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Quais cuidados tomar com cachorros e gatos no inverno?

Assim como humanos, os animais de estimação sofrem com a mudança climática. Em épocas frias, aumenta a possibilidade de certas doenças. Para garantir o bem-estar, é necessário prevenir com vacinas e roupinhas quentinhas.

Modificado em 24/09/2024, 03:27

Quais cuidados tomar com cachorros e gatos no inverno?

(Gureu / Creative Commons)

POR LUIZA CERVENKA DE ASSIS

Com o frio aumentando em quase todas as cidades brasileiras, surge mais uma preocupação: como proteger os animais de estimação? Muitas pessoas pensam que, por terem pelos, os pets não sofrem com temperaturas baixas. Porém, cães e gatos podem ficar doentes se não forem aquecidos em dias com vento, chuva e frio.

Cães e gatos podem pegar gripe?

Segundo a especialista Luana Sartori, veterinária responsável pela Monello Select, da Nutrire, os pets também ficam resfriados e os sintomas são bem parecidos com os da gripe nos humanos. "Espirros, falta de apetite, secreção ocular e nasal, e febre podem ocorrer. Além disso, quando estão gripados, os animais ficam apáticos, sem vontade de brincar ou interagir com seus tutores", explica Luana. Muito embora eles possam ficar gripados em qualquer estação, o inverno é sempre mais perigoso, principalmente para os animais que dormem fora de casa. Filhotes e idosos também sofrem mais com o frio e estão bem mais suscetíveis às doenças respiratórias.

Segundo a médica veterinária Adriana Souza dos Santos, Clínica Geral da AmahVet, há diferença entre as doenças que acometem os cães e os gatos. "Em cães, há a traqueobronquite, também conhecida como Tosse dos canis ou gripe canina. Já para os gatos, é a rinotraqueíte" aponta.

Dra Adriana alerta que a cinomose é uma doença viral, muito comum no frio, devido à resistência viral no ambiente. Prevenção: Para todos animais, realizar vacinação anual, e ter acompanhamento com veterinário de confiança.

Os sintomas para cães e gatos podem ser bem diferentes. A médica veterinária Kelli Motta explica que a gripe canina é muito parecida com a gripe dos humanos. "Seus sintomas são febre, tosse seca ou com secreção, anorexia, letargia, espirros e tremores. Em alguns casos o quadro pode se agravar levando a uma pneumonia" diz, e continua "Já a rinotraqueite traz sintomas mais evidentes, como: secreção ocular e nasal, febre, espirros, anorexia, apatia e dificuldade respiratória".

Para todas essas doenças, a prevenção ainda é a melhor solução. Basta vacinar os animais que está tudo resolvido! Segundo a médica veterinária Carla Berl, funcadora da rede PetCare, existem dois tipos de vacinas disponíveis no mercado: a vacina por via intra-nasal (o líquido é instilado dentro das narinas do cão) ou a injetável (o líquido é injetado abaixo da pele do animal). "Mas a desinfecção do ambiente e dos utensílios do animal doente (vasilhas de água e comida, cama e brinquedos) também é muito importante para evitar a transmissão para outros animais. Essas doenças são muito comuns em lugares com grande concentração de animais, como abrigos, por exemplo" elucida.

Cães e gatos geriátricos podem apresentar muitas doenças ortopédicas que afetam sua qualidade de vida. Segundo Dra Carla, a doença mais comum é a Osteoartrose ou Artropatia Degenerativa (Artrose). Ambas acometem animais que têm problemas articulares, como hérnias de discos e displasia coxofemoral, além dos problemas articulares em joelhos, cotovelos e ombros.

Dra Carla explica que os animais com esse tipo de doença podem se mostrar relutantes a andar, se levantar, brincar, correr ou subir no sofá e escadas. "Ficam mais quietos, perdem o apetite devido a dor e apresentam maior dificuldade para urinar e defecar. Em dias mais frios e úmidos, os sinais clínicos costumam piorar" fala.

A artrose é uma doença crônica e, mesmo com tratamento, não apresenta cura -- e sim o controle dos sintomas, principalmente controle da dor. Além do uso de analgésicos e anti-inflamatórios (prescritos apenas pelo médico veterinário, dependendo de cada caso), outros tipos de tratamento alternativos como acupuntura e fisioterapia ajudam no controle da dor.

Como saber se meu pet está com frio?

Vários sinais podem indicar que o peludo está com frio. "O pet busca lugares quentes, como os cantinhos da casa, por exemplo. Eles costumam ficar enroladinhos no próprio corpo, os focinhos e orelhas ficam gelados", indica Dra Luana.

Não espere que seu pet comece a tremer para tomar uma atitude. Muitas vezes eles tremem quando estão com muito frio. Segundo a Dra Carla, os animais de pelo curto têm mais propensão a sentir frio. Já os animais de pelo longo e com sub-pelo, sofrem menos nessa época.

Devo colocar roupa no meu cachorro ou gato?

A resposta é: depende. Cachorros são mais tolerantes, mas os gatos realmente não gostam de roupinhas, com algumas exceções. "É preciso analisar com bom senso, pois o que pode ser bonitinho para as pessoas, pode ser desconfortável ao extremo para o pet", diz Luana.

Se o seu peludo não gosta de roupinha, você duas opções: fazer um treinamento para ele aceitar o acessório (veja como fazer no vídeo abaixo) ou oferecer um ambiente quentinho para ele.

Se a sua decisão for pela segunda opção, as camas de corino ou de plástico podem fazer um bom isolamento da friagem do chão. Mas, mesmo assim, deve ser oferecida uma coberta para que o pequeno possa se aninhar.

Se seu cachorro dormir fora de casa, a indicação é coloca-los em um espaço que não pegue golpes de ventos, um cômodo mais quentinho, usar cobertores, uma casinha mais fechada e se possível até um aquecedor.

Fique mais atento aos cães e gatos filhotes e os idosos, pois são mais propensos a ter queda de temperatura corporal.

A observação dos peludos é o mais importante para oferecer conforto a eles, seja no inverno ou em qualquer outra estação do ano. Não espere que seu pequeno adoeça ou passe frio para tomar uma atitude. O bem-estar deles é nossa responsabilidade!

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Especialista explica 5 curiosidades sobre os cachorros

Professora de Medicina Veterinária aponta características curiosas sobre esses animais

Conhecidos como melhores amigos dos homens, os cães são ótimas companhias

Conhecidos como melhores amigos dos homens, os cães são ótimas companhias

Pelos longos ou pelos curtos, pequenos ou de raças maiores, há aqueles com pedigree e ainda os simpáticos vira-latas. Até o ser humano mais ranzinza tem o coração derretido quando vê um cachorro fazendo graça, especialmente se for um filhotinho desengonçado.
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O cão, conhecido internacionalmente como "o melhor amigo do homem" não ganhou esse título à toa. Os animais provavelmente foram os primeiros a serem domesticados pelo ser humano: esse amor começou há cerca de 12 mil anos, quando os cachorros começaram a ser domesticados na Europa e no Extremo Oriente, a partir de duas populações diferentes de lobos.
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De lá para cá, a domesticação permitiu o surgimento das mais variadas raças: especula-se que existam no mundo mais de 300. E, segundo o censo do Instituto Pet Brasil, só o nosso país possui mais de 58,1 milhões de 'doguinhos'.
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A médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Juliana Dias Martins, diz que os cães são ótimos companheiros para os seres humanos, desde a infância, desenvolvendo nas crianças o senso de responsabilidade e cuidado, até a nossa vida adulta, nos fazendo companhia.
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"Durante a pandemia, muitas pessoas decidiram adotar animais de estimação, o que é maravilhoso. No entanto, é importante lembrar que os cães e outros animais são seres que necessitam de afeto, cuidado e atenção. Por isso, a decisão de adotar um animal deve ser tomada com responsabilidade", analisa.

A seguir, a especialista elenca algumas curiosidades que todo pai e mãe de pet deve saber sobre os cães.
Por que fazem carinhas irresistíveis?
O seu cachorro sabe bem como conseguir o que quer e, para isso, fazem caretas irresistíveis de propósito.

Pesquisadores da Universidade de Portsmouth, nos Estados Unidos conduziram um estudo com ajuda de um dispositivo, em que analisaram os músculos faciais de 27 cachorros. O resultado foi a constatação de que os cães que mais levantavam a sobrancelha e arregalavam os olhos foram adotados mais rápido no abrigo em que estavam à espera de um dono. Acredita-se que esse comportamento também era comum entre os lobos, seus parentes distantes - conseguindo assim serem aceitos entre os humanos - e ficou registrado na memória dos cães.

Já outro estudo, conduzido pela Universidade de Howard, também nos Estados Unidos, indicou que os cachorros desenvolveram músculos ao redor dos olhos e do focinho, o que acabou, durante milhares de anos de evolução, reforçando laços e a comunicação com o ser humano.

Por que giram antes de deitar-se?
Não, o seu cachorro não está maluco. Esse comportamento foi herdado dos ancestrais lobos, e nada mais é do que uma forma de defesa contra predadores. Ao girar, os cachorros conseguem sentir a direção do vento.

Assim, eles se deitam na direção contrária do vento, e caso algum outro animal sinta o cheiro do cachorro e se aproxime para atacar, ele já estará em uma posição de frente, de defesa.

Cães são inteligentes
Especula-se entre cientistas que os cachorros têm uma inteligência que pode ser equiparada à inteligência de um bebê humano de dois anos de idade, podendo compreender até 250 palavras e até alguns numerais. Além disso, qualquer tutor sabe como a comunicação dos cães é clara e objetiva: o cachorro sabe muito bem como mostrar quando está com fome, sede, ou ainda quando quer pedir alguma coisa, desenvolvendo formas efetivas de comunicação.

**Sentimentos e sentidos aguçados  **
Os focinhos dos cachorros se assemelham à digital humana: são únicos, nenhum cachorro tem focinho igual ao de outro cachorro. Além disso, o olfato dos cães é muito apurado: eles possuem até 220 milhões de células olfativas - em comparação, os seres humanos possuem apenas 5 milhões delas.

Tanto poder permite aos cachorros até farejar doenças no organismo dos seres humanos a partir do cheiro de proteínas que indicam doenças, como o câncer e o diabetes.  Quando se trata da visão, há estudos que mostram que os cães podem ver tons suaves.

Os cães também podem sofrer de depressão! Não existe idade específica para que o animal apresente esse quadro, e os tutores devem ficar atentos aos sintomas, que se assemelham à depressão do ser humano.

O animal geralmente apresenta tristeza, podendo até ter sintomas físicos, como perda de apetite e sonolência. O quadro pode ser desencadeado pela perda de um habitante da casa, mudanças na configuração familiar ou ainda em razão de ficarem muito tempo sozinhos ou socializarem pouco.

**Por que marcam território **  
Esse é comportamento natural, que vêm de seus ancestrais. Geralmente, são os machos que mais marcam território, quando se sentem ameaçados (por um outro animal, por exemplo) ou incomodados (barulho, obra em casa ou algum outro fator externo). O xixi da marcação de território normalmente é mais curtinho e tem um odor mais forte, ao contrário do xixi comum.

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Entenda os cuidados com o animal de estimação na terceira idade

Modificado em 04/11/2024, 08:52

Entenda os cuidados com o animal de estimação na terceira idade

(Pexels)

Em poucos anos, aquele lindo filhote, que brincava intensamente e parecia nunca se cansar, começa a reduzir a atividade física e a apresentar pelos brancos na face. Este certamente é um dos pontos mais desafiadores para tutores: os animais de estimação têm uma expectativa de vida bem menor do que gostaríamos. Em média, um cão é considerado idoso a partir dos 7 anos, variando pouco conforme porte e raça. Já os gatos entram na fase geriátrica por volta dos 11 anos.

O envelhecimento traz aos animais de estimação maior ocorrência de doenças crônicas, e cabe aos médicos-veterinários orientarem os tutores quanto às mudanças físicas e comportamentais inerentes a essa fase.

"A medicina veterinária vem avançando muito em diagnóstico, tratamentos e soluções que aumentam a expectativa e a qualidade de vida dos pets, mas é crucial que tutores e veterinários atuem em conjunto para oferecer o melhor para os pacientes pets", comenta o médico-veterinário, Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, Henry Berger.

Pele mais fina e ressecada, maior tempo de sono, redução das atividades físicas, da audição, da visão e do olfato são sinais comuns do envelhecimento. Porém, é preciso estar alerta à intensidade das mudanças e às alterações específicas. Rigidez ao se levantar, desconforto ao caminhar ou evitar subir escadas ou saltar são sinais de artrite, artrose e osteoartrite, doenças articulares muito comuns nos idosos, especialmente em cães de grande porte.

Doenças cardíacas também são bastante frequentes em pets seniores. Cansaço, tosse frequente, cianose (língua roxa), dificuldades respiratórias, perda de peso e fadiga excessiva após passeios são alguns dos sinais de doença valvar degenerativa (comum em cães de pequeno porte), cardiomiopatia dilatada (comum em cães de grande porte) e cardiomiopatia hipertrófica (comum em gatos).

Também muito comum nos felinos idosos, a doença renal crônica (DRC) costuma apresentar sinais somente em estágio avançado, como perda de apetite, emagrecimento, sede excessiva e letargia. Doenças cardíacas e renais também podem ser consequência de problemas bucais, como a periodontite. Por isso, o cuidado com a saúde bucal desde a fase filhote é tão recomendado pelos médicos-veterinários.

Semelhante ao Alzheimer em humanos, a disfunção cognitiva canina provoca confusão, desorientação, alteração no sono e comportamento repetitivo. Cães podem começar a latir sem motivo aparente, esquecer comandos que já sabiam ou parecer desorientados em locais familiares.

O câncer é outra doença que tende a aparecer com mais frequência em animais de estimação idosos e pode se desenvolver em diversas partes do corpo, variando em gravidade.

Prevenção, diagnóstico e tratamento
A Medicina Preventiva que permita diagnósticos precoces é essencial para aumentar as chances de um tratamento bem-sucedido ou melhorar o gerenciamento da condição. O ideal é que o intervalo entre as consultas de rotina seja de ao menos seis meses, e exames de sangue e de imagem sejam realizados pelo menos uma vez ao ano, conforme as condições clínicas, o histórico e a idade do paciente.

"Fechar um diagnóstico é muito mais fácil atualmente, com equipamentos avançados de ultrassonografia, hematologia e urinálise que oferecem resultados na hora. Além disso, a Inteligência Artificial colabora muito com a análise de exames de imagem", revela Berger.

A VetFamily, comunidade internacional criada por médicos-veterinários para desenvolver o setor, tem como um de seus objetivos firmar parcerias com grandes marcas nacionais e multinacionais, como Vetline (distribuidora de equipamentos de imagem e diagnósticos) e Signal Pet (Inteligência Artificial para exames radiográficos), para que seus membros disponibilizem alta tecnologia e soluções modernas em diagnóstico para seus pacientes.

O veterinário destaca ainda técnicas de tratamento amplamente utilizadas pelos tutores que estão colaborando para o bem-estar dos pets, como a acupuntura e a fisioterapia. "Essas terapias podem proporcionar resultados incríveis, especialmente em animais com problemas neurológicos e articulares. Sessões de acupuntura, aplicação de exercícios específicos, terapia manual, estimulação elétrica e hidroterapia são alternativas para melhorar a mobilidade, reduzir a dor e fortalecer a musculatura dos pets", ressalta.

A Fisio Care Pet, outra empresa parceira da VetFamily, oferece cursos avançados na área e a alternativa de franquias para que clínicas e hospitais veterinários possam oferecer serviços completos para os pacientes.

A indústria veterinária também colabora com o aumento da expectativa de vida dos animais de estimação por meio de medicamentos, como anti-inflamatórios, analgésicos e suplementos para articulações e doenças crônicas cardíacas e renais, com tecnologias cada vez mais inovadoras e acessíveis.

Cuidados diários também vão contribuir para o bem-estar dos pets na terceira idade. A atividade física pode ser mantida com caminhadas leves em terrenos mais planos e menos escorregadios para os cães, e adaptação do enriquecimento ambiental, com arranhadores e móveis mais baixos para os felinos. A saúde mental também não pode ser esquecida. Vale investir em atividades e brinquedos que estimulem a caça ao alimento.

Adaptar o ambiente com camas mais confortáveis, rampas e pisos menos escorregadios vai poupar as articulações, já desgastadas com a idade. Comedouros e bebedouros elevados evitam esforço extra da coluna e facilitam a digestão. Mais fontes de água e bebedouros distribuídos pela casa incentivam a ingestão de água.

Já a nutrição merece atenção especial, com rações ou alimentação natural adequadas às necessidades da idade e saúde do pet, digestão mais lenta e dificuldades na mastigação. "As consultas regulares com o médico-veterinário são essenciais para a adaptação dos cuidados em todos os aspectos, incluindo alimentação e suplementação, até os ajustes na rotina e no ambiente do animal", aponta Berger.

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Saiba cuidados para garantir o bem-estar dos animais em casa e nos passeios

Modificado em 04/11/2024, 08:52

Pequenos objetos e brinquedos inadequados ao porte do animal podem ser ingeridos e colocar o pet em risco

Pequenos objetos e brinquedos inadequados ao porte do animal podem ser ingeridos e colocar o pet em risco (Unplash)

O crescente número de animais de estimação nos lares brasileiros e a relação cada vez mais próxima entre humanos e pets acende o alerta para a importância da adoção de medidas preventivas com a saúde e a segurança dos animais. No ambiente doméstico, nos passeios ou durante o atendimento veterinário, a atenção e a prevenção são essenciais para evitar riscos e acidentes.

"Os pets fazem parte das famílias e agora acompanham boa parte da rotina familiar, frequentando shoppings e bares, viajando e visitando a casa de amigos, o que é prazeroso, mas exige alguns cuidados extras", comenta a médico-veterinária e gerente de marketing da VetFamily no Brasil, Beatriz Alves de Almeida.

Evitando fugas
Muros altos, canis adequados, portões e janelas teladas são itens básicos para a segurança de quem quer ter um animal de estimação. Porém, a rotina da família e de quem frequenta a casa deve considerar o comportamento dos animais.

"Pets são curiosos e não têm noção dos perigos. Os cães, por exemplo, podem fugir durante a entrada ou a saída de um veículo, porque algo na rua despertou a atenção, ou ainda escalarem muros e casinhas dentro dos canis. Gatos podem encontrar pequenas frestas, telas que arrebentaram ou aproveitarem uma pequena distração de quem está abrindo uma porta para escaparem. Desconheço um tutor que em algum momento não tenha tomado um susto com o seu animalzinho", comenta Beatriz.

O ideal é fazer inspeções rotineiras dos itens de segurança, orientar a família e colaboradores da casa e tomar o máximo cuidado no dia a dia. Em passeios e viagens, vale mapear os riscos do novo ambiente assim que chegar e adequar as medidas de segurança.

O uso de caixas de transporte, guias, coleiras e peitorais de boa qualidade e adequados à espécie e ao porte do animal são fundamentais para deslocamentos ao veterinário, viagens e passeios. O médico-veterinário está apto a orientar os tutores quanto à prevenção no trânsito e novos ambientes.

Identificação do animal
O número de animais perdidos diariamente é alto, o que reforça a necessidade da identificação, mesmo em pets que raramente saem de casa ou moram em apartamentos.

"A meu ver, além da consulta com um médico-veterinário, coleira com plaquinha constando os dados do tutor, a microchipagem e o cadastro em uma base de dados são medidas primordiais ao se adotar ou adquirir um pet. Por isso, firmamos uma parceria com a AnimallTAG para facilitar a microchipagem dos pacientes dos membros da nossa comunidade", ressalta a veterinária.

A VetFamily, comunidade internacional criada por médicos-veterinários para desenvolver o setor, busca firmar parcerias e desenvolver soluções que facilitem a rotina e a atividade dos médicos-veterinários e colaborem com o bem-estar de pets e tutores.

A AnimallTAG, empresa especializada em identificação animal líder no Brasil e uma das maiores no mundo, desenvolveu microchips em três tamanhos (microchip, nanochip e picochip) para atender até mesmo pássaros e peixes.

Além do microchip, o tutor recebe uma placa com QR Code para uso na coleira de cães e gatos. Ao escanear a medalha, a pessoa que encontrou o animal visualiza os dados cadastrais e o tutor recebe a localização onde foi feita a leitura.

"Os microchips ainda não funcionam como GPS, porém a leitura do QR Code da medalha que acompanha o conjunto fornece a informação do local atual do pet e agiliza o contato com que resgatou o animal", revela o engenheiro mecânico e fundador da empresa, Carlos Gustavo de Camargo Ferraz Machado.

O microchip acompanha ainda um certificado, que é obrigatório para viagens internacionais e como prova de propriedade do animal, em caso de furto ou roubo.

Atenção com plantas, alimentos e produtos tóxicos
Chocolates, uvas, uvas-passas, sal, temperos em geral e alimentos gordurosos prejudicam a saúde ou colocam a vida do animal em risco, conforme a quantidade ingerida. Para maior segurança, não se deve oferecer nenhum alimento diferente do indicado pelo médico-veterinário e, preferencialmente, não permitir o acesso dos animais à cozinha ou durante o momento das refeições.

Produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos também devem ser mantidos em locais seguros e os animais devem ser afastados durante o uso de produtos químicos. Algumas substâncias podem ser fatais ou extremamente prejudiciais se ingeridas, inaladas ou se houver exposição cutânea.

É essencial também conhecer quais plantas são potencialmente tóxicas para os animais, não apenas para planejar o paisagismo do jardim de casa, mas também para evitar riscos com presentes ou durante os passeios em parques, bares e outras residências. Espada-de-são-jorge, comigo-ninguém-pode, mamonas, sagu-de-jardim, lírios, azaleias, filodendros, hera inglesa, ciclames e samambaias são algumas plantas que oferecem perigo, além de fertilizantes e pesticidas utilizados para a manutenção dos jardins.

Cuidado também com pequenos objetos, tomadas, fios e aquecedores. Um fio danificado ou a ponta de um carregador de celular ainda ligado à tomada podem parecer brinquedos aos olhos do pet, mas podem causar um choque elétrico. Pequenas tampas, brinquedos inadequados ao porte do pet, meias, elásticos e prendedores de cabelo podem ser ingeridos e aquecedores ou ferros elétricos podem provocar queimaduras.

Qualidade e segurança hospitalar
Outra medida importante é contar com atendimento qualificado e especializado para o animal de estimação. Buscar referências sobre profissionais de saúde e estabelecimentos veterinários próximos para casos de emergência garantem maior segurança para o pet e o tutor.

Para quem tem gatos, as melhores opções são clínicas e hospitais com consultórios e internações específicas para felinos. Já os pets não convencionais devem ser atendidos por médicos-veterinários especializados.

"Clínicas e hospitais veterinários também devem primar pela qualidade e segurança assistencial. Por isso, recentemente também firmamos uma parceria com a Acredita Pet, uma consultoria especializada em treinamentos e implantação de acreditação veterinária. Desta forma, os membros da nossa comunidade podem contar com benefícios para investir ainda mais em qualidade, afinal, tutores também buscam segurança no momento de tratar seus pets", comenta o médico-veterinário e consultor da VetFamily no Brasil, Justiniano Proença Filho.

A acreditação é um processo rigoroso que envolve avaliação imparcial, orientação de técnicos especialistas e implementação de processos e protocolos com padrões reconhecidos internacionalmente. "Ao escolher um serviço veterinário acreditado, os tutores têm a garantia de que a clínica ou hospital está em conformidade com as melhores práticas assistenciais", esclarece a enfermeira especialista em gestão de serviços de saúde e sócia-proprietária da Acredita Pet, Andrea Quaglio.

Checklist da segurança Anote as dicas mais importantes:

  • Lembre-se que o seu pet não tem noção de perigo;
  • Deixe seu animal sempre com placa de identificação;
  • Invista em microchipagem;
  • Tenha sempre em mãos fotos atualizadas do seu pet, preferencialmente que mostrem detalhes que ajudam na identificação dele, como manchas na pele e na pelagem;
  • Invista em muros altos e canis com grades adequadas;
  • Coloque telas de proteção nas janelas, varandas e áreas dos pets;
  • Restrinja a área do pet ao sair de casa ou durante a execução de serviços na residência;
  • Inspecione regularmente o funcionamento de travas e o estado de telas e grades de proteção;
  • Mantenha produtos de limpeza, medicamentos e cosméticos fora do alcance dos pets;
  • Não deixe fios, tomadas, carregadores, baterias e pequenos objetos ao alcance dos animais;
  • Só ofereça brinquedos adequados ao tamanho do animal para evitar ingestão ou engasgos;
  • Conheça plantas e alimentos que são tóxicos para animais;
  • Ao transportar seu pet, use caixas de transporte ou peitorais com cinto de segurança;
  • Avalie rigorosamente os locais de passeio ou prestação de serviços para seu animal;
  • Busque referências de consultórios, clínicas e hospitais veterinários;
  • Procure conhecer os processos de atendimento e qualidade de clínicas e hospitais veterinários;
  • Valorize o conhecimento e os treinamentos realizados pelo médico-veterinário do seu pet;
  • Cuide da saúde e da segurança do seu pet, como cuida da sua.
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    Pets também sentem frio e têm risco maior de doenças durante o inverno

    A redução das temperaturas e da umidade relativa do ar pode contribuir para um maior risco e ocorrência de enfermidades em animais

    Modificado em 17/09/2024, 16:29

    Pets também sentem frio e têm risco maior de doenças durante o inverno

    (Freepik)

    O doutor em Engenharia Biomédica e Sanitarista especialista em Saúde Pública, Raphael Castro, adverte que a redução da temperatura dos animais, ainda que não alcance os níveis extremos mais graves, impactam no funcionamento natural de muitos processos biológicos, como a manutenção de um sistema imunológico ativo e eficiente. Com o sistema imunológico fragilizado, os pets se tornam suscetíveis ao adoecimento por bactérias, vírus e muitos outros agentes infecciosos e parasitários.

    "Nessa época de frio, os animais ajustam seu comportamento visando resistir às condições adversas do meio ambiente. Cães e gatos passam a se abrigar muito próximo, por vezes em contato direto uns com os outros, objetivando melhor manutenção mútua da temperatura corporal. Essa proximidade eleva o risco da transmissão de doenças infecciosas e parasitárias, seja a partir de secreções respiratórias ou do simples contato direto (casos dos parasitas de superfície, como sarna, pulga, carrapatos e piolhos)", destaca.

    Enfermidades como a cinomose e a doença respiratória infecciosa em cães são mais frequentemente observadas no inverno. Já a rinotraqueíte, a calicivirose e a panleucopenia, mesmo não sendo exatamente relacionadas ao período de inverno, podem ser potencializadas nessa época, principalmente em gatos não vacinados de abrigos ou colônias de rua.

    Parasitas externos como pulgas, carrapatos, sarnas e piolhos também podem se beneficiar da aglomeração de animais frente ao frio e disseminarem entre eles.

    "É importante manter a vacinação dos animais em dia e realizar a vermifugação e a prevenção contra parasitas externos. Em qualquer caso ou suspeita de alteração comportamental, mudanças na frequência e aspecto das fezes e urina, no apetite ou ingestão de água, na atividade física, aspecto do pelo ou emissão de sons distintos dos habituais é extremamente importante que o animal seja levado para uma avaliação com um veterinário. Somente um profissional formado em Medicina Veterinária tem a habilitação para uma avaliação médica da saúde de um animal", esclarece o professor da Estácio.

    Comportamento dos pets e os cuidados no frio
    "Além de falarmos sobre as doenças prevalentes no inverno é extremamente importante sabermos o que o frio, por si só, causa nos animais e em seu comportamento. Cada espécie animal possui uma faixa (ou intervalo) de temperatura considerada normal, que proporciona conforto térmico e mantém seu funcionamento biológico. Dentro desse intervalo, há uma temperatura mínima e máxima consideradas normais, onde o corpo do animal trabalha biologicamente sem alterar sua eficiência", observa.

    O veterinário explica que para que essa temperatura se mantenha dentro dos limites normais, os animais precisam regulá-la, ajustando-a às variações do ambiente: em condições de frio, os animais precisam conservar o calor, reduzindo sua perda para o ambiente, e, também, aumentar a sua produção. Para isso, os animais utilizam mecanismos físicos e bioquímicos, como os tremores e aumento do metabolismo, por exemplo.

    "Quando a temperatura cai para níveis inferiores a temperatura mínima normal, os animais começam a estabelecer ações para conservar o calor por ele naturalmente produzido, contraindo os vasos sanguíneos periféricos, mantendo o sangue, que também é uma solução condutora do calor, mais concentrado no interior do corpo, reduzindo assim a perda do calor para o ambiente".

    Outra ação comum que pode ser observada nos pets, segundo Raphael Castro, é quando eles se "enrolam" sobre o próprio corpo reduzindo seu contato com o ambiente e elevam os pelos criando um espaço extra entre sua pele e o ambiente, tudo isso a fim de retardar a perda do calor interno.

    "Com o avanço da redução da temperatura ambiental eles começam a aumentar a sua produção de calor, seja pelo tremor muscular ou pelo aumento em seu metabolismo bioquímico. Tudo isso é controlado pelo sistema nervoso dos animais", explica.

    O docente do curso de Medicina Veterinária da Estácio destaca que quando o frio é intenso, mesmo com todas as estratégias naturais, a perda de calor para o ambiente pode ser maior que sua produção ou conservação, levando o animal a um estado de hipotermia.

    "Quando os animais apresentam uma temperatura de 29º C, isso compromete sua capacidade de regular sua temperatura, chegando à parada cardíaca em torno de 20º C a 25º C. Cães recém-nascidos não possuem capacidade de realizar tremores, requerendo suporte térmico de sua mãe, da ninhada ou do próprio ninho. Portanto, nessa época, é crucial oferecermos condições ambientais que contribuam para o equilíbrio e conforto térmico dos animais, como a oferta de abrigos cobertos, roupas, cama e alimentos disponíveis, principalmente para os filhotes recém-nascidos de cães e gatos. Animais de rua possuem um desafio muito maior em relação a estas condições, ficando mais vulneráveis ao adoecimento e morte, no entanto, aqueles criados e mantidos nos quintais das residências ou empresas também necessitam desse cuidado e atenção", alerta Castro.