IcEsporte

Esporte

Liverpool volta à final, e Klopp amplia presença alemã na Liga dos Campeões

Será a terceira vez, desde 2018, que o treinador leva uma equipe à final do maior torneio de clubes. Reds vão enfrentar o vencedor do confronto entre Manchester City e Real Madrid na decisão

Folhapress

Modificado em 20/09/2024, 00:25

Fabinho marcou o 1º gol da vitória, de virada, do Liverpool contra o Villarreal

Fabinho marcou o 1º gol da vitória, de virada, do Liverpool contra o Villarreal (Divulgação / @LFC)

Pela terceira vez desde 2018, Jürgen Klopp está em uma final da Liga dos Campeões. Nesta terça-feira (3), o Liverpool comandado pelo técnico bateu o Villarreal, na Espanha, por 3 a 2, no jogo de volta das semifinais da competição. Na ida, em Anfield, os ingleses haviam vencido por 2 a 0.

Não foi um caminho fácil, como podem sugerir os placares. No segundo jogo, a equipe espanhola sufocou o adversário no primeiro tempo, marcando com Dia e Coquelin. Na etapa final, porém, o goleiro Rulli falhou seguidamente e tomou três gols, de Fabinho, Luis Díaz e Mané.

Chegar à decisão do torneio é algo a que Klopp já está acostumado. Além da final perdida em 2012/2013 com o Borussia Dortmund para o Bayern de Munique, o treinador alemão também perdeu, com o Liverpool, a partida decisiva da edição 2017/2018, diante do Real Madrid. A consagração viria na temporada seguinte, com triunfo sobre o Tottenham.

Agora, ele busca seu bicampeonato à frente do clube inglês. E já amplia a presença alemã no confronto decisivo da principal competição europeia.

No próximo dia 28, no Stade de France, em Paris, a Liga dos Campeões assistirá à sua quinta final consecutiva com ao menos um técnico nascido na Alemanha brigando pelo título.

A sequência, que começou justamente com Klopp em 2018 e 2019, viu Hansi Flick e Thomas Tuchel, comandantes de Bayern e Paris Saint-Germain, respectivamente, decidirem o torneio na temporada 2019/2020, em Lisboa. Flick, que hoje treina a seleção alemã, levou a melhor.

Tuchel seguiu o roteiro de Klopp e primeiro viu o sabor amargo do vice-campeonato para depois ser campeão.

Derrotado com o PSG, venceu a final posterior, com o Chelsea, superando o Manchester City treinado por aquele que é uma de suas maiores referências, Pep Guardiola.

Discutir a influência alemã para o jogo que se pratica hoje na elite é falar em futebol vertical e citar a pressão constante que as equipes treinadas por esses técnicos fazem sobre seus adversários. Mais do que sufocar a saída de bola rival, seus times buscam a recuperação quase instantânea da posse após perdê-la, o chamado gegenpressing.

Roubar a bola enquanto a outra equipe está se armando para o ataque é uma forma de pegar suas defesas desprevenidas e, com poucos passes, chegar ao gol.

"Imagine o número de passes necessários para deixar o camisa 10 na posição certa, de onde ele pode dar a assistência. O gegenpressing permite que o time recupere a bola mais perto do gol, a apenas um passe de uma grande chance de marcar. Nenhum meia criativo no mundo supera uma boa situação de gegenpressing. Por isso o conceito é tão importante", defende Klopp.

Guardiola, que nesta quarta (4) tentará a classificação à final europeia --seu City, que venceu na Inglaterra por 4 a 3, enfrentará o Real Madrid em Madri--, sua segunda consecutiva, também bebeu da fonte alemã durante sua passagem pelo Bayern, entre 2013 e 2016. Adepto da troca de passes e da circulação da bola, incorporou um jogo mais direto ao seu repertório em sua passagem pela Baviera.

Se a influência dos técnicos alemães sobre o que ocorre no campo é evidente, a contribuição fora dele talvez seja menos reconhecida, mas não é menos importante.

Jürgen Klopp se tornou o modelo para uma geração de treinadores que, em outros tempos, teria de conviver com a desconfiança por não terem sido grandes jogadores de futebol.

Medíocre como zagueiro, Klopp abriu o caminho para outros profissionais que tiveram carreiras apenas modestas dentro das quatro linhas e, com estudo e atualização permanente, têm provado a tese do italiano Arrigo Sacchi: "Não sabia que para ser jóquei era necessário ter sido um cavalo".

Tuchel se aposentou aos 25 anos de idade, por problemas nos joelhos, depois de atuar em clubes da terceira e da segunda divisão alemã. Hansi Flick defendeu o Bayern na década de 1980, mas longe de figurar no time ideal da história do clube bávaro (nem no segundo, nem no terceiro). Julian Nagelsmann, campeão alemão com o Bayern e semifinalista da Champions com o RB Leipzig em 2020, também teve sua carreira abreviada por lesões e, com 28 anos, já era treinador.

"Nomes como Tuchel e Nageslmann perceberam que suas limitadas habilidades práticas não eram necessariamente um obstáculo . Os clubes também se sentiram encorajados a ignorar a experiência prévia futebolística prévia", afirma Raphael Honigstein, autor de livros sobre o futebol alemão.

A Champions League e as principais ligas europeias formam uma grande reunião de estilos e influências, que se misturam e acabam reinterpretados por seus protagonistas. Mas não parece haver muita dúvida de que seja a Alemanha quem, hoje, puxe essa fila.

IcEsporte

Esporte

UEFA define os grupos da Champions League 2023/24

O destaque ficou para o Grupo G, que conta com o PSG e com dois times que já conquistaram a Europa

Modificado em 19/09/2024, 01:09

Grupos da Champions League

Grupos da Champions League (Divulgação/UEFA)

A Uefa sorteou nesta quinta-feira (31) no Grimaldi Forum, em Mônaco, os grupos da Liga dos Campeões 2023/24. O destaque ficou para o Grupo G, que conta com o PSG e com dois times que já conquistaram a Europa.

RESULTADO DO SORTEIO

Grupo A: Bayern de Munique, Manchester United, Copenhague e Galatasaray
Grupo B: Sevilla, Arsenal, PSV e Lens
Grupo C: Napoli, Real Madrid, Braga e Union Berlim
Grupo D: Benfica, Inter de Milão, Red Bull Salzburg e Real Sociedad
Grupo E: Feyenoord, Atlético de Madrid, Lazio e Celtic
Grupo F: PSG, Borussia Dortmund, Milan e Newcastle
Grupo G: Manchester City, RB Leipzig, Estrela Vermelha e Young Boys
Grupo H: Barcelona, Porto, Shakhtar Donetsk e Royal Antwerp

O Grupo F se transformou no "grupo da morte". O sorteio colocou o cabeça de chave PSG junto com Borussia Dortmund, Milan e Newcastle. Atual campeão, o Manchester City caiu em grupo relativamente tranquilo. Além da equipe de Pep Guardiola, o Grupo G conta com RB Leipzig, Estrela Vermelha e Young Boys.

Os dois primeiros colocados de cada chave avançam às oitavas de final. Os líderes carregam vantagem de decidirem o confronto eliminatório em casa. Os terceiros de cada grupo garantem uma vaga nos playoffs da Liga Europa.

Os ex-jogadores Éric Abidal e Joe Cole foram os responsáveis por sortear os grupos. Os dois possuem conexão com Wembley, palco da próxima final: o francês ergueu a taça da Liga dos Campeões no estádio em 2011, com o Barcelona; Cole é nascido em Londres e fez carreira no Chelsea.

QUANDO SERÃO OS JOGOS?
1ª rodada: 19 e 20 de setembro

2ª rodada: 3 e 4 de outubro

3ª rodada: 24 e 25 de outubro

4ª rodada: 7 e 8 de novembro

5ª rodada: 28 e 29 de novembro

6ª rodada: 12 e 13 de dezembro

ÚLTIMA CHAMPIONS COM FASE DE GRUPOS
A partir da temporada 2024/25, o formato com 32 times será substituído. O modelo consagrado dará lugar a uma primeira fase com 36 equipes e sem chaves definidas.

Os clubes serão separados em quatro potes. Cada um enfrentará duas equipes de cada divisão, uma em casa e outra fora, totalizando oito jogos na fase inicial, dois a mais que no atual formato. A classificação para o mata-mata será determinada pela pontuação geral.

Outra importante mudança é que não haverá mais "classificação de consolação" para a Liga Europa. Atualmente, os terceiros colocados dos grupos ganham uma vaga na fase de playoffs da segunda principal competição europeia.

IcEsporte

Esporte

Na base, Goiás disputará torneio com PSG e Liverpool

Equipe sub-13 do Goiás vai participar da IberCup, torneio que reúne clubes de vários países

Modificado em 19/09/2024, 00:17

IberCup será disputada na Espanha e em Portugal

IberCup será disputada na Espanha e em Portugal (Divulgação)

O Goiás levará sua equipe sub-13 para disputar a IberCup, torneio de base que reúne clubes de diversos países. Serão dois torneios disputados no início do mês de abril. A primeira competição será em Madri, capital da Espanha, entre o dia 1º e 4 de abril, enquanto o segundo torneio será em Cascais, que fica no interior de Portugal, entre os dias 5 e 8 de abril.

Clubes de Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Irlanda, Israel, Irã, Itália, Japão, Polônia, Portugal, Romênia, Suécia e Venezuela vão participar do torneio em Madri, capital espanhola.

Entre eles estão clubes tradicionais como Benfica, Sporting Lisboa, Porto, Juventus-ITA, Liverpool, Manchester City, Paris Saint-Germain, Atlético de Madrid, Sevilla e Villarreal.

Além do Goiás, Flamengo e IBC Brazil estão confirmados na etapa espanhola da IberCup. Para o diretor das categorias de base do Goiás, Eduardo Pinheiro, o intuito da participação esmeraldina nesta competição é "elevar o nível competitivo dos atletas desde muito cedo".

IcEsporte

Esporte

Após gol do título, Vini Jr é eleito a revelação da Liga dos Campeões

O melhor jogador foi Karim Benzema -que também foi o artilheiro da competição com 15 gols e herói do Real Madrid na fase decisiva

Modificado em 20/09/2024, 00:14

Vini Jr marcou o gol do título do Real Madrid contra o Liverpool, na final da Champions

Vini Jr marcou o gol do título do Real Madrid contra o Liverpool, na final da Champions
 (Divulgação/@realmadrid)

Autor do gol que garantiu o 14º título da história do Real Madrid na Liga dos Campeões, Vinicius Junior foi contemplado com duas premiações na principal competição europeia: melhor jovem jogador e titular no ataque do time ideal do torneio.

¡@ViniJr es el mejor jugador joven de la @LigadeCampeones 2021/22!

⚽ 4 goles y 6 asistencias ️#CHAMP14NS pic.twitter.com/Iv3qfxvlYM --- Real Madrid C.F. (@realmadrid) May 31, 2022

A Uefa divulgou os vencedores na manhã desta terça-feira (31). De acordo com o órgão que rege o futebol europeu, os escolhidos foram votados pelo 'painel de observadores técnicos' e que não responde a estatísticas, mas sim a julgamentos subjetivos.

O melhor jogador de toda a Champions foi Karim Benzema -que também foi o artilheiro da competição com 15 gols e herói do Real Madrid na fase decisiva.

Além de Vini Jr e Benzema, mais dois jogadores do Real Madrid estão na equipe ideal: o meio-campista Luka Modric e o goleiro Thibaut Courtois. Fabinho, meio-campista do Liverpool, é outro representante brasileiro entre os 11.

UEFA's Technical Observer panel has selected its 2021/22 UEFA Champions League Team of the Season #UCL pic.twitter.com/I8t9T6uM5R --- UEFA Champions League (@ChampionsLeague) May 31, 2022

IcEsporte

Esporte

Com trajetórias opostas na última década, Real Madrid e Liverpool decidem a Champions

Times se enfrentam neste sábado (28), em Paris, pela decisão da Liga dos Campeões, a partir das 16 horas (de Brasília)

Modificado em 20/09/2024, 00:14

Medalha que será entregue aos campeões da Champions League, neste sábado (28)

Medalha que será entregue aos campeões da Champions League, neste sábado (28) (Divulgação/@ChampionsLeague)

Em 9 de maio de 2010, o Liverpool empatou por 0 a 0 com o já rebaixado Hull, pelo Campeonato Inglês. O clima na torcida era bélico. Dois dias antes, as contas do clube referentes àquela temporada tinham sido publicadas. O prejuízo era de 54,9 milhões de libras (R$ 332,8 milhões, valor corrigido), incluído o pagamento de juros de 40,1 milhões de libras (R$ 243,1 milhões, atualizado). A dívida total era de 472,5 milhões de libras (R$ 2,86 bilhões, pela cotação atual).

A equipe não conquistava o título inglês desde 1990. No começo da Premier League 2010/11, chegou a ficar na zona de rebaixamento após uma derrota para o Blackpool.

Os donos eram os norte-americanos Tom Hicks e George Gillett. Hicks era metade da Hicks-Muse, empresa que assumiu o futebol do Corinthians no final do século passado. Uma parceria que acabou mal.

Não era difícil, na época, acreditar que o Real Madrid tinha um modelo de gestão ideal. Sem dono, pertencia aos sócios e empilhava troféus. Já era então o maior campeão da história da Champions League. Voltaria a conquistar o título espanhol em 2012.

Uma década depois disso, os dois times se enfrentam neste sábado (28), em Paris, pela decisão da Champions. Tudo está bem diferente fora de campo. A decisão será transmitida às 16 horas pelo SBT, TNT e HBO Max.

O Liverpool trocou de dono, encontrou um treinador que mudou a história da agremiação e montou uma das maiores equipes da história do futebol britânico.

Enrolado na reforma do estádio Santiago Bernabéu, o Real Madrid acumula dívida de 789 milhões de libras (R$ 4,8 bilhões corrigidos), tornou-se um dos artífices do fracassado projeto da Superliga (em que o Liverpool também estava envolvido desde o primeiro minuto) e não teve sucesso no seu maior plano de mercado dos últimos anos: a contratação do francês Kylian Mbappé. O atacante decidiu renovar com o Paris Saint-Germain.

Com a bola rolando, o Real Madrid conquistou a liga nacional com folgas e chegou à final europeia com reviravoltas históricas, como a que protagonizou nas oitavas de final, diante do PSG, e nas semifinais, contra o Manchester City --jogo em que estava quase eliminado até os acréscimos do segundo tempo e conseguiu a classificação.

Um caminho bem mais espinhoso que o do Liverpool, que passou por Internazionale, Benfica e Villarreal. Teve alguns sustos, mas sem comparações com os dos espanhóis.

Se for campeão, o time inglês chegará ao sétimo título e vai empatar com o Milan como o segundo maior campeão continental. O primeiro posto é absoluto do Real Madrid, vencedor 13 vezes.

A trajetória recente dos dois rivais mostra a volatilidade do futebol, seja nos resultados ou fora de campo.

O Liverpool viveu momentos dramáticos há pouco mais de uma década. Em 2011, o Royal Bank of Scotland deu cinco meses para aparecer um novo comprador ou o clube iria à bancarrota. Não havia mais como refinanciar os 237 milhões de libras (R$ 1,47 bilhão em dinheiro atual) emprestados pela instituição financeira.

A três dias do final do prazo e no meio de uma briga jurídica entre Hicks-Gillett com diretores apontados pelo banco, a Justiça decidiu que deveria ser aceita a oferta de consórcio liderado pelo americano John W. Henry, dono do Boston Red Sox, uma das mais tradicionais equipes da MLB (Major League Baseball), a liga profissional de beisebol dos Estados Unidos.

Imediatamente, foram pagos 200 milhões de libras (R$ 1,2 bilhão atualmente) do débito, e o Liverpool foi salvo.

Enquanto isso ocorria, o Real Madrid já armava a equipe que voltaria a conquistar a Europa. Ganhou a Champions em 2014. Voltaria a fazê-lo em 2016, 2017 e 2018. Neste último ano, contra o próprio Liverpool. Embora a política dos "galácticos", quando a agremiação contratava um superastro por temporada (Figo, Zidane, Ronaldo Fenômeno, Beckham) estivesse no passado, o clube ainda era o destino preferido de jogadores que desejavam o glamour, o dinheiro e os títulos.

"Você pode destruir outros times em um curto período, mas leva bastante tempo para construir uma fundação forte. Nós somos muito pacientes, mas agressivos", disse Henry, depois de ter assumido o comando do Liverpool, em uma de suas raras declarações públicas.

Ano após ano, a agremiação iniciou a caminhada de volta ao topo. Montou uma filosofia de contratações, melhorou a estrutura de captação de talentos e começou a investir em aquisições dentro de uma visão de médio e longo prazo.

O título inglês escapou de maneira dramática em 2014, quando um dos maiores ídolos da história do time, Steven Gerrard, escorregou diante de Demba Ba em jogo decisivo contra o Chelsea. A queda de Brendan Rodgers no ano seguinte abriu a porta para a chegada do treinador que mudaria tudo. O alemão Jürgen Klopp tinha a personalidade, o talento e o conhecimento de futebol que faltavam.

O Liverpool perdeu a final europeia para o Real Madrid em 2018, mas a venceu no ano seguinte. Também foi campeão mundial contra o Flamengo. O sonhado troféu da Premier League veio em 2020.

Enquanto tudo isso se dava, o Real Madrid, além da Champions, venceu mais três ligas espanholas, quatro edições do Mundial e uma Copa do Rei para manter o ritmo de uma das equipes mais vencedoras do planeta, por mais que na parte financeira as coisas não andassem muito bem.

A final deste sábado opõe dois clubes com visões diferentes, administrações opostas e mudanças estruturais significativas nos últimos anos. Sem importar o resultado no placar, a meta do Real Madrid é terminar a reforma que deve transformar o Bernabéu no estádio mais moderno da Europa, começar a faturar com ele e pôr as contas em ordem. Talvez, até, com renascimento da Superliga. A meta do Liverpool é continuar o que já tem feito.