursos vão fechando e os servidores são incorporados em cursos análogos, mas isso vai desmotivando, não é a graduação que a pessoa queria, na cidade que já estava."

O reitor da UEG, Antonio Cruvinel Borges Neto, explica que a instituição tem tentado alocar os professores em cidades que eles querem, a partir de processos seletivos internos antes dos concursos.