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Listas de metas para o ano-novo podem se tornar gatilhos para transtornos mentais

Especialistas comentam como traçar objetivos e fazer as resoluções para o ano que se inicia priorizando a saúde mental em 2023

Modificado em 19/09/2024, 00:07

Kell Delefrate: "Esse tipo de checklist ajuda a estabelecer outras metas, nos dá direcionamentos para o ano, na organização e otimização do tempo"

Kell Delefrate: "Esse tipo de checklist ajuda a estabelecer outras metas, nos dá direcionamentos para o ano, na organização e otimização do tempo" (Reprodução Instagram)

Kell Delefrate é personal trainer e instrutora de pilates. Na última semana, publicou em suas redes sociais um post intitulado "Checklist 2023", compartilhando a lista de metas e resoluções para o novo ano que acabou de começar.

O público-alvo do post eram seus seguidores/alunos, mas engana-se quem acha que a lista da educadora física contém frases motivacionais no estilo "treine enquanto eles dormem". Acordar de bom humor, beber água antes de dormir e ao acordar, se cobrar menos e passear estão entre as resoluções dela.

À primeira vista, as metas de Kell parecem simples, mas serão fundamentais para que ela crie uma constância na hora de alcançar outros objetivos lá na frente. "Essa foi a minha primeira lista do que quero realizar como prioridade para este ano. Não adianta fazer metas inalcançáveis. Você desanima rápido, desiste e acaba não fazendo nada", comenta.

Ter um tempo consigo mesma e agradecer as conquistas também são listadas por ela. "Esse tipo de checklist ajuda a estabelecer outras metas, nos dá direcionamentos para o ano, na organização e otimização do tempo", comenta.

Ela, que sempre foi adepta da lista de resoluções e objetivos, encontrou mais uma vantagem em realizá-las: incentivar outras pessoas. "Desde que comecei a compartilhar, vi que proporcionava uma motivação também nos meus alunos. Muitos deles desanimavam muito rápido de chegar aos objetivos deles com as práticas de exercícios", explica.

A partir de metas mais simples, a lista pode ir "amadurecendo" ao longo do tempo com novos objetivos. "Eu gosto de fazer metas diárias. Durante a semana, vou acrescentando novos tópicos, fazendo também as metas por semana e por mês à medida que vou conseguindo realizar as anteriores. Isso motiva muito", diz.

"Todos nós gostamos de recomeços. É como se pudéssemos virar a página e ter uma nova chance de começar do zero, e nada melhor do que um novo ano para tornar isso possível", comenta a médica psiquiatra Michele Maciel sobre a tradição de se fazer a lista de resoluções para o ano que está começando. "Metas são benéficas? Com toda certeza. O segredo está no equilíbrio", assegura.

Ela cita, no entanto, um estudo da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, que aponta que apenas 8% das pessoas que fizeram uma resolução de ano-novo conseguiram cumprir seus objetivos. "Dois terços abandonam suas metas nos dois primeiros meses", destaca.

Esse comportamento parece familiar? Imagine, ainda, o seguinte cenário: ao fazer um balanço das resoluções do ano anterior, não é raro que as mesmas metas que não foram conquistadas no último ano se tornem novamente as metas do próximo ano.

E mesmo que a lista de resoluções seja inteiramente nova, esse ciclo pode se tornar exaustivo e motivo de piora de quadros de ansiedade, estresse e, quando ligadas ao trabalho, para o burnout.

"Ao contrário das listas de tarefas da semana, que vamos riscando ao longo dos dias, a maior parte das resoluções de ano-novo tratam de mudança de hábitos. E se mudar um único hábito cria um grande esforço, já que são necessários de dois a três meses para que nosso cérebro se adapte a ele, é fácil imaginar porque a grande maioria abandona suas resoluções logo no início do ano", comenta a profissional.

Em vez de serem um incentivo para que mudanças sejam feitas e conquistas realizadas, a lista de metas pode se tornar um motivo de frustração. "Refletir sobre o ano que passou e escrever sobre o que pretende melhorar pode ser uma ótima fonte de autoconhecimento e de propósito. Porém, quando se torna uma disputa ou uma fonte de cobranças e culpa, podem se tornar uma fonte de estresse, ansiedade e frustração", aponta a psiquiatra.

"A frustração ocorre quando se cria uma ilusão de que tudo vai mudar quando um novo ano se inicia como num passe de mágica, e não como um símbolo de uma nova chance de fazer as coisas de uma forma diferente. A auto cobrança excessiva e a culpa também estão ligadas à maior parte disso", diz.

"Essa frustração acontece principalmente por conta da idealização. Traçamos metas de uma forma não real, não considerando processos de mudança na vida que não estão no nosso controle e que, muitas vezes, precisamos utilizar do improviso para traçar novas rotas e retomar o caminho", comenta a psicóloga Adriane Garcia.

O período de fim de ano é repleto de rituais que marcam que aquele período se findou e um outro está começando, como as festividades em que reencontros acontecem. "E se trata, na verdade, apenas de sequências de dias. Mas esses rituais trazem à tona reflexões sobre o que foi e o que não foi realizado, sobre o processo de vida, as frustrações e, por isso, vemos surgir tantos processos de ansiedade e estresse nesse período", explica.

E como, então, traçar essas metas e fazer as próprias listas sem que se torne uma espécie de gatilho para transtornos mentais e desgastes emocionais? "Algo que pode ser indicado para todas as pessoas é trabalhar o processo de metas. Às vezes, o problema é o olhar a longo prazo, mas não estabelecer micrometas, ou seja, aquilo que eu tenho de fazer para alcançar aquela meta", diz a psicóloga.

"A maior parte de nós vive a perspectiva e a expectativa de termos algo lá na frente. Mas temos muito pouco processo de planejamento micro, que é aquele planejamento do dia a dia para chegar lá", comenta.

Ela aponta que é, sim, indicado traçar metas para todas as pessoas, desde que esse exercício compreenda as mudanças do dia a dia. "E isso é o mais complicado de tudo isso, né? Então, é importante que as pessoas fiquem atentas a esse processo e se ela está afetada emocionalmente. É fundamental que ela primeiro se cuide para depois traçar essas metas de uma forma mais saudável", aponta.

Checklist das resoluções

A lista de metas de ano-novo é uma tradição comum a muitas pessoas, e traçá-las pode ser algo benéfico, desde que feito com equilíbrio. A médica psiquiatra Michele Maciel traz algumas dicas de como planejar essas resoluções de forma saudável:

1. Escolha um só projeto para o novo ano.

A construção de um novo hábito demora de 2 a 3 meses e exige esforço, demanda e muita força de vontade. Focar em apenas uma mudança torna a chance de não abandoná- la após algumas semanas bem maior.

2. Dê um passo de cada vez.

Seja realista e específico em seu novo projeto. Em vez de "praticarei mais exercícios físicos em 2023," especifique os dias e horários e comece devagar. Se estava sedentário há um ano, não coloque como meta correr a São Silvestre no fim do ano e, sim, se exercitar 20 minutos às segundas, quartas e sextas, por exemplo. Citando a médica Jennifer Ashton, autora do livro The Self Care Solution, "uma meta razoável tem de ser específica, alcançável e com prazo determinado".

3. Anote o motivo.

Anote em um caderno, junto ao seu projeto, o motivo pelo qual o escolheu. Isso ajuda nos dias de baixa motivação. Aliás, não dependa de sua força de vontade. Foque no objetivo, e não na motivação. Eles variam muito e, principalmente no início de uma mudança de hábito, seu cérebro tentará a todo custo o autoboicote. Mudança gera esforço e nosso cérebro tende a querer guardar energia e, por isso, você irá atuar contra a maré até que o hábito se desenvolva e novas conexões neuronais se formem. Quando isso acontece, o hábito é finalmente incorporado à rotina e então tudo se torna mais fácil.

4. Não se cobre tanto.

Pense no novo projeto como uma fonte de propósito para o novo ano, e não com cobrança e culpa. E esteja disposto a recomeçar, porque falhas e recaídas são uma parte do caminho.

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Confira dicas de nutrição para garantir energia, disposição e saúde nos dias de carnaval

Com a proximidade do carnaval, muitas pessoas ajustam hábitos alimentares para garantir o corpo mais em forma

Confira dicas de nutrição para garantir energia, disposição e saúde nos dias de carnaval

A supervisora comercial Luciana Macedo Maia já tem tudo planejado para o carnaval 2025. Aos 42 anos, ela é apaixonada pelos bloquinhos de Goiânia, e, neste ano, vai marcar presença em um dos mais badalados. Mas, antes de cair na folia, a rotina de Luciana é disciplinada. "Sigo uma alimentação mais 'limpa' até o carnaval, com frutas, legumes, proteínas magras e, claro, muito treino. O objetivo é estar em forma e cheia de energia", conta. Como ela, muitas pessoas ajustam hábitos alimentares para garantir que cheguem à folia com saúde, disposição e um corpo mais em forma.

Para quem também está em busca de um preparo físico e alimentar adequado, a nutricionista Pâmella Cardoso orienta que o segredo não está em dietas milagrosas, mas em ajustes simples e consistentes no dia a dia. "Alimentos ricos em carboidratos integrais são fundamentais para fornecer energia de maneira sustentada. Opte por arroz integral, batata-doce, e frutas como banana e maçã, que são fontes naturais de energia. A proteína também é crucial, pois fortalece os músculos e garante que o corpo consiga lidar com as exigências físicas da folia", ensina.

A hidratação é uma das chaves mais importantes para quem vai se jogar no carnaval. "Durante os dias de festa, é comum perder muitos líquidos e sais minerais, por isso, a reposição antes, durante e depois da folia é fundamental", alerta a nutricionista. Pâmella sugere a ingestão de água, sucos naturais e água de coco, que são excelentes opções para manter o corpo bem hidratado e evitar a desidratação, um dos principais vilões durante a festividade. A combinação da prática com alimentos saudáveis prepara o corpo de forma mais eficaz para suportar a maratona de blocos e desfiles.

Os cuidados não param por aí. A nutricionista Débora Sena enfatiza que, além da alimentação balanceada, é essencial apostar em alimentos que ajudam na recuperação muscular e otimizam o metabolismo. "Consuma carboidratos de boa qualidade, como batata-doce e arroz integral, que oferecem energia duradoura. Mas não se esqueça das proteínas magras, como ovos, carnes magras e peixes, que auxiliam na reconstrução e fortalecimento muscular. Também inclua fontes de gorduras saudáveis, como castanhas e azeite de oliva, que desempenham um papel fundamental no funcionamento geral do organismo", recomenda Débora.

A nutricionista Débora Sena sugere o consuma carboidratos de boa qualidade, como batata-doce e arroz integral (Divulgação)

A nutricionista Débora Sena sugere o consuma carboidratos de boa qualidade, como batata-doce e arroz integral (Divulgação)

Há menos de um mês para a festa, o ideal é focar em uma alimentação equilibrada que ajuda na redução de gordura sem comprometer a energia e disposição. Um ponto importante, segundo a especialista, é cuidar da saúde intestinal, que exerce influência direta sobre os níveis de energia. "Para garantir que os músculos recebam a energia necessária, é crucial manter o intestino funcionando bem. Aposte em alimentos ricos em fibras, como aveia, chia, maçã e ameixa, que contribuem para uma digestão saudável", explica. Um intestino equilibrado ajuda a prevenir desconfortos e a melhorar a absorção dos nutrientes.

A alimentação para o carnaval exige equilíbrio e cuidado, pois não há soluções rápidas. Ter uma alimentação saudável é um processo de longo prazo que envolve ajustes graduais. Manter o corpo bem nutrido e hidratado é essencial para garantir disposição e saúde. Os especialistas ressaltam que o preparo físico e alimentar deve começar com antecedência e ser mantido durante o ano todo, para que o corpo chegue à folia pronto para a diversão.

Água para viver

Para curtir o carnaval com saúde e disposição, é essencial cuidar da alimentação antes e durante a folia. "O ideal é começar a aumentar a ingestão de água, preferencialmente acima de dois litros por dia, e incluir proteínas em todas as refeições, como adicionar um ovo ao pão no café da manhã", orienta a nutricionista Nany Sado. Ela também recomenda frutas ricas em magnésio e potássio, como banana, abacate e kiwi, que são ótimas para evitar câimbras e desidratação.

"Saladas coloridas e legumes como pepino, brócolis e alface auxiliam na metabolização do álcool e fornecem antioxidantes essenciais para o corpo", completa a especialista, alertando ainda para o consumo controlado de álcool e alimentos pesados, como frituras. Nany também destaca as oleaginosas, como castanhas e nozes, como fontes energéticas poderosas, mas lembra da importância de consumi-las com moderação. "Evitar alimentos de origem duvidosa é crucial para prevenir intoxicações alimentares que podem comprometer a diversão", enfatiza.

A nutricionista alerta que dietas restritivas não são recomendadas, especialmente para quem busca perder peso rapidamente. Como o tempo até o carnaval é curto, mudanças alimentares drásticas podem prejudicar a saúde e não trazer os resultados desejados. "O mais indicado é consultar um profissional para elaborar um plano alimentar equilibrado, adaptado às necessidades individuais", afirma. Dessa forma, é possível garantir energia, disposição e bem-estar para aproveitar a folia de maneira saudável.

Bloco na rua

Confira dicas de como se preparar para os dias de folia

Evite álcool e refrigerantes

Eles dificultam a queima de gordura e aumentam a retenção de líquidos. Se for beber, prefira opções menos calóricas, como gin tônica ou vinho seco. Moderação faz a diferença no resultado.

Hidrate-se adequadamente

A ingestão de pelo menos dois litros de água por dia é essencial para evitar desidratação durante a folia. Além disso, consuma frutas e vegetais ricos em água, como melancia, melão e pepino, para manter a hidratação do corpo.

Inclua proteínas nas refeições

Consuma proteínas magras, como ovos, frango e peixes, em todas as refeições. Isso ajuda a garantir energia e recuperação muscular para os dias intensos de dança e festa.

Evite alimentos industrializados

Diga não a frituras e alimentos ricos em gorduras e açúcares, que podem causar cansaço e desconforto. Prefira refeições leves, com saladas coloridas e legumes que ajudam na digestão e na metabolização do álcool.

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Alerta: Se 12 por 8 agora é considerado pressão arterial elevada, o que isso pode representar para sua saúde?

As novas diretrizes de saúde redefinem o que é considerado pressão alta, incluindo 12 por 8 como elevado. Entenda o impacto dessas mudanças e como se prevenir

Modificado em 16/12/2024, 06:39

Alerta: Se 12 por 8 agora é considerado pressão arterial elevada, o que isso pode representar para sua saúde?

Ao saber das novas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia sobre hipertensão, a cabeleireira Andreia Rosa de Oliveira, 47 anos, não perde a oportunidade de brincar: "Se 12 por 8 agora é considerada pressão alta, com 14 por 9 a pessoa deve estar morrendo". Com histórico familiar de hipertensão, ela conta que se preocupa em adotar hábitos saudáveis para prevenir o problema que afeta milhões de brasileiros.

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Após dois anos longe da academia, por orientação médica, Andreia retomou a prática regular de atividades físicas e passou a controlar melhor a alimentação. "O objetivo é realmente evitar um problema que é silencioso", explica. A hipertensão, que é caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial, é diagnosticada quando os valores ultrapassam os 140/90 mmHg (ou "14 por 9"). Durante muito tempo, a pressão de 120/80 mmHg era considerada normal, mas as novas diretrizes mudaram esse conceito.

Agora elas classificam a pressão arterial em três categorias: não elevada (abaixo de 120/70 mmHg), elevada (entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg) e hipertensão (acima de 140/90 mmHg). "A nova classificação vai incluir diagnósticos mais precoces de hipertensão, aumentando a precisão no tratamento e influenciando a alocação de recursos para campanhas de conscientização e programas preventivos", avalia o cardiologista Arthur Pipolo, membro titular da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.

As diretrizes foram apresentadas no fim de agosto durante o Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres, no Reino Unido. Sobre as complicações associadas a níveis de pressão arterial levemente elevados, como 12 por 8, Arthur destaca os riscos de eventos cardiovasculares, como enfarte, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC), além de lesões nos rins que podem levar à insuficiência renal. Os novos parâmetros de pressão arterial elevada reconhecem que a transição de uma pressão normal para hipertensão ocorre de forma gradual, e não repentina.

Quanto mais cedo o paciente é alertado sobre a pressão arterial elevada, mais eficazes podem ser as intervenções para prevenir o desenvolvimento de hipertensão grave. Nesse estágio, é fundamental que o médico implemente e cobre mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma alimentação saudável, a prática regular de atividades físicas, o controle do estresse e a moderação no consumo de substâncias como sal, álcool e tabaco.

Fase de atualização no Brasil

A cardiologista Fabíola Siqueira, da Unimed Goiânia, explica que as novas diretrizes europeias para a classificação da pressão arterial ainda não foram adotadas no Brasil. No país, segue em vigor a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que está em fase de atualização. Ela destaca que, embora as recomendações europeias sirvam como alerta para mudanças de hábitos, no Brasil o foco permanece em intensificar a prevenção, combatendo os fatores de risco com mais rigor.

A médica tranquiliza a população, afirmando que não há necessidade de mudanças imediatas nos postos de saúde e hospitais. A principal mensagem das novas diretrizes é alertar tanto a classe médica quanto os pacientes sobre a importância de adotar um estilo de vida mais saudável, incluindo uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios, o combate ao tabagismo e o controle de condições como diabetes e colesterol elevado.

"A redução do consumo de sal e evitar alimentos industrializados são fundamentais", ensina. No Brasil, os valores diagnósticos de hipertensão arterial permanecem os mesmos, ou seja, 140/90 mmHg ou mais. A médica sugere que a "pressão elevada" da diretriz europeia poderia ser mais apropriadamente chamada de "pré-hipertensão", pois esses pacientes têm maior risco de complicações cardiovasculares no futuro.

Cardiologista Fabíola Siqueira: “A redução do consumo de sal e evitar alimentos industrializados são fundamentais” 

Cardiologista Fabíola Siqueira: “A redução do consumo de sal e evitar alimentos industrializados são fundamentais” 

Confira as mundanças nas classificações

A nova classificação da Sociedade Europeia de Cardiologia simplifica e altera as faixas para facilitar a interpretação e a identificação de riscos.

Classificação anterior

Ótimo: Abaixo de 120/80 mmHg

Normal : Entre 120/80 e 129/84 mmHg

Pré-hipertensão: Entre 130/85 e 139/89 mmHg

Hipertensão Estágio 1: Entre 140/90 e 159/99 mmHg

Hipertensão Estágio 2: Entre 160/100 e 179/109 mmHg

Hipertensão Estágio 3: Acima de 180/110 mmHg

Nova Classificação

Pressão Arterial Não Elevada: Abaixo de 120/70 mmHg (popular "12 por 7")

Pressão Arterial Elevada: Entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg (de 12 por 7 a "quase" 14 por 9)

Hipertensão Arterial: Acima de 140/90 mmHg (acima de 14 por 9)

Como evitar a hipertensão

Adotar uma alimentação saudável
Reduzir o consumo de sal, alimentos industrializados e processados.
Incluir mais frutas, legumes e grãos integrais na dieta.

Praticar exercícios regularmente
Realizar atividades físicas moderadas, como caminhadas, ao menos 30 minutos, cinco vezes por semana.

Controlar o peso corporal
Manter o peso dentro dos limites recomendados para a altura e idade.
A obesidade aumenta o risco de hipertensão.

Evitar o consumo excessivo de álcool
Limitar o consumo de bebidas alcoólicas, seguindo as orientações de saúde.

Não fumar
O tabagismo eleva a pressão arterial e danifica os vasos sanguíneos.
Abandonar o hábito reduz significativamente o risco de hipertensão.

Gerenciar o estresse
Técnicas de relaxamento, como meditação, ioga e respiração profunda, ajudam a controlar os níveis de estresse e, consequentemente, a pressão arterial.

Controlar o diabetes e colesterol
Manter esses fatores sob controle é fundamental, pois níveis elevados de glicose e colesterol podem contribuir para o aumento da pressão arterial.

Monitorar regularmente a pressão
Realizar medições frequentes da pressão arterial para identificar precocemente qualquer elevação e iniciar intervenções mais rápidas.

Geral

Veja 5 hábitos para cuidar da saúde mental e melhorar a qualidade de vida

Modificado em 17/09/2024, 15:38

Veja 5 hábitos para cuidar da saúde mental e melhorar a qualidade de vida

(Alex Green/Pexels)

Ansiedade, desânimo, alteração no humor, problemas de sono, preocupação excessiva. Esses são alguns sintomas que o corpo pode apresentar indicando que está na hora de dar atenção à saúde mental. Criado em 2014, pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão, o Janeiro Branco é dedicado aos cuidados com a saúde mental e emocional, reforçando a importância da reflexão e conscientização sobre o tema.

A campanha busca estimular a prevenção do adoecimento emocional não somente no mês de janeiro, mas durante o ano todo. Para contribuir com a data, veja 5 dicas para cuidar da saúde mental e melhorar a qualidade de vida.

1) Busque se desconectar

A pandemia potencializou o contato das pessoas com as telas e hoje parte da população já se vê saturada de interações online. Assim como o corpo, nossa mente também cansa. Procure se desconectar desses aparelhos em alguns momentos do dia e use esse espaço para ler um livro, meditar, praticar um exercício físico, fazer uma caminhada ao ar livre ou alguma atividade que dê prazer.

"Esse é um ótimo momento para se conectar com a natureza. Ter um momento livre e um tempo para se desligar dos problemas e respirar é necessário".

2) Cultive bons relacionamentos

Tenha momentos do dia voltado para quem você gosta. Procure conversar com pessoas que fazem você se sentir bem. Mantenha vínculos saudáveis, pois o apoio familiar e dos amigos é fundamental para o bem-estar.

3) Tenha momentos de lazer

Busque fazer atividades que te tragam prazer, momentos de descontração e satisfação pessoal. Isso vai proporcionar alívio e leveza para as tensões do dia a dia, além de ajudar a experimentar sentimentos positivos e melhorar a qualidade de vida.

4) Durma bem

Uma boa noite de sono é essencial para a nossa saúde e bem-estar, já que o sono tem diversas funções importantes para o nosso organismo. Pratique a higiene do sono, como ter um horário para dormir e acordar e evitar o uso de telas pelo menos 30 minutos antes de dormir, para melhorar a qualidade do seu descanso à noite.

5) Conte com a ajuda profissional

Algumas pessoas ainda pensam que só precisam buscar um acompanhamento psicológico quando já estão com algum nível de sofrimento, mas não é bem assim. Também é possível prevenir o adoecimento mental com o processo de psicoterapia. É fundamental procurar ajuda profissional ao perceber sofrimento ou dificuldades em lidar com as emoções. Um atendimento psicológico pode ajudar a manter ou reequilibrar sua saúde mental.

"Sempre que possível, também procure exercer a empatia e compaixão, oferecendo suporte e orientações a quem possa estar precisando praticar mais esses cuidados. Saúde mental envolve o cuidado contínuo do nosso bem-estar e felicidade".

Fonte: PUCRS

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Famosos

Confira dicas de como enfrentar os impactos da baixa umidade

Os impactos da baixa umidade são sentidos de diversas formas pelo organismo. O POPULAR convidou especialistas para dar dicas de como enfrentar esse período sem prejudicar a saúde

Modificado em 20/09/2024, 03:51

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação (Divulgação)

Desconforto nas narinas, lábios rachados, pele seca, cansaço. Enfrentar os meses de agosto e setembro em Goiás é para os fortes. Além da baixa umidade, a temperatura mal voltou a subir por aqui e já sofreu outra queda graças à chegada de mais uma frente fria na quinta-feira (19).

Apesar da possibilidade de chuva em alguns municípios, a umidade relativa do ar segue entre 20% e 70%. Há poucos dias, municípios goianos entraram em estado de alerta por conta da baixa umidade relativa do ar, que foi registrada abaixo de 20% - assim como desertos famosos, como o do Saara. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o nível ideal para o organismo humano está entre 40% e 70%.

O jeito é entender quais são as alterações que o organismo pode sofrer com o clima para reforçar os cuidados com a saúde. O POPULAR convidou três especialistas de diferentes áreas para explicar como o corpo sofre com a baixa umidade e que estratégias podem ser usadas para amenizar os desconfortos, quadros alérgicos e riscos de infecções, como gripes e resfriados.

Inspira, expira

Seja realizando tarefas do dia a dia, uma simples caminhada na rua ou praticando atividades físicas, muitos vêm sentindo desconfortos na mucosa nasal pelo ar seco ou com a sensação de estarem se cansando mais rápido que o normal. Por que isso acontece? "Nosso nariz tem a função de hidratar, umidificar e aquecer o ar que respiramos, para que ele alcance nossos pulmões em condições ideais. Com o clima seco, essa função do nariz fica prejudicada, alterando as condições com que esse ar chega nas nossas vias respiratórias", explica a pneumologista Fernanda Miranda.

Por esse motivo, a baixa umidade e as mudanças de temperatura são um prato cheio para o início ou agravamento de quadros alérgicos. Quem sofre de rinite, por exemplo, acaba confundindo os sintomas com o de uma gripe, resfriado ou Covid-19. "Portadores de doenças respiratórias crônicas, principalmente de natureza alérgica, têm maior chance de apresentarem agravamento do quadro não só porque o ar está mais seco, como também mais poluído. Eles também são mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas, que apresentam um aumento de casos em climas mais secos e mais frios", continua.

E como amenizar os desconfortos e riscos de agravar os quadros pré-existentes? "Manter as narinas bem hidratadas com soro fisiológico, beber bastante água, evitar a exposição ao ar livre nos dias com baixa umidade e usar umidificadores de ambiente são os cuidados comuns a todas as pessoas. Aos pacientes com doenças respiratórias crônicas, é fundamental manter o tratamento de base de maneira regular e, a qualquer sinal de piora, procurar assistência médica", aponta.

Sentindo na pele

"Nesse período, o corpo perde água por meio de evaporação para o ar seco e, principalmente, por meio da respiração. Isso porque o ar seco que entra nos pulmões é aquecido e exalado saturado de umidade", explica a dermatologista Marília Prego Guimarães. Como consequência, além de problemas respiratórios, os danos à saúde podem envolver tanto a pele, como o cabelo. "São danos como ressecamento, descamação, alergias e doenças cutâneas", aponta.

Ela explica que a pele sofre com a baixa umidade principalmente nas extremidades, onde chega pouca gordura, como é o caso dos pés, cotovelos e mãos. "A pele é um dos órgãos que mais sofre diretamente com a mudança de estação, ficando mais ressecada e com a barreira e a estrutura bem mais fragilizadas", explica. Sintomas como coceira, vermelhidão e ressecamento podem surgir como consequência. "Esses sintomas não necessariamente indicam condições dermatológicas, mas geralmente são mais nítidos e provenientes de pessoas com rosácea, dermatite atópica, dermatite seborreica e psoríase", diz.

Para amenizar os danos à barreira cutânea, a hidratação deve ser reforçada. "Hidratantes calmantes à base de dexpantenol e vitamina B5 têm poder maior de hidratação e restauração. Outra dica é usar cremes específicos para o rosto e redobrar o uso no corpo e face", aponta. Na hora do banho, evitar os demorados e com água muito quente . A recomendação do uso do filtro solar, principalmente ao ar livre, é a mesma do ano todo: usar filtros específicos para o seu tipo de pele, indicados pelo dermatologista.

"A boca também costuma ficar muito ressecada com o clima seco, já que possui menos queratina (substância com função de proteger a pele) que as demais regiões do corpo. Por isso, ela merece muito mais atenção e hidratação com protetor labial várias vezes ao dia", diz. Com os cabelos não é diferente: apostar nas hidratações capilares uma vez por semana, com cremes adequados para o tipo de cabelo, está entre as dicas da especialista, além de evitar o uso de elásticos muito apertados para prender os cabelos, já que os fios estão mais ressecados e quebradiços.

De dentro para fora

Se a ingestão de água é fundamental para o funcionamento do organismo, dá para imaginar que o baixo nível de umidade do ar interfere no processo. "A baixa umidade do ar afeta diretamente a hidratação, e a água é fundamental para todas as células do organismo, promovendo a regulação da nossa temperatura corporal, o funcionamento dos órgãos, eliminando toxinas por meio da urina e suor e transportando nutrientes, por exemplo", explica a nutricionista Beatriz Duarte.

O corpo dá sinais de que a hidratação está abaixo do normal, principalmente na boca, mucosas e pele. "A cor da urina também pode ser analisada. Ela deve ser sempre o mais clara possível. Se o amarelo já está ficando muito aparente, ou se está até escuro, são indícios evidentes de baixos níveis de água no organismo", comenta. "Todos esses são sinais tardios de desidratação. O ideal é que, sabendo que organismo precisa de água e que a umidade do ar está mais baixa, já aumentar esse consumo gradativamente, sem esperar pelos sinais de baixa hidratação", aponta.

Algumas estratégias podem ser incorporadas no dia a dia para aumentar a ingestão de água e manter o corpo sempre hidratado. Aumentar o consumo de chás, água com gás, sucos naturais e de frutas e vegetais ricos em água, como melancia, laranja, mexerica, pepino e alface estão entre elas. "Como a umidade do ar está mais baixa aliada às altas temperaturas, o corpo também fica com menos água para trabalhar, devido ao ressecamento das vias aéreas e garganta, produção de muco reduzida e níveis de sudorese aumentados. Com isso, o corpo fica mais vulnerável e com a imunida de baixa, suscetível a infecções", explica.

Na hora da prática dos exercícios físicos, não vacile! "É preciso cuidar da hidratação ao longo de todo o dia, não apenas durante o treino, para evitar desgaste excessivo. Para quem treina em horários de maiores temperaturas, entre as 11 e 15 horas, tomar cuidado com o sol e preferir locais cobertos", indica.

Fotos: Divulgação

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