A fundação de defesa aos animais criada pela atriz francesa Brigitte Bardot, de 85 anos, não vem medindo esforços para conscientizar a população sobre a proteção dos pets durante a quarentena. No site da organização, com sede em Paris, os ativistas destacaram que o abandono ou o assassinato de animais por medo de contágio pelo coronavírus não faz sentido, já que a transmissão da covid-19 só se dá entre humanos."Abandonar o animal para se proteger da pandemia é totalmente absurdo, cruel e punível por lei, com pena de até 30 mil euros [R$ 172 mil] de multa e dois anos de prisão [na França]", afirmou. No Brasil, o artigo 146 do Código Penal prevê detenção de três meses a um ano e multa."A doença é transmitida por gotículas expelidas pela boca das pessoas infectadas. Tal como acontece com os humanos, você tem que respeitar hábitos com seu animal de estimação. Lembre-se de lavar bem as mãos antes e depois de acariciá-lo, pois o vírus pode ser capaz de ficar em seu pelo como qualquer outro meio vivo ou não", aconselha.A ONG de Brigitte destaca ainda que já constatou emergências, em clínicas veterinárias, de tutores que lavaram o pet com álcool gel, desinfetante ou água sanitária. Essas atitudes podem levar à morte ou prejudicar gravemente a saúde do bicho. "[O animal] pode ser queimado ou se intoxicar após se lamber. Um shampoo veterinário ou uma simples limpeza com água e sabão é mais do que suficiente", orienta.Os voluntários da fundação ressaltam ainda que qualquer precaução, contanto que não haja perigo iminente, é válida. "Lave as mãos antes e depois de acariciá-lo, não o deixe lamber seu rosto e o mantenha longe de pessoas infectadas."De acordo com a Ordem dos Veterinários da França, clínicas veterinárias continuarão abertas durante o isolamento, a fim de manter a continuidade do serviço de saúde para as espécies. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) também enxerga esse serviço como essencial e alega que a autorização de funcionamento em todo o País permanecerá "até segunda ordem". Entretanto, recomenda que tutores infectados fiquem longe dos pets por cautela e pede que os atendimentos sejam feitos com restrições."Para manter o atendimento e, ao mesmo tempo, contribuir para conter a proliferação do coronavírus, o CFMV estimula que o atendimento seja feito com a presença de apenas um único tutor, evitando a aglomeração de pessoas nas clínicas e pet shops. Além disso, recomenda-se que os tutores evitem visitar os animais internados. Também sugere que serviços que não são de urgência e emergência sejam reprogramados, afastando uma exposição desnecessária nesse momento crítico de propagação do novo coronavírus", afirma em nota. Vale explicar que se distanciar dos pets é uma forma de não deixar o vírus transitando por meio do pelo do bicho após possível contato. Se outra pessoa toca nele com o microorganismo ali presente, há o risco de infecção.