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Um ano após pai e avó morrerem envenenados, médica cobra julgamento e desabafa: 'Queremos dar um fim nesse ciclo'

Advogada Amanda Partata Mortoza, acusada pelo crime, teve novo pedido de liberdade negado pela Justiça

Modificado em 19/12/2024, 08:56

Médica Maria Paula Pereira ao lado do pai Leonardo Pereira Alves e da avó Luzia Tereza Alves (Arquivo pessoal/Maria Paula Pereira)

Médica Maria Paula Pereira ao lado do pai Leonardo Pereira Alves e da avó Luzia Tereza Alves (Arquivo pessoal/Maria Paula Pereira)

O caso da advogada Amanda Partata Mortoza, de 32 anos, acusada de matar o ex-sogro Leonardo Pereira Alves e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, envenenados com bolos de pote , em Goiânia, completou um ano. À reportagem, a médica Maria Paula Pereira Alves, de 27, que é filha de Leonardo e neta de Luzia, cobrou por mais rapidez no julgamento para "dar um fim nesse ciclo".

Eu desejo só que ela seja julgada de forma justa e que seja julgada logo, porque esse é um ciclo que, querendo ou não, machuca, um ciclo que não foi encerrado ainda. É uma parte ali que, como não teve desfecho, a gente tem que estar vivendo constantemente, as atualizações, as mudanças. Isso machuca mais do que devia. Então a gente quer dar um fim nesse ciclo, quer que ela seja julgada logo", desabafou a médica.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) informou que a data do julgamento ainda não foi marcada. A reportagem entrou em contato com a defesa de Amanda, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.

O crime aconteceu no dia 17 de dezembro de 2023, em Goiânia . Três dias depois, Amanda Partata foi presa e permanece na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia. Ela foi suspensa dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO).

Maria Paula acrescentou que apesar do sentimento de justiça, não deseja que a acusada sofra a mesma dor que ela passou.

Isso não vai trazer de volta, não vai adiantar nada, eu não vou me sentir melhor com o sofrimento dela. Mas eu quero que ela pague, eu quero que ela seja julgada, eu quero a justiça, é isso que eu quero", disse.

Pai da médica, Leonardo Pereira, morreu no dia 17 de dezembro de 2023. Já a mãe dele, Luzia Alves, veio a óbito no dia seguite (Arquivo pessoal/Maria Paula Pereira)

Pai da médica, Leonardo Pereira, morreu no dia 17 de dezembro de 2023. Já a mãe dele, Luzia Alves, veio a óbito no dia seguite (Arquivo pessoal/Maria Paula Pereira)

Para a médica, a dor continua tão intensa como foi no dia da morte do pai e da avó. Ela mencionou que a emoção que sente é parecida a de estar vivendo um pesadelo que não consegue acordar.

É uma coisa que vai assombrar eternamente, não tem como ser diferente. Cada vez mais o sentimento é mais maduro em relação a lembrar das partes boas, do quanto ele [pai] me amou, que ainda está comigo espiritualmente, do quanto ele fez o papel dele aqui na terra. Falar que vai ser digerido, que vai ficar para trás, que vamos ficar em paz com isso, é uma coisa que nunca iremos", disse Maria Paula.

Crimes

Em janeiro deste ano, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) e acatou o pedido de conversão da prisão temporária em preventiva , a "fim de garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal". Os crimes apontados pelo MPGO foram:

  • Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) contra Leonardo Pereira Alves, pai do ex-namorado de Amanda.
  • Homicídio consumado triplamente qualificado (pelo motivo torpe, emprego de veneno e dissimulação) e agravado pela idade contra Luzia Alves, avó do ex-namorado de Amanda.
  • Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) praticado contra o tio do ex-namorado de Amanda.
  • Homicídio tentado duplamente qualificado (pelo motivo torpe e pelo emprego de veneno) e agravado pela idade da vítima contra o avô do ex-namorado de Amanda.
  • Amanda Partata (Wesley Costa / O Popular)

    Amanda Partata (Wesley Costa / O Popular)

    Justiça

    Amanda Partata irá a júri popular, conforme decisão expedida pelo TJGO em agosto deste ano. O documento descreve que a ré deve permanecer em prisão preventiva, sem possibilidade de substituição por medida cautelar.

    No dia 28 de novembro, o TJGO negou mais um pedido de habeas corpus requerido pela defesa de Amanda. No documento, os advogados alegaram que a acusada "está sofrendo constrangimento ilegal", sustentando que a manutenção da prisão se baseia "em termos vagos, como 'garantia da ordem pública' e 'periculosidade', sem especificar fatos novos capazes de justificar". Justificaram ainda que há uma "verdadeira antecipação da pena, violando a presunção de inocência da paciente".

    No voto que negou o pedido de liberdade, o relator Wild Afonso Ogawa afirmou que as medidas cautelares diferentes da prisão seriam "inadequadas", uma vez que representam grave risco à ordem pública, "cuja preservação é indispensável para manter a paz social e prevenir a prática de novos crimes".

    O magistrado argumentou ainda que as provas mostram que o crime foi premeditado, "pela dissimulação e pela manipulação reiterada, bem como pela ausência de arrependimento e pelos traços de personalidade antissocial apontados em laudos periciais".

    Relembre o caso

    Amanda no momento do envenenamento (Arquivo Pessoal)

    Amanda no momento do envenenamento (Arquivo Pessoal)

    Amanda Partata poderá ser condenada por mais de 100 anos de prisão. A afirmação foi dada pelo delegado que investiga o caso, Carlos Alfama.

    Anteriormente, a advogada era investigada por praticar o duplo homicídio contra Leonardo, e a mãe dele, Luzia, além da tentativa de homicídio em desfavor do marido de Luzia, João Alves, que se recusou a comer o pote de bolo por ser diabético. No entanto, as investigações apontaram que Agostinho Alberto (Beto), tio do ex-namorado de Amanda, esteve na casa lhe foi oferecido o bolo envenenado.

    No relatório final emitido ao Poder Judiciário, a polícia decidiu por indiciar a Amanda por dois homicídios consumados, duplamente qualificados, e por duas tentativas de homicídio. Uma tentativa de homicídio contra o seu João e uma tentativa de homicídio contra o Beto. As penas somadas nesse grau podem chegar a mais de 100 anos de reclusão", explicou o delegado.

    As vítimas morreram, respectivamente, no dia 17 e 18 de dezembro, após consumirem o bolo envenenado e serem levados para internação hospitalar com fortes cólicas, em Goiânia. Alfama afirmou que a intenção de Amanda era matar todas as pessoas da casa, uma vez que foi oferecido para todos e a quantidade do veneno era suficiente para isso .

    Pesquisa antes do crime

    Ainda durante a coletiva, o investigador informou que a PC conseguiu ter acesso ao celular da advogada, onde foram encontrados pesquisas, antes dela efetuar o crime, sobre a possibilidade de descobrirem o veneno utilizado.

    De acordo com o delegado, ela buscou "qual seria o exame capaz de detectar o veneno que ela utilizou. Isso antes do crime. Essa é mais uma prova que mostra que realmente ela é executora desses homicídios".

    Além disso, a polícia conseguiu um melhoramento das imagens nas câmeras de segurança do hotel e foi possível verificar que na caixa que ela recebeu de antes do clima, constou um número. Esse é o mesmo número do pedido da compra do veneno no site da internet. Ela fez a aquisição dessa substância", acrescentou Alfama.

    Conforme o relatório, Amanda também pesquisou um dia antes do café da manhã sobre hepatomegalia, um aumento exagerado do fígado que pode ser causado por envenenamento. Horas antes de ir a casa do policial civil, ela procurou saber se "intoxicação alimentar mata". Inicialmente, quando ainda não havia suspeita de crime, a família das vítimas não descartava esta possibilidade, o que foi rapidamente descartado pela Polícia Técnico Científica (PTC) devido à rapidez com que o policial e a mãe morreram.

    No dia 18 de dezembro, já com Leonardo morto e a avó do ex na UTI, a advogada fez uma última pesquisa destacada pelo laudo: "análise de material biológico". No relatório entregue à Justiça, o delegado afirma que estes novos detalhes acrescidos à investigação "tornam inafastável a conclusão de que ela premeditou e estudou os crimes de homicídio que praticou contra as vítimas".

    Investigações

    A investigação da Polícia Civil (PC) apontou que horas antes de morrer envenenado pela ex-nora, após tomar café da manhã no dia 17, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, enviou um áudio a ela dizendo que estava passando mal e que o mesmo acontecia com a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86 anos.

    Segundo o delegado Carlos Alfama, ele ainda teria dito à Amanda para que buscasse atendimento médico, já que ela também ingeriu os alimentos e ainda por acreditar que ela estava grávida. O áudio foi enviado após a ex-nora sair da casa de Leonardo e voltar para Itumbiara, cidade onde mora no Sul goiano.

    Ela [Amanda] ficou ali [na casa] entre 9h e 12h. Assim que ela sai, recebe um áudio de Leonardo reclamando de fortes dores estomacais, vômito e diarreia. Ainda disse 'olha, você está grávida. Vai para o hospital porque estou passando muito mal e minha mãe também'.", explicou o investigador.

    Conforme a investigação, ela só foi em um hospital no final da noite daquele mesmo dia, depois que recebeu a informação que o ex-sogro e a mãe dele tinham morrido.

    Compra dos produtos

    O trajeto realizado por Amanda Partata no dia em que ela teria matado o pai e a avó do ex-namorado envenenados foi filmado por câmeras de segurança. De acordo com a PC, a suspeita comprou alimentos em um mercado, voltou ao hotel onde estava hospedada em Goiânia, ficou cerca de 3 horas na casa das vítimas, e depois retornou para Itumbiara, onde morava.

    Às 8h11, ela passa pelo caixa, paga o que comprou, e deixa o local. "E voltou ao hotel com esses alimentos. Ela poderia ter ido direto, mas ela volta ao hotel com os alimentos e depois ela vai para a casa das vítimas", explicou o delegado Carlos Alfama. Confira Amanda deixando o mercado (veja o vídeo abaixo) .

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    Amanda estava hospedada em um hotel também localizado no Setor Marista. O nome do local e as imagens das câmeras ainda não foram divulgadas. Segundo o delegado, ainda não é possível confirmar onde ela manuseou o veneno. No hotel, ela trocou de roupas, colocou um vestido branco, e seguiu para a casa das vítimas.

    Envenenamento

    Segundo a Polícia Civil, o veneno teria sido colocado no suco, por conta da facilidade de se misturar e dissolver em líquidos.

    A possibilidade de ela ter envenenado a comida foi descartada pela polícia. "No interrogatório, a Amanda não se preocupou quando foi falado dos bolos apreendidos, mas quando falou do suco ela travou", explica o delegado do caso, Carlos Alfama.

    O ex-namorado da advogada não estava na casa da família no momento. "Nós tínhamos uma cena do crime: Estavam Leonardo, a mãe dele (Luzia) e o pai dele (João). A única pessoa estranha naquela casa era a Amanda", disse o delegado.

    Imagens de câmeras de segurança mostram quando Amanda é recebida com um abraço do ex-sogro momentos antes de envenená-lo. Para o café da manhã, a advogada ainda levou uma orquídea para Luzia (veja abaixo) .

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    Falsa gravidez

    Amanda Partata fingiu que estava grávida e chegou a fazer um chá revelação. A informação foi confirmada pelo delegado Carlos Alfama na manhã desta quinta-feira (21). As investigações apontam que a advogada inventou uma gestação para continuar frequentando a casa da família do ex-namorado, mas que ainda não é possível dizer se ela realmente fingiu todo esse tempo.

    Amanda em chá de revelação, ocorrido no dia 30 de setembro em um espaço de festas (Arquivo Pessoal)

    Amanda em chá de revelação, ocorrido no dia 30 de setembro em um espaço de festas (Arquivo Pessoal)

    De acordo com a Polícia Civil, os exames feitos após a prisão mostram que Amanda não está grávida, mas, mesmo assim, ela insiste que está com 17 semanas de gestação. Ainda de acordo com o delegado Carlos Alfama, o relacionamento da advogada com o ex-namorado durou um pouco mais de um mês e que após o término ela revelou que estava grávida.

    A polícia acredita que o crime foi motivado pelo fato da advogada ter se sentindo rejeitada com o término do namoro com Leonardo Filho, que durou cerca de um mês e meio. Ela continuava frequentando a casa dos pais dele porque afirmou que estava grávida.

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    IcEconomia

    Emprego

    Empresas oferecem 20 vagas de emprego em Goiânia e Aparecida

    Há oportunidades para repositor, pintor, auxiliar de serviços gerais, assistente de consultório odontológico, motorista e muito mais

    Carteira de trabalho

    Carteira de trabalho (Pedro Ventura/Agência Brasília)

    Veja as vagas de emprego disponíveis em Goiás nesta sexta-feira (14). Ao todo, são 20 oportunidades em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Há vagas para repositor, pintor, auxiliar de serviços gerais, assistente de consultório odontológico, motorista e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar.

    Veja as vagas disponíveis:

    Goiânia

    Assaí Atacadista

    Total de vagas oferecidas : 09 vagas
    Cargos oferecidos:

  • 02 vagas para repositor de flv
  • 04 vagas para repositor de mercearia
  • 02 vagas para jovem aprendiz operador caixa (16 anos)
  • 01 vagas para repositor perecíveis
  • Data para se inscrever: indeterminado
    Salário: a combinar
    Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp: (62) 9 9677-5731
    Contato: (62) 9 9677-5731

    CMO Construtora

    Total de vagas oferecidas: 6 vagas
    Cargo oferecido:

  • 06 vagas para pintor
  • Prazo para se inscrever: até dia 15/04
    Salário: R$ 2369,40 + produção
    Como se candidatar: encaminhar o currículo pelo Whatsapp (62) 9 9902-4555
    Telefone para contato: (62) 9 9902-4555

    Sesi

    Vaga oferecida: 01 vaga
    Cargo oferecido:

  • 01 vaga para auxiliar de serviços gerais -- (vaga exclusiva para pessoas com deficiência)
  • Prazo para se inscrever: até dia 16/03
    Salário: R$ 1.587,00
    Como se candidatar: acesse https://sesigo.gupy.io ou presencialmente no Clube Sesi Multiparque
    Contato: (62) 3265-0100

    Instituto Temponi

    Vaga oferecida: 01 vaga
    Cargo oferecido:

    01 vaga para assistente de consultório odontológico

    Prazo para se inscrever: indeterminado
    Salário: a combinar
    Como se candidatar: encaminhar o currículo para o whatsapp: (62) 9 8210-3114
    Contato: (62) 3233-4199

    Aparecida de Goiânia

    Cinotec

    Total de vagas oferecidas: 03 vagas
    Cargo oferecido:

  • 03 vagas para motorista categoria D
  • Prazo para se inscrever: até dia 28/03
    Salário: a combinar
    Como se candidatar: encaminhar o currículo para o Whatsapp: (62) 9 9306-6020 ou (61) 9 9126-6251
    Contato: (62) 9 9306-6020 ou (61) 9 9126-6251

    Geral

    Atencioso, dedicado e alegre: Veja quem era o médico que morreu após carro bater em árvore e pegar fogo na BR-060

    Cortejo realizado pela corporação militar em homenagem ao médico foi realizado nesta quarta-feira (12)

    O médico Alberto Dalmacio Villalba de Faria, que morreu aos 34 anos, era admirado por colegas e amigos, conforme nota divulgada pela Superintendência de Polícia Científica (SPTC). Atuando na SPTC desde 2015, ele foi descrito como uma pessoa humana, solícita e prestativa, além de exercer sua função com excelência. Alberto Dalmacio morreu após o carro que dirigia colidir contra uma árvore e pegar fogo, na BR-060, no trecho entre Anápolis e Brasília.

    O profissional Alberto Dalmacio conciliava o cargo como médico legista na Polícia Científica e como anestesista em Brasília. Segundo a Polícia Científica, ele passava com frequência pela BR-060, via que aconteceu o acidente na noite de terça-feira (11) no km 83.

    O cortejo realizado pela corporação militar aconteceu nesta quarta-feira (12), e teve a presença de viaturas das forças policiais e de salvamento que percorreram as ruas de Anápolis (confira vídeo abaixo).

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    Entre os colegas, policiais e administrativos, deixou uma marca inigualável de responsabilidade e alegria, trazendo calor humano a um ambiente que frequentemente lida com as dores mais difíceis do serviço público. Seu legado de trabalho árduo, dedicação e comprometimento, aliado ao bom humor e à energia positiva, permanecerá vivo entre aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo", lamentou a SPTC.

    Motorista morre em batida de frente com caminhão e fica preso em carro na BR-153
    Tratorista morre após escavadeira capotar enquanto removia vegetação em ribanceira de rodovia
    Corpo encontrado às margens do Rio Meia Ponte é da mulher que desapareceu após sair de casa, diz polícia

    Nas redes sociais, muitas pessoas lamentaram a morte do médico, incluindo colegas de trabalho, pacientes e conhecidos. Um colega de profissão comentou nas redes sociais que era uma pessoa fácil de lidar.

    Trabalhei por um curto período com o Alberto. Sabia mais dele pelo que os colegas me contavam. O pouco que presenciei: era uma pessoa leve, de trato fácil, de riso fácil, um pouco trapalhão e preocupado com o próximo, uma risada caricata. O seu quase bordão: "Bãozim, bãozim?!", ao cumprimentar qualquer pessoa por quem passasse. Pelo comentado pelos colegas de trabalho, soube que era uma pessoa de inteligência ímpar, de hábitos peculiares e muito atencioso com os pais", lamentou o colega.

    Os vários comentários nas redes destacam a inteligência do profissional. "Muito triste. Trabalhei com ele fora da SPTC, um colega genial, sempre de bom humor e bom coração. Uma perda enorme", comentou outro colega. Outros pessoas comentaram e lamentaram a perda do médico:

    Um gênio de coração imenso"

    SPTC perde um exímio profissional"

    De acordo com a SPTC, o médico iniciou o trabalho na Polícia Científica em 2014 por meio de um concurso público. Alberto Dalmacio ficou na lotação por dez anos e solicitou transferência para Anápolis para acompanhar os pais.

    Alberto Dalmacio Villalba de Faria, de 34 anos

    Alberto Dalmacio Villalba de Faria, de 34 anos (Divulgação/Redes Sociais)

    Geral

    Casal dono de clínica investigado por deformar pacientes volta a ser preso

    Karine Gouveia e o marido Paulo César foram presos após orientar funcionários a permanecerem em silêncio, e por continuar anunciando venda de medicamentos, segundo as investigações

    Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

    Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

    O casal dono das clínicas de estética Karine Gouveia, investigado por deformar pacientes, voltou a ser preso, nesta quarta-feira (12), em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil (PC), Karine Giselle Gouveia, de 34 anos, e Paulo César Dias Gonçalves, de 44, foram presos preventivamente após orientar outros investigados a permanecerem em silêncio sobre os fatos, e por continuar anunciando venda de medicamentos.

    À reportagem, a defesa do casal suspeito, o advogado Tito Amaral, considerou como "absurda" a renovação da prisão. Segundo ele, há uma série de alegações "inventadas" pela polícia, sem documentos ou provas (veja a nota completa no final).

    São apenas falácias, versões e narrativas que estão induzindo a erro o Ministério Público e o Poder Judiciário. Nós já estamos trabalhando, elaborando os recursos e iremos a todas as instâncias. Vamos pedir, em primeiro lugar, ao Tribunal de Justiça, para que essa prisão absolutamente ilegal seja imediatamente revogada", acrescentou o advogado.

    Karine e Paulo foram presos pela primeira vez no dia 18 de dezembro de 2024. Contudo, após o habeas corpus concedido pela ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Daniela Teixeira, o casal foi solto no dia 8 de fevereiro. Entretanto, a decisão impôs medidas cautelares como, não manter contato com os funcionários e nem ir à clínica, nem fazer divulgação de fins estéticos em qualquer rede social.

    Dessa forma, segundo a apuração da polícia, que foi aceita pela Justiça quando concedeu as prisões, os investigados utilizaram suas redes sociais para anunciar a venda de medicamentos e outras substâncias medicinais.

    Além disso, o casal teria tentado atrapalhar as investigações após subcontratar escritórios de advogados "que, sob a aparência de defensores independentes, orientaram outros investigados a permanecerem em silêncio e a não colaborarem com as investigações, mesmo que eventualmente isso pudesse ser benéfico para esses outros envolvidos", segundo a PC.

    Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

    Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

    Possíveis novas mil vítimas

    A polícia identificou, com base nas investigações, que todos os pacientes que realizaram preenchimentos faciais na clínica Karine Gouveia entre março de 2018 e março de 2019 (aproximadamente 954 pessoas), têm grande chance de terem sido submetidos a aplicação com óleo de silicone. Conforme a PC, a substância, quando aplicada de forma inadequada, pode migrar para outras áreas do corpo, causando inflamações, deformidades e outros danos à saúde.

    Dessa forma, diante do risco à saúde, a delegacia orienta que esses pacientes procurem um médico com urgência e solicitem a realização do exame de ultrassonografia dermatológica com doppler, capaz de detectar a presença de substâncias não biodegradáveis no corpo, como o óleo de silicone.

    Caso o resultado ateste positivo, essas vítimas deverão procurar a 4ª Delegacia Distrital de Goiânia, mediante agendamento, para prestar depoimento e contribuir para as investigações.

    Foto mostra vítimas com sequelas, deformações e infecções. (Divulgação/Polícia Civil)

    Foto mostra vítimas com sequelas, deformações e infecções. (Divulgação/Polícia Civil)

    Crimes

    Os donos das clínicas Karine Gouveia são investigados por formação de organização criminosa, falsificação de produtos terapêuticos, lesões corporais gravíssimas, exercício ilegal da medicina, estelionato e outros crimes relacionados à prática de procedimentos estéticos e cirúrgicos sem a devida qualificação técnica e autorização legal. Até o momento, mais de 100 vítimas denunciaram o casal.

    A investigação, que teve início em fevereiro de 2024, apurou que a clínica realizava procedimentos estéticos e cirúrgicos de alto risco como, rinoplastias, lipoaspirações, aplicações de botox e preenchimentos faciais, sem a devida autorização e com o uso de substâncias proibidas, como óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA).

    Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

    Exames comprovaram substâncias como polimetilmetacrilato e óleo de silicone na face dos pacientes. (Divulgação/Polícia Civil)

    Segundo a polícia, essas substâncias, quando injetadas no corpo, podem causar deformidades permanentes, necroses, infecções graves e outras complicações de saúde.

    Os investigados agiam de forma organizada e hierárquica, com a utilização de estratégias de marketing agressivas e a participação de profissionais sem a qualificação necessária para realizar os procedimentos oferecidos. Além disso, foi constatado que a clínica comercializava medicamentos manipulados de forma irregular, incluindo substâncias proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que pode configurar tráfico de medicamentos", informou a PC.

    Nota completa da defesa do casal

    Essa renovação da prisão preventiva é uma decisão absurda, o próprio STJ, através da ministra Daniela, já disse que essa prisão é desproporcional e desnecessária. Eles estavam sob medidas cautelares diversas da prisão. O que está havendo é uma série de coisas inventadas pelo delegado, sem nenhum documento, sem nenhuma prova, são apenas versões falácias da prisão.

    São apenas falácias, versões e narrativas que estão induzindo a erro o Ministério Público e o Poder Judiciário. Nós já estamos trabalhando, elaborando os recursos e iremos a todas as instâncias. Faremos uma reclamação ao STJ e, se for o caso, até o STF.

    Vamos pedir, em primeiro lugar, ao Tribunal de Justiça, para que essa prisão absolutamente ilegal seja imediatamente revogada. Apesar da lei determinar expressamente que a mãe de um filho de menos de 12 anos não fique presa, a polícia levou os dois, e ficou uma criança de 7 anos sozinha chorando em casa. Se fosse calcado em fatos reais, em provas, em documentos, ok. Mas é uma fantasia que a polícia está criando.

    Advogado Tito Amaral