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Vacinação contra a dengue é ampliada para adolescentes até 14 anos em Goiás

Ampliação começa nesta sexta-feira (1º)

Modificado em 17/09/2024, 15:48

Vacinação contra a dengue é ampliada para adolescentes até 14 anos em Goiás

(Takeda/Divulgação)

A vacinação contra a dengue será ampliada em Goiás. A informação foi divulgada pela Secretária de Estado da Saúde (SES-GO). A partir desta sexta-feira (1°), o imunizante estará disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Ainda não há previsão de quando a vacina será ofertada para a população geral.

De acordo com o Secretário de Estado da Saúde (SES) , Rasivel dos Reis, e a superintendente de Vigilância em Saúde, Fluvia Amorim, a ampliação da vacina, que antes estava disponível apenas para crianças de 10 e 11 anos, se deu em função da baixa procura pelo imunizante. Apenas 13% do público alvo foi vacinado.

Ainda de acordo com a SES, a baixa procura pela vacina se dá em função dos vídeos com informações falsas que circulam na internet.

"Nós temos quase 20 mil crianças e adolescentes vacinados, sem nenhuma reação. Então, nós conclamamos os pais e responsáveis que procurem uma unidade de saúde e vacine as crianças e adolescentes", disse Rasivel.

"O que a gente precisa é vacinar o maior número de crianças e adolescentes possíveis. Por isso, a vacinação foi ampliada. A vacina é segura. Ela foi testada e aprovada. Ela, inclusive é a mesma ofertada na rede privada, que não tem mais vacina e na rede pública tem", reforça Fluvia.

Ainda conforme a secretaria, por se tratar do mesmo imunizante, o Qdenga, crianças e adolescentes que receberam a primeira dose do imunizante na rede privada, pode receber a segunda dose na rede pública. Isso, respeitando o Intervalo de três meses.

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Goiás registra mais de 4 mil casos de dengue em janeiro e tem 15 cidades em situação de emergência, diz Saúde

Estado tem 5.689 casos confirmados nesta terça-feira e outros 12.777 em investigação

Modificado em 04/02/2025, 14:01

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya

Mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya (Raul Santana/Fiocruz)

Goiás registrou mais de 4 mil casos de dengue em janeiro deste ano e tem 15 cidades em situação de emergência, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO (confira a lista abaixo). Nesta terça-feira (4), o estado tem 5.689 casos confirmados e outros 12.777 em investigação. A SES-GO informou que neste momento, não há decreto de emergência em nível estadual.

Já iniciamos as visitas em alguns municípios que estão com o número de casos acima do esperado. Nessas visitas vão pessoas especializadas para identificar, junto com a equipe local, quais são as principais dificuldades com o objetivo de melhorar a qualidade da assistência, tentar conter ou diminuir a transmissão e ter números melhores, com menos óbitos e casos", explicou a subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.

O número de casos ainda é menor comparado ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 12.479 casos. Ao POPULAR , a superintendente de Vigilância Epidemiológica e Imunização da SES-GO, Dra. Cristina Laval, explicou que o motivo de tantos casos no ano passado foi a inversão do sorotipo da dengue, quando o sorotipo 2 passou a ser mais frequente.

"75% dessas amostras no ano de 2024 foi do sorotipo 2. Então a possibilidade de haver uma explosão de casos dessas pessoas que não haviam tido contato ainda com o sorotipo 2 fez com que houvesse essa situação que vivenciamos em 2024. E a se você tem um grande número de casos, consequentemente você tem mais casos graves e óbitos. O que a gente tem observado agora no início de 2025 esse cenário permanece o mesmo. O sorotipo mais frequente tem sido o 2. Se permanecer essa situação, com certeza nós vamos ter um cenário bem mais tranquilo do que nós tivemos em 2024, que foi a nossa pior epidemia", ressalta Cristina.

Monitoramento

De acordo com a SES-GO, o importe é continuar monitorando porque apesar do cenário mostrar que o sorotipo mais prevalente nesse ano continua sendo o sorotipo 2, da mesma forma que foi em 2024, existe agora uma circulação maior do sorotipo 3 em estados que fazem fronteira com Goiás.

"Isso é preocupante porque o sorotipo 3, desde 2008, nós não temos uma circulação expressiva dele. Então, a gente tem aí uma população toda exposta a esse sorotipo 3, o que pode levar ao aumento do número de casos. Nós também já tivemos, nesse ano de 2025, o isolamento do sorotipo 3, mesmo que de forma isolada em poucos municípios, mas ele está circulando. Por isso o monitoramento importante para que a gente vá acompanhando se vai acontecer uma inversão sorológica em 2025 ou nos próximos anos. Esse monitoramento da vigilância é extremamente importante para a gente acompanhar esse cenário epidemiológico", afirma Cristina.

Situação de emergência

A SES-GO informou que os municípios em emergência são aqueles que estão acima do limite máximo esperado do ponto de vista de incidência, que são o número de casos por 100 mil habitantes, e que estão acima desse limite máximo esperado por pelo menos mais de quatro semanas consecutivas. Assim, o monitoramento é mais importante ainda nesses municípios, porque é necessário acompanhar com a vigilância laboratorial se esses casos são realmente dengue ou se são de outra arbovirose para apoiar esses municípios nas suas à de prevenção e controle.

"Esse limite máximo esperado, assim como a média móvel, é baseado num acompanhamento, num monitoramento de uma série histórica dos últimos 10 anos, onde eu tenho então essa média móvel do número de casos que foram confirmados e tem os desvios padrões que me levam para o limite máximo esperado. Quando no momento atual eu tenho um número de casos notificados que ultrapassa esse limite máximo esperado, me acende um alerta de que esses municípios podem estar ou em alerta ou em emergência. Confira abaixo as cidades que estão em situação de emergência em Goiás:

  1. Iporá (778 casos);
  2. Itapuranga (216 casos);
  3. Itapaci (209 casos);
  4. Faina (187 casos);
  5. Diorama (126 casos);
  6. Caçu (102 casos);
  7. Mozarlândia (94 casos);
  8. Guarinos (80 casos);
  9. Americano do Brasil (63 casos);
  10. Cromínia (46 casos);
  11. Mundo Novo (45 casos);
  12. Brazabrantes (42 casos);
  13. Santo Antônio de Goiás (37 casos);
  14. Mossâmedes (29 casos);
  15. Davinópolis (21 casos).

Alerta X Emergência

De acordo com a SES-GO, emergência é quando tem pelo menos quatro semanas consecutivas acima desse limite e alerta é quando o número ultrapassa esse limite, mas na outra semana ele já abaixa desse limite, não é de forma sustentada.

Prevenção

A SES-GO explica que durante os períodos chuvosos os focos de proliferação são ampliados, destacando a urgência de medidas preventivas para conter a expansão desses focos. Por isso, é importante limpar e verificar regularmente esses pontos que podem acumular água. Além do uso de repelentes e vacina.

As principais medidas preventivas é evitar que o mosquito nasça. Tirar 10 minutos por semana e verificar se em casa tem algum recipiente acumulando água. Se cada um fizer isso a gente consegue diminuir o índice de infestação e transmissão. Outra forma de prevenção muito importante é a vacinação. Em Goiás a vacina está disponível para todas as crianças e adolescentes de 6 a 16 anos", afirma Flúvia.

Morte

O POPULAR mostrou que Goiás registrou a primeira morte por dengue em 2025 na cidade de Heitorai, no centro goiano. Em 2024, o estado registrou 414 mortes por dengue, com outras 53 ainda sob investigação. No ano anterior, foram 58 óbitos confirmados. No Brasil, a doença matou 6.041 pessoas em 2024.

Sorotipos

A dengue possui quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, ou sorotipos 1, 2, 3 e 4, que podem causar quadros leves ou graves, onde pode ocorrer o choque hipovolêmico ou o acometimento direto de vários órgãos como fígado, cérebro e coração. A preocupação da SES-GO em relação a circulação do sorotipo 3 se dá porque ele não circula no país desde 2008, dessa forma a população não possui defesa (imunidade) para esse sorotipo.

A SES-GO informou que em 2025 foi identificado o sorotipo 3 da dengue em Anápolis. No entanto, ele é relativo a um paciente residente no estado do Mato Grosso e que estava momentaneamente na cidade com a doença. Foi feita a identificação, coleta, exames pela secretaria, mas o caso é contabilizado para o estado do Mato Grosso, uma vez que a notificação é feita a partir do domicílio de residência, e não de ocorrência.

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Mais de 7 mil casos de dengue são notificados em menos de um mês em Goiás

O crescimento de casos no Estado tem motivado ações pela Secretaria Estadual de Saúde

Pneus se espalham em meio a outros resíduos pela Rua das Samambaias, no Parque Primavera, em Aparecida de Goiânia (Wildes Barbosa / O Popular)

Pneus se espalham em meio a outros resíduos pela Rua das Samambaias, no Parque Primavera, em Aparecida de Goiânia (Wildes Barbosa / O Popular)

Neste primeiro mês de 2025, já foram notificados 7,2 mil casos de dengue em todo o Estado, sendo uma morte confirmada em Heitoraí, na região central do Estado. Trata-se da professora Damiana Gonçalves, de 58 anos, que faleceu no dia 4 de janeiro. O óbito estava sob investigação pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), mas foi confirmado apenas no fim de semana. Conforme a pasta, a paciente não possuía comorbidades. Além dessa, outras seis mortes estão em análise para identificar se a causa foi de fato a dengue. Quatro são de pacientes de Goiânia, um de Mozarlândia e um de São Simão.

Mozarlândia é um dos 14 municípios que estão em situação de emergência pela alta incidência da doença (veja quadro) . A capital não é listada dentre as cidades em fase emergencial dentro do plano de contingência da SES-GO, que engloba ainda as fases mais brandas de alerta e preparação, diante de uma metodologia diferente. No plano de contingência da pasta estadual, a fase de emergência é ativada "quando a taxa de incidência de casos suspeitos ultrapassa o limite superior do diagrama de controle por quatro semanas epidemiológicas consecutivas".

O crescimento de casos no Estado tem motivado ações pela SES-GO. A pasta aponta que tem distribuído a todos os municípios bombas costais, inseticidas e medicamentos para hidratação e controle do quadro febril.

"Também vai expandir outra iniciativa para monitoramento do mosquito transmissor da dengue: o Projeto de Armadilhas de Oviposição (ovitrampas).A estratégia, que já estava em funcionamento de maneira piloto em dez municípios, será levada a todas as demais cidades goianas, com a aquisição dos materiais necessários pela pasta de saúde. A iniciativa visa monitorar a densidade da população do vetor, norteando as ações de controle da proliferação do mosquito", cita.

"As armadilhas de oviposição simulam condições ideais para que o mosquito deposite seus ovos. Elas são formadas por um recipiente com água parada, que atrai o mosquito, e uma palheta de madeira, que facilita a postura dos ovos pelas fêmeas. Os ovos se prendem a palheta, que semanalmente é retirada por agentes de endemias e enviada para análise no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). Além de identificar a incidência do Aedes na região, a partir da contagem dos ovos, os exames no Lacen-GO permitem descobrir qual o sorotipo da dengue está circulando no local", complementa a pasta.

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Circulação de sorotipo 3 da dengue causa preocupação em Goiás

Governo repassa orientações aos municípios goianos relacionadas à prevenção de doenças em decorrência das enchentes, com atenção especial ao mosquito Aedes aegypti e à leptospirose

Modificado em 18/01/2025, 11:36

Com enchentes, mosquito Aedes aegypti volta a ser motivo de preocupação

Com enchentes, mosquito Aedes aegypti volta a ser motivo de preocupação (Pixabay)

Nesta sexta-feira (17), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), repassou orientações aos municípios goianos relacionadas à prevenção de doenças em decorrência das enchentes. Ele chamou a atenção para a dengue, mas também destacou a importância das prefeituras se atentarem para a leptospirose, tétano e acometimentos gastrointestinais.

A dengue tem sido um ponto de alerta porque o sorotipo 3 da doença voltou a circular em Goiás depois de anos com predominância dos sorotipos 1 e 2. "Já foi identificado esse sorotipo 3 em três cidades: Anápolis, Goiatuba e Rio Verde", alertou Caiado. O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais chuvosos porque o mosquito que é o vetor da doença, o Aedes aegypti, se reproduz na água parada.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, explica que a pasta tem adotado estratégias para controlar a disseminação do mosquito e eliminar criadouros. "Neste ano, vamos começar a utilizar, junto com os municípios, a borrifação residual intradomiciliar. Antigamente, só fazíamos do lado de fora. Agora, para locais com grandes aglomerados de pessoas, temos a possibilidade dessa borrifação residual", esclarece.

Na última semana, a SES-GO ainda recebeu cerca de 140 mil doses da vacina contra a dengue. Os imunizantes, enviados pelo Ministério da Saúde, são direcionados para crianças e adolescentes com idade entre 6 e 16 anos. "Comece (o esquema vacinal) o mais rápido possível", apela Flúvia, já que a adesão à vacinação pelo público-alvo tem sido abaixo do esperado.

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Prefeitura de Goiânia quer contratar fumacê após queda de casos da dengue

Saúde autoriza aluguel de 21 motocicletas adaptadas para aspersão do produto, pelo prazo de 180 dias, ao custo de R$ 2,8 milhões. Modelo é de contratação direta, sem licitação, já homologada. Incidência da doença caiu quase quatro vezes em relação ao auge

Modificado em 17/09/2024, 16:25

Os casos de dengue na capital começaram a aumentar de forma consistente logo no início deste ano e se mantiveram em alta entre fevereiro e abril, quando começaram a cair

Os casos de dengue na capital começaram a aumentar de forma consistente logo no início deste ano e se mantiveram em alta entre fevereiro e abril, quando começaram a cair (Smith Collection/Gado/Getty Images)

A Prefeitura de Goiânia já homologou a contratação direta para a locação de 21 motofogs, motocicletas adaptadas que são utilizadas para a aspersão do fumacê no combate a proliferação do Aedes aegypti. O aluguel dos veículos vai custar R$ 2,8 milhões aos cofres públicos por 180 dias. A autorização ocorre em um momento em que os casos de dengue estão em queda sustentada na capital. Especialista aponta que a estratégia não é a mais adequada considerando o cenário epidemiológico atual.

Conforme o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), a homologação aconteceu na última segunda-feira (17). No site, não existem detalhamentos sobre a participação das empresas e ainda não consta o contrato, mas a Mata Pragas Dedetizadora, empresa goianiense, aparece como fornecedora. A empresa possui um contrato em vigência com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O contrato foi firmado em junho de 2023, no valor de R$ 187,1 mil, para a limpeza de fossas sépticas.

Goiânia registra casos de dengue o ano inteiro, mas a densidade do vetor (mosquito) é maior no período chuvoso, entre novembro e maio. Assim, a incidência da doença aumenta neste período. A proliferação do Aedes é favorecida por ambientes úmidos e quentes, mas os ovos conseguem resistir a períodos mais secos e voltam a eclodir quando entram em contato com a água.

Os casos de dengue na capital começaram a aumentar de forma consistente logo no início deste ano e se mantiveram em alta entre fevereiro e abril, quando começaram a cair. Mais recentemente, na 23ª semana epidemiológica deste ano, que compreende o período entre 2 e 8 de junho, foram 841 casos notificados, de acordo com o Painel da Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO).

O número ainda é 32,8% maior do que os 633 casos registrados em igual período de 2022, um dos anos mais críticos da doença até então. Mas é preciso considerar que 2024 já foi considerado pelo governo estadual como o ano com o pior cenário da dengue desde a década de 1990, o que faz com que o volume de notificações aumente.

Mesmo sendo uma doença endêmica, a dengue deve ser combatida o ano todo. Com o avanço da estiagem e o inverno prestes a começar, o infectologista Marcelo Daher avalia que a estratégia mais acertada para combatê-la no momento é intensificar ações de manejo, como a limpeza de lotes e desassoreamento de cursos d'água, além de dar continuidade nas inspeções dos agentes de endemias em residências.

O fumacê é usado para combater o Aedes aegypti adulto. Entretanto, ele tem pouca eficácia comprovada no combate ao mosquito, principalmente por conta da dinâmica das residências brasileiras, que costumam possuir muros e árvores na frente, dificultando que o veneno alcance o vetor da doença.

Em fevereiro deste ano, o jornal mostrou que a Prefeitura de Goiânia estava usando bombas costais motorizadas para fazer o bloqueio de casos de dengue na capital. Na época, o diretor de Vigilância em Zoonoses de Goiânia, Murilo Reis, comentou sobre a eficácia de ações direcionadas. "Essa pulverização intradomiciliar é eficaz no bloqueio. Em contrapartida, o fumacê tem um impacto ambiental grande e baixa eficiência, já que costumam existir muitas barreiras físicas", disse.

No contexto das motofogs, o infectologista Edvaldo Romeiro dos Santos chama a atenção para o risco dos condutores das motocicletas sofrerem intoxicação com os inseticidas aspergidos, com potenciais danos ao fígado e ao sistema nervoso. "Pode dar muitos problemas", destaca. Segundo o infectologista, a bula do inseticida precisa ser apresentada para o médico do Trabalho que cuida de toda a cadeia de servidores envolvida na manipulação do produto químico.

Contratação

A autorização da contratação foi publicada no Diário Oficial de Município (DOM) na última sexta-feira (14). Ela é fruto de um aviso de contratação direta publicado no dia 20 março deste ano, que aconteceu no contexto do decreto de situação de emergência em saúde pública por conta da dengue. O documento foi publicado pela Prefeitura de Goiânia no DOM em 13 de maio. A decisão foi motivada pelo aumento de casos e confirmação de uma morte pela doença na capital naquele momento. O decreto facilita a aquisição de insumos e materiais, além da contratação de serviços. Cerca de 40 dias antes, o governo estadual já havia decretado situação de emergência em Goiás.

Questionada sobre o prazo de quase três meses entre o aviso e a autorização da contratação direta, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) explicou que para que "ocorra dentro da legalidade e sem vícios", o processo precisa de pareceres de outras áreas, como a Procuradoria Geral do Município (PGM), e que cada área tem o próprio tempo de trâmite.

Em janeiro deste ano, o jornal mostrou outra contratação polêmica por parte da Prefeitura de Goiânia no combate à dengue. Na ocasião, a SMS comprou por R$ 12,2 milhões um pacote com 8 mil armadilhas contra o mosquito transmissor da dengue e 90 mil sachês com refil, o mesmo produto cuja aquisição pela Prefeitura de São Paulo foi alvo de uma investigação por suspeita de ato de improbidade administrativa, já que há no mercado nacional uma opção similar desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por R$ 10 que já vem com um refil.

A compra foi por meio de um pregão eletrônico no sistema de registro de preços. Na época, a SMS argumentou que a escolha pelas armadilhas foi feita levando em consideração a tecnologia do item e qual o estágio de desenvolvimento do mosquito que ele combate.

A SMS admitiu que o período crítico da dengue passou, mas afirmou que "a proliferação do mosquito continua", um fato que "pode ser constatado pelas equipes de campo e também pelos dados dos sistemas que apontam onde estão concentrados os casos possíveis e onde são registrados dos dados da doença na capital e que são divulgados por meio do Boletim Epidemiológico Arboviroses".

A pasta comunicou que atualmente, em aproximadamente 90% das armadilhas onde ocorre a troca de filtro são encontradas larvas do Aedes, "o que significa que o mosquito está circulando". A SMS informou ainda que "os principais criadouros ainda são encontrados nas residências, principalmente em caixas d'água sem tampa, vasilhas, pratos de plantas e em recipientes nos quintais".

A secretaria destacou que durante o ano todo são realizadas ações de combate à dengue, "como os bloqueios, controle químico e inspeção dos agentes de endemias em residências" e que "a adoção de novas tecnologias, novas formas de combate são investimentos que resultam positivamente na redução de Aedes circulando quando o período o chuvoso chega".

De acordo com a SMS, esse cenário justifica "a ampliação das medidas de controle do mosquito Aedes aegypti", sendo que o motofog será "estrategicamente usado em locais onde há maior transmissão da dengue, nas áreas mais críticas" e "com eficácia comprovada no combate a vetores, o motofog é considerado pela secretaria como mais uma ferramenta importante na luta contra a dengue na capital".