LUIZ FELIPE MENDESNeste momento da Série B, o Vila Nova é o único time entre os dez primeiros colocados com saldo de gols negativo. A equipe colorada segue próxima da faixa do acesso (G4), mas busca reverter esse quadro para não cair em marca histórica: nenhum clube com saldo negativo subiu à Série A, desde que a Segundona passou a ser disputada em pontos corridos.Após 29 jogos, o Vila Nova ocupa o 5º lugar, com 46 pontos, um a menos do que o Mirassol, clube que abre o G4 da Série B, e possui saldo de três gols negativos. Entre os dez primeiros colocados, o Tigre é o pior deles - o Operário-PR aparece logo em seguida, com saldo de gols zerado. Se estender para o restante da tabela de classificação, o saldo colorado é pior que do Amazonas (11º lugar, com -1 de saldo) e do Goiás (12º lugar, com + 8 de saldo).A Série B passou a ser disputada por pontos corridos, com um total de 20 clubes, em 2006. Desde então, todos os times que subiram tiveram saldo de gols positivo. O pior deles foi o Grêmio Barueri, que conseguiu o acesso em 2008 com apenas três gols positivos de saldo. O melhor foi do Corinthians, também em 2008, com 50 gols positivos de saldo.De lá para cá, a pior média de saldo de gols dos quatro primeiros colocados foi de 2023, com 13,25. O Vitória, que se sagrou campeão, teve saldo de 19 gols positivos, um número considerado baixo devido à média histórica de saldo de gols do G4 na Série B, desde 2006: 19,44.Em 2024, a nove rodadas do fim, a média de saldo de gols no G4 é de 12,5, uma marca que seria ainda mais baixa que a do ano passado. Atualmente, Novorizontino (12), Santos (22), Sport (9) e Mirassol (7) compõem a zona do acesso - o Sport ainda tem um jogo a menos em relação aos demais.Em 2023, quando o campeonato acabou, o Vila Nova terminou com um saldo de 19 gols positivos, um número que seria melhor do que quase todos os atuais membros do G4, com exceção do vice-líder Santos.Curiosamente, no ano passado o Tigre teve o melhor saldo da Série B, ao lado de Sport e Vitória, mas ficou em 8º lugar e não conquistou o acesso.No recorte da 29ª rodada, para traçar o comparativo com a edição deste ano, o Vila Nova tinha 13 gols positivos em 2023 e, em 2024, tem 3 gols negativos. Nesta temporada, o ataque colorado é ligeiramente melhor, com 34 gols marcados contra 32 no ano passado, nesse mesmo recorte, mas a defesa é bem pior, com 37 gols sofridos contra 19. Na Série B de 2023, o Vila Nova teve a melhor defesa do torneio, com 30 gols sofridos, ao lado do Novorizontino. Em 2024, o clube goiano possui a 4º pior defesa, à frente apenas de Guarani (39 gols sofridos), Ponte Preta (40 gols sofridos) e Ituano (49 gols sofridos). Guarani e Ituano estão na zona de rebaixamento, enquanto a Ponte encontra-se duas posições acima do Z4.MudançasNo ano passado, a defesa titular do Vila Nova era formada por Marcelinho, Rafael Donato, Eduardo Doma e Rodrigo Gelado. Além disso, os defensores também ajudavam no ataque. Rafael Donato marcou seis gols, maior marca de um zagueiro naquela Série B, Doma fez dois e Rodrigo Gelado, um.Nenhum dos jogadores permaneceram para a temporada de 2024. Marcelinho e Doma foram para a Chapecoense, Rafael Donato se transferiu para o Novorizontino e Rodrigo Gelado foi contratado pelo Coritiba. Por isso, a diretoria colorada precisou ir ao mercado em busca de reposições. Atualmente, a zaga titular é toda diferente.Ralf, que atuava como volante, foi deslocado para a defesa. Já os outros três chegaram ao Vila Nova neste ano: Elias estava no Primavera e Jemmes defendia o Capivariano, ambos pelo Paulista A2, e o panamenho Eric Davis veio do FK Kosice, da Eslováquia. Até mesmo os reservas Dankler, Vanderley e Guilherme Lacerda chegaram em 2024. Somente Marcondes, que está machucado, fazia parte do elenco em 2023 e continua no Tigre.O Vila Nova tentou buscar reforços de peso principalmente na janela de transferências do meio do ano, até por causa da goleada de 10 a 0 no agregado da final da Copa Verde, contra o Paysandu, em maio, mas a diretoria afirmou que estava tendo dificuldades com o setor defensivo no mercado.A ideia era contratar “zagueiros de Série A”, mas o clube acabou contratando jogadores das Séries C (Vanderley) e D (Dankler) do Brasileiro. Guilherme Lacerda, que também disputou o Paulista A2 no início do ano, veio do São Bento após o fim do estadual.