Geral

Empresário que matou namorada asfixiada, em Goiânia, é condenado a 13 anos de prisão

O júri rejeitou o argumento da defesa de que José Carlos de Oliveira Júnior cometeu o ato “sob domínio de violenta emoção”

Modificado em 20/09/2024, 06:33

José Carlos foi preso na ocasião do crime, em 2018

José Carlos foi preso na ocasião do crime, em 2018 (Fábio Lima/O Popular)

O empresário José Carlos de Oliveira Júnior, de 42 anos, foi condenado a 13 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, por ter matado por asfixia sua namorada, a funcionária pública Giselle Evangelista Gonçalves, de 38 anos. O crime aconteceu na madrugada do dia 16 de fevereiro de 2018, em um apartamento no setor Sudoeste, em Goiânia. Na ocasião, José Carlos disse ter matado Giselle durante uma briga por conta de uma crise de ciúmes dela, que teria achado pornografia no celular dele.

A sentença que condenou o empresário, que segue preso, foi proferida pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira nesta terça-feira (13). Nela, o magistrado destaca que o júri reconheceu a "materialidade e a autoria do crime" e rejeitou o argumento da defesa de José Carlos, que alegou que o homem agiu "sob domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima".

"Quanto ao comportamento da vítima, segundo o que contém os autos, nada diviso de significativo, de relevante, para que fosse alvo de tamanha violência, não obstante constar dos autos constantes atritos entre ela e o acusado no âmbito da respectiva convivência conjugal", pontuou o juiz.

Relembre o caso

Segundo o delegado Danilo Proto, responsável pelas investigações na época, José Carlos de Oliveira contou que havia entregado o aparelho para Giselle mexer em um site quando um vídeo pornográfico chegou e a briga começou.

José contou que as discussões entre eles eram frequentes, pois Giselle era muito ciumenta e ligava para ele o tempo todo. Na briga, o comerciante contou que ela cuspiu nele que a empurrou. A servidora caiu no chão e ele a sufocou com as mãos. Em seguida, o homem teria se arrependido e tentado por 30 minutos reanimar a servidora com massagem cardíaca, ligando inclusive um ventilador.

Ao deixar o prédio, a intenção de José Carlos era fugir para Minaçu onde tem parentes, mas o carro quebrou em Pirenópolis, onde ele foi preso.

Geral

Mulher agredida em chácara que pediu socorro pelo whatsapp morre após mais de 20 dias internada

Delvânia Campelo da Silva estava internada em estado grave no Hospital Geral de Palmas desde o dia 22 de março. Segundo a Polícia Civil,o namorado dela, Gilman Rodrigues da Silva, foi indicado pelo crime de feminicídio

Modificado em 13/04/2025, 16:45

Investigação da polícia aponta que Delvânia e Gilman começaram a se relacionar no segundo semestre de 2024 (Arquivo Pessoal)

Investigação da polícia aponta que Delvânia e Gilman começaram a se relacionar no segundo semestre de 2024 (Arquivo Pessoal)

Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, que foi agredida em uma chácara na zona rural de Caseara, morreu após ficar mais 20 dias internada no Hospital Geral de Palmas (HGP). Segundo as investigações da Polícia Civil, Delvânia chegou a pedir socorro por um grupo de aplicativo de mensagens. O namorado dela, identificado como Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos, é o principal suspeito do crime.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que Delvânia Campelo morreu na tarde desta sexta-feira (11), no HGP, onde estava internada em estado grave. O crime aconteceu no dia 22 de março deste ano.

Segundo a Polícia Civil, Delvânia foi agredida com diversos golpes de arma branca na cabeça e na nuca. No dia do crime, a vítima chegou a pedir socorro em grupo, onde havia presença de diversas pessoas da cidade. Ela foi encontrada por um caseiro que chamou a Polícia Militar.

Gilman Rodrigues foi preso no dia 3 de abril, em Paraíso do Tocantins, após ser chamado para prestar depoimento à polícia sobre o caso na delegacia.

A defesa dele informou que a família manifesta 'profundo pesar pelo falecimento' de Delvânia e afirma que aguarda a conclusão das investigações para que todos os fatos sejam 'devidamente aclarados' (veja a íntegra da nota no fim da reportagem) .

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que nesta sexta-feira o inquérito instaurado contra ele foi concluído e ele foi indiciado por feminicídio. Gilman Rodrigues está preso na Unidade Penal de Paraíso do Tocantins, onde aguarda a disposição do Poder Judiciário.

Relembra o caso

Delvânia Campelo da Silva tinha 50 anos e morreu após dias internada (Arquivo Pessoal)

Delvânia Campelo da Silva tinha 50 anos e morreu após dias internada (Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil apurou que Delvânia e Gilman namoravam desde o segundo semestre de 2024 e o relacionamento era marcado por diversos episódios de violência doméstica, conforme relato de pessoas próximas ao casal.

No dia do crime, segundo a polícia, Gilman teria agredido com diversos golpes com arma branca, principalmente na nuca, segundo a polícia. Ela foi socorrida em um hospital da cidade, mas precisou ser transferida para Palmas, onde a ocorrência sobre o crime foi registrada, a princípio.

O delegado José Lucas informou que, a partir do momento que fugiu da propriedade, Gilman foi para Palmas e não retornou mais a Caseara, sendo acolhido por parentes na capital.

No primeiro depoimento, ele teria tentado desqualificar a vítima, informando que agiu em legítima defesa. Mas, diante da força empregada nas agressões contra Delvânia, essa versão não teria consistência.

A Polícia Civil também descobriu que ele chegou a mandar mensagens em um grupo de Whatsapp informando que 'não estava acontecendo nada' após a vítima pedir socorro.

"Se ele alega que estava sendo agredido, é um comportamento que é contraditório ao de mandar mensagem no Whatsapp afirmando que a situação está tranquila, acalmando as pessoas que recebem essas imagens e retardando que alguém compareça no local", reafirmou o delegado.

Para dar mais explicações sobre o caso, Gilman foi intimado a prestar novo depoimento. Mas, como a Polícia Civil já havia representado pela prisão preventiva, deferida pela Justiça, a ordem foi cumprida assim que ele se apresentou na delegacia de Paraíso do Tocantins.

Íntegra da defesa de Gilman

A família e a defesa tecnica de gilman rodrigues da silva manifestam profundo pesar pelo falecimento da sra. Delvânia Campelo da Silva.

A defesa aguardará a conclusão das investigações policiais, onde espera que todos os fatos relacionados, inclusive de dias anteriores ao dia 22 de março e detalhadamente a sequência de eventos daquela data, sejam colacionados ao inquérito.

A defesa afirma ainda que os fatos todos serão devidamente aclarados e ainda, todos, independentemente da acusacao, tem direito de defesa e que essa garantia deve ser preservada.

Marcos Candal Advogado

Geral

Jovem desaparecida pode ter sido assassinada e queimada em fornalha de cerâmica pelo companheiro, diz polícia

Adair Gonçalves, de 53 anos, foi indiciado na conclusão da investigação da morte de Míria Mendes Sousa Lima, de 19 anos. Crime teria sido cometido após ela descobrir abusos contra as filhas

Modificado em 08/04/2025, 21:30

Homem preso pela Polícia Civil suspeito de matar ex-companheira (Polícia Civil/Divulgação)

Homem preso pela Polícia Civil suspeito de matar ex-companheira (Polícia Civil/Divulgação)

O inquérito que apura o desaparecimento de Míria Mendes Sousa Lima, de 19 anos, foi concluído com o indiciamento do empresário Adair Gonçalves, de 53 anos, pelos crimes de tortura, estupro, feminicídio tentado, feminicídio consumado e ocultação de cadáver. Ele teria matado a companheira e queimado o corpo na fornalha de uma cerâmica de sua propriedade.

A jovem desapareceu no dia 18 de agosto de 2023 em Guaraí, na região centro-norte do estado. A cerâmica passou por perícia após a Polícia Civil receber informações de que o corpo dela teria sido queimado no local, após a morte.

Adair foi preso preventivamente em março deste ano. Na época, uma testemunha disse que recebeu informações de que ele confessou a uma terceira pessoa que matou Míria.

A defesa do indiciado informou que recebeu o resultado do indiciamento com 'indignação e surpresa' e que 'serão empenhados esforços para comprovar a inocência de Adair' (veja nota na íntegra no fim da reportagem).

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Possível motivação

O motivo do crime, segundo a polícia, seia porque Adair teria abusado sexualmente das filhas de Míria. Ela teria descoberto os abusos e isso levou o indiciado a matá-la. "Já ao final das investigações, fomos surpreendidos com essa nova informação [...] Nesse sentido, após os fatos terem sido descobertos por Míria, esta acabou sendo morta e com requintes de crueldade", explicou o delegado Joelberth Nunes de Carvalho.

Míria vivia com o indiciado e sofria violência física e psicológica. Ela já tinha tentado matá-la jogando-a de um carro em movimento, conforme a polícia.

"Chama a atenção a violência e brutalidade que teria sido empregada pelo autor com o intuito de causar violência física e psicológica na vítima, que era obrigada a praticar sexo contra sua vontade e, muitas vezes com outras pessoas, e de forma violenta", explicou Joerberth.

Além das agressões contra Míria, a polícia apurou que Adair também cometeu crimes semelhantes com outros mulheres e em diferentes cidades do Tocantins.

Os depoimentos que deu à polícia entraram em conflito, o que aumentou a desconfiança contra ele dentro da investigação. "Nas vezes em que foi instado a prestar depoimento, o indivíduo apresentou versões conflitantes que não condizem com a realidade dos fatos, o que nos motivou a intensificar as diligências investigativas com o intuito de descobrir as motivações para esses crimes bárbaros", disse o delegado Antonione Wandré, que também está à frente do caso.

Fornalhas da cerâmica de propriedade do suspeito foram periciadas nesta sexta-feira (4) (PCTO/Divulgação)

Fornalhas da cerâmica de propriedade do suspeito foram periciadas nesta sexta-feira (4) (PCTO/Divulgação)

A polícia recebeu informações que levaram às equipes a realizarem a perícia na cerâmica do suspeito na sexta-feira (4). O objetivo era buscar algum indício de que o corpo da jovem foi destruído no local.

Após ser concluído o inquérito policial foi enviado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para a adoção das medidas legais do caso.

Íntegra da nota da defesa

A defesa manifesta indignação e surpresa com o indiciamento do nosso constituinte, destacando a desnecessária espetacularização do caso, que tramita desde o início em segredo de justiça, mas tem cada andamento reportado em tempo real à mídia, talvez com o objetivo de atrair protagonismo a quem não conseguiu elucidar um suposto crime mesmo após mais de 2 anos de investigação. A equipe de defesa reforça que serão empenhados esforços para comprovar a inocência de Adair. Vinícius Moreira, Wagner Nascimento, José Augusto Nascimento e Leonardo Almeida (advogados).

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Agricultor é condenado a 15 anos de prisão acusado de matar a namorada após descobrir traição

Crime teria sido motivado por ciúmes após réu encontrar mulher dormindo com amante. Condenado não poderá recorrer em liberdade

Modificado em 08/04/2025, 14:13

Fórum de Xambioá, norte do Tocantins (TJTO/Divulgação)

Fórum de Xambioá, norte do Tocantins (TJTO/Divulgação)

O agricultor Antônio Carlos Alves dos Santos foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato da namorada Luzilene da Silva Santos. A vítima foi morta a facadas enquanto dormia em uma casa em Xambioá, na região norte do estado.

O advogado Radu Carlos Borges Serbu, que defende o agricultor, afirmou que vai recorrer da decisão.

O crime aconteceu em fevereiro de 2020, após uma festa com a presença de amigos e parentes. Segundo a sentença, o homem agiu movido por ciúmes ao descobrir uma traição da vítima na manhã seguinte à festa.

Conforme o documento, Luzilene teria combinado um encontro sexual com o amante e foi para o quarto dele no meio da noite, após o réu adormecer. Ao acordar, o acusado constatou a traição e pegou a faca que usou para atacar a mulher.

Luzilene teve hemorragia aguda após ser apunhalada no coração com um único golpe, conforme o laudo pericial do caso. O reú fugiu do local sem prestar socorro.

Faca que teria sido utilizada no crime foi apreendida (Polícia Militar / Divulgação)

Faca que teria sido utilizada no crime foi apreendida (Polícia Militar / Divulgação)

Durante o julgamento, o conselho de sentença reconheceu a materialidade e a autoria do crime, por maioria de votos, e decidiu pela condenação do agricultor, de 36 anos, pelo crime de feminicídio qualificado.

Após a sessão, o juiz José Carlos Ferreira Machado, da Comarca de Xambioá, fixou a pena em 15 anos e nove meses de reclusão e decretou a prisão preventiva do réu. Ele não terá direito a recorrer em liberdade.

Geral

Policial penal acusado de matar militar e ferir outras quatro pessoas é condenado a mais de 50 anos de prisão

Réu é Leonildo Sousa Cruz, 30 anos. O tiroteio aconteceu em 2022, durante uma festa em Augustinópolis. Todos os policiais envolvidos são das forças de segurança do estado do Pará

Modificado em 05/04/2025, 16:49

Leonildo Sousa Cruz teve a prisão em flagrante decretada ao tentar fugir após o crime (Reprodução/Policia Civil)

Leonildo Sousa Cruz teve a prisão em flagrante decretada ao tentar fugir após o crime (Reprodução/Policia Civil)

O policial penal Leonildo Sousa Cruz, 30 anos, foi condenado a 53 anos de prisão pelohomicídio do policial militar Hudson Thiago Lima de Almeida e por tentativa de assassinato de outras quatro pessoas. Os policiais eram servidores das forças de segurança do Pará.

O crime aconteceu em abril de 2022, durante uma festa em um bar de Augustinópolis, no norte do Tocantins. A investigação da Polícia Civil apontou que Leonildo fez 15 disparos, causando perigo para todos que estavam no local. Além de matar Hudson Thiago, ele baleou o PM Ronaldo da Silva Macedo, também do Pará.

Com base na investigação, o Tribunal do Júri da Comarca de Augustinópolis o considerou culpado pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e perigo comum, com a agravante de violação de dever inerente ao cargo, por ter utilizado a arma funcional para atacar as vítimas.

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins, que faz a defesa de Leonildo, informou que não comenta decisões da Justiça envolvendo julgamento de pessoas assistidas.

O juiz Alan Ide Ribeiro da Silva desconsiderou a confissão e o arrependimento do réu. Conforme a sentença, a confissão não teve respaldo nas provas apresentadas e o arrependimento não foi comprovado por ações concretas.

Alan Ide determinou a execução imediata da pena, com a expedição da guia de execução provisória e a manutenção da prisão preventiva de Leonildo Sousa Cruz.

Na decisão, o juiz considerou o risco de fuga e a gravidade dos crimes a que o réu demonstra personalidade agressiva e violenta, pois esteve envolvido em outra situação com uso de arma de fogo.

Policial penal Leonildo Sousa Cruz foi condenado a 53 anos de prisão (Arquivo pessoal)

Policial penal Leonildo Sousa Cruz foi condenado a 53 anos de prisão (Arquivo pessoal)

Relembre o crime

O tiroteio aconteceu na madrugada do dia 10 de abril, após uma confusão que teria sido iniciada pelo tio e o irmão de Leonildo Sousa. Durante a briga, o investigado teria sacado uma pistola 9mm, com munição expansiva e letal, descarregando o pente em meio a multidão de cerca de 300 pessoas.

Segundo a Polícia Civil, Hudson Thiago foi baleado no chão logo após ter alcançado sua arma e não conseguiu dar nenhum disparo. O segundo PM que estava no local foi baleado e só depois teria dado três tiros para o alto para dissipar as demais pessoas que estavam no local.

Pelas provas reunidas durante a investigação, foi possível verificar que o policial penal, buscando ceifar a vida dos policiais militares teria efetuado, pelo menos, 15 disparos com a sua arma funcional 9mm. A maioria dos tiros foi realizada a esmo, ou seja, à sua própria sorte, sem que o atirador tivesse uma mira definida do seu alvo", afirmou o delegado.

Como os tiros aconteceram durante um tumulto generalizado, outras três vítimas que não tinham envolvimento com a confusão foram atingidas enquanto buscavam abrigo.