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Veja 10 dicas para evitar as doenças de pele mais comuns do verão

Segundo o dermatologista Danilo Teixeira, no verão, estima-se que há um aumento de até 50% no número de consultas em clínicas dermatológicas em todo o país

Modificado em 26/09/2024, 00:36

Veja 10 dicas para evitar as doenças de pele mais comuns do verão

(Goiás Agora)

O verão chega nesta sexta-feira (21), e com ele as altas temperaturas. Cachoeiras, rios, lagos, praias e piscinas naturais ou clubes estão na lista de quem quer se refrescar na estação mais quente do ano. Mas é preciso ter cuidado com o calor, umidade em excesso e os ambientes com grande aglomeração de pessoas, pois oferecem condições propícias para o aparecimento das doenças típicas de verão.

De acordo com o dermatologista Danilo Teixeira, do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), no verão, estima-se que há um aumento de até 50% no número de consultas em clínicas dermatológicas em todo o país. "Com o uso de roupas úmidas por períodos prolongados como maiôs, shorts, biquínis, sungas e chinelos molhados há maior chance de contato com bactérias e fungos e muitas pessoas contraem doenças de pele comuns no verão, como frieiras, micoses, herpes labial, irritações cutâneas, dentre outras".

Essas são as doenças mais comuns de serem adquiridas durante o verão, mas com alguns cuidados simples é possível aproveitar bem esses locais em segurança e evitar o contágio. "Manter a pele seca, calçar chinelos ao entrar em vestiários e ao caminhar pelo clube ou praia e evitar compartilhar toalhas. O contato com a areia de praias frequentadas também por cães e gatos, favorece a chance de contrair a larva migrans (conhecida como bicho geográfico), pois as larvas causadoras dessa parasitose encontram-se nas fezes desses animais.

É preciso ficar alerta em relação ao sol. Durante o verão a radiação incide com maior intensidade sobre a Terra e aumenta o risco de queimaduras e câncer de pele. Usar filtro solar sempre, adotar as barreiras físicas como chapéu, viseira, bonés e roupas de algodão que bloqueiam a maior parte da radiação solar e, muito importante, evitar a exposição solar entre 10h e 16h. Outro objeto indispensável é o óculos escuro", alerta o dermatologista do HDT.

10 dicas para evitar as doenças de pele mais comuns do verão

1. Manter a pele limpa e hidratada
Tomar pelo menos 2 banhos diários por dia deve ser suficiente para manter a pele devidamente limpa, livre do suor. Se estiver muito quente, pode-se tomar mais banhos, mas é recomendado usar somente água, evitando o sabonete para não deixar a pele mais ressecada. O sabonete antisséptico pode ser útil para eliminar as bactérias e outros micro-organismos das axilas, região íntima e pés que podem causar frieira, por exemplo. Após o banho é importante passar um creme hidratante fluido, pelo menos nas regiões onde a pele tende a ficar mais seca, como pés, joelhos, mãos e cotovelos.

2. Usar protetor solar diariamente
Aplicar protetor solar cerca de 20 a 30 minutos antes da exposição solar e fazer renovação a cada 3 horas é importante para quem está na praia ou na piscina. Mas quem fica exposto ao sol durante o trabalho também deve ter este cuidado todos os dias para evitar o câncer de pele. O protetor deve ser passado em toda a área da pele fica exposta ao sol. Assim, quem trabalha em ônibus e caminhões, pode por exemplo aplicar bastante protetor solar no braço e na mão esquerda porque estas tendem a ficar mais expostas ao sol. As loções pós sol são ótimas para refrescar a pele após um dia de praia, piscina ou cachoeira e vale pesquisar as opções existentes no mercado.

3. Não se depilar no dia de pegar sol
Outro cuidado importante no verão é não fazer a depilação do rosto e do corpo no dia e também na véspera da exposição solar, porque isto pode causar manchas escuras na pele. Assim, a depilação deve ser feita, pelo menos com 48 horas de antecedência. Uma boa estratégia é fazer a depilação com cera porque ela retira os pelos pela raiz, tendo efeito mais prolongado.

4. Tomar banho de água doce quando sair da praia
Depois de um dia de praia, deve-se tomar um banho de água doce, de preferência fria, para retirar o sal e areia que tendem a ressecar a pele, facilitando as fissuras que podem permitir a entrada de micro-organismos. Se a praia tiver um chuveirinho de água doce, experimente passar por ele antes de sair da praia, e se não tiver leve uma garrafa de água doce para jogar no corpo quando sair da areia. Se possível experimente hidratar a pele aplicando novamente o protetor solar ou com a loção pós-sol.

5. Não fazer tratamentos de pele no verão
Evitar fazer tratamentos com laser e produtos químicos durante o verão é muito importante, porque estes tratamentos podem danificar a pele bronzeada e causar manchas difíceis de remover. A melhor época para fazer estes tratamentos é durante o outono e o inverno, quando a temperatura está mais amena e o sol menos forte, mas é sempre importante usar protetor solar quando fizer estes tratamentos. Outro cuidado importante é fazer esfoliação da pele, principalmente no rosto e nos pés, uma vez por semana para eliminar as células mortas e renovar a pele.

6. Manter a pele sempre seca
Manter a pele sempre seca é importante para evitar o aparecimento de fungos que levam à micose. Assim, deve-se usar sandálias ou chinelos para que os pés não fiquem molhados de suor dentro do sapato. Além disso, para evitar micose, também conhecida por pano branco, deve-se evitar compartilhar toalhas em clubes, praias e piscinas.

7. Pegar sol com protetor
Quem deseja ficar bronzeada sem prejudicar a pele, pode optar por usar um protetor solar mais fraco, com FPS 4 ou 8, por exemplo, porque ele filtra os raios nocivos do sol e deixam a pele mais bonita, com um tom dourado. Alguns óleos e bronzeadores também possuem fator de proteção solar incluído em sua fórmula, conferindo ótimos resultados. No entanto, passar coca-cola, óleo de cozinha e outros tipos de óleo que não sejam específicos para exposição solar é contraindicado porque oferecem riscos para saúde, aumentando predisposição para o de câncer de pele.

8. Investir no betacaroteno
Para deixar a pele morena e com um bronzeado que dura mais tempo, também é recomendado comer alimentos que contêm carotenóides como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois estes alimentos protegem do câncer e deixam a pele mais bonita e hidratada. Assista o vídeo para saber mais detalhes:

9. Ingerir bastante líquidos
Para evitar a desidratação que pode surgir rapidamente provocando intensa dor de cabeça e boca seca, deve-se beber cerca de 2 a 3 litros de água por dia para hidratar o corpo. A água pode ser substituída por suco de fruta ou chá gelado, por exemplo, mas estes tem mais calorias e podem aumentar o peso, e por isso a água pura, e a água com gotinhas de limão são mais indicadas.

10. Evitar o sol direto
Nas horas mais quentes do dia, entre as 10 e as 16 horas deve-se evitar a exposição solar direta porque nestes horários há mais riscos para a saúde. Assim, nestas horas, deve-se preferir ficar embaixo do guarda-sol ou dentro do bar da praia ou da piscina para se proteger do sol, evitando a insolação e as queimaduras na pele.

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Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas

Em 26 de março de 2020, morria a primeira vítima do coronavírus em Goiás. Viúvo e filhas de Maria Lopes ainda choram a perda devido à doença que devastou centenas de milhares de famílias no Brasil

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Irmãs Iara e Sandra celebram a vida de seu pai, Paulo Alves de Souza, 1º paciente do HCamp na pandemia (Wildes Barbosa / O Popular)

Cinco anos depois, ainda é difícil aos familiares de Maria Lopes de Souza recordar o momento de sua partida após a infecção pelo Sars-CoV-2, que por muito tempo foi chamado de "novo coronavírus", surgido na China. A técnica de enfermagem aposentada, então com 66 anos, moradora de Luziânia, município do Entorno do Distrito Federal, foi a primeira vítima fatal da Covid-19 em Goiás. Naquele 26 de março de 2020, o Brasil já registrava 76 mortes, mas ainda havia um cenário de incertezas. No Estado, as autoridades de saúde buscavam respostas para delinear a melhor forma de atendimento à população. A perplexidade pairava Brasil afora.

A assistente social Sandra de Souza, 46, filha caçula de Maria Lopes, busca na memória os dias que antecederam a morte da mãe. "Estávamos com muito medo, as escolas tinham parado de funcionar e nós orientamos nossos pais a ficarem isolados na fazenda, sem receber ninguém." No dia 13 de março, o Decreto 9.633/2020 definiu a situação de emergência na saúde pública em Goiás e a partir daí vieram sucessivos decretos determinando isolamentos. Sandra conta que no final da primeira quinzena de março a mãe foi a uma igreja. "Acreditamos que foi o local da contaminação, porque ela não saía de casa."

O mal-estar respiratório de Maria e do marido Paulo Alves de Souza, então com 72 anos, alertou os filhos. "Pensamos em pneumonia, mas estranhamos porque ficaram doentes juntos", relata Sandra. Levaram o casal a uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde foi medicado. Como a febre de Maria não cedeu, ela se dirigiu a um hospital privado de Luziânia e o médico a encaminhou para a UPA do Jardim Ingá, por entender que a unidade pública estaria mais preparada para casos daquele vírus desconhecido. "Ela ficou na sala vermelha e lá não tinha tomografia. Minha irmã a levou para um hospital particular de Valparaíso e o exame deu sugestivo de Covid", lembra a filha.

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

Maria Lopes de Souza: vítima da doença e do negacionismo (Divulgação)

"Foi aterrorizante. Cinco anos depois é difícil falar nisso. Enquanto tentávamos entender o que estava acontecendo, agarrados a qualquer fio de esperança, o que recebíamos era desinformação. Diziam que era exagero, que era só uma "gripezinha" e que o medo era infundado." Maria Lopes foi transferida para Goiânia e internada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), então a unidade referência para atender infectados pelo novo coronavírus. Ela morreu na madrugada do dia 26, um dia após a internação. As autoridades de saúde anunciaram o óbito ressaltando que se tratava de uma paciente com comorbidades.

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Ao saber da morte da mulher, Paulo começou a passar mal e foi levado para a UPA do Jardim Ingá e de lá para Goiânia, tornando-se o paciente inaugural do primeiro Hospital de Campanha (HCamp) para enfrentamento da nova doença, montado em 14 dias no antigo Hospital do Servidor Público, que nunca tinha funcionado. "Era tudo novo e foi muito sofrido para a família. As pessoas evitavam contato conosco. Não passavam na calçada de nossas casas. Até parentes tinham receio. Na época, eu não conseguia falar no assunto", lembra a filha. Paulo ficou internado por seis dias. Sua alta foi muito comemorada pelos servidores, mas psicologicamente o motorista aposentado estava devastado.

"Ele se recuperou rapidinho, mas ficou depressivo. Até hoje, quando toca no assunto, chora", afirma a filha. Paulo não ficou com sequelas da Covid-19 e, aos 77 anos, continua morando na propriedade rural da família. Ele e Maria tiveram três filhos (Iara, Luis Carlos e Sandra), nove netos e dois bisnetos. "Há cinco anos, a Covid-19 mudou o mundo. Para nós, é uma mudança que tem nome, tem rosto e tem ausência. Nossa mãe é uma das vítimas dessa doença que muitos insistiram em negar. A nossa perda não foi só um número. Foi um vazio que nunca mais se preencheu. O que dói não é só a perda, mas a maneira como tudo aconteceu. Além da dor de ver quem a gente ama partir, tivemos que enfrentar o peso da negação, do descaso e da mentira."

Para enfrentar o luto, Sandra decidiu homenagear a mãe criando dois perfis em redes sociais -- @oamorquefica -- que, juntos, somam 1 milhão de seguidores. Neles, além de amor, ela fala de ausência e de resiliência. "A dor persiste, a saudade sufoca e a revolta ainda arde. Nossa mãe não foi só uma estatística, foi amor, foi história e foi vida. Ela foi tirada de nós por um vírus e por um sistema que preferiu fechar os olhos para a verdade", enfatiza.

Relações desfeitas pelo vírus

Marcada pela dor, a história de Maria e Paulo Lopes de Souza, até então um anônimo casal de Luziânia, se soma a muitas outras que vieram depois. No dia 12 de março, data em que o Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, o músico Roberto Célio Pereira da Silva, o Xexéu, vestiu uma camiseta com a inscrição "Cláudia-se" para uma de suas apresentações. Foi a forma que encontrou para homenagear a afilhada e amiga Cláudia Garcia, cantora que morreu aos 49 anos no dia 26 de fevereiro de 2021. "Hoje chorei muito", contou ao POPULAR. Cláudia foi aliada de Xexéu na criação do projeto Adote a Arte que forneceu alimentos e material de limpeza ao pessoal da cultura que ficou sem trabalho durante a pandemia.

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

O músico Xexéu mostra no celular a foto com a amiga e cantora Cláudia Vieira, vítima da Covid-19 em fevereiro de 2021 (Diomício Gomes / O Popular)

Xexéu e a mulher Daniela foram contaminados. Ele chegou a ficar internado com 50% do pulmão comprometido e caiu em tristeza profunda após a morte de Cláudia Garcia. Mas não deixou seu propósito esmorecer. Mobilizou amigos e fez a diferença, assim como outros colegas do meio cultural, entre eles o músico Carlos Brandão e o artista circense Maneco Maracá, que também lideraram iniciativas semelhantes. "Estimo que 15 mil cestas tenham sido distribuídas pelo Adote a Arte no auge da pandemia e depois", afirma. Xexéu lembra ainda que os artistas foram uma espécie de agentes de saúde naquele período tenebroso. "As lives -- apresentações online -- salvaram muita gente da depressão."

Quase dez meses após Goiás ter sido apresentado oficialmente à pandemia e suas consequências sanitárias, econômicas e emocionais, a capital passou por um momento espinhoso. Aos 71 anos, o ex-governador Maguito Vilela morreu no dia 13 de janeiro de 2021 em decorrência das sequelas da Covid. Em agosto do ano anterior, o político havia perdido duas irmãs em Jataí para a doença. Maguito já estava internado quando foi eleito para administrar Goiânia com 52% dos votos no segundo turno das eleições de 2020. Tomou posse de forma virtual e se licenciou do cargo. A gestão da capital pelos quatro anos seguintes ficaria a cargo do vice, Rogério Cruz.

No tribunal

A técnica judiciária Ariony Chaves de Castro, responsável pelo centro de memória do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), fez da dor uma catarse. Em outubro de 2020, ela viu a Covid levar a cunhada, o irmão, os sogros dele. Em 2021, perdeu a irmã. "O Tribunal ficou fechado, mas trabalhei todos os dias. Foi o período em que mais produzi.Em alguns dias, eu sentava no chão e chorava muito. Tinha muito medo de morrer e deixar meu filho, então com 16 anos. O que me salvou foi a minha fé."

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Servidora do TRT, Ariony Chaves, que perdeu 5 pessoas da familia para a Covid, fez documentário sobre a pandemia no tribunal: “O que me salvou foi a minha fé” ( Wesley Costa / O Popular)

Ariony produziu o documentário A Repercussão da Pandemia de Covid-19 no TRT-GO, em que mostra as providências para manter o serviço jurisdicional e depoimentos de servidores e magistrados atingidos pela doença. A produção foi exibida no Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica) e concorre este ano ao Prêmio CNJ do Poder Judiciário.

Foi em 2021 que foi registrado o maior número de óbitos pela doença, em razão da chegada da variante ômicron, uma mutação do coronavírus. O produtor Felipe Jorge Kopanakis acompanhou em Goiânia o sofrimento do pai de 81 anos, que ficou cinco dias intubado antes de morrer, em maio daquele ano. Ele vivia em Niterói (RJ) e colaborou na produção do filme Mulheres & Covid, assinado pela irmã Fernanda Kopanakis e Ivan de Angelis, uma parceria com a Fiocruz. Depois disso, se cadastrou na Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid (Avico). "A Covid impactou todo mundo. Fui me aprofundando no tema e vejo que um dos grandes problemas da sociedade brasileira é esquecer o passado. Houve uma onda de desinformação e mentiras, precisamos lutar contra isso."

Membro de uma organização não governamental que atua com cinema e literatura em escolas públicas às margens dos rios Guaporé, Amazonas e Negro, na Amazônia, Jorge Kopanakis conta que após a pandemia só conseguiu voltar à região em 2024. "O impacto da Covid nessas comunidades distantes foi imenso. Já existe um isolamento natural porque não têm estradas. Para chegar a Manaus, é preciso pegar uma voadora (tipo de barco comum na Amazônia) e viajar 12 horas. Ninguém chegava e as pessoas foram morrendo. Teve um professor que morreu por falta de oxigênio." O produtor pretende se dedicar a um documentário sobre vacinação. "A taxa vacinal do País caiu. Estamos negando a ciência."

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Confira os principais benefícios de dez peixes para inserir no cardápio durante a Quaresma

Especialistas explicam os benefícios de incluir pescados na dieta e destacam as melhores opções para o cardápio

Os pratos à base de peixe têm ganhado destaque nos cardápios desde o início da Quaresma, seja por tradição religiosa ou não. O período representa a preparação espiritual dos católicos nos 40 dias que antecedem a Páscoa, que neste ano será celebrada no dia 20 de abril. Entre os ritos realizados, não consumir carne vermelha é o mais conhecido deles. Quem costuma ser a grande estrela do prato nessa época é o bacalhau, mas outros peixes podem entrar na lista de compras - e os benefícios de inserir o alimento na dieta são diversos.

Carol Amorim, nutricionista e especialista em comportamento alimentar, destaca que em Goiás a troca da carne vermelha pelo peixe é especialmente reforçada pela abundância dos animais nos rios da região, como o Araguaia e o Tocantins.

Ela explica que incluir pescados na dieta traz diversos benefícios para a saúde. "Os peixes são fontes excelentes de proteínas, essenciais para o crescimento e reparação dos tecidos corporais, além de ajudarem no fortalecimento do sistema imunológico", diz. Especialmente os de águas frias, como salmão, sardinha e atum, são ricos em ácidos graxos ômega-3. "Esses ácidos ajudam a reduzir a inflamação, melhoram a saúde cardiovascular e podem auxiliar na prevenção de doenças crônicas, como as cardíacas", aponta.

Esse tipo de carne possui um baixo teor de gordura saturada em comparação com as vermelhas, sendo uma boa opção para incluir no dia a dia. "Os peixes geralmente têm menos gordura saturada, o que contribui para um perfil lipídico mais saudável e auxilia na redução do colesterol LDL, o 'ruim'", diz. As vitaminas e minerais também estão na lista de benefícios. "São fontes importantes de vitaminas A, D e do complexo B, além de minerais como o selênio, ferro e iodo. Esses nutrientes são essenciais para diversas funções corporais, como a saúde óssea, a função imunológica e o equilíbrio hormonal", destaca.

O alimento também é mais "leve", de fácil digestão. "As proteínas dos peixes são mais fáceis de digerir do que as de outras carnes, o que pode ser benéfico para pessoas com sistemas digestivos mais sensíveis", diz. Além disso, a especialista destaca a diversidade de preparos. "O peixe é versátil e pode ser feito de várias formas, oferecendo uma gama de opções para enriquecer o cardápio durante a quaresma e além dela. Por essas razões, o consumo de peixes durante esse período é uma excelente escolha para melhorar a alimentação e promover a saúde", diz.

O bacalhau é o mais tradicional no período da Quaresma, especialmente no almoço de Páscoa. "Ele é rico em proteínas de fácil digestão, contribuindo para a construção muscular. Embora em menor quantidade que o salmão, o bacalhau ainda fornece alguns ômega-3, benéficos para o coração", diz. "É também rico em fósforo, essencial para a saúde óssea e dentária, e selênio, com ação antioxidante", completa.

O salmão, outro peixe bastante popular em Goiás, é reiterado por ela como boa opção pela quantidade de ácidos graxos ômega-3. "Isso melhora a saúde do coração, reduz inflamações e auxilia na função cerebral. Além disso, é rico em vitaminas A e D, essenciais para a saúde ocular, imunológica e óssea", comenta. Além do bacalhau e salmão, a reportagem convidou nutricionistas para destacar os principais benefícios de peixes como tilápia, sardinha, robalo e pintado de rio.

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Saneamento inadequado ainda causa internação e mortes em Goiás

Em 2023, Estado foi o 4º lugar absoluto em óbitos por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAIs) e o 1º por 100 mil habitantes. Aedes aegypti puxou os números

Esgoto é despejado de forma irregular no Rio Meia Ponte: efluentes contaminam a água e causam doenças que levam a internações e mortes

Esgoto é despejado de forma irregular no Rio Meia Ponte: efluentes contaminam a água e causam doenças que levam a internações e mortes (Wildes Barbosa / O Popular)

Prova de que há bastante por avançar em políticas públicas que liguem infraestrutura a saúde e higiene, as doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAIs) ainda matam muito no Brasil e também em Goiás. Algumas delas levaram o Estado ao 4º lugar nacional no número de mortes em 2023, segundo estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX Ante Consultoria.

Apesar do nome complicado, as DRSAIs são muito conhecidas dos brasileiros e se dividem em cinco grupos: por transmissão feco-oral (diarreias, salmonelose, cólera, amebíase, febre tifoide, hepatite A etc.); transmitidas por inseto vetor (dengue, chikungunya, zika, febre amarela, malária, doença de Chagas etc.); por contato com a água (esquistossomose e leptospirose, entre outras); relacionadas à higiene (conjuntivite, dermatofitoses etc.); e provocadas por helmintos (ascaridíase, esquistossomose, teníase, cisticercose etc.).

O trabalho do Trata Brasil, intitulado "Saneamento é saúde: como a falta de acesso à infraestrutura básica impacta na incidência doenças (DRSAI)", revela que em 2023 morreram no País 11.544 pessoas por DRSAIs -- quase metade (49,1%) por transmissão feco-oral, que causou 5.673 óbitos no País. O segundo grupo com maior participação foi o de doenças transmitidas por inseto vetor: 46,7% do total, ou 5.394 mortes no ano.

Quando se olha mais detalhadamente para os números percebe-se o poder do Aedes aegypti -- especialmente por conta da dengue -- em anabolizar as estatísticas negativas de Goiás, que naquele ano só perdeu menos vidas para DRSAIs do que São Paulo (2.464), Minas Gerais (1.778) e Bahia (1.135): das 818 mortes ocorridas no Estado, 668 (81,7%) foram por doenças via inseto vetor. A transmissão feco-oral provocou 146 óbitos (17,8%), numa razão de quase 5 para 1, uma discrepância em relação ao quadro nacional. Já os helmintos (geo-helmintos e teníases) causaram 3 mortes; houve ainda 1 por contato com água contaminada.

Mais perturbador é que, de acordo com os dados divulgados, o Centro-Oeste foi proporcionalmente a região onde mais morreu gente por DRSAIs e Goiás ganhou o título de recordista do País. A taxa média da região foi de 9,073 mortes por 100 mil habitantes em 2023; no Estado, essa razão chegou a 11,592 mortes, em empate técnico com o Distrito Federal (11,571). São Paulo, com mais óbitos em números absolutos, teve proporcionalmente menos da metade (5,548 mortes por 100 mil).

Internações

Em relação a internações, os dados já são do ano passado: enfermidades relacionadas a saneamento levaram a 344,4 mil hospitalizações em 2024. O grupo com maior participação nesse índice foi o de doenças transmitidas por inseto vetor: 49% do total (168,7 mil internações). A publicação alerta que o número "extremamente elevado de internações por doenças transmitidas por inseto vetor foi causado pela epidemia de dengue que assolou o país no ano passado". A doença praticamente monopolizou a transmissão por inseto vetor: do total das 168,7 mil internações do grupo, 164,5 mil -- ou seja, 97,5% -- foram por dengue ou febre hemorrágica causada pelo vírus da dengue.

Em Goiás, as DRSAIs causaram 21.476 internações, das quais 15.620 por doenças via inseto vetor; 5.578 por transmissão feco-oral; 124 relacionadas a higiene; 12 por doenças adquiridas de helmintos; e 10 por transmissão pelo contato com a água.

Entre todos os Estados brasileiros, segundo o levantamento, o Maranhão é o que apresenta o quadro mais grave no total de DRSAIs e também na transmissão feco-oral -- a qual, especificamente, denota grande deficiência no tratamento de esgoto. A mesma carência não tem muito impacto no principal desafio de Goiás: a proliferação do Aedes aegypti -- mosquito que prefere água parada e limpa.

Em relação ao estudo da Trata Brasil, a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) enviou uma nota à reportagem, ressaltando que a empresa "é destaque nacional na expansão dos sistemas". "O atendimento com água tratada já chega a 98,19% da população (enquanto a média nacional é 84,2%), muito próximo aos 99% para ser considerado universalizado". Em relação ao esgoto, a Saneago diz que "já alcança 73,99% da população (enquanto a média nacional é 55,8%)". "Com isso, a Saneago está classificada entre as melhores do País pelo empenho na universalização, de acordo com o Instituto Trata Brasil", afirma.

Regras vão definir lançamento de efluentes em mananciais

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) está definindo regras para o lançamento de efluentes em corpos hídricos superficiais de Goiás. O objetivo da pasta é acabar definitivamente com a disposição inadequada de esgoto nos rios. O primeiro passo nesse sentido foi realizado em 29 de novembro, quando o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHi) aprovou a Resolução nº 70, com critérios técnicos para a outorga de lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos superficiais.

A outorga de lançamento de efluentes é o ato administrativo do órgão ambiental que autoriza o lançamento de efluentes em corpos hídricos, considerando a disponibilidade hídrica necessária para a diluição das concentrações de determinados parâmetros de qualidade da água. A Semad avisa que em nenhum caso haverá dispensa de obrigatoriedade da outorga.

A resolução entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025, mas os usuários devem aguardar a publicação da instrução normativa, que definirá o calendário de escalonamento e as regras de transição para o início das solicitações de outorga. O calendário indicará os municípios do Estado responsáveis por iniciar as solicitações, enquanto as regras de transição detalharão os procedimentos para formalização dos pedidos de outorga de lançamento.

Entre os parâmetros a ser avaliados na análise da outorga estão a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), a temperatura do efluente e a vazão de lançamento. Os efluentes precisam ser tratados antes do lançamento, atendendo aos padrões estabelecidos. Aos usuários de recursos hídricos fica a obrigação de realizar automonitoramento, garantindo que os efluentes não afetem os usos previstos dos corpos hídricos e atendendo às normas específicas.

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Papa Francisco completa um mês de internação e passa bem a noite no hospital

Ele chegou ao hospital Gemelli, em Roma, com uma infecção respiratória considerada grave

Papa Francisco completou nesta sexta-feira (14) um mês de internação

Papa Francisco completou nesta sexta-feira (14) um mês de internação (Reprodução/Redes sociais)

O papa Francisco, 88, passou novamente uma noite tranquila, informou o Vaticano. O religioso completou nesta sexta-feira (14) um mês de internação. Ele chegou ao hospital Gemelli, em Roma, com uma infecção respiratória considerada grave.

No mês passado, ainda nos primeiros dias de hospitalização, o Vaticano anunciou que ele sofria de uma pneumonia bilateral. Trata-se de uma infecção que torna a respiração mais difícil e pode inflamar e cicatrizar os pulmões. O anúncio reacendeu a preocupação com a saúde do líder da Igreja Católica, que teve o lobo pulmonar direito removido quando jovem.

Durante o tratamento, os especialistas médicos disseram que o principal risco é que o pontífice venha a ter uma condição de sepse - resposta inflamatória exacerbada do organismo a uma infecção - caso os germes que estão nas vias respiratórias caiam na corrente sanguínea.

Essa possibilidade diminuiu nos últimos dias, contudo. Houve melhora no estado de saúde de Francisco, e a equipe médica retirou na última segunda-feira (10) o chamado prognóstico reservado, o que na prática descartou perigo iminente de morte. Já na quarta (12), o Vaticano informou que uma tomografia de tórax recente confirmou a evolução no quadro clínico.

Em um mês de internação, o Vaticano procurou mostrar que o papa continua ativo no comando da Igreja, despachando documentos, textos para orações e recebendo o número dois da Cúria Romana, o secretário de Estado, Pietro Parolin. Francisco precisou, porém, delegar compromissos ligados ao Jubileu, e há quatro domingos não recita o Angelus, tradicional compromisso diante dos fiéis na praça São Pedro.

Os boletins divulgados diariamente são redigidos pelos médicos responsáveis pelo tratamento do pontífice e fazem a síntese de todas as avaliações de especialistas. Em seguida, "de acordo com o Santo Padre" eles liberam "a notícia ao mundo". "O papa sempre quis que disséssemos a verdade", afirmaram, ainda nos primeiros dias da hospitalização.

O pontífice tem prezado pela transparência. Boletins divulgados ao longo da internação, a pedido de Francisco, descreveram situações delicadas, como a necessidade de aspiração de vômito inalado.

Questionados sobre a ausência de imagens do líder religioso no hospital, os profissionais disseram no mês passado que não é possível tirar fotos dele de pijama. "Não é que ele fica vestido como papa o dia todo", disse na ocasião Sergio Alfieri, um dos médicos de Francisco. "Precisamos respeitar a sua privacidade."

Na véspera, Francisco completou 12 anos de pontificado. Durante esse período, ele procurou imprimir na Igreja uma imagem mais inclusiva, tanto no aceno à comunidade LGBTQIA+ quanto na nomeação de mulheres para cargos importantes da cúpula do Vaticano.

O Vaticano parabenizou Francisco pela marca em um vídeo com a retrospectiva do religioso à frente da Igreja. A Santa Sé também pediu que os fiéis continuem orando pela saúde do argentino.