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Corredor de vento eleva destruição durante tempestades em Goiânia

Verticalidade da cidade contribui para que movimentação do ar provoque estragos mais agudos. Previsão é que chuvas fortes continuem durante a semana

Modificado em 19/09/2024, 01:13

Árvore caída na Rua VC-57, no Conjunto Vera Cruz 2: Comurg já contabilizou 289 ocorrências em 25 dias

Árvore caída na Rua VC-57, no Conjunto Vera Cruz 2: Comurg já contabilizou 289 ocorrências em 25 dias
 (Diomício Gomes)

++GABRIELLA BRAGA++

Com a previsão de tempestades, Goiânia deve ter mais momentos de ventos fortes durante a semana. Especialistas ouvidos pelo POPULAR explicam que as condições estruturais da cidade contribuem para que estes fenômenos causem estragos. A verticalização pode proporcionar a ocorrência de corredores de ventos.

O geógrafo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), o doutor em Climatologia Diego Tarley Ferreira Nascimento explica que a ação do homem tem influência. "Não é apenas a culpa da chuva. Tem de considerar a forma como ocupamos o espaço. Retirando as árvores dos lugares que mais precisam e impermeabilizando mais o solo, tornando a cidade e a população mais exposta. A árvore é uma proteção natural, a vegetação faz uma barreira. A verticalização (da cidade) acaba criando corredores de vento, barra o evento mas o direciona para outra região, então vai ser mais intenso nesses locais", pontua.

O que o especialista explica tem relação com a ventania deste domingo (26), que causou transtornos na capital, com a queda de árvores e postes em diferentes regiões e, ainda, o destelhamento de uma academia no Setor Leste Universitário. Para se ter ideia da força dos ventos, apenas nos últimos 25 dias, foram registradas 289 quedas de árvores em todo o município, conforme levantado pela Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg).

Para Tarley, a intensidade do vento em uma tempestade está também associada ao poder de destruição, e não apenas à velocidade. "O vento é o ar em movimento, e ocorre pela influência da variação da pressão atmosférica. Quando ocorre chuvas tem a instabilidade atmosférica, e há variação nos ventos. Em uma condição de maior temperatura vai ocorrer uma chuva mais intensa, pois há maior variação da pressão atmosférica", acrescenta.

Conforme ele, os eventos extremos, como as tempestades, serão mais frequentes diante do atraso no período chuvoso. "Não vai haver mudança da quantidade, mas em distribuição mensal. A chuva vai ocorrer no mesmo volume mas num período menor", explica. Por isso, considera que danos à infraestrutura urbana se tornem mais comuns, ao menos até o final da influência do El Niño. O fenômeno deve se intensificar em dezembro e dissipar até março.

Na região do Setor Leste Universitário, onde o telhado da WI Personal Studio foi levado pela força do vento, a queda d'água atingiu 50 mm em 24 horas. Gerente do Centro de Informação Meteorológica e Hidrológica do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim explica que a situação ocorre por conta de um corredor de vento no local. "O vento entra num corredor e tenta sair para um lado e bate numa parede, para o outro, e bate em outra parede, até sair lá na frente. É muito rápido, questão de segundos. Essas barreiras artificiais acabam conduzindo (o vento)".

Entre domingo (26) e esta segunda-feira (27), foram 41 quedas. De acordo com o Cimehgo, as rajadas de vento alcançaram média de 55 quilômetros por hora (km/h). A precipitação máxima foi de 121,6 milímetros (mm) na região Leste da capital.

Um vídeo que circula na internet mostra a cobertura do estabelecimento sendo levada em segundos. O POPULAR esteve no local na manhã desta segunda-feira (27) e a academia seguia sem o telhado. A unidade publicou nas redes sociais, na noite de domingo (26), que todas as atividades ficarão "temporariamente suspensas devido aos danos no nosso espaço físico após as chuvas". Ainda não há data para retorno do funcionamento. A reportagem tentou contato, mas sem sucesso.

A tempestade que atingiu a capital no final de semana também causou transtorno aos moradores do Conjunto Vera Cruz II. Na Rua VC-57 uma árvore e um poste caíram após a ventania. Na região, de acordo com a Equatorial Energia, ao menos 11 postes foram danificados, com comprometimento do fornecimento de energia elétrica aos moradores locais. A concessionária registrou queda de ao menos 600 postes em novembro. Entre sábado (25) e domingo (26), foram 42 ocorrências de postes caídos.

"Entre os principais motivos para o tombamento das estruturas estão: tempestades, ventos intensos, árvores, objetos estranhos que são lançados contra a rede e ainda colisões de veículos contra os postes", diz a Equatorial, em nota. A concessionária explica ainda que os curtos-circuitos são comuns em épocas de chuvas. "Eles são provocados quando um cabo se parte, em função de um raio que atinge o fio, ou quando uma árvore cai sobre a rede. Com isso os elos fusíveis são rompidos e o curto é registrado", detalha.

Semana deve ter tempestades

Amorim destaca que a previsão para a semana é de tempestades. O tempo, entretanto, vai ficar irregular, com partes do dia variando entre sol e chuva. A combinação entre calor e umidade é, inclusive, um dos fatores para a formação de fortes chuvas. "Estava muito quente e o contato da massa quente com massa úmida gera formação de nuvens de chuva, gera áreas de instabilidade, de tempestades. No próximo final de semana teremos outra frente fria, não entra em Goiás, mas vai influenciar", explica.

As temperaturas são influenciadas pelo fenômeno climático El Niño , que as mantém mais altas. "O tempo fica com temperaturas mais elevadas. Vem frente fria e aí não tem como", diz. As fortes chuvas conhecidas como tempestades são acompanhadas de rajadas de vento e descargas elétricas, como os raios.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou que deve haver chuvas intensas em Goiás entre esta terça-feira (28) e o dia 6 de dezembro, com volumes acima de 90 milímetros (mm), e possibilidade de tempestades. Para dezembro, a previsão é quedas d'água acima da média, com volumes que podem superar 300 mm.

Geral

Funcionária é morta pelo ex dentro de supermercado de Goiânia, diz PM

Delegado relatou que vítima estava separada do homem há quatro meses. Eles morreram no local

Modificado em 24/04/2025, 16:26

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Sílvia Barros foi morta pelo ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira, segundo a PM (Reprodução/PM)

Um homem de 62 anos matou a ex-mulher, de 60, a tiros e se matou em seguida dentro de um hipermercado, por volta das 9h desta quinta-feira (24), na Avenida Perimetral Norte, em Goiânia. A vítima, identificada como Sílvia Barros, era funcionária do estabelecimento.

O delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, disse em entrevista a TV Anhanguera que a vítima estava recém-separada do ex-marido, Valdinez Borges de Oliveira. Segundo ele, a suspeita é de um feminicídio.

O que nós apuramos através das diligências de investigações iniciais é que eles foram casados durante 36 anos e haviam se separado há quatro meses. Ela saiu de casa em dezembro do ano passado, mas ele não aceitou o término e tentou reatar o casamento algumas vezes", disse o delegado.

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No entanto, Alfama pontua que não há relatos na polícia sobre ameaças do homem à vítima. "Não há nenhum registro de violência física da parte dele antes desse fato de hoje. Os próprios familiares e amigos dela, que estiveram aqui no local, relataram que ela mesmo dizia que nunca tinha sido vítima de violência", completou.

O supermercado Atacadão disse que está oferecendo toda assistência necessária aos familiares, "e que também está colaborando com as autoridades competentes para a investigação do caso".

O delegado relatou que o homem chegou, sabia que ela estava no hipermercado, a procurou e quando encontrou a mulher efetuou ao menos dois disparos. A polícia relatou que a vítima morreu no local.

Alfama antecipou que a arma de fogo usada no crime pertence a um terceiro, que será investigado. Ele disse não saber ainda como o atirador teve acesso a essa arma.

O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado, mas que a vítima e o autor dos disparos já estavam mortos no local.

Nota da PM na íntegra:

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) informa que foi acionada para atender a uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro de um estabelecimento comercial, na Avenida Perimetral, em Goiânia. Informamos também que a ocorrência está em andamento e que os demais órgãos responsáveis pela investigação do caso já foram acionados.

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

Segundo delegado, mulher e atirador morreram no local (Diomício Gomes/ O POPULAR)

IcMagazine

Famosos

Suspeitos de invadirem apartamento da mãe de Maiara e Maraísa foram confundidos com moradores, diz PM

Almira Henrique Pereira estava na missa quando o apartamento foi invadido. Invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa

Almira Henrique Pereira e as filhas Maiara e Maraisa (Reprodução/Rede social)

Os dois suspeitos de invadirem o apartamento de Almira Henrique Pereira, mãe da dupla Maiara e Maraísa, foram confundidos com moradores, segundo o relato da Polícia Militar que a reportagem teve acesso. Segundo a assessoria das cantoras, os invasores furtaram objetos de valor do imóvel localizado em Goiânia.

Por não terem os nomes divulgados, o Daqui não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionassem até a última atualização desta reportagem.

O Daqui entrou em contato com a administração do prédio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Entenda o caso

O caso aconteceu no sábado (19). Almira estava na missa quando o apartamento dela foi invadido. Ao retornar, ela encontrou a porta arrombada e todos os cômodos revirados, com alguns móveis e utensílios quebrados.

Ao perceber que o apartamento havia sido arrombado, Almira optou por não entrar para preservar a cena para a perícia. De acordo com a assessoria, não havia ninguém no apartamento no momento do crime e Almira ficou abalada, mas está bem. Ela preferiu não contar imediatamente para as filhas, que estavam trabalhando, para não assustá-las.

Ao Daqui , a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e segue sob sigilo.
Colaborou Tatiane Barbosa

Geral

Homem é preso após sequestrar criança de 10 anos para cobrar dívida de R$ 3,5 mil do pai em Goiânia, diz Polícia militar

Sequestrador sofreu calote por pneus e raptou a criança como condição para recebimento da dívida, diz polícia

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos

Suspeito é preso após sequestrar um menino de 10 anos (Divulgação/Polícia Militar)

Um homem de 45 anos foi preso após sequestrar um menino de 10 anos para cobrar uma dívida de R$ 3,5 mil de pneus no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, segundo a Polícia Militar (PM). Assim que o suspeito percebeu que havia levado calote, foi cobrar a dívida e pegar as rodas de volta. De acordo com a PM, como não encontrou o cliente, raptou a criança como condição para receber a dívida.

O caso aconteceu no sábado (19). A irmã do menino contou para a PM que estava no trabalho junto com a criança quando o homem foi procurar pelo padrasto dela para que ele pagasse a dívida. Como não conseguiu encontra-lo, o suspeito foi junto com o garoto até a casa da família. Ao chegar à residência e não achar o cliente e nem os pneus, levou o menino.

Segundo o depoimento da irmã, no momento do crime também estavam na casa a mãe, outra irmã e um amigo que viu o garoto sendo levado e chamou a responsável. A mãe da criança, assim que soube do ocorrido, entrou em desespero e ligou para a filha, que chamou a polícia.

Segundo os militares, a criança foi encontrada próxima à ponte do Setor Norte Ferroviário após conseguir pular do carro em movimento. Já o homem foi identificado por meio das características do carro no Setor Criméia Leste.

A Polícia Militar informou que ele foi preso e deve responder por crime de sequestro qualificado por envolver uma criança menor de 18 anos.

Geral

Policiais mantêm silêncio

Antes de decisão se caso das mortes no Setor Jaó vai a júri popular ou não, defesa entrega alegações finais

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola

Vídeo mostra momento em que dois homens são mortos em abordagem e policial tirando arma de sacola (Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (18), a defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma emboscada no Setor Jaó, em Goiânia, em abril do ano passado, entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular. Não foi apresentada uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42.
O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito e afirmaram que a hipótese de legítima defesa "é plenamente conforme o real havido". Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. "Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas", escreveram na petição.

Estes mesmos policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam.

A Polícia Civil e o Ministério Público (MP-GO) afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão.

PMs tentam três estratégias

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o MP-GO não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa argumenta sobre a não individualização na denúncia do papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, "inviabiliza a aferição de autoria ou participação". A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, "afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração".