A Defesa Civil Municipal de Goiânia monitora 32 áreas de risco atualmente na capital: são 11 na região Central; 7 na Leste; 4 na região Oeste e na Norte; 3 na Noroeste; 2 na Sul; e 1 na Sudoeste. Com o início das chuvas regulares na região metropolitana, há maior risco de ocorrência de desastres, sobretudo alagamentos e inundação. Dentre as áreas monitoradas, 8 possuem um risco muito alto e 13 são avaliadas como de risco alto. As demais são descritas pela Defesa Civil como apresentando risco de médio a alto. Até o ano passado, a Prefeitura informava a existência de 99 pontos de alagamentos na capital, em que era possível a ocorrência de alagamentos, inundações, erosões ou enchentes em dias com chuvas mais fortes.Diferente de anos anteriores, em que os pontos identificados como de risco eram divulgados com o endereço completo e havia até mesmo placas que identificavam os espaços como de risco para alagamentos ou inundações, a divulgação dos locais agora pela Defesa Civil é feita apenas com os setores em que há riscos. De acordo com órgão, a justificativa para isso é “para evitar especulação imobiliária e discriminação dos moradores”. Entre 2021 e 2023, não houve a divulgação nem mesmo dos bairros, sob a mesma justificativa. No entanto, a lista com os 99 pontos identificados em 2021 seguia no site da Prefeitura, com os endereços completos.De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), dos cerca de 90 pontos de alagamento listados em 2021 pela Defesa Civil, “a atual administração investiu em obras de drenagem, com o objetivo de sanar ou amenizar o problema”. “Foram feitas intervenções em cerca de 60 locais. Atualmente, a lista tem 32 pontos, sendo alguns classificados como pontos de inundação, onde há edificações construídas perto dos cursos d’água da capital e que, portanto, não carecem de obras e são monitoradas pela Defesa Civil”, informa a pasta. Segundo a lista da Defesa Civil, há 14 locais em que o risco é de inundação. Nesses casos, a única possibilidade é a retirada das construções no local, pois estão dentro da área de cheia dos córregos mais próximos.“A Prefeitura de Goiânia investiu nos dois últimos anos mais de R$ 200 milhões em obras de drenagem em todas as regiões da cidade. Além dessas medidas, é trabalho rotineiro das equipes da Seinfra a limpeza e manutenção das bocas de lobo, poços de visita, bueiros e ramais”, complementa a secretaria. Na lista da Defesa Civil, no entanto, não consta locais históricos de alagamentos na capital, como na região da Avenida 87, no Setor Sul. O local passa por obras que foram iniciadas no final de setembro, já com a proximidade da chegada das chuvas. A previsão era de duração dos trabalhos por 45 dias; no entanto, a Seinfra aponta que “a obra está bem adiantada e deve ser finalizada em até 15 dias”.Segundo a secretaria, no local a tubulação já foi colocada e a vala aterrada. “Agora vem a compactação para o asfaltamento na próxima semana, enquanto terminam a construção das bocas de lobo”, informa. Outro ponto que também, historicamente, sofria com alagamento durante as chuvas é a Avenida H, no Jardim Goiás. A Seinfra iniciou obras no local em agosto de 2023, com previsão de 120 dias de trabalho. No entanto, ela ainda segue em execução. A secretaria informa que finalizou a construção da rede de drenagem e o asfaltamento. “Os serviços complementares, como a construção das chaminés dos poços de visita, estão em fase de conclusão.”ObrasO Paço também está realizando obras de drenagem na região do Bairro Feliz, na Avenida Laurício Pedro Rasmussen, abaixo da Avenida Leste-Oeste. “A parte alta da obra foi concluída. Nesse trecho houve atraso devido à necessidade de uma intervenção da Saneago, já finalizada. A obra está em andamento e deve ser concluída até o final do ano”, complementa a pasta.No entanto, outros locais apontados pela própria Prefeitura de Goiânia como prioritários para receber obras de drenagem e impedir problemas durante temporais em janeiro de 2023 também não constam na lista da Defesa Civil, como na região Central, próximo ao Bosque dos Buritis. O Paço Municipal chegou a licitar obra na região, mas a empresa vencedora desistiu do contrato e um novo processo licitatório está sendo realizado pela administração. Dos 11 pontos listados pela Prefeitura no Programa Goiânia Adiante para obras de drenagem, apenas a Vila Maria Luiza consta na lista da Defesa Civil como de risco alto de erosões. Não é possível saber, porém, se as obras serão nas mesmas ruas do setor que os técnicos apontaram como de risco.Essa diferença entre as listas ocorre mesmo com a existência de locais com históricos de tragédias durante as chuvas fortes na capital, como na divisa do Jardim América com o Parque Amazônia, apontado como de risco muito alto de erosão fluvial, mas sem a previsão de obras estruturantes do Goiânia Adiante. Ressalta-se que outros pontos também históricos, como o da Vila Roriz, não estão na lista, mas constam como risco de inundação e, conforme explicado pela Seinfra, não é possível a realização de obras, mas apenas a remoção das construções e, por isso, é realizado o monitoramento dos territórios pela Defesa Civil.