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Incidência de câncer de mama em mulheres jovens tem aumentado

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Nos últimos anos, o aumento dos diagnósticos de câncer de mama em mulheres abaixo dos 40 anos, tem chamado a atenção de especialistas e reforçado a importância da conscientização. No Brasil, o Observatório do Câncer, um registro que reúne dados dos pacientes tratados no A. C. Camargo Cancer Center entre os anos de 2000 e 2020, mostra que o número de casos de câncer de mama em mulheres jovens (abaixo dos 40 anos) é de 11,9%. A incidência da doença tem aumentado nos últimos anos, cerca de 5% das mulheres com menos de 35 anos são acometidas pela doença.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), embora a maior parte dos diagnósticos ainda ocorra em mulheres com mais de 50 anos, os casos em outras faixas etárias estão crescendo. “Esse aumento pode estar relacionado a fatores como estilo de vida, predisposição genética, uso prolongado de anticoncepcionais e outros comportamentos de risco”, afirma o médico oncologista clínico do Centro de Oncologia IHG, Gabriel Felipe Santiago.

O papel crucial da prevenção
Nesse cenário, o mês de outubro chega com um lembrete fundamental para todas as mulheres: a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, especialmente em função do aumento dos casos em mulheres jovens e da necessidade de realizar exames preventivos desde cedo.

Por se tratar do tipo de câncer que mais acomete a população de sexo feminino no Brasil e no mundo - à exceção do câncer de pele não-melanoma -, a campanha reforça a necessidade de estimular a realização de exames e compartilhar informações que podem salvar vidas e reduzir a mortalidade em até 30%.

“Com essa conscientização, as pacientes passam a ter mais informações sobre a doença, fatores de risco, sinais, sintomas e métodos de diagnóstico. Por isso, elas são importantes para trazer conhecimento”, explica Gabriel Santiago.

Diante desse alerta, o especialista chama atenção para a detecção da doença nos estágios iniciais, nos quais a chance de cura chega a 95%. Para isso, a mamografia permanece como o exame mais eficaz na identificação de tumores que ainda não apresentam sintomas. Segundo o especialista, mulheres a partir dos 40 anos devem realizar o exame anualmente, ou conforme orientação médica em casos específicos de histórico familiar.

Além disso, o médico atenta para as medidas de alerta para cuidar da saúde dos seios. “Algo que deve ser lembrado é o autoexame. Toda mulher acima dos 20 anos deve realizar a palpação das mamas, buscando alguma alteração de forma, tamanho, presença de nódulos na mama ou nas axilas, alterações na pele ou a presença de alguma secreção anômala no mamilo. O que geraria preocupação seria a secreção com sangue ou cristalina, similar a água de rocha”, revela.

Embora detectar um padrão seja difícil, o médico oncologista indica alguns fatores de risco para a doença. Entre eles estão a obesidade, o sedentarismo e uma dieta rica em gordura animal, carne vermelha e processada e pobre em frutas, verduras e legumes. Ademais, o uso da terapia de reposição hormonal por um longo período, especialmente após a menopausa, e o histórico familiar também levam a uma predisposição ao câncer de mama.

“Atualmente, existem muitos avanços da doença. Novos medicamentos, como a imunoterapia, estimulam o sistema de defesa da paciente a combater a doença. Temos também algumas novas drogas orais, algumas chamadas de drogas-alvo, que agem diretamente em algumas mutações específicas. Então, temos um arsenal terapêutico muito variado e com grandes inovações no tratamento da doença que vem auxiliando no controle dela. É importante o diagnóstico precoce, mas mesmo nos casos em que o câncer de mama já está um pouco avançado, conseguimos o controle bastante eficaz “, conclui o oncologista clínico do IHG.

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