Geral

Um jovem é vítima do trânsito a cada 18 minutos em Goiás

Nos primeiros quatro meses de 2023, mais de 9,6 mil pessoas com idades de 18 a 29 anos morreram ou ficaram feridas em acidentes. Violência sobre rodas leva vidas precocemente e causa rastro de impactos nas famílias. Maior parte das vítimas é de motociclistas e do sexo masculino

Modificado em 19/09/2024, 00:30

Aos 20 anos, Ademarcio Filho tem problema na mão após acidente

Aos 20 anos, Ademarcio Filho tem problema na mão após acidente
 (Wildes Barbosa)

Goiás teve um jovem ferido ou morto em acidentes de trânsito a cada 18 minutos nos primeiros quatro meses de 2023. Foram 9,6 mil vítimas com idade de 18 a 29 anos, um intervalo de 12 anos. Para se ter ideia, o número é apenas 35,5% menor que as 14,9 mil vítimas na faixa etária de 35 e 64 anos, um intervalo de 30 anos. No total, Goiás registrou 28,1 mil acidentes de trânsito e 32,2 mil vítimas no primeiro quadrimestre deste ano. Os dados são do Observatório de Segurança Pública.

Em 2022, o estado teve 29,7 mil vítimas de acidentes de trânsito com idade de 18 a 29 anos. O número é 8,8% superior aos 27,3 mil casos de 2021, dado semelhante ao encontrado em 2019 (27,3 mil), período anterior à pandemia da Covid-19. Em 2020, a quantidade de vítimas teve uma queda para 26,2 mil. Especialistas alertam para o risco da ocorrência de acidentes graves que impactam diretamente na vida dos jovens.

O engenheiro especializado em transporte e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, explica que a pouca idade influencia nos acidentes. "Os jovens são fisicamente e emocionalmente mais impetuosos. Na maioria das vezes, se arriscam mais. Além disso, são pessoas que acabaram de tirar a carteira de trânsito e ainda têm pouca prática", diz.

No dia 11 de maio deste ano, o motociclista Ademarcio Filho, de 20 anos, estava se dirigindo para o trabalho quando foi surpreendido por um carro na Avenida das Américas, no Recanto das Minas Gerais, em Goiânia. "Ele passou e me derrubou. Quebrei o punho esquerdo em quatro lugares e rompi um ligamento", conta o jovem.

Até então, Ademarcio, que trabalha durante o dia como entregador por aplicativo de entregas e a noite em uma transportadora, nunca havia se acidentado. "Fiquei ainda mais receoso com o trânsito. Eu já tinha medo, pois a maioria dos motoristas não respeita os motociclistas. Agora, tenho planos de dar a moto como uma entrada e comprar um carro", reclama.

O jovem foi levado para o Hospital Estadual de Urgências de Goiás (Hugo). Ele ficou internado por 12 dias. Atualmente, possui três pinos na mão esquerda e não pode movimentar o braço por 90 dias. "Como tenho um trabalho de carteira assinada, possuo a estabilidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ainda assim, fazer coisas básicas, como tomar banho, é um desafio. Moro sozinho e dependo da ajuda da minha namorada com as atividades nos finais de semana."

Impactos

Na madrugada do dia 12 de junho de 2016, Everaldo Barbosa, na época com 25 anos, estava indo de Santo Antônio de Goiás em direção à Goiânia, onde trabalhava profissionalmente em vigilância armada. Por volta das 4 horas, ele se sentiu cansado a ponto de adormecer no controle da motocicleta, que estava a 120 quilômetros por hora (km/h). O homem acordou a tempo de avistar uma rotatória no Setor Vila Itatiaia. Entretanto, acabou freando o veículo bruscamente e batendo a moto no local.

"Sofri uma lesão na coluna, na área torácica, que me deixou paraplégico", conta Everaldo, sete anos após o ocorrido. Ele relata que, com o acidente, vários obstáculos começaram a aparecer. "Dificultou muito minha locomoção em casa, tive de mudar todo o modo que tinha de me locomover, por causa da cadeira de rodas. Um relacionamento meu terminou por causa disso também, e todo esse cenário me levou a ter bastante depressão", diz.

Atualmente, Everaldo não faz nenhum tratamento relacionado ao acidente. Porém, afirma que recebeu atendimento psicológico no Hugo durante momentos depressivos e passou por algumas sessões de fisioterapia. "Um tipo de terapia que tenho feito tem sido através do esporte", afirma. Antes da entrevista, ele estava jogando basquete juntamente com outros pacientes no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), onde faz parte do time oficial de cadeirantes da instituição nessa modalidade. "Tem me ajudado muito", complementa.

William Rodrigues, de 37 anos, é colega de Everaldo no time. A cadeira se tornou um acessório apenas para a prática esportiva. No entanto, ele dependeu dela após sofrer um acidente em uma motocicleta. "Eu estava na garupa. Um veículo nos atingiu por trás", conta sobre a colisão em 2013.

A Vigilância de Violências e Acidentes da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), tem como intuito justamente monitorar os acidentes de trânsito com vítimas que ocorrem no estado, tabular dados e fornecer estatísticas para que as autoridades desenvolvam políticas públicas.

A coordenadora da área, Maria de Fátima Rodrigues, aponta que o estado registrou 449 internações por conta de acidentes de trânsito entre pessoas com idade de 18 a 29 anos no primeiro quadrimestre de 2023. "As principais vítimas são motociclistas, a maioria deles do sexo masculino, com idade entre 19 e 39 anos. A velocidade é o principal fator de risco e muitos deles são condutores sem habilitação", conta.

Ela esclarece ainda que mais de 50% dos óbitos ocorrem no local do acidente ou então 24 horas após a internação. "Isso demonstra que são ocorrências graves, que podem ceifar a vida de pessoas em idade produtiva ou então deixá-las com sequelas que vão levar a, por exemplo, uma aposentadoria precoce. A internação e todo o processo de reabilitação por conta de acidentes evitáveis também são onerosos para o poder público", diz.

Dados

O participante do Mova-se Fórum de Mobilidade, Fernando de Melo, destaca que é importante ter dados estratificados sobre o perfil dos envolvidos nos acidentes de trânsito. "Informações sobre locais, horários e veículos envolvidos também são essenciais", aponta. Atualmente, a plataforma da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) que tem dados sobre as ocorrências de acidentes de trânsito está em manutenção. (Colaborou João Pedro Santos, estagiário do GJC em convênio com a UFG).

Motociclistas estão mais expostos ao risco

Os condutores de motocicletas são os mais expostos aos acidentes graves de trânsito junto com os ciclistas por conta das estruturas de ambos os veículos. Com o avanço da atividade dos entregadores por aplicativos de entrega, especialistas consideram que o risco aumentou ainda mais.

"A atual situação econômica do País popularizou o uso desses aplicativos como instrumento de trabalho por muitas pessoas, especialmente os jovens. Porém, os prazos sempre apertados e a necessidade de fazer a maior quantidade possível de entregas, faz com que eles sejam cada vez mais rápidos, o que contribui para o ocasionar acidentes", diz o engenheiro especializado em transporte e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen.

O pesquisador do Observatório das Metrópoles/Goiânia e membro da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTPA), Antenor Pinheiro, destaca que a precarização do trabalho no Brasil tem uma parcela de responsabilidade nas mortes de jovens trabalhadores motorizados, especialmente os que se ocupam de entrega de mercadorias e serviços delivery.

"A começar da regulamentação da atividade e do saneamento dos contratos (quando existem) entre as empresas e os prestadores de serviços, geralmente baseados no protocolo da agilidade de entregas que relaciona tempo de atendimento e comissões percebidas como salários. Essa relação promíscua estimula o cometimento de infrações de trânsito, em especial o avanço de semáforo, a velocidade excessiva e o deslocamento sobre calçadas", argumenta.

Antenor destaca que muitas vezes esses veículos não recebem a manutenção adequada. "A precária manutenção das motocicletas e capacetes em nenhum momento é fiscalizada. Esses são gravíssimos insumos da violência do trânsito", diz.

O especialista ressalta a importância dos órgãos de fiscalização e também do Ministério Público do Trabalho (MPT), este último atuando na relação trabalhista como política de regulamentação e humanização desta importante atividade econômica.
Antenor aponta que a tendência é do crescimento da atividade de entregador por aplicativo. "Também o aumento dos riscos de acidentalidade, afinal as motocicletas representam mais de 50% dos eventos de trânsito graves no Brasil, com a frota quase dobrando em 10 anos e mais motociclistas envolvendo-se com os sinistros de severidades graves e gravíssimas", destaca.

Rothen diz que uma reversão do cenário depende de ações fiscalizatórias e educativas, mas também da conscientização dos motoristas. "Atualmente, vemos que as pessoas correm para fazer manobras, ultrapassam o limite de velocidade, sobem em calçadas. Isso aumenta enormemente o risco de acidentes", finaliza o especialista em trânsito.

Incentivo ao uso de carros e motos contribui para o cenário atual

Historicamente, a forma como as cidades e as rodovias são planejadas no Brasil estimulam um uso maior do transporte individual motorizado, como carros e motos. Para o pesquisador do Observatório das Metrópoles/Goiânia e membro da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTPA), Antenor Pinheiro, essa dinâmica influencia diretamente no aumento de acidentes de trânsito, especialmente entre os jovens.

"O carro ainda é uma forte referência de ascensão social e os governos, em todas as esferas, continuam a praticar gestões de facilitação do seu uso. Não há políticas públicas que busquem alterar esses conceitos obsoletos de mobilidade, não há atitudes que desestimulem o uso desenfreado e irracional do carro e da moto como meios de transporte", relata Antenor.

Para ele, a consequência direta dessa dinâmica é a deterioração das outras formas de locomoção. "O transporte público coletivo continua percebido como 'coisa de pobre', as bicicletas sem infraestruturas adequadas e estímulo de uso, e as calçadas cada vez mais deterioradas. A consequência disso é o acirramento e as disputas pelos espaços urbanos de mobilidade onde a lei do mais forte prevalece. Logo, é previsível que a violência no trânsito se estabeleça para todos", argumenta Antenor.

O especialista destaca que esse cenário leva à superlotação dos hospitais de urgência. "Cerca de 75% dos leitos estão ocupados por vítimas de trânsito. Entre as mortes, feridos e mutilados, pesquisas confiáveis indicam que 35% correspondem a jovens em plena idade economicamente ativa entre 18 e 25 anos, realidade semelhante aos números de Goiás. Esses dados comprometem as políticas de saúde e previdência públicas, o que afeta até mesmo os padrões da macroeconomia nacional e estadual", destaca Antenor.

Aos 20 anos, Ademarcio Filho tem problema na mão após acidente

Aos 20 anos, Ademarcio Filho tem problema na mão após acidente
 (Wildes Barbosa)

Geral

Três motociclistas morrem a cada 2 dias

De 1.775 mortos no trânsito em 2024, 589 estavam em moto, mostram dados da SES-GO

Modificado em 19/04/2025, 07:08

Trecho urbano da BR-153 é o local com a maior registro de mortes de motociclistas em Goiânia em 2024

Trecho urbano da BR-153 é o local com a maior registro de mortes de motociclistas em Goiânia em 2024 (Wildes Barbosa / O Popular)

No ano passado, a cada dois dias em Goiás, três motociclistas ou passageiros de motos vieram a óbito nas vias do Estado ou em decorrência de sinistros de trânsito, quando foram registrados 1.775 vítimas fatais do trânsito, sendo 589 que estavam em motos, de acordo com os registros de óbitos da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), dentro do Programa Vida no Trânsito (PVT).

Para se ter uma ideia, há 20 anos, em 2005, o número de óbitos de motociclistas em Goiás era um quinto do total. Naquele ano, a SES-GO, segundo o sistema Datasus do Ministério da Saúde, registrou 1.612 óbitos no trânsito do Estado, sendo 324 vítimas fatais ocupantes de motocicletas. O aumento proporcional dos acidentes em duas décadas se deu ao mesmo tempo em que tivemos uma redução na proporção da quantidade de motocicletas no Estado. Em 2005 eram 1.444.165 veículos, sendo 308.259 motos, sendo 21,34%. Já neste ano, os números são de 4.880.873 veículos no Estado, com 904.389 motos, uma relação de 18,32%.

O perito criminal de trânsito e membro da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Antenor Pinheiro, explica que o problema não é o número de motocicletas, mas como elas transitam nos sistemas viários das cidades. "A ausência de uma política pública rigorosa de fiscalização de trânsito justifica essa assustadora letalidade, pois as infrações de excesso de velocidade, avanço de semáforo, uso de celular e trânsito sobre calçadas são a regra prevalente dos motociclistas urbanos em geral. Se essas infrações não são coibidas, a tendência é a ocorrência de sinistros crescer, pois tecnicamente todo sinistro a ele precede uma ou mais infrações simultâneas cometidas", esclarece.

Diretor-executivo do Instituto Co.Urbano e membro do Mova-se Fórum de Mobilidade, Marcos Villas Boas acredita que, no geral, a frota teve aumento vegetativo, mas os óbitos dos motociclistas é um aumento exponencial. "É um meio mais barato e não tem investimento no transporte coletivo, não temos infraestrutura de corredores para os ônibus, por exemplo, e as pessoas sofrem pressão dos patrões para chegar no horário, acabam indo para as motos. Depois, é uma tragédia anunciada a partir do advento do serviço de entrega, que atinge uma massa social relevante, que são remunerados para correr o quanto puderem e fazer infrações."

Pinheiro entende que o problema imediato é nacional e "está vinculado aos fatores já mencionados, mas também associado aos tradicionais e falhos critérios de formação de condutores de motociclistas no Brasil". O perito afirma ser preocupante os exames de prática para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). "Há muito se faz necessário a revisão desses processos, mas nada acontece."

Proporção se mantém em 2025

A estatística da proporção de óbitos dos motociclistas permanece idêntica nos primeiros meses deste ano, em que, até março, já haviam sido registrados 53 óbitos de motociclistas ou passageiros de um total de 158 registros de todos os meios somados. Nos primeiros 15 dias deste mês, ao menos oito óbitos de motociclistas foram registrados no Estado. No último dia 6, um motociclista de 29 anos faleceu ao atingir um cavalo e, em seguida, ser atropelado por uma caminhonete, cujo motorista não prestou socorro, na GO-060, em Trindade. Dois dias depois, uma mulher de 20 anos atingiu com uma motocicleta a traseira de um caminhão na GO-080, no município de Petrolina, e morreu ainda no local.

Em Goiânia, os dados da SES-GO de mortes em decorrência de sinistros de trânsito ao final de 2024 apontam para 267 vítimas fatais, sendo 123 que estavam acima de uma moto, ou seja, uma representatividade de 46% do total de 2024. Na capital, ocorre uma morte de motociclista ou passageiro do veículo a cada três dias e a cidade lidera a estatística no Estado.

O perímetro urbano da BR-153 de Goiânia é o local com a maior quantidade de registros de óbitos de motociclistas. Em todo 2024, oito pessoas morreram em ao percorrer o trecho, de acordo com o relatório do Programa Vida no Trânsito (PVT).

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IcEconomia

Emprego

Empresas oferecem mais de 10 vagas de emprego em Goiás

Há oportunidades para auxiliar de armazenamento, designer gráfico, serralheiro, repositor de produtos, serviços gerais e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar

Modificado em 18/04/2025, 10:37

Carteira de trabalho.

Carteira de trabalho. (Reprodução/Internet)

Nesta sexta-feira (18), são 12 vagas de emprego disponíveis em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Há oportunidades para auxiliar de armazenamento, designer gráfico, serralheiro, repositor de produtos, serviços gerais e muito mais. Confira os prazos e como se candidatar.

Veja as vagas disponíveis:

Goiânia

CMO Construtora

Total de vagas oferecidas: 1 vaga
Cargo oferecido:

  • 1 vaga para serralheiro
  • Prazo para se inscrever: até dia 02/05/2025
    Salário: a combinar
    Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp (62) 9 9902-4555
    Contato: (62) 9 9902-4555

    4E Atacadista

    Total de vagas oferecidas: 4 vagas
    Cargos oferecidos:

  • 1 vaga para separador de produtos
  • 1 vaga para repositor de produtos
  • 1 vaga para assistente de cobrança
  • 1 vaga para designer gráfico
  • Prazo para se inscrever: até o dia 25/04/2025
    Salário: a combinar
    Como se candidatar: fazer a inscrição no site
    Contato: (62) 3878-3347

    Aparecida de Goiânia

    PA Arquivos

    Total de vagas oferecidas: 5 vagas
    Cargo oferecido:

  • 5 vagas para auxiliar de armazenamento
  • Prazo para se inscrever: até dia 22/04/2025
    Salário: R$ 1.600,00 + benefícios
    Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp (62) 99624-0932
    Contato: (62) 99624-0932

    Anápolis

    Drogarias Farmelhor

    Vagas oferecidas: 2 vagas
    Cargos oferecidos:

  • 2 vagas para auxiliar de gerente e serviços gerais
  • Prazo para se inscrever: até dia 25/04/2025
    Salário: a combinar
    Como se candidatar: encaminhar o currículo para o WhatsApp (62) 9 8106-6248
    Contato: (62) 9 8106-6248

    Geral

    Goiás é o quinto estado com menor acesso da população a ciclovias no Brasil, mostra IBGE

    Em contrapartida, estado é destaque em vias pavimentadas com habitantes e circulação

    Na ciclofaixa do Jardim América, veículos estacionados ao longo do trecho em diversos pontos impedem o uso pelos ciclistas

    Na ciclofaixa do Jardim América, veículos estacionados ao longo do trecho em diversos pontos impedem o uso pelos ciclistas (Diomício Gomes / O Popular)

    Goiás ficou na quinta posição entre os estados com menor acesso da população a ciclovias no Brasil. De acordo com o estudo, apenas 0,9% dos goianos moram em locais com alguma sinalização para trânsito de bicicletas, ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas.

    O índice goiano é o mesmo resultado obtido por Minas Gerais e Alagoas. Os estados em situações mais desfavoráveis na tabela são: Rio Grande do Norte (0,8%); Tocantins (0,6%), Amazonas e Maranhão, ambos com 0,5%. A liderança é de Santa Catarina (5,2%). O ranking é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir do Censo Demográfico 2022.

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    O coordenador operacional do Censo, Daniel Ribeiro, pontuou que essa é a primeira vez que o Censo faz levantamento sobre a sinalização para bicicleta, o que não possibilitou uma comparação com dados anteriores.

    Indagado se as rodovias entraram no estudo, o pesquisador explicou que foram "consideradas as sinalizações presentes em vias onde há moradores".

    Como em rodovias não é comum haver moradores, a maioria delas certamente não foi contabilizada", acrescentou o pesquisador.

    A redação entrou em contato com o governo estadual, com a Associação Goiana de Municípios (AGM) e com a Federação Goiana de Municípios para obter informações se há programas governamentais voltados aos municípios para o incentivo ao uso de bicicletas, mas não houve retornos até a última atualização desta reportagem.

    Vias pavimentadas e circulação

    Em contrapartida, Goiás foi destaque com o quarto maior índice de vias pavimentadas e com capacidade máxima de circulação. Para vias habitantes e com pavimentação, o estado alcançou 94%, atrás apenas de São Paulo (96,0%), Minas Gerais (95,3%) e Distrito Federal (94,2%).

    Com esse resultado, a taxa goiana avançou 9,4% em comparação ao levantamento realizado em 2010, quando o índice foi de 84,6% (quinta colocação na época).

    O melhor aspecto foi para via com capacidade para a circulação de caminhões, ônibus e veículos de transporte de carga, além de veículos de passeio, vans, motocicletas, bicicletas e pedestres (veja ao final do texto todos os itens pesquisados).

    Nesse caso, a taxa goiana registrada foi de 97,9%. O IBGE considerou que esse número foi acima dos dados registrados pelo Brasil (90,8%).

    Veja quais aspectos foram investigados:

  • Via com capacidade para a circulação de caminhões, ônibus e veículos de transporte de carga, além de veículos de passeio, vans, motocicletas, bicicletas e pedestres;
  • Via com capacidade para a circulação somente de veículos de passeio, vans, motocicletas, bicicletas e pedestres;
  • Via com capacidade para a circulação somente de motocicletas, bicicletas e pedestres;
  • Via aquática, usada para o transporte em mar, rios, lagos, canais etc., desde que constitua uma forma de acesso direto às edificações.
  • Geral

    Fraude em isenção de IPVA: Quase 300 donos de carros elétricos de Goiás são autuados e multados em mais de R$ 3 milhões

    Segundo delegado, 70 investigados foram intimados e compareceram à delegacia. Operação conseguiu recuperar R$ 2 milhões

    Polícia informou que alguns investigados confessaram a fraude fiscal

    Polícia informou que alguns investigados confessaram a fraude fiscal (Divulgação/PC-GO)

    Quase 300 donos de carros híbridos e elétricos de Goiás foram autuados e multados em mais de R$ 3 milhões. Apesar de morar no estado, eles teriam cadastrados os seus veículos usando endereços falsos do Distrito Federal e de outros Estados. Isso, segundo a Polícia Civil (PC-GO), seria uma maneira de obterem isenção no pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

    Como o nome dos investigados não foram divulgados, a reportagem não conseguiu localizar as defesas deles até o fechamento desta edição.
    A fiscalização é coordenada pelo titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), delegado Bruno Costa e Silva, com apoio de auditores da Secretaria Estadual da Economia. Na terça-feira (15), a força-tarefa deflagrou a terceira fase da Operação Quíron. A investigação, segundo a PC, foi iniciada em 2024.

    A DOT intimou mais de 70 proprietários desses veículos para comparecerem aqui na delegacia para prestar esclarecimentos e comprovarem ou não o domicílio, que eles apresentaram lá no Detran do Distrito Federal", disse o delegado.

    Dos intimados, segundo Bruno Costa, 51 confessaram a irregularidade fiscal e serão autuados. Eles devem ser multados, embora tenham se comprometido em pagar os impostos atrasados.

    Alguns não confessaram, mas os indícios apontam que eles não têm domicílios lá, no Distrito Federal. Eles podem ser autuados ou então instaurado inquérito policial para apurar crime contra a ordem tributária", ressaltou o investigador.

    Concessionárias

    O delegado antecipou que a polícia irá investigar ainda o envolvimento de funcionários de algumas concessionárias, que vendem esses veículos no estado. De acordo com Bruno Costa, os investigados informaram que receberam orientações dessas empresas para cometerem as fraudes. Ele suspeita que comprovantes de endereços foram fornecidos para esses clientes no momento da compra.

    Em um dos casos foi visto que 10 proprietários compartilhavam o mesmo endereço do Distrito Federal, embora não tenham relação entre si", conta.

    Donos podem regularizar

    O auditor fiscal e gerente do IPVA da Secretaria de Economia, Jorge Areas, informou que do total de valores não arrecadados pelo Estado, devido a fraude, cerca de R$ 2 milhões foram recuperados. No entanto, ele pontua que o número de pessoas suspeitas em fraudar o domicílio se aproxima dos 500.

    A operação continua em andamento sem prazo para terminar. Pois, todos os dias recebemos dados atualizados de veículos, que supostamente foram adquiridos por proprietários aqui residentes e domiciliados, mas os carros não estão registrados em Goiás", frisou o auditor.

    Jorge Areas destacou que o proprietário desse tipo de veículo que tenha cadastrado endereço irregular poderá "espontaneamente procurar a Gerência de IPVA para regularizar sua situação". Do contrário, a pessoa autuada terá "contra si instaurado inquérito policial". E caso deixe de pagar a multa poderá "sofrer uma pena de até dois anos".