Segundo a polícia, a sonegação consistia na utilização de máquinas de cartão em Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) distintos ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) para assim camuflar o real faturamento

Imagens mostram o momento em que a polícia vai até os estabelecimentos fazer buscas e apreensões (Divulgação/Polícia Civil)
O grupo empresarial dono de restaurantes de alto padrão em Goiânia que foi alvo de uma operação da Polícia Civil de Goiás nesta terça-feira (25) sonegou R$ 3 milhões segundo a polícia. O delegado responsável pelo caso, Alexandre Alvim, disse ao POPULAR que o grupo usava medidas para burlar o real faturamento das empresas.
Segundo Alexandre Alvim, a sonegação consistia na utilização de máquinas de cartão de crédito e débito (POS) em Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) distintos ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) para assim camuflar o real faturamento dessas empresas e sonegar Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Elas [empresas] estavam cadastradas como se fossem no Simples Nacional, cujo faturamento limite é de R$ 3,6 milhões, só que elas possuem um faturamento muito superior; com a utilização desses outros CNPJs e CPFs, eles conseguiam camuflar o real faturamento e, assim, despistar a fiscalização", disse.
O POPULAR tentou contato com o grupo nesta quarta-feira (26) às 08h30, e na ligação uma funcionária disse que não poderia falar nada e não tinha autorização para passar o contato do dono do restaurante.
Nas redes sociais o restaurante publicou uma nota de esclarecimento dizendo que com 61 anos de história em Goiânia reitera seu compromisso com a transparência, ética e respeito às normas fiscais e legais. No texto diz também que não há qualquer condenação ou decisão judicial contra o restaurante.
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Até o momento, segundo a polícia, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em quatro estabelecimentos comerciais, sendo dois restaurantes, um salão de eventos e um empório. Os contadores do grupo também estão sendo investigados.
Na busca e apreensão foram apreendidos documentos, máquinas de cartão de crédito, que vão auxiliar nas investigações para conseguir detectar o real montante do valor sonegado por esse grupo de restaurantes", disse o delegado.
O superintendente de Fiscalização Regionalizada da Secretaria da Economia, Gustavo Henrique, explicou que se as irregularidades forem comprovadas, as empresas serão autuadas para ressarcir os valores sonegados aos cofres públicos.
Com a apuração da omissão realizada por essas empresas provavelmente elas serão desenquadradas do Simples Nacional e irão contribuir agora dentro do regime normal", disse.

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em quatro estabelecimentos comerciais, sendo dois restaurantes, um salão de eventos e um empório (Divulgação/Polícia Civil)